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terça-feira, 31 de agosto de 2010

RIO MAÚBA : HISTÓRIA E MEMÓRIA


Trabalho desenvolvido pelos Professores João Sérgio de Sociologia; Cosmo Cabral de Geografia e José Ribamar de História, durante o período em que lecionaram no Rio Maúba, em Abaetetuba, juntamente com os alunos, pelo Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), no ano de 2008.

ESSE RIO É MEU E TEU

O rio Maúba é composto por margem, igarapés e beira da costa, que fica frente com o mar.

O nome Maúba originou-se pelo fato de haver muita saúva e principalmente pelo fato de que tinha muito pau-maúba.

As margens do rio moravam apenas 20 famílias, pessoas que hoje já morreram e seus filhos e netos alguns continuam no rio Maúba e outros foram para Abaetetuba, Belém, Barcarena e outros lugares. “Dona Gegé, nos conta que seu sogro Pedro Rodrigues Ferreira (Pedrozinho), era dono de forma e tinha uma casa muito grande onde festejava o santo São Pedro no dia 29 de Junho.

- “Era uma festa muito linda acompanhada de ladainha e instrumentos musicais”.

Dona Gegé conta que existia também outra casa de festa, onde mora a professora Deusa, que seu caboco Ferreira era o dono, não tinha apenas festa no sitio Miguelão como era chamado tinha engenho, comércio, e uma torma que seu caboco Ferreira era dono.

Dona Gegé nos contou também de quando era jovem que ia a Santa Cruz, perguntamos a ela o que era a Santa Cruz.

- “Santa Cruz era um sitio onde hoje fica a escola Graziela onde hoje tem um posto de saúde e casas que formam pequenas vilas, antigamente pertencia a família Alves Vais, onde os atuais dono do barco Rodrigues Alves que faz linha para Breves, Belém, Cametá, Mocajuba e outras cidades”.

O sitio Santa Cruz era composto por engenho, olaria, comercio e estaleiro onde havia pessoas capacitadas a ensinar como se fazer barcos. A família Alves empregava em seu complexo cerca de 300 pessoas. Além das atividades e dos trabalhos, havia também a área de lazer onde tinha torneios e se houvesse vitoria do time da Santa Cruz, tinha festa na casa Vales.

Hino do Time da Santa Cruz

Chuta o bec avança linha

Santa Cruz joga na combina

Chuta o bec a linha avança

A Santa Cruz não dar confiança.

Esse hino era cantado pelos componentes do time em caso de vitória. Sendo que tinha uma tradição onde somente os homens poderiam ir ao campo, e as mulheres ficavam na casa Vales cuidando das comidas e bebidas para o baile. Esse baile acontecia quando o time do Santa Cruz vencia juntando várias pessoas, elas dançavam bolero, vauxe, valsa, carimbo, quadrilha, xote e mambo. Havia o cordão do boi bricha fama, que se apresentava no baile com seguinte canção.

“ O couro de meu boi eu já mandei busca e pegue com cuidado para não amarrota o couro de meu boi veio do Rio de Janeiro isto é só pra quem pode pra quem tem muito dinheiro. Todo mundo já dizia que o bricha fama não saia, bricha fama está dançando com prazer e alegria, dança, dança bricha fama teu patrão quem te mandou pra quebrar uma bolacha na boca de quem falou”.

O complexo Santa Cruz existiu até a década de XX, quando o proprietário Vasconcelos foi embora deixando para seus familiares darem continuidade, mais isso infelizmente não aconteceu, pois foi nesse período que se expandiu a concorrência, eles obtiveram dividam trabalhistas, levando com isso a falência do complexo.

Caputeua, antes chamado de Caputuba onde habitavam apenas 7 casa. Suas rendas financeiras eram baseadas na agricultura e pesca ganhavam em média R$ 2,00 reais, no dinheiro de hoje.

