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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo

Desejo a todos os nossos leitores um Feliz Ano Novo, com Paz e Saúde.

Abraços.

Ribamar de Oliveira
Belém - Pará
(91) 91443198

ECONOMIA DE MARACANÃ

Um dos destaques das atividades pedagógicas desenvolvidas pelos alunos do ensino médio da Vila de Quatro Bocas, no município de Maracanã, que esta localizado no nordeste paraense, durante o período do mês de novembro e dezembro do corrente ano foi sobre a economia da região do Mocooca .

A atividade foi executada pelos alunos Andréia Souza da Costa, Cristiano Teixeira Rodrigues, Eduardo Oliveira da Costa, Romário Rodrigues Teixeira e Viviane Corrêa Piedade, como parte da 3ª Avaliação pelo Programa da Secretaria Estadual de Educação do IV módulo do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME).

O município de Maracanã, que possui uma cultura cabocla e suas belas e paradisíacas praias, e quem freqüenta não consegue esquecer a beleza da Praia da Princesa ou de Fortalezinha, que estão localizadas na ilha de Maiandeua , que também é conhecida por algodoal.

A primeira ocupação dos homens brancos foi através dos franceses, que após a ocupação na região do Maranhão, em 1554, montaram uma indústria naval, para a produção e confecção de canoas. Logo depois os portugueses conseguem reocupar. Em 1622, os espanhóis conseguem se restabelecer o espaço da costa.

Torna-se município em 1833 e é considerada uma das cidades mais antigas do salgado do Estado, onde o carimbó é um som agitado e marcante.

Fica à distância da capital do Estado a 140 km, possuindo o clima quente e úmido.

A base da economia é a pesca do peixe e camarão, da agricultura, artesanatos e comércio; além de aqüicultura e apicultura. A atividade intensa é, principalmente a pesca nas conservas geleiras e a pesca artesanal, como é realizado nos currais, pesca da Gó, o extrativismo do Turu, sarnambi, camarão e caranguejo. Outros produtos regionais contribuem na renda familiar como coco, goiaba, mangaba, manga entre outras.

Quanto a agricultura a base da produção é feita através da agricultura de subsistência ou auto-subsistência, como é o caso da produção da mandioca.

Na Aquicultura, a Vila de Nazaré do Seco possui a criação de ostras para exportação. No momento as pequenas são vendidas por R$ 1,00 e as grandes por R$ 5,00, organizadas através de associação de moradores da comunidade.















segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

MITOS, LENDAS E CAUSOS (I)




O Homem sem cabeça


Numa certa época em Fortalezinha (Vila do Município de Maracanã) havia uma estória de que aparecia um homem sem cabeça, e que pessoas o tinham visto. 

Certos garotos saíram para apanhar manga no mato aproximadamente ao meio-dia, no momento em que eles estavam apanhando as mangas eles ouviram um assovio muito suspeito, um membro do grupo pensou que fosse uma preguiça; pois antigos contam que quando ia fazer suas necessidades assoviavam e foram para dentro do mato verificar se era uma preguiça. Chegando lá não encontraram nada, na volta para casa um dos garotos ficou para tráz e novamente ele ouviu o assoviu , quando olhou para tráz, viu um homem sem cabeça, e assustado o curumim correu passando na frente dos demais e mandou que eles olhassem para tráz, eles olharam e viram o homem sem cabeça e todos correram com muito medo.

Chegando na Vila de Fortalezinha contaram aos seus familiares que acreditaram em seus filhos, e a estória é contada até hoje pelos antigos.

Informante: D. Conceição -  75 anos.     

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

IPEA

Quinta-feira, 23 de dezembro de 2010O IPEA enquanto “think tank” do desenvolvimento nacional

Por José Raimundo Trindade (Presidente do Idesp/Prof. UFPa) e Claudio Puty (Dep. Federal PT/Prof. UFPa)

Instituições são organismos de construção complexa, envolve tempo de maturidade, capacidade de diálogo com diferentes interesses sociais e uma forte perspectiva de construção de futuro. Foi assim que o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) chegou recentemente a comemorar seus quarenta e cinco anos e neste ano de 2010 firmou importantes parcerias com diversos Institutos Nacionais para consolidar-se enquanto instituição que assume a responsabilidade, juntamente com outras, de contribuir na construção de um projeto de desenvolvimento nacional.

Durante seu tempo de vida o IPEA passou por diversos momentos, de normalidades e crises, porém sempre se manteve vigoroso e necessário no “apontar caminhos” para o desenvolvimento brasileiro. O planejamento de um Brasil em permanente modificação sempre esteve no horizonte daquela instituição. Há de se dizer que houve momentos difíceis, por exemplo, em 1990, o IPEA entrou na lista de órgãos a serem extintos pelo Governo Collor, felizmente a capacidade de ver o futuro prevaleceu e o IPEA seguiu sua trajetória de contribuição para o aperfeiçoamento das políticas públicas.

No governo Lula o Ipea se reposicionou estrategicamente, ao estabelecer como pauta principal de debate e de produção discursiva e analítica do Instituto o tema Desenvolvimento. Deste modo o Ipea estabeleceu a “missão” de “Produzir, articular e disseminar conhecimento para aperfeiçoar as políticas públicas e contribuir para o planejamento do desenvolvimento brasileiro”.

Na gestão do Prof. Marcio Pochmann oito eixos temáticos foram definidos e de forma pertinaz desenvolvidos: 1. Inserção Internacional Soberana; 2. Macroeconomia para o pleno emprego; 3. Fortalecimento do Estado, das Instituições e da Democracia; 4. Estrutura Produtivo-tecnológica Avançada e Regionalmente Articulada; 5. Infra-estrutura e Logística de Base; 6. Proteção Social e Geração de Oportunidades; 7. Sustentabilidade Ambiental.

O fruto do processo de planejamento estratégico do Ipea foi notável nestes últimos quatro anos, algo que se visibilizou mais ainda na recente Conferencia do Desenvolvimento (CODE). Segundo o próprio Pochmann se deu “uma mudança institucional de grande porte”. “Até aqui, historicamente, os nossos debates sempre foram mais internos. Agora, estamos nos abrindo ao público e convidando representantes da sociedade a debater o presente e o futuro do país”. Essa novidade apareceu já na organização do evento, que contou com o apoio de 45 instituições da sociedade civil, entre sindicatos de trabalhadores e de empresários, entidades de classe, instituições de pesquisa e outras organizações.

Durante a CODE foram lançados, segundo o Prof. Emmir Sader, “o mais amplo conjunto de análises com que podemos contar para conhecer ao Brasil realmente existente”. A partir das diferentes diretorias do Instituto, tendo como base cada eixo temático, se produziu um conjunto de títulos que possibilita de fato melhor conhecer o Brasil deste final da primeira década do século XXI.

O estabelecimento de uma “think tank” governamental com a atual capacidade do Ipea foi, obviamente, fruto de um longo processo, seja de capacidade de resistência institucional, seja de vislumbrar desiderato social necessário. Entretanto não há como deixar de referenciar certas capacidades individuais e que, a partir de sua noção de cidadania e de ação colegiada e coletiva, possibilita o afloramento do futuro. Faço referência aqui à importância do Prof. Márcio Pochmann na consolidação deste novo Ipea comprometido com o Brasil de cidadania e inclusão social, rompendo as amarras da injustiça social e da concentração da riqueza e da renda.

Nas palavras do próprio Pochmann: “Agora, na primeira década do século 21, tivemos uma reorganização de uma maioria política em torno dos dois mandatos do presidente Lula. Com ela, abriu-se a possibilidade de um novo padrão de desenvolvimento capaz de combinar crescimento econômico, redução da desigualdade social e sustentabilidade ambiental”.

Esperamos que o Governo Dilma, enquanto força de expressão do anseio de tantos que foram as ruas, militaram nas redes sociais e defenderam os avanços duramente conquistados nestes últimos anos, possa avançar neste campo central que é a produção e disputa de idéias, além de análises conjunturais e estruturais. Para isso a continuidade de Pochmann a frente do Ipea parece ser o caminho natural da continuidade de um projeto institucional fundamental ao Brasil que ansiamos.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

domingo, 19 de dezembro de 2010

MITOS, LENDAS E CAUSOS

Entre os trabalhos desenvolvidos pelos alunos do ensino médio da Vila de 4 Bocas, no município de Maracanã, dentro do Programa do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), sob nossa coordenação, foi o tema Mitos, Lendas e Causos, que enfatizaremos algumas:   

"O Quebra Lixo"

Conta-se que há muito tempo, um misterioso ser andava assustando os pescadores da Ilha de Maiandeua e Algodoal. Esse ser misterioso era conhecido como "O Quebra Lixo".

Durante à noite, ele vagava na beira do mar, sempre quebrando lixo, não se sabe, se ele procurava alguma coisa, que havia perdido ou se era uma devoção que ele deveria cumprir toda a noite.