Martinha Pantoja Ferreira tem 91 anos filha de Rosa de Almeida Pantoja e Candido de Almeida Pantoja. Esposa de José Calazans Ferreira (Cala). Dona Martinha como é chamada começou a ser parteira aos 16 anos e até hoje ainda continua sua profissão, E ainda nos deu uma dica.

- “Quando uma criança na hora do parto vem de pé, e coloca apenas um pé pra fora ela arranha o pezinho da criança para que a criança sinta cócegas e coloque o outro pé”. Suas receitas para que as mulheres sintam dor é as seguintes:

• Mamona o café amargo (2 ou 3 pingos)

• Chá de canela

• Gota salvador

Dona Enedina mais conhecida como (Giloca), não teve nem um filho e nem marido, mas criou filhos de outras pessoas. Dona Giloca contou também que trabalhava na plantação de acará e açaí. Os pais de dona Enedina (Giloca) contavam seringueiras ela ajudava vender para obter os seus alimentos, eles comiam raiz de pau, acará, misturavam açaí com acará amassavam no aguidal e depois comiam.

O pai de dona Giloca festejava em 2 de Fevereiro o santo São Braz em uma casa chamada mandú (sede) que rezavam novenas.

As danças que eram tocadas eram: Bolero, valsa, quadrilha, carimbo Marzuca, Chote, vauxe e Mambo.

Fabrica: Engenho

Para Zacarias Gomes Cardoso que foi entrevistado  fala sobre o tempo dos engenhos:

“Não tenho uma data fixa para relatar isso mais sei que em nossa região existiu muitos engenhos”.

A origem da matéria prima.

As pessoas que possuíam grandes terras pediam ao senhor de engenho que lhes aviasse com as mercadorias de seu próprio comercio e este era pago com o fornecimento da cana – de - açúcar tiradas de seus roçados.

O trabalho nos roçados se processava da seguinte maneira: de inicio o dono das terras devastava grande extensão de vegetação de seu terreno utilizando somente o machado pois na época não existia os motor serras. Após faziam uma grande queimada nessa área e somente depois de uma semana é que podia plantar a cana – de – açúcar. O proprietário do roçado aproveitava a lenha deixada pela derrubada das arvores vendendo-a para os donos de olarias, essa indústria encontrava-se em pequeno desenvolvimento.

A colheita da matéria – prima.

Após o plantio da cana – de – açúcar decorria um ano para a colheita. O dono do roçado arcava sozinho com as despesas do corte, tendo que pagar outras pessoas que só não realizava essa atividade.

O produto era transportado para o engenho em batelões (nome dado as grandes canoas que serviam de transporte, usava-se faias para movê-los) estes tinham limites por frasqueiras. De um batelão de 10 frasqueiras o dono do roçado ficava com cinco, enquanto que a outra metade era de direito do proprietário do engenho, fora os aviamentos, isso funcionava como uma espécie de juros.

Sendo que quem saia em maior vantagem era o engenho, os donos de roçados deixavam de plantar a cana – de – açúcar, resultando na falência dos engenhos. As olarias vieram substituir então essa atividade econômica.

Relatos da pesquisa feita ao único engenho existente do município de Abaetetuba no estado Pará – Engenho Pacheco.

No Furo Grande já existiu muitos engenhos, mas atualmente uma única fabrica dessas existe no rio. João Marcelino Pacheco diz não ter informação da construção da fabrica, mas calcula que está existe há mais de cem anos. “A caldeira existente no Engenho Pacheco gerava luz para a cidade de Abaetetuba pois pertencia à indústria termoelétrica da região” afirmou Benedito Quaresma Nunes.

Como se processa o trabalho no engenho?

Dentro do engenho o primeiro processo do trabalho encontra-se na caldeira a qual aquecida a uma certa temperatura gera vapor que põe outras maquinas em funcionamento.

Entrando em funcionamento a moenda é encarregada de retirar o caldo da cana–de–açúcar o qual é repassado para o segundo setor, o paiór, uma bomba transporta do paiór o caldo para as domas que são tanques grandes que armazenam a garapa para a fermentação durante cinco dias. Terminando o processo de fermentação a garapa é transportada por meio de canos para um segundo paiór saindo daí para o alambique que fica na parte superior do barracão lá passa pelo ultimo processo, a destilação ou alambicação que perdura 6 horas ficando pronto para o uso próprio.