E assim por muito tempo o Quebra Lixo percorria os arredores das praias de algodoal e Maiandeua com o mesmo objetivo; mas o mistério era porque ele quebrava o lixo, sendo que no dia seguinte, alguém curioso passava na beira do mar procurando algum sinal, que pudesse desvendar o seu grande mistério e nada encontrou.

Certa noite um pescador com a necessidade de sempre, pescar o seu alimento, saiu com a tarrafa e a enfiadeira e também seu cão; porém nessa noite aconteceu que quando ele se ajeitava para lançar sua tarrafa, ele ouviu alguém andando na beira da praia quebrando alguma coisa, rapidamente recolheu sua tarrafa e foi vê o que estava acontecendo, foi devagar, em silêncio, pois, não sabia do que se tratava, de repente ele viu um personagem, parecido com um homem mas era um pouco estranho para ser um homem, e foi aí que ele entendeu que se tratava do misterioso Quebra Lixo, aquela coisa estranha parecia procurar algo e seguia na sua jornada de todos os dias...

O pescador percebeu que aquilo não era coisa boa, pois o Quebra Lixo era um ser que procurava um baú cheio de riquezas que há muitos anos,  havia naufragado junto com uma embarcação   e muitas pessoas tinham desaparecidos, inclusive um homem muito rico, que viajava levando muitas riquezas.

Então o pescador ficou quieto e observando o estranho, ser temido, que desapareceu na imensidão da noite. E até hoje conta-se que de vez em quando alguém vê o Quebra Lixo.

Gostaria de Agradecer ao informante Moacir Modesto.


Você que é um defensor da natureza, vai um convite para conhecer o que de mais belo a Amazônia oferece aos seus visitantes, como belíssimas praias, conjunto do flora e fauna , caminhadas no areial, trilhas ecológicas, alimentação natural e uma gama de informações interessantes, além do lazer e a possibilidade de conhecer este homem estranho. Conheça a Ilha de Maiandeua, com as praias de Algodoal e Fortalezinha.        



sábado, 18 de dezembro de 2010

EDUCACÃO

Veja a  Nota da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e a consolidação da construção do Plano Nacional de Educação no Brasil.

Brasília, 15 de dezembro de 2010.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação, como membro titular da Conae (Conferência Nacional de Educação), esteve presente na solenidade de lançamento da proposta de projeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020 ocorrida hoje, há poucas horas, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo informações veiculadas pela imprensa, o evento estava previsto para ocorrer apenas em 27 de dezembro. No entanto, no dia 8 de dezembro, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação manifestou por meio do Posicionamento Público “A educação não pode esperar: contra o atraso do Executivo Federal na divulgação de sua proposta de PNE 2011-2020” sua contrariedade com a escolha desta data, espremida entre as festas de fim de ano e às vésperas da conclusão do mandato do Presidente Lula. Graças à pressão da sociedade civil, somada à sensibilidade de gestores públicos do próprio governo federal, foi acertadamente adiantada a data da atividade solene.

A partir da divulgação do documento pelo Poder Executivo, as considerações apresentadas nesta Nota são resultado de uma primeira leitura.

O texto prioriza a valorização do magistério, o que é positivo. Considerando que o PNE é o fio condutor da política educacional em âmbito federativo, devendo englobar e articular adequadamente os níveis federal, estadual, distrital e municipal – conforme sua missão constitucional estabelecida pelo Art. 214 –, melhorar as condições de trabalho e remuneração dos docentes é um importante passo.

Contudo, para valorizar efetivamente a carreira docente, são necessários investimentos adequados em educação. Da forma como está proposto no projeto do Executivo, até 2020 o Brasil deve alcançar o patamar de investimentos públicos na ordem de 7% do PIB. No entanto, no sentido de criar meios reais para universalizar o direito de acesso à educação de qualidade, a Campanha insistirá na sensibilização dos parlamentares e do Poder Executivo para que os 7% do PIB sejam alcançados em, no máximo, quatro anos, a partir do início da vigência do PNE. Vale lembrar que durante o processo eleitoral a presidente eleita, Dilma Rousseff, prometeu alcançar esse patamar até 2014. A comunidade educacional reivindica, há anos, investimentos públicos na ordem de 10% do PIB. A Conae reafirmou esse valor.

O Art. 5º do Projeto de Lei do Executivo Federal para o PNE 2011-2020 propõe que em 4 anos a “meta de ampliação progressiva do investimento público em educação seja avaliada”. Um mecanismo capaz de orientar essa avaliação é o CAQ (Custo Aluno-Qualidade).

Desenvolvido e proposto pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o CAQ determina, por meio de uma planilha de insumos educacionais, o quanto precisa ser investido para que uma educação básica pública de qualidade seja oferecida a todos os cidadãos e cidadãs em território nacional. Incorporado pelo CNE (Conselho Nacional de Educação), o CAQ foi maciçamente aprovado na Conae, chegando a ser tratado como a referência sobre a qual deve ser estruturada a política de financiamento para o estabelecimento do Regime de Colaboração (Documento Final da Conae, pág. 23).

Embora toda legitimidade e reconhecimento conquistado pela proposta, a negociação no interior do Executivo Federal reduziu o mecanismo do CAQ a uma estratégia que propõe sua definição em 10 anos, o que é excessivamente tímido: “20.5) Definir o custo aluno-qualidade da educação básica à luz da ampliação do investimento público em educação.” De antemão, a Campanha defende que a estratégia deveria ser, ao menos, “20.5) Implementar o custo aluno-qualidade da educação básica como instrumento para a ampliação adequada do investimento público em educação”.

Na mesma linha, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e as entidades do movimento estudantil (UNE e Ubes) lideraram na Conae a aprovação de uma emenda que propunha a destinação de 50% dos recursos advindos da exploração da camada Pré-Sal para a educação, por meio de uma vinculação imediata desses recursos ao orçamento do MEC. Segundo a proposta, desse total acumulado, 30% deveriam ficar com a União, para o desenvolvimento de programas relativos ao ensino superior, e 70% deveriam ser transferidos a estados, Distrito Federal e municípios, para o desenvolvimento de programas de educação básica por meio de uma política de transferências equivalente ao salário educação. Segundo a proposta, deveriam ser priorizados os estados e municípios com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). No entanto, o texto propõe como estratégia apenas: “20.3) Destinar recursos do Fundo Social ao desenvolvimento do ensino.”

A meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do PIB e a forma como vão ser tratadas as estratégias do CAQ e da incorporação dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal pelas políticas educacionais servem como um termômetro para medir o grau de prioridade que será dado ao PNE e, conseqüentemente, à educação, pela sociedade e pelo Estado brasileiro. É consenso que o principal motivo do fracasso do PNE 2001-2010 deveu-se, marcadamente, aos vetos apostos a metas de financiamento da educação empreendidos pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e mantidos pelo presidente Lula.

Orientada pelos aportes da Conae, a proposta de PL do PNE 2011-2020 parte de um patamar mais ambicioso, mas que pode e deve ser superado no âmbito do Congresso Nacional. Como é costume, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação analisará coletivamente o texto e buscará no conjunto dos seus 12 artigos, das suas 20 macro-metas e mais de 170 estratégias aquilo que pode ser aprimorado ou incluído.

No âmbito das demais metas e estratégias propostas no projeto do Executivo, chama a atenção a meta 1 e a correspondente estratégia “1.4) Estimular a oferta de matrículas gratuitas em creches por meio da concessão de certificado de entidade beneficente de assistência social na educação”. Da forma que está colocado, subentende-se que o conveniamento entre poder público e entidades privadas sem fins lucrativos será estimulado para o atendimento de educação infantil da faixa etária de 0 a 3 anos, muito diferente do que foi aprovado na Conae. Aliás, a própria meta de matricular 50% das crianças nessa faixa etária é tímida. No mínimo, o Brasil deveria buscar meios para avançar para 70% de matrículas.

Seguindo a mesma linha, uma das preocupações iniciais da Campanha é com a definição no texto legal do papel e das responsabilidades de cada ente federado. Essa, a propósito, é uma das missões do PNE, segundo o Art. 214 da Constituição Federal. A Conae teve como tema principal o estabelecimento do Sistema Nacional de Educação, que pressupõe a regulamentação do regime de colaboração. Com base nas deliberações da Conferência, é preciso que a tramitação no Congresso Nacional busque determinar meios e responsabilidades da União, dos estados e dos municípios.

Com esta Nota, o objetivo da Campanha não é outro senão começar seu trabalho de incidência no PNE. O objetivo é colaborar para a construção de um Plano robusto e efetivamente capaz de orientar a execução das políticas educacionais na próxima década. Tal como ocorreu na criação e regulamentação do Fundeb, quando a Campanha coordenou o movimento “Fundeb pra Valer!” – decisivo para a inclusão das creches e para a definição de uma importante (ainda que insuficiente) complementação financeira da União ao novo fundo –, a idéia é reunir entidades e movimentos da sociedade civil para, com os parlamentares sensíveis à causa, buscar meios políticos a fim de superar os limites comumente impostos pela área econômica do Governo Federal.

Desse modo, tomando como base as deliberações da Conae, a incidência da Campanha Nacional pelo Direito à Educação priorizará a superação dos limites do projeto apresentado hoje pelo Executivo Federal, entre eles: a ausência de delimitação de atribuições entre entes federados para o cumprimento de cada uma das metas, ficando praticamente centrada nas competências próprias da União; a repetição de metas quantitativas e qualitativas presentes no PNE atual – por exemplo, no caso das creches; a ausência de uma definição efetiva do custo aluno-qualidade como parâmetro básico de financiamento, maior investimento público em educação e ausência de metas intermediárias que permitam o monitoramento de progressos.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação entende que a educação brasileira não pode aceitar menos que um “PNE pra Valer!”.

Campanha Nacional pelo Direito à Educação

Organizações que compõem o Comitê Diretivo da Campanha

Ação Educativa

ActionAid Brasil

Cedeca-CE (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará)

Centro de Cultura Luiz Freire – PE

CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)

Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente

Mieib (Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil)

MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)

Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação)

Uncme (União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação)


AMAZÔNIA

Em uma das atividades desenvolvidas pela Professora de História e Estudos Amazônicos Maria de Fátima Santos de Oliveira, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio "Maria Gabriela Ramos de Oliveira", do Conjunto Maguari, em Belém do Pará, fez algumas provocações aos alunos da oitava série. 

Veja a opinião de uma aluna em relação as ameaças sofridas pela Amazônia da implementação dos grandes projetos econômicos desta região - "Representam grandes conflitos e desafetos em sociedade, pois as novas construções irão beneficiar em parte somente algumas pessoas e outros serão prejudicados, pois poderão perder terrenos, casas, suas raízes, e além de que estará fazendo tamanho mal a Amazônia, porque nela existem animais e suas riquezas como - árvore da seringa, ervas e outros, mas o homem não se preocupa com isso só quer retirar madeira e fazer queimada para criar gado e desmatam a Amazônia". Jarliene Correa Pereira. 801 da manhã. 

Em outra opinião "Representa o fim do mundo, porque sem a Amazônia o que seria para os seringueiros , os índios, as pessoas que trabalham com madeira legal. Além de que a Amazônia, representa muitas vezes o sustento de muita gente". Rana Suany Andrade Silva. 802 da manhã.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ÀGUA

A Amazônia possui a predominância de àgua doce, mas,  mesmo sabendo, que sempre os primeiros homens amazônidas sempre buscaram está perto de igarapés, rios e oceano como sobrevivência.


No momento de transição, quando se consolida o período da chegada das chuvas em nossa região, ela vem com toda a força. Ontem aqui, em Quatro  Bocas, em Maracanã ela foi tão intensa que veio com vários raios. Informações que tenho é que vários cachorros foram mortos e que a Bomba de àgua que serve a comunidade queimou. Isso é ruim, pela manhã de hoje, acordei cedo e já às 06 h. estava carregando àguas de uma cacimba que fica à 100 metros de casa. E haja carregar, para vaso sanitário, lavar louça e tomar banho.

Com toda essa imensidão de àgua que temos por aqui, ainda falta, o líquido precioso e importante para a vida humana.



FEIRA CULTURAL (I)

Na Feira Cultural da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio "José Bonifácio", na Vila de 4 Bocas, no município de Maracanã, no nordeste do estado do Pará, foram apresentados vários trabalhos que é a  culminância das atividades pedagógicas desenvolvida durante o ano.


Entre as atividades apresentadas estavam algumas plantas medicinais. Como sabemos, aqui na Amazônia, vários povoados, vilas, sítios e localidades não possuem assistência da medicina alopática; dessa forma, as plantas servem para a utilização de fabricação de remédios caseiros, já que são tradições dos antepassados, para curar algumas doenças. Na localidade, ainda é muito forte a presença da medicina´popular. A apresentação foi realizada pelos alunos e professores do ensino Educação de Jovens e Adultos(EJA).


Em outra turma, com os alunos da 6ª "A" e "B", foi apresentado a reutilização do lixo, com a produção de alguns materiais recicláveis como a garrafa pet e o papel para fazer brinquedos e objetos.


Os alunos da 5ª "B" e "C" na oportunidade da apresentação fizeram cartazes mostrando a situação do lixo no meio ambiente e como fazer a coleta do lixo para não poluir o meio ambiente. No mesmo ambiente, os alunos aproveitaram para mostrar a sala de leitura, tão importante para a vida dos estudantes.


Os alunos da 8ª série mostraram imagens e explicaram a importância e benefícios de alguns mariscos que servem como fonte de alimentação e sustento de nossa região, como : mexilhão, a ostra, o sarnambi, o caranguejo e o camarão.


Em outro espaço, os alunos de 1ª à 4ª selecionaram alguns jogos educativos e brincadeiras educativas que foram aproveitados durante o ano.  


Todos os trabalhos apresentados foram interessantes e a participação da comunidade foi importante.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

FEIRA CULTURAL

Foi realizada, ontem  a IV Feira Cultural da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio "José Bonifácio", na localidade de 4 Bocas, município de Maracanã, tendo como tema Preservação Ambiental e Turismo.


A exposição dos trabalhos das diversas disciplinas iniciaram às 14 h. e foi até às 19 h. A partir daí deu-se  as  apresentações culturais com danças e teatro.


Com apoio da comunidade escolar, principalmente  dos professores, as salas foram visitadas da Feira com intensa movimentação, não só dos alunos, como dos pais. As salas eram a de Plantas Medicinais, Sala de Leitura, Sala de Jogos, Reciclagem, Comidas Típicas, Artesanato e Meio Ambiente.


Na parte cultural, houve as disputa entre os cantores da Escola, com show de calouros e no teatro o destaque foi para as alunas da 3ª série que apresentaram teatro de bonecos, foi lindo a participação delas.


A parte musical ficou por conta da aparelhagem Super Shock - O Poder Sonoro!


O Evento foi um sucesso e todos estão de parabéns.


   

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

08 DE DEZEMBRO



Data memorável se levarmos em consideração que o dia marca um feriado nacional.

No estado, como em outros estados do Brasil, o Pará se destaca em dois aspectos: Primeiro, são as homenagens que os católicos celebram ao 57° Círio em louvor a Nossa Senhora da Conceição das Ilhas, na ilha de Outeiro(Caratateua), considerada  distrito da região metropolitana de Belém, incluindo outras ilhas como Cotijuba, João Pilatos e Paquitá.


O Círio saí da comunidade de Itaiteua, fazendo um percurso de seis quilometros e vai até a Igreja matriz da Ilha.


Por outro lado, temos o dia para fazer oferendas e homenagens a Iemanjá. Aqui no Estado do Pará, é o único estado que homenageia a Rainha do Mar, Mamãe Oxum, Senhora das Águas Doces.


Neste evento teremos a presença de 56 terreiros de umbanda, com 86 pais e mães de santos e quase mil filhos de santo.

RESISTENCIA NEGRA



No imaginário construído na sociedade brasileira, já que, também, a configuração e conteúdos dos livros didáticos tem contribuído em que se pense e acreditava-se que o negro aceitava os maus-tratos passivamente.

Sabemos que temos outros aspectos que fortaleceram o tal discurso, como a discriminação ou racismo ao negro; a falta de conhecimento da população em que se trata do processo de luta e organização dos negros que eram escravizados; uma melhor memória do negro, através das obras publicadas, pesquisas e formação dos educadores em relação ao tema.


Em vez do discurso da passividade, temos sim a luta e organização através dos diversos movimentos negros.


Revoltas, fugas, abandono das fazendas, assassinatos dos senhores, assim como de suas famílias; além dos quilombos, abortos, organizações religiosas, insubordinações as várias atividades em que eles não concordavam trabalhar, foram estratégias delineadas pelo movimento negro contra a forma de escravidão.


Portanto, nesse processo, temos a pensar que o negro entrou de forma imposta no regime de escravidão e enquanto ser humano, não como objeto do sistema em formação.   

domingo, 5 de dezembro de 2010

JORNAL MAGABIRA



Acabo de receber o Jornal Magabira, que é produzido pela Coordenação da Sala de Informática "Eneida de Moraes", da turma 801, do turno da tarde, com responsabilidade da Professora Aricleide Tavares da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio "Maria Gabriela Ramos de Oliveira", do Conjunto Maguari, no município de Belém.

O Jornal traz o Editorial denominado de Trabalhando por Projetos de Ensino, onde destaca a necessidade de " direcionar um trabalho na perspectiva de projeto requer profissionais comprometidos com o processo educativo".