É usado um arcômetro para verificar a temperatura da cachaça que varia entre 20ºC a 21ºC, o proprietário da fábrica encontra dificuldade em comprar esse objeto, pois está raro no mercado comercial.

O Engenho Pacheco estando em pleno funcionamento, durante um dia produz 800 litros de cachaça.

A origem da matéria prima

A cana–de–açúcar é produzida em área de várzea, o proprietário compra o produto em seu porto o qual é vendido por frasqueiras. Uma frasqueira compreende a 10 feixes de cana–de–açúcar correspondente a 50 kg que entrando em funcionamento produz 23 litros de cachaça.

A cana–de–açúcar de melhor qualidade para a produção da cachaça é a caiena, mas o tipo usado no Engenho Pacheco é a pio-jota que possui um certo teor de água devidos as condições climáticas da região, diminuindo a taxa de açúcaína.

A reposição das peças do engenho

Quando alguma peça do engenho precisa ser ratificada, seu Jurandir Pacheco a leva até a cidade de Igarapé-Miri onde esta é consertada por um mecânico que trabalha especificamente nessa área.

Quais os fatores que contribuíram para o desaparecimento dos engenhos da localidade Furo Grande.

O desaparecimento dos engenhos se deu devido ao declínio dos lucros obtidos pelos proprietários dessas fabricas, contudo a justiça colaborou para esse fim usando de suas fiscalizações e fechando várias indústrias. Contando também com a concorrência, com indústrias mais adequadas, ou seja, usando de maior tecnologia.

Revitalização do patrimônio histórico

Jurandi Pacheco idealiza por uma revitalização ao seu engenho, pretendo transforma a indústria em um centro turístico pelo fato de receber muitas visitas de pesquisadores, mas encontra dificuldades para isso, pois precisa de recursos financeiros, sem contar com o apoio do estado ou município, seu Pacheco tende se contentar somente com as promessas do poder público em restaurar a fábrica.

Pessoa entrevistada: Jurandi Corrêa Pacheco, proprietário do Engenho Pacheco e substituto de João Marcelino Pacheco.

Indústria: Olaria

No Rio Maúba existem 8 olarias, o numero dessas pequenas indústrias diminuiu a partir da diminuição dos lucros obtidos pelos proprietários das mesmas, também devido à escassez do principal material para a produção, o barro.

O trabalho nas olarias requer muita disponibilidade por ser uma atividade que exige muito esforço do trabalhador.

É necessário os seguintes matérias para a produção:

O barro é retirado na praia da boca do Maúba, ou comprado de pessoas que possuem em suas terras esse material, geralmente vendem o barro de seus igarapés o qual é vendido por R$ 15,00 reais a barcada. Mas o barro de melhor qualidade encontra-se no rio Anapú, comprando esse material o oleiro tem mais despesas, pois, além de pagar R$ 25,00 reais a cada trabalhador, que são necessárias cinco pessoas, o dono da olaria tem que comprar o óleo necessário para o trajeto de nosso rio até o Anapú; a lenha é comprada por bancos o que corresponde a 7 palmos de altura e 7 de largura, um banco de lenha custa R$ 25,00 reais; o oleiro compra o óleo para funcionar o motor que é ligado a maromba por meio de uma grande correia fazendo esta funcionar os caracóis que ao receberem o barro transporta-o para a boca da maromba onde está o pistão, o elemento que dá a forma do tijolo, saindo diretamente para o carretilho onde é cortado e transportado para as prateleiras ficando lá para a secagem que varia entre cinco a dez dias dependendo da temperatura predominante nas diferentes épocas.