Apresenta algumas matérias sobre os jogos internos que aconteceram nos dias 01,03 e 04 do corrente mês, nos três turnos.

Outra matéria de destaque foi Entrevistando Talentos, onde entrevista a aluna Beatriz Baia do 3º ano da manhã que ama a dança.

No Jornal é apresentado algumas informações a participação da Escola "Maria Gabriela" como atração da USE 11, onde na primeira apresentação foi o "O BOTO", este ano apresenta "Belém-Pará-Brasil e Matinta nunca viu".

Talentos da Banda Escolar parabeniza a Banda de Fanfarras da Escola que conquistou o primeiro lugar no concurso de Bandas e é campeã paraense de Bandas e Fanfarras.

Outra entrevista com um talento que é o aluno Luiz Felipe dos Santos Vilhena, do 2º ano, do turno da tarde, que é músico e canta no grupo Poetas de Cristo.

O Jornal informa sobre alguns projetos em ação, como : Sexualidade: descobertas, cuidados e prevenções"; projeto HQ - Histórias em Quadrinhos sob orientação da Professora Ivone Guedes de Lingua Portuguesa; projeto " Respeitando a Diversidade", que tem como coordenadoras a Professora Fátima de Oliveira, de História; Déa Benather, de Geografia e a Professora de Língua Portuguesa Valquíria Carvalho da  Sala de Leitura.

Aborda a Preocupação com a Violência, onde a violência pode mudar.

Trata também o Programa Mais Educação e o Esporte nas Escolas do Estado do Pará.

  






REVOLUÇÃO SILENCIOSA




Desde que foi eleita a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff começou a liderar as articulações para nomeações dos cargos em seu governo.

Mesmo sofrendo pressões de todos os lados, principalmente internamente, consegue levar com tranquilidade a nova composição. Alguns nomes já estão indicados, mesmo unindo com o partido que representa os  interesses das oligarquias, que é o PMDB. Essa semana que passou, um nome forte para o Ministério de Ciência e Tecnologia é do Senador paulista  Aloizio Mercadante; outros nomes constam na relação de Dilma, como da jornalista Helena Chagas para a Comunicação Social; Antônio Palloci, para a Casa Civil; Gilberto Carvalho, para a Secretaria-Geral; o Deputado Federal José Eduardo Cardozo para a Justiça; Guido Mantega que continuaria na Fazenda;  Alexandre Tombini para a Presidência do Banco Central.

Semana que vem, provavelmente outros nomes serão apontados, mas com certeza a equipe que for escolhida   pela primeira mulher Presidenta do País estará disposta a se dedicar a fazer a "Revolução Silenciosa" que a população brasileira tão almeja.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

TROCA DE EXPERIÊNCIAS




Comecei a Trabalhar na localidade de 4 Bocas, no município de Maracanã,  com a disciplina de Filosofia nas três séries do ensino médio. Chegando nas turmas, fui logo me apresentando,  falando da metodologia de trabalho e mostrando da importância da disciplina Filosofia na educação e na vida.

Gostaria de expor que de início a localidade fica no meio de estrada que vai para Mocooca(ou 40) de chão. No primeiro contato que tive com alunos, foi muito interessante, já que cada apresentação e contato com eles a dinâmica muda e são realidades diferentes. Apesar de final de módulo, todos mostraram estimulados a aprofundar o conhecimento. A equipe da Escola Municipal " José Bonifácio", é acolhedora e simpática, sempre o cafézinho na xícara, isto é ótimo e graticante para quem vai trabalhar pela primeira vez em uma localidade e com equipe diferente, já que estava na coordenação do Sistema de Organização Modular de Ensino, e agora retorno para sala de aula.

Procurei na apresentação, apresentar algumas técnicas que irei trabalhar como os seminários, apresentação de grupos, GVxGO, pesquisas entre outras. A recepção foi ótima.

Irei ficar até o final do módulo, mas estarei sempre que possível alimentando este veículo de comunicação e mando um abraços a todos que cessam. Para contato : j.lira.oliveira@uol.com.br, comentários ou 9191443198.  

     

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A MÚSICA DO MOVIMENTO SEM TERRA



Sem dúvidas, as músicas criadas para difundir os ideais de um dos maiores movimentos sociais do mundo, que é o Movimento Sem Terra, parecem questionar claramente alguns dos valores de nossa sociedade, pregando não apenas a Reforma Agrária , finalidade principal do movimento, demonstrada na canção “Bandeira da Vitória” de Tavares, mas também o fim da desigualdade, da pobreza, da fome, e da utilização do país para servir a interesses estrangeiros, como podemos observar na canção “Novo Amanhecer”, de Marcos e Adilson Monteiro, extraídas do livro “Sem Terra” – As músicas do MST, organizado pelo movimento com o apoio da Prefeitura de Porto Alegre.



Na música “Bandeira da Vitória”, o autor chama atenção para as dificuldades implicadas nas lutas do movimento e a conseqüentemente necessidade da união e fé entre os participantes para que a história possa ser modificada, bem como a importância de um engajamento onde o amor e fé estejam incluídos, como trata a letra: ” ( ...) Companheirada, uniremos nossas forças com amor, muita fé e sem preguiça(...)” .



Na letra “Novo amanhecer”, os autores falam sobre o cotidiano de fome, luta e trabalho do povo, trabalho este explorado pelos detentores do poder econômico e político, que acusam de serem indiferentes às dificuldades mencionadas. Falam ainda do sentimento de serem desvalorizados por aqueles que não sabem o significado do trabalho árduo e que levam uma vida sem tantas dificuldades. Terminam enfocando a questão da exploração das riquezas brasileiras pelos estrangeiros e a conseqüente infelicidade gerada por todas estas dificuldades..



Também temos a música “Funeral de um lavrador” onde o latifúndio é questionado ao sufocar sonhos e a esperança de uma vida melhor do trabalhador rural.



A luta pela terra também é visível na hora da morte. Neste momento, é dado o direito de uso, no entanto, é tirado do cidadão o direito de ter a possibilidade do pedaço digno da terra. Assim falam os compositores: não é cova grande, mas cova medida.





domingo, 28 de novembro de 2010

A MÚSICA NAS MISSÕES JESUÍTICAS



O tipo de música praticada entre os "índios" guaranis antes da chegada dos missionários não é bem conhecido por nós, mas acredita-se que era diferente em cada tribo com variações quanto ao uso a rituais e instrumentos utilizados, como ainda podes ser percebido, hoje em dia, no interior do Brasil e em suas fronteiras Oeste, Noroeste e Norte. O que se sabe, entretanto, é que para os "índios" a música possibilitava um elo com as forças mágicas da natureza.

Ao chegarem ao Brasil, com a finalidade de difundir a doutrina cristã, os missionários perceberam a sensibilidade e o interesse dos nativos pela música e, por este motivo, passaram a traduzir seus cânticos para a língua original, com o objetivo de atraí-los e tirá-los de uma condição que consideravam bárbara. Assim, a música era utilizada sempre nas festas e práticas religiosas e, uma vez que os primeiros homens demonstravam maior interesse por estas práticas do que pelas palavras dos jesuítas, estes procuravam realizá-las frequentemente, utilizando a música européia como forma de transmitir-lhes sua cultura, tirando-os da condição de ignorância em que acreditavam  encontrarem-se.

Os primeiros homens eram ensinados a construir instrumentos e a utilizá-los, no que se mostravam bastante talentosos. Preiss(1988) cita-os também como excelentes compositores, do que a maioria dos autores discorda, considerando-os apenas capazes de imitar perfeitamente, mas incapazes de compor músicas próprias e até mesmo, sem nenhuma habilidade criadora. É comprensível que, estimulados a tocar músicas de padrões bastante diferente dos originários de sua cultura, os primeiros homens não demonstrassem a mesma facilidade que demonstrariam para criar músicas dentro do estilo de sua cultura. A discriminação por parte de vários autores em relação à arte indígena fica evidente nas obras onde esta é estudada e considerada presente apenas a partir do momento da chegada dos missionários.

A MÚSICA NA IDADE MÉDIA

Durante a Idade Média, não apenas os aspectos práticos da música eram valorizados, mas também seus aspectos teóricos.Juntamente com a geometria, a aritmétrica e a astronomia, esta disciplina fazia parte do Quadrivium, conjunto de disciplinas estudadas nas Universidades. Em função de possíveis entendimentos da música sob estes dois enfoques, houve, neste período, uma divisão na profissão do músico que tem consequências nos dias de hoje. O musicus estuda os aspectos teóricos e a relação da música com as disciplinas matemáticas, enquanto o "cantor", que passou a predominar com o passar dos anos, estudava a parte prática, voltada especialmente à liturgia da Igreja Católica.