A quantidade necessária dos materiais citados para uma queima depende do tamanho do forno. Um forno que comporta 15 milheiros de tijolos necessita de quatro barcadas de barro, trinta litros de óleo e oito bancos de lenha para uma queimada. Estando a produção pronta para a queimada que custa R$ 40,00 é contratado o queimador João Gomes da Conceição (Bibicita) que aos 53 anos pratica essa atividade com eficiência.

Esse processo pelo qual a produção passa para ficar bem solida e resistente perdura 22 horas (queima de tijolos).

O produto é vendido nos portos das olarias aos viajantes das seguintes cidades: Baião, Mocajuba, Mojú e outros. No caso da pessoa entrevistada a produção é negociada com os comerciantes locais e de Abaetetuba.

Os riscos oferecidos pela indústria

O trabalho nas olarias é arriscado fora ou dentro da casa. No barreiro se faz grandes valas que chegam a obter 5 m. de profundidade, o perigo se presencia quando as valas atingem um certo limite onde há muita água, essa água os torna frágeis e podem levá-las a quebrarem em qualquer instante.

Dentro da casa o maior risco está na grande maquina a maromba, no momento em que se joga o barro no seu interior deve-se ter o Maximo cuidado para não ter parte do corpo amputada pelos caracóis, por isso é essencial um equipamento na boca da maromba desse modo evitando essa espécie de acidente.

Marca ecológica deixada pelas olarias

A grande cavidade deixada nos barreiros é preenchida por terras de ribanceiras, as beiras começam a quebrar e junto com elas vão muitas vegetações. A terra se desestrutura e quebra ilimitávelmente rumando para as águas onde colaboram para o assoreamento do rio.

Extrativismo vegetal: O Açaí

O manejo do açaí é um processo útil para a produção em ritmo mais adequado dos açaizais. Processa-se da seguinte forma: é importante que os açaizeiros fiquem dispersos uma das outras sendo um metro de distancia entre eles. Quanto às reboladas (o conjunto de açaizeiros) é licito que fiquem no Maximo 4 arvores de açaí. Isso é favorável ao desenvolvimento mais acelerado dos açaizais, contando com a manutenção dos mesmos, não deixando que fiquem abafadas pelos coropós que devem ser retirados das árvores. Também há a retirada daqueles açaizeiros maiores as quais não produzem mais. Desses açaizeiros são retirados os palmitos e vendidos para a fábrica.

Os açaizais que passam por esse processo, levam 4 anos para produzirem e mas 6 meses para ficar aponto de colhê-lo, possuindo maior vantagem em relação aos outros açaizais, pois seu período de produção começa mais cedo e tem uma maior duração.

O açaí começa a pretar no mês de julho, mas é no mês de agosto seu período de esplendor, durando até dezembro, não com a mesma quantidade dos meses anteriores, pois a produção entra em decadência.

São nesses períodos que os compradores passam espalhando as rasas aos donos dos açaizais, estes contratam os apanhadores, pagando a eles R$ 1,50 em cada rasa que apanham. Uma lata (rasa) concentra 14 kg de açaí.

No inicio da venda o açaí é vendido por baixo preço devido à super produção nesse período, o comprador paga R$ 6,00 na lata (rasa). Quando o açaí cai de produção o preço se eleva chegando a uma média de R$ 20,00 a rasa. Essas rasas feitas geralmente por mulheres que utilizam talas de urumã ou de jacitara para tecê-las, amarrando seus beiços com tiras de garrafas plásticas. Algumas pessoas utilizam esse método para ganharem dinheiro, pois essas rasas são vendidas aos compradores de açaí.

O açaí de nosso rio é mais vendido aos compradores do rio Paruru e Ajuaí, pois os daqui não praticam essa atividade atualmente.

Devido à potencialidade comercial desse produto empresas, julgam que o transmissor da doença de chagas se aloja nos cachos do açaí transmitindo uma realidade totalmente errada e prejudicando a venda desse produto. Algumas pessoas já não consomem mais o açaí por causa desse falso boato.

Indústria de palmito

A extração da matéria-prima da árvore de açaí, se dá principalmente daquelas que não estão produzindo mais, onde se retira o palmito de acordo com a lei do IBAMA que proíbe a retirada dos palmitos das arvores que produzem.