O estudo da prática musical, portanto, estava vinculado principalmente à Igreja, e podemos pensar que, entre outros motivos, prevaleceu o aspecto do "cantor", pois nesse caso a aprendizagem musical possuía mais uma função de adestramento e imitação, enquanto o aspecto teórico, que Pitágoras valorizava como representativo da harmonia do universo e vinculado a uma compreensão mais ampla deste, ficava esquecido.         

A ARTE NA CULTURA GREGA: DEMOCRACIA E PODER

Na Grécia Antiga, Esparta era a capital da música, nos séculos VII e VI a.C. Nesta cidade, a educação estava voltada para a guerra e, conseqüentemente, para a formação de soldados. Assim, homens e mulheres recebiam treinamento físico, e a Música era importante neste processo, não tanto pelo seu aspecto estético, mas principalmente pelo meio de desenvolver nos indivíduos lealdade ao Estado. Além de ser utilizada como acompanhamento em atividades de guerra, a música era utilizado em Esparta também como acompanhamento em sacrifícios , e os Festivais, que incluíam competições musicais, eram importantes acontecimentos da cidade, alcançando alto nível artístico. Em Esparta, portanto, a música reforçava ideais e valores do Estado, como fidelidade e formação militar.



Conforme a crença dos gregos, o homem vivia em um universo equilibrado, onde a razão era vista como insuficiente na busca da felicidade, sendo importante, também, o equilíbrio entre a mente e o corpo. Alguns autores, como Mark e Gary(1992) ressaltam que, em Atenas, durante a chamada Idade de Ouro(aproximadamente 500 a.C.), as artes eram consideradas importantes, assim como a educação.



Para Pitágoras, cujas descobertas influenciaram todo o desenvolvimento da música ocidental, o estudo desta disciplina era muito importante. Segundo ele, as leis matemáticas que a governam são as mesmas que governam o universo, o que aponta para o estudo da música como fundamental para que se possa compreender a harmonia do universo.



Mary e Gary(1992) enfatizam o fato de que os gregos possuíam uma preocupação com a condição humana, onde tanto oportunidades educacionais e culturais quanto materiais, eram consideradas prioridades. O objetivo da educação, em Atenas, consistia em preparar cidadãos para participar da sociedade e usufruir de seus benefícios, e a música era incluída no currículo, assim como a ginástica, a fim de que a alma e o corpo fossem purificados. O primeiro nível de educação ia dos sete aos quatorze anos, e consistia na aprendizagem de música, onde os estudantes aprendiam lira e poesia como aulos, possuía papel importante na educação musical grega. O canto coral também era bastante utilizado, especialmente em cerimônias religiosas, como acompanhamento de um instrumento, normalmente aulos.



A tradição helenística passou a enfatizar não apenas a performance musical, mas também a competição. Quando se intensificou, alguns coros a utilizar músicos profissionais, ao invés de amadores, o que levou a um declínio da prática musical amadorística, e conseqüentemente, da educação musical grega. Assim, podemos pensar a música, que até então estava vinculada a uma formação ampla dos cidadãos, passou a estar mais restrita a alguns e deixou de ter, portanto, um papel importante como elemento da democracia.



Além das funções citadas, a música, para os gregos, era entendida também como importante instrumento terapêutico. Costa (1989) salienta que o sistema musical deste povo era baseado em modos, aos quais era atribuído o poder de produzir emoções no ouvinte. Assim, para induzir o doente a determinados estados de espírito, utilizavam uma combinação destes modos com ritmos.



Na Grécia, assim como a crença no poder da música, podemos perceber, em alguns, um certo temor quanto a este poder. Para Aristóteles, por exemplo, ela deveria ser usada como forma de distração, ou repouso, sendo apenas nesta perspectiva, entendida como parte da educação, especialmente para jovens, que considerava incapazes de tolerar coisas que não fossem agradáveis.

sábado, 27 de novembro de 2010

A MÚSICA PARA OS HEBREUS DO ANTIGO TESTAMENTO

Ao descreverem a música e seu papel na vida dos hebreus do Antigo Testamento, alguns autores, salientam que, muito provavelmente, esta forma de expressão tenha integrado a vida deste povo, antes que estes se tornassem cativos no Egito, como parte importante de sua cultura. Sabe-se, entretanto, que as habilidades e conhecimentos musicais deste povo foram esquecidas durante várias gerações no ambiente musical egípcio.

A religião hebraica tinha como um dos valores importantes a concepção de que o homem e a mulher são iguais perante Deus. Assim, cantos e danças eram praticados por indivíduo de ambos os sexos, como forma de servir a Deus. Nesta cultura, portanto, a música tinha como função proporcionar  momentos onde todos poderiam manifestar sua religiosidade. Sabe-se, também, que Moisés estimulava opovo a aprender música, tinha conhecimento musical, e é provável que entendesse a relação entre a música egípcia e a religião. É possível, inclusive, que tenha frequentado escolas especiais para a música litúrgica em Memphis.

Ao chegarem em Canaã, os hebreus estabeleceram uma nova cultura, onde a música e a poesia também eram empregadas, supõem-se que a pintura e a escultura estavam ausentes, uma vez que existia a proibição de ter imagens gravadas.

Podemos pensar, portanto, que a cultura hebraica parece ser um exemplo onde, embora a arte reforçasse os ideais do Estado, este, pelo menos na concepção de alguns autores, parece estabelecer a igualdade como valor importante. 

BELÉM: A DOCE ILUSÃO DE SER UMA PEQUENA CIDADE PERDIDA NA AMAZÔNIA

Texto adaptado pela Professora Maria de Fátima Santos de Oliveira EEEFM “Maria Gabriela Ramos de Oliveira”, do Conjunto Maguari, da obra Belém: Riquezas produzindo a Belle-Époque (1870 – 1912 ) da Professora da Universidade Federal Pará Maria de Nazaré Sarges, para ser trabalhado com os alunos das 7ª séries, nas disciplinas História e Estudos Amazônicos.


Pensar o processo de reurbanização que atingiu a cidade de Belém, no final do século XIX e início do século XX, pressupõe entender a contradição da modernidade e a economia que possibilitou a materialização, deste triunfo modernista expresso na Belle-Époque.



A modernidade entendida como expansão da riqueza, ampliando as possibilidades, caracteriza-se pelo avanço da tecnologia (Revolução Industrial), construção de ferrovias, expansão de mercado internacional, pela urbanização e crescimento das cidades ( em área, população e densidade), pela mudança de comportamento público e privado e pelo favorecimento da democracia, transformando as ruas em lugares onde as pessoas circulavam e exibiam seu poder de riqueza.



Assinalando a inserção do Brasil na era da modernidade, defronta-se com os componentes básicos desse processo, como a industrialização, a divisão técnica do trabalho, a urbanização, a formação de uma elite nacional, indicadores do progresso, elemento sintonizador da nossa sociedade com as modernas sociedades “civilizadas”.



No final do século XIX e início do século XX, assistia-se na sociedade brasileira, a transformação do espaço público, do modo de vida, a propagação de uma nova moral e a montagem de uma nova estrutura urbana, cenário de controle das classes pobres e do aburguesamento de uma classe abastada.



Essa vitalidade urbana manifestada através do vestuário, da construção de prédios luxuosos, cafés, luz elétrica, bondes, ferrovias, na criação de uma nova estética,representou, na verdade uma reelaboração da expressão do poder de uma nova classe – a burguesia, além da necessidade imposta pela internacionalização da economia capitalista, na medida em que era preciso criar condições concretas para a ampliação e reprodução do capital.



O processo de modernização da cidade de Belém, só foi possível em razão do enriquecimento que atingiu certos s setores sociais da região a partir da segunda metade do século XIX. Reforçando o processo de inserção da Amazônia no sistema capitalista mundial, toda a atividade econômica da região passou a girar em torno da borracha a partir de 1840. Em decorrência dessa nova ordem econômica, Belém assumiu o papel de principal porto de escoamento da produção gomífera, canalizando parte do excedente que se originou dessa economia para os cofres públicos, os quais direcionavam o investimento para a área do urbano, com calçamento de ruas com paralelepípedos de granito importados da Europa, construção de prédios públicos, casarões de azulejos, monumentos,praças, etc...Desse modo, a destruição da imagem da cidade desordenada, feia, promíscua, imunda, insalubre e insegura, fazia parte de uma nova estratégia social no sentido de mostrar ao mundo civilizado (entenda-se Europa ),que a cidade de Belém era o símbolo do progresso, imagem que transformou na “obsessão coletiva da nova burguesia”.



Da Europa, especialmente da França, é que veio o modelo de urbanismo moderno, reproduzindo em Belém com expressividade durante a administração do intendente Antônio Lemos, através da construção de boulevardes,praças, bosques, calçamentos de rua, asilos, mercados e de uma rigorosa política sanitarista. Portanto, é ao poder público que vai ser atribuída a tarefa de disciplinar e embelezar a cidade e para desempenhá-la, criará mecanismos, que irão interferir na vida cotidiana das camadas populares.





sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A ARTE REFORÇANDO O PODER DOMINANTE

Na cultura egípcia, a arte parece retratar claramente as relações sociais vigentes. O estilo egípcio obedecia a uma série de normas rígidas, cuja adoção era obrigatória a todos os artistas. As estátuas, por exemplo, tinham que ter mãos sobre os joelhos, e os homens tinham que ser pintados com a pele mais escura do que as mulheres. Da mesma forma, cada deus possuía aparência rigorosamente estabelecida. Todo artista tinha, ainda, que aprender a arte da escrita, uma vez que os desenhos vinham acompanhados dos hieróglifos. Outro aspecto importante encontrado na arte egípcia é a frontalidade, pelo que podemos entender a representação da figura humana com toda a caixa toráxica voltada para o observador, de forma que a metade superior do corpo é sempre divisível em duas partes, inversamente simétricas, segundo uma linha vertical.

Segundo alguns autores, esta representação frontal está vinculada a um sistema de correlações que é definido em função do observador. Isto pode ser explicado pelo fato de a arte egípcia ser utilizada como propaganda de poder dos deuses e dos faraós, motivo pelo qual torna-se importante seu observador, uma vez que é para este que ela é produzida.

Esses autores salientam-se que as representações egípcias da figura humana apresentavam partes do corpo vistas sob ângulos diferentes, o que o autor compara à maneira de desenhar da criança. Assim, já que a cabeça era vista mais facilmente de perfil, era representada lateralmente, enquanto os olhos, diferentemente, eram desenhados como se fossem vistos de lado, eu seja, plantados de frente em uma vista lateral da face.

A rigidez e a importância dada ao observador, alvo de uma certa catequização através da arte, parecem caracterizar, claramente, uma sociedade em que a arte assumia uma função de manter relações dominantes, sendo a liberdade do artista completamente limitada. Nesta cultura, portanto, podemos ver a arte como forma de reforçar valores dominantes, como a importância do faraó, a hierarquia, a superioridade do homem sobre a mulher e por aí vai.
      

PAULO FREIRE

Eis,  uma de suas frases , que considero que diz tudo do grande pensador Paulo Freire:

"É possível fazer alianças com os diferentes não com os contrários".

XENOFOBIA

Considerando a Xenofobia como um aspecto que leva parte da população a ter aversão a tudo àquilo que trata a outras raças ou culturas, temos que levar em conta todo um processo de formação de uma sociedade.

Sabendo que o xenófobo caracteriza-se pelo radicalismo exacerbado do medo descontrolado em relação a pessoas ou grupos diferentes ou pelo nacionalismo excessivo.

Sentimento dessa natureza continua não só no Brasil, como em todo o mundo. Um exemplo, claro, é no continente europeu, onde o processo migratório é muito intenso há bastante tempo. Isto faz com que aprofunde a justificativa de determinadas ações e atos provocados pelos grupos que defendem as doutrinas xenófobas, principalmente no período de crise, onde parte às vezes até de partidos políticos e grupos de extrema direita.

Na Grécia antiga o ódio ao estrangeiro era institucionalizado, fazendo com eles não tivessem direitos políticos nenhum, apenas servia a classe dominante e pagava altas taxas através dos impostos, o que outras classes não pagavam.

Temos que combater essa espécie de racismo contra os imigrantes, minorias étnica e estrangeiros, podendo lutar pelas políticas públicas consistentes à discriminação.





quinta-feira, 25 de novembro de 2010

COMO SITUAR A ARTE MUSICAL EM UMA SOCIEDADE

As mais diversas culturas e sociedades ao longo da história da humanidade encontraram sempre manifestações artísticas. Entretanto, embora expressando sempre, de alguma forma, as características da sociedade na qual estão inseridas e as formas de relação que se estabelecem entre seus membros,as funções destas manifestações sofrem variações conforme a cultura e o momento histórico que observamos.

Se tomarmos uma música como exemplo, encontramos sociedades em que sua utilização estava vinculada basicamente a rituais religiosos, outras em que era entendida como elemento terapêutico e ainda outras em que possuía importantes funções relacionadas à educação e à formação dos indivíduos, bem como a construção da cidadania. Da mesma forma, as manifestações podem ser vinculadas as diversas concepções de sociedade e a serviço de diversos objetivos, como a divulgação de valores religiosos, propagação e manutenção do poder do Estado, crítica às estruturas sociais, entre outros.

É preciso salientar que a noção de arte que temos hoje é bastante recente. Inicialmente as formas de expressão que hoje entendemos por arte possuíam funções mais ligadas à utilidade prática do que a busca do belo. Assim, não havia a necessidade de ser original e podemos mesmo pensar que uma imitação poderia ser valorizada da mesma forma que a obra que lhe dera origem. Desta forma, quando falamos de história da arte, o que temos é uma relação construída a partir de parâmetros escolhidos pelo homem, como exemplo, a beleza. E esta reconstrução da arte oficial em cada momento histórico aparece muitas vezes a serviço da relação dominante.

Ao mesmo tempo, assim como o artista pode utilizar sua obra para representar a sociedade na qual está inserido, questionando ou reforçando valores sociais vigentes, pode também fazer uso desta obra para elaborar os próprios sentimentos e se comunicar com seu mundo.

A fim de exemplificar esta dupla função da arte, ou seja, permitir ao artista expressar sentimentos, elaborar conflitos e, ao mesmo tempo, fazer de sua obra uma representação dos elementos da sua cultura, atribuindo-lhe funções diversas em sua sociedade (religiosas, educativas, terapêuticas, etc), tomaremos como exemplo a pintura nas sociedades primitivas.

As mais antigas obras de arte de que se tem notícias foram elaboradas no Paleolítico Superior ( cerca de 35000). Estas obras se constituem de imagens, esculpidas em cavernas de difícil acesso e, portanto, protegidas de possíveis observadores, e parecem ter tido um propósito mais importante do que a decoração. Supõe-se que sua finalidade tenha sido a utilização em rituais mágicos destinados talvez a assegurar o êxito na raça. O fato de estarem ocultas, as figuras representando o debate de animais e a maneira aparentemente desordenada como estas estão dispostas reforçam estas conclusões. Aparentemente, para o homem deste período, não havia uma distinção clara entre as imagens esculpidas e a realidade. E embora tenham sido criadas por homens que denominamos “primitivos”, a segurança e o requinte que as constituem nos faz concluir que estas imagens estão longe do que se poderia considerar primitivismo.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

I SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO QUILOMBOLA

Nos dias 09, 10 e 11 deste mês foi realizado em Brasília sob a coordenação da CONAQ e o Ministério de Educação /MEC, o I SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO QUILOMBOLA: " , tendo como tema: "Territórios e Territorialidade da Educação Quilombola".

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira, Lei 10639/2003.

Este encontro teve como objetivo analisar, avaliar e construir um panorama sobre a EDUCAÇÃO QUILOMBOLA, nas diversas esferas Federal, Estadual e Municipal, baseada na lei 10639/2003.

Para cosntruir uma educação quilombola que queremos construída com base na realidade e particularidade de cada quilombo deste país. Há necessidade de uma EDUCAÇÃO coerente com cada realidade. Melhorar na qualidade do ensino Infantil, Fundamental, Médio, Tecnico e Superior. Capacitar professores e gestores para melhor trabalhar com a educação quilombola.

Nas poucas escolas que ainda existem nos quilombos, tendo em vista que mais da maioria das escolas foram fechadas pelos governos estaduais e/ou municipais, a realidade que vivemos nos mais de cinco mil quilombos deste país são escolas sem nenhuma estrutura de está funcionando, sem merenda, banheiro, cadeira, mesa, material didático, transporte público não existe, professores muitos não são das comunidades, não conhecem a história e tras para os quilombos as metodologias usadas nas escolas urbanas.

“O Quilombo é liberdade, fica quem vier por amor à liberdade”.

Quilombo – Kilombo vem de Mbundu, origem africana, provavelmente significado de

uma sociedade iniciativa de jovens africanos guerreiras Mbundu – dos Imbangala.

O objetivo deste texto é oferecer a profissionais da Educação formal e não-formal

subsídios a respeito da contribuição dos Quilombos articulados a outros diferentes núcleos

de resistência ao colonialismo, à escravidão, à dominação ocidental-européia e, ao mesmo

tempo, apontar para o significado dessa memória de nossos antepassados e sua continuidade

afro-brasileira, na sociedade contemporânea. Essas organizações, são hoje, denominadas

Comunidades Remanescentes de Quilombos.

Desde o princípio da colonização no século XVI, os africanos escravizados se engajaram

num combate firme contra a condição de escravizados em núcleos de resistência diversos.