Tira-se a copa da árvore após retira-se a casca até chegar na massa do palmito que vai ser confirmada da seguinte maneira: corta-se em pedaços que possuem mais ou menos 12 cm, é colocado no molho e envidra-se com outro molho.

O molho é composto de água, sal e ácido, cujo esse ácido serve para evitar o amarelamento do produto. Depois de passar por esse processo é levado ao tacho quando a água deste que deve estar à altura do frasco entra em ebulição, ficando lá durante 30 minutos.

Após esse processo, o frasco é lavado com água para retirar o ácido de sua tampa evitando que esta enferruje.

O produto é embalado e encaminhado para a vila Maiuatá, onde existe a fábrica que o deixa rotulado. De lá é enviado para São Paulo onde será comercializado nas principais redes comerciais.

As indústrias locais vendem o produto por R$ 20,00 a caixa, que é composta de 15 vidros que varia no mínimo 4 e no Máximo 10 toras em cada frasco.

Atualmente vem-se encontrando dificuldades para comprar a matéria-prima. Pois grande parte dos ribeirinhos vem desenvolvendo o projeto de manejo de açaí dificultando a venda de palmitos.

No inicio produzia-se 50 caixas, atualmente não se produz a metade, acredita-se que a tendência é diminuir ainda mais.

Pessoa entrevistada: Manuel Macedo Gloria – desenvolve a atividade há quase dois anos.

Trabalho de pesquisa sobre os tipos de pesca realizadas no Rio Maúba

Os tipos de pesca realizados na localidade são: a pesca de matapi, a pesca de caniço, a pesca de malhadeira, a pesca de espinhel e a pesca de arrastão.

Pesca de matapi

Essa pesca é feita da seguinte forma: o pescador isca os mapatis e coloca-os no casco e vai para a espia, onde os matapis são amarrados, na manhã seguinte ele volta para despescá-los.

O melhor período para realizar esse tipo de pesca é de Junho a Julho.

Os tipos de isca são o farelo com babaçu que misturam para fazer a puqueca (que é feita da folha de urumã).

Os equipamentos utilizados para essa atividade são: os matapis (que são feitos de tala de jupati, cipó e fibra), o casco e o remo.

Nesse tipo de pesca, o pescador pega somente o camarão, que é para o seu alimento e também para comercializar.

O pescador não armazena o camarão. Porque é vendido para o marreteiro. Ele trabalha individualmente.

O tipo de maré mais própria para realizar essa atividade é a maré de quarto (quebra d’água).

A pessoa entrevistada não tem nenhuma entidade, ou sindicato que represente seus interesses.

Pesca de Caniço

A pesca de caniço é feita da seguinte maneira: o pescador lança a linha com o anzol iscado no rio, espera o peixe bater, (ou seja, comer a isca) para poder fisgar e puxar o peixe. A principal isca utilizada é o camarão.

Os tipos de peixes que o pescador puxa são: mandií, pescada, tucunaré, jacundá, mandubé, caratinga e outros. Quando puxa muitos peixes ele armazena-os no isopor.

A maré mais própria para realizar essa atividade é a maré de quarto (quebra d’água).

Os equipamentos utilizados são: 1 vara de metro e meio, linha de 20 metros de números 35 e 40 e anzol de números 09 e 10.

O pescador trabalha individualmente, num casco com a capacidade de 2 ou 3 pessoas, porque essa pesca é realizada no rio. O pescado é para o seu alimento. Ele tem uma entidade que é a colônia dos pescadores, em caso de doença ou de acidente que não possa trabalhar por um longo tempo este recebe o auxilio doença (benefício).

Pesca de malhadeira.

As técnicas utilizadas para a realização desse tipo de pesca são: primeiramente o pescador lança a rede na água a qual possui 5 braças de cordas (bóias) e 120 braças de comprimento. A duração de tempo que a rede fica na água é 1 hora.