Os quilombos, entre os quais destaca-se a República de Palmares, a Revolta dos Alfaiates,

Balaiada, Revolta dos Malês, entre tantos outros núcleos que continuam no pós-abolição

em oposição às conseqüências da escravidão, continuam numa luta por uma liberdade que

sempre lhes foi negada (NASCIMENTO, 1980) .

Os Quilombos representam uma das maiores expressões de luta organizada no Brasil,

em resistência ao sistema colonial-escravista, atuando sobre questões estruturais, em diferentes

momentos histórico-culturais do país, sob a inspiração, liderança e orientação políticoideológica

de africanos escravizados e de seus descendentes de africanos nascidos no Brasil.

O processo de colonização e escravidão no Brasil durou mais de 300 anos. O Brasil foi o

último país do mundo a abolir a escravidão, através de uma lei que atirou os ex-escravizados

numa sociedade na qual estes não tinham condições mínimas de sobrevivência.

Esses núcleos de resistência têm continuidade e interagem com os quilombos através

de suas quilombolas tradições, valores, costumes, mitologias, rituais, formas organizativas,

organização familiar, experiência de socialização, o que alguns autores denominam de

comunalismo africano.

Os quilombos viviam nas florestas, nas matas, nas montanhas e, ao mesmo tempo, em

contato com a sociedade envolvente que as rodeava, as vigiava, controlava e perseguia.

É a partir desses indicadores que o conceito de Quilombo transcende, ganha proporções

de uma orientação para a EDUCAÇÃO, para formação de pessoas, para fortalecer a

crença na riqueza das diferenças étnicas e culturais que constituem a sociedade brasileira

entre indígenas originários da terra, africanos e colonizadores europeus.

Nesses contatos construíam-se novos processos dentro da própria guerra, com as

suas contradições inerentes aos conflitos de grupos, de interesses, de ideologias, nascidos

no interior da própria estrutura...

(Maria de Lourdes Siqueira).

PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO

I Seminário Nacional de Educação Quilombola

"Pajem do sinhô-moço, escravo do sinhô-moço,

Tudo do sinhô-moço, nada do sinhô-moço. Um

Dia o coronelzinho, que já sabia ler, ficou

Curioso para ver se negro aprendia os sinais, as

Letras de branco e começou a ensinar o pai de

Ponciá. O menino respondeu logo ao

Ensinamento do distraído mestre. Em pouco

Tempo reconhecia todas as letras. Quando

Sinhô-moço se certificou que o negro aprendia,

Parou a brincadeira. Negro aprendia sim! Mas o

Que o negro ia fazer com o saber de branco? O

Pai de Ponciá Vicêncio, em matéria de livros e

Letras, nunca foi além daquele saber."

Conceição Evaristo, Ponciá Vicêncio

09 de novembro de 2010

15h – 17h – Reunião com os coordenadores e relatores dos grupos de trabalho

18h30min - Abertura do Seminário com a presença de autoridades

Premiação dos trabalhos dos professores/as, coordenadores/as pedagógicos/as, orientadores/as educacionais classificados no Concurso de Experiências exitosas em Educação Quilombola( O grande destaque do Estado do Pará, foram os professores das comunidades quilombolas do municipío de Santarém: Patrícia da Silva Tates, trabalho voltado para  Etnomatemática, Beatriz Oliveira de Jesus e Josivan de Jesus Laurindo, com trabalho voltado para educação infantil). Todos estão de parabéns por executar práticas pedagógicas estimulantes em suas atividades profissionais. 

19h30min - Apresentação do Coral: Família Alcântara

20h - Conferência de abertura: Territórios e territorialidade da Educação Quilombola

10 de Novembro de 2010
8h - Mesa 1: Panorama institucional sobre Educação Quilombola no Brasil

10h30min - Intervalo

11h00min - Mesa 2: A Educação Quilombola no Brasil: Ações das Redes Estaduais e Municipais

12h30min - Almoço

14h – 15h - Mesa 3: Políticas Públicas de Educação Quilombola: Um olhar do Movimento Social Organizado

15h – Intervalo
15h30min – 18h30min -Grupos de trabalho

Grupo Tambor: Transferência Obrigatória e Políticas para Educação Quilombola - Construção, alimentação e transporte escolar.

Grupo Sapé do Norte: Diretrizes Curriculares para Educação Quilombola

Grupo Kalunga: Formação continuada de professores e professoras

Grupo Saracura: Gestão democrática e educação quilombola

Grupo Alcântara: Marco Legal – (Institucionalidades / associações)

Grupo Família Santos: Material didático e praticas pedagógica

Grupo União de Palmares: Universidades e programas de educação superior (Formação inicial, extensão e pesquisa)

19h –20h - Jantar

20h - atividades culturais (apresentação dos Estados e Municípios)

11 de novembro de 2010
08h30min – 10h30min - Sistematização dos trabalhos em grupo

08h30min – 10h30min - Apresentação dos trabalhos dos professores/as, coordenadores/as pedagógicos/as, orientadores/as educacionais classificados no Concurso de Experiências Exitosas em Educação Quilombola

10h30min – 11h00min - Intervalo
11h - Plenária final e aprovação do plano

12h – 14h - Almoço

14h – 18h - Continuação da Plenária final e aprovação das diretrizes

19h- 20h - Jantar
20h - Atividade cultural de encerramento

MANIFESTO PELA DEMOCRATIZAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES


Com disposição para a luta pela continuidade aperfeiçoamento das mudanças iniciadas pelo governo Lula, nós, jornalistas, radialistas, comunidades rurais e urbanas, movimentos sociais, sindicais e acadêmicos de luta pela democratização das comunicações no Brasil estamos com Dilma no segundo turno. Oriundos e atuantes na grande mídia ou não, em Blogs, nos veículos societários e estatais, redes sociais e em diversos meios, todos estamos comprometidos com a consolidação da democracia no Brasil, em suas várias dimensões.
Consideramos que Dilma representa no momento a única opção para avançarmos na construção de políticas públicas democráticas, normativas, inclusivas e participativas, nesta frente de luta, garantindo aplicação das resoluções consensuadas na primeira Conferência Nacional de Comunicação e possibilitando uma Segunda Conferência Nacional, heterogênea, aberta, mais ampla, inclusive com os setores que se recusaram a participar da primeira.
Diferentemente de outros campos da luta social - como saúde e educação -, onde é possível quantificar metas e indicadores sensíveis como mortalidade e analfabetismo, a luta da comunicação vai muito além de sua dimensão instrumental, articulando-se intimamente aos processos emancipatórios, libertários – ontem, hoje e sempre. Esta luta se insere na luta política dos povos deste continente pelo direito coletivo e difuso à comunicação na perspectiva da autodeterminação dos povos, de uma sociedade igualitária, possível e necessária e de novas práticas de democracia, onde os governos e as representações da sociedade, sobretudo as populares, pautam questões, discutem livremente e partilham de dissensos e consensos acerca das decisões locais, regionais e nacionais. Essas espelham novas experiências para novos rumos do desenvolvimento da sociedade, em lugares diversos do território brasileiro, na perspectiva de avançar à democratização do espectro radioelétrico e fortalecer a comunicação popular.
As práticas dos meios de comunicação de massa hegemônicos são demonstrações de que esses veículos do sistema privado, a exemplo da Veja, Folha, Estadão, Rede Globo e de outras redes espalhadas no Brasil e no continente, não respeitam a natureza pública da comunicação, os valores culturais e direitos sociais das classes subalternizadas. E, na esteira dos programas de entretenimento e nos espaços noticiosos fraudados, produzem e reproduzem a mídia do capital e a materialização do discurso das práticas de governos que sustentam a dominação do capital, o ideário neoliberal, o fundamentalismo religioso, as formas diversas de homofobia, a concentração da propriedade privada nos meios de produção, inclusive no campo da informação e comunicação.
O sistema privado de comunicação no país, com jornais, rádio, TVs e, hoje, a Internet, amparado constitucionalmente para exercer a liberdade de expressão, extrapola, em suas funções de modo irresponsável, certos de que podem mentir, distorcer, manipular, difundir preconceitos, partidarizar as informações, omitir fatos relevantes, porém, se suas vítimas reagem, são acusadas de querer controlar a imprensa. Em nome da liberdade de imprensa, as empresas querem suprimir a liberdade de expressão. A imprensa pode criticar, mas não aceita ser criticada. Entretanto, quem demite, persegue e censura jornalistas e radialistas são os mesmos que agora se dizem defensores da "liberdade de imprensa".
Os sistemas estatal e público comunitário, com características e funções sociais distintas, se desenvolveram nos últimos anos no país. Mas, tudo é novo e instável para as emissoras destes dois sistemas. As estatais, raras por longos anos desde Getúlio Vargas, absorvem as educativas em desvio de função e novas são criadas, entre os três poderes, durante o governo de Luis Inácio Lula da Silva. As públicas comunitárias, antes raras livres dos anos 80, regulamentadas por uma legislação frágil, confusa, reprimidas antes e mesmo depois de outorgadas para as comunidades, são, em grande número, ofertadas como moeda de troca para políticos e grupos religiosos. A ética na política de outorga e o marco regulatório, sobretudo nestes dois sistemas, inseridos numa Lei Geral das Comunicações – ou Estatuto da Comunicação Social – é o desafio para um Presidente de República que tenha compromisso com a sociedade brasileira
A internet de banda larga deste novo século, cada vez mais veloz, espaço das convergências de novos formatos de conteúdos e de recepção simultânea dos tradicionais veículos de difusão de mensagens massivas: rádio, jornal, cinema, televisão, revista, além do telefone, do livro, museu, biblioteca, correio, música, escola, entre outros, se configura neste momento como lugar privilegiado da mídia alternativa, representada por influentes blogs e uma rede de web rádios, apesar dos inúmeros sites e portais institucionais, de diferentes ideologias, e da tentativa de controle do acesso à informação a partir dos provedores, sob legislações a exemplo do AI-5 Digital.
É fundamental a garantia da liberdade de expressão, do direito à informação e à comunicação no ciberespaço, contudo, se materializa no acesso barato ou gratuito, não - privado, á rede de computadores nas comunidades, com provedores e espaços públicos. A internet já está emparelhada com a tv aberta em matéria de entretenimento. Isto resulta na transferência de publicidade da tv para a internet, que amplia a cada ano. Dilma representará: internet gratuita ou mais barata, mais veloz, com a democratização do acesso.
A comunicação constitui um desafio gigantesco, abrindo sempre novos horizontes na luta democrática pela construção permanente de uma outra sociabilidade e convivência humana, sem guerras, com justiça social, igualdade e solidariedade, para além do Capital alienante.
Esta eleição define o futuro do país e deveria ser pautada pelo debate dos grandes temas nacionais, pela busca de soluções para os graves problemas sociais. Os grupos que detém a concessão dos meios midiáticos pautam a mentira e o jogo sujo da política oligárquica de outrora na tentativa de confundir as mentes dos eleitores. Mas, estamos plenos de consciência e cheios de esperança que não haverá retrocesso, que Dilma vai ganhar no segundo turno para avançar na democratização da sociedade, do Estado e da comunicação nas esferas do Estado, do mercado e da sociedade, sem a adoção do AI-5 Digital e a criminalização das comunidades e dos movimentos sociais ao criarem seus próprios meios de difusão.
As Comunidades e os movimentos sociais têm sido reprimidos toda vez que tomam a iniciativa do uso livre e comunitário das ondas de rádio, de sons e imagens, ou de recursos digitais para TV, telefonia e internet banda larga na perspectiva da universalização do acesso às novas tecnologias da informação e comunicação. Com Dilma, abrem-se as possibilidades para avançar na definição de um novo marco das comunicações no Brasil, a partir das características, função social e complementaridade dos três sistemas (estatal, público e privado) de comunicação, previstos na Constituição brasileira de 1988.
Assinam: AJOSP – Associação dos Jornalistas do Serviço Público e várias outras instituições e pessoas.