Os peixes que se pega são: mapará, pescada, sarda e outros. O tamanho dos peixes que se pega depende da malha da rede. No caso da pessoa entrevistada a malha é de 40 com linha (nylon) 40, a bóia é de isopor a qual impede que a rede afunde totalmente.

O pescador leva o pescado para sua casa, o qual serve de seu alimento, ou vende-o quando pega muitos quilos.

As melhores marés para realizar esse tipo de pesca são: maré de quarto e quebra d’água, essas são propiciais para a pesca pois a água corre menos.

O pescador tem uma entidade representativa que é a colônia dos pescadores, em caso de acidente ou doença ele recebe o auxilio doença.

Pesca de Espinhel

A pesca do espinhel é realizada da seguinte forma: o pescador leva para a baia uma rede pequena malha 15 para pegar a isca, depois que pega a isca corta-a em pequenos pedaços e isca no anzol e lança no mar, num lugar apropriado, deixa-o no mar 4,6,12 e até 24 horas de tempo e puxa-o com a água, 1 pescador fica na proa (frente) do casco puxando a linha e outro no meio arrumando.

O período da pesca é de março a novembro, os quatro meses é da piracema (que fecha a pesca, para a procriação dos peixes) o melhor período para realizar essa pesca é de Junho à Novembro.

O tipo de iscas são: mapará, maiuira, sarantanha que são o tipos de pesca próprias, mais existem outras como: pescada, miaca, etc.

Os equipamentos usados nessa pesca são: a linha números 72 e 108 e 144 e os anzóis números 3, 4, 5 e 6.

Os tipos de peixes que pegam é o dourado, filhote, piraíba e pega também peixe variado como: Bacu, arraia, pescada, piaba, etc.

A pesca é para sua alimentação e para comercialização.

O tipo de barco é casco com a capacidade de uma tonelada e meia, motorizado.

As marés próprias são: maré de quarto, maré de lua cheia, e maré de tepacuema (lançante).

O mecanismo que usam para armazenar o peixe é o isopor.

Trabalham individualmente, ou seja, o que produzem é para si mesmo. Ele tem uma entidade que é a colônia dos pescadores, em caso de acidente ou de doença grave que não possa trabalhar durante um longo tempo recebem o auxilio doença, para assustentar a sua família.

A pessoa entrevistada não tem nenhuma espécie de financiamento em termo de casco e de seus aparelhos para realizar essa pesca é do capital deles mesmos que tira para comprar os seus utensílios de pesca;

Pesca de arrastão

Sai a turma na baia ou no rio em 2 casco grande que leva a rede 1 ou 2 pequeno onde vai o talero que vai talear com a tala ou com a sonda (é um fio com uma chumbada na ponta) à procura do peixe, quando o talero acha o peixe ele manda os trabalhadores jogar a rede (que chamamos de borqueio) assim que a rede é jogada, os trabalhadores que batem a água realizam suas atividades fazendo barulhos na água, deixando-a em movimento (batem a água com as mãos) para que os peixes rumem para a rede, em seguida os mergulhadores entram em ação juntando as redes no fundo passando uma por cima da outra para que o peixe não escape.

Período da pesca é de março a novembro (os quatro meses fecha-se a pesca para a procriação dos peixes).

O melhor período para pegarem peixe é de junho a agosto.

O tipo de peixe que pegam é o mapará e a pescada.

O material desse tipo de pesca é a rede e a tala ou a sonda.

A pesca é para sua alimentação e para comercializar. O pescado é comercializado na cidade se Abaetetuba.

Algumas das pessoas que realizam essa atividade tenham entidade representativa, a Colônia dos Pescadores pelo meio da qual recebem o seguro, que é um beneficia que os associados recebem no período em que fecha a pesca.

Em termos de assistência médica, o associado que sofre algum acidente nessa área de trabalho ou passar por alguma enfermidade grave (estando impossibilitado à trabalhar por longo tempo) recebe o auxilio doença.

A maré própria para esse tipo de pesca é a maré de quarto.