CORRUPÇÃO

Historicamente na humanidade, notamos em alguns estudos realizados por especialistas, a presença forte de práticas ilícitas que ocorreram não só no Brasil, como no mundo.



A corrupção como prática do cotidiano dos seres humanos assumiu várias formas e continua funcionando em pleno século XXI. Por exemplo, no Brasil com o processo da colonização muitos portugueses trouxeram a arte de se dá bem e do roubo.



Sabemos que o contrabando, o tráfico de influência, fraude e suborno foram métodos e ações que foram verificadas e imbricadas na economia, na política ou sempre em benefício próprio. Durante o período colonial e imperial é forte a prática realizada pelo próprio funcionalismo público, que era responsável por zelar pelos bons costumes de Portugal e do Império.



Os vícios da política no Brasil aprofundam com a República Velha, através da troca de favores, com a política dos coronéis, com o “voto do cabresto”. A nova prática de corrupção com a fraude eleitoral, já que o voto não era secreto, ficando os eleitores ligados direta ou indiretamente a figura do Coronel, até hoje, tanto nos grandes centros como nos pequenos municípios, onde é mais visível, notamos a presença dessa prática.



Durante o regime militar, novos espaços e práticas proliferaram com os grandes escândalos financeiros, facilitando com que sua imagem começasse a se deteriorar.



No momento atual, apesar da presença forte do Estado em alguns casos, como a intervenção da Polícia Federal e da Justiça brasileira, muitos escândalos foram abafados e a sociedade espera que com a “ficha suja”,  processos que estão engavetados, e a situação patrimonial de muitos cidadãos sejam revistos não só pelo Congresso Nacional, Assembléia Legislativa e Câmaras municipais, mas pela justiça.


*Obs: Acabo de receber os jornais de hoje, e uma das manchetes : PF desmonta máfia dos remédios em 7 cidades.









domingo, 21 de novembro de 2010

AMAZÔNIA E SUAS OBRAS

Com as construções  das grandes obras na Amazônia é fundamental fazermos algumas reflexões. Neste texto adaptado da obra O Livro de Ouro da Amazônia de João Meireles Filho, pela professora Maria de Fátima Santos de Oliveira, para trabalhar com a 8ª Série da EEEFM "Maria Gabriela Ramos de Oliveira", no Conjunto Maguari.

Em se tratando das Usinas Hidrelétricas, a crescente demanda por energia vem principalmente da expansão do setor industrial com base mineral, especialmente o alumínio. Temos informações que há planos de construir 14 usinas na bacia do Araguaia - Tocantins. As grandes empresas de alumínio, entre as maiores consumidoras de energia do país  ALUMAR e ALBRAS, pretendem investir nas construções.

Considerando o gasoduto Urucu - Porto Velho, é intenção da Petrobras de construir dois gasodutos para transportar gás e óleo das reservas de Urucu, no Amazonas. Assim como sucedeu na abertura de grandes eixos de acesso, a maior ameaça é franquear para penetração de madeireiras inescrupulosas, garimpeiros e tudo o que isto tem representado de conflitos sociais, ameaças a povos indígenas e comunidades tradicionais, desmatamentos, queimadas,caça e etc. Entre os grupos indígenas ameaçados há grupos indígenas considerados vulneráveis, como os Apurinã, Palmari, Deni e Juma. Grupos ambientalistas comparam o potencial impacto do gasoduto ao de uma Transamazônica. A questão é: vale a pena levar uma fonte de energia mais barata a Manaus e Porto Velho em troca de grandes custos ambientais e sociais ?

Quanto as hidrovias, a Amazônia possui cerca de 25 mil Km de rios navegáveis. Além do próprio Amazonas, há 11 afluentes com mais de 1.700 Km sem um único obstáculo à navegação de médio calado. O destaque é para o Tocantins, o Madeira e o Tapajós. Há duas propostas de hidrovias na Amazônia. A primeira seria a hidrovia Madeira, de Porto Velho (RO) e Itacoatiara(AM), aumentando a navegação para o rio Guaporé, na divisa do Brasil com a Bolivia. A outra seria o Araguaia - Tocantins, cobrindo o sul do Pará e o norte de Tocantins, interligada à ferrovia de Carajás, que exportaria via Porto de Itaqui (MA). Ambas serviriam para baratear a soja do planalto central para o gado chique da Europa e Ásia. Há também a terceira proposta, no rio Tapajós.

Novos eixos rodoviários e asfaltamento de antigas rodovias, que seria uma estrada por mais precária que seja, é a maior ameaça que existe à floresta Amazônica. Abre caminho para a grilagem, a invasão de terra por posseiros, o roubo de madeira, o garimpo, resultando em desmatamentos, queimadas e todo tipo de depredação. Os estudos avançam e apontam que o asfaltamento de estradas aumentam o desmatamento, principalmente onde há reservas de madeira nobre.

Quanto as grandes minerações, a mineração de grandes empresas, a mineração industrial, é a maior geradora legal de renda e impostos da Amazônia no momento. São verdadeiras ilhas de prosperidade, cercadas de miséria e caos social e ambiental. Estas minerações surgiram durante a ditadura militar, receberam grandes incentivos fiscais e apoio em infra-estrutura ( estradas, portos, energia elétrica, aeroportos, ferrovia), sem o que jamais seriam instaladas. Estas foram criadas sem levar em conta as populações tradicionais e o impacto que trariam ao meio ambiente. O Programa Grande Carajás, tem influencia em uma zona com 100 mil Km quadrados, equivalente ao Estado de Santa Catarina. Nos grandes projetos só há espaço para as megaempresas. No caso do ouro, por exemplo, nove empresas controlam na Amazônia a quase totalidade da produção.