O mecanismo utilizado para o armazenamento do peixe é o isopor.

O trabalho se processa em parceria.

O realizado dessa atividade não tem nenhum tipo de financiamento para comprar os equipamentos necessários para essa pesca, é do capital deles mesmo que retiram para comprar os utensílios de pesca.

Comércio e Transporte

Comércio: Os tipos de Comércio desenvolvido na região são: as mercearias que vendem de tudo um pouco, a venda de açaí, camarão, venda de peixe, etc...

- Entrevistamos o senhor Marcelino do Espírito Santo Gonçalves Corrêa, que é um dos mais antigos donos de mercearias do Rio Maúba. Ele vem desenvolvendo essa profissão uns 46 anos, desde que seu pai que era o Sr. Miguel Pinheiro Corrêa faleceu e ele como filho herdou de seu pai a mercearia que até hoje está sendo desenvolvida na região. Que vende medicamentos, estivas em geral, bebida, também vende produtos regionais como cacau, açaí, já forneceu camarão, mas atualmente deixou de vender devido não obter mais lucros. Ele ainda usa o sistema de aviamento, e vem obtendo lucros e com estes vem ampliando seu efetivo comércio.

Também entrevistamos o senhor Fermino Silva que também é um dos mais antigos donos de mercearia, que vem desenvolvendo sua profissão há uns 20 anos, que é de sua propriedade. Vende em sua mercearia estivas em geral, medicamentos, bebidas, não vende produtos regionais como açaí, peixe, cacau, etc...

Está obtendo lucros muito pouco, que não dá pra sortir o seu efetivo comércio, então é incluída um pouco da renda da família, como por exemplo da aposentadoria. Não usa o sistema de aviamento para todas as pessoas, só para os aposentados, que compram e no final do mês quando recebem E pagam.
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Transportes: Os tipos de transportes fluviais que os ribeirinhos utilizam e possuem são os barcos, as canoas, os cacos e as rabetas. Eles servem para que o homem ribeirinho consiga navegar nos rios, servem para pescar e muitas outras coisas.

Existem duas freteiras atuando no Rio Maúba. Uma que é do Sr. Domingos de Assis Pantoja de Souza, que transporta os seus passageiros em um barco, não tem limite de passageiros, já transportou para Abaeté 40 passageiro por viagem. A época que mais procuram sua freteira é nas férias e mensalmente quando os aposentados vão receber. Costuma levar produtos da região para vender na cidade como açaí, peixe e camarão, muitos passageiros aproveitam essa oportunidade para venderem os produtos citados anteriormente.

Os dias que viaja para Abaetetuba são: domingo p/ segunda, terça p/ quarta e quinta p/ sexta. O preço da passagem ida e vinda é de 8,00 Reais.

E a outra é um barco que é alugado para o Sr. Antonio Ramos Pantoja, que transporta passageiros para Abaetetuba. Seu barco não é grande então ele costuma levar 20 passageiros no máximo, a época de mais procura de sua freteira é no final do mês quando as pessoas vão receber bolsa escola. Não costuma levar produtos regionais, só ás vezes quando os passageiros aproveitam a oportunidade e levam alguns produtos para vender lá em Abaeté. O preço da passagem é R$ 8,00 e os dias que viaja para Abaeté são 3: Segunda, Quarta e Sexta.

Educação

Todos querem o melhor para nós. Sonhamos com um futuro com mais oportunidades de sermos felizes e de se realizar na vida profissional e pessoal. Para que esses nossos sonhos tornam-se realidade, nós precisamos nos desenvolver cada vez e melhor. Com a ajuda da família e professores, etc. Para podermos cada vez mais despertar o interesse e a curiosidade no incentivo de nosso aprendizado. Somos jovens do Brasil inteiro buscando construir uma sociedade justa sustentável e feliz. Assumimos responsabilidades e ações cheias de sonhos e necessidades. Este é um meio de expressar nossas vontades e nosso carinho pela vida e sua diversidade.

Com esse compromisso que temos com o nosso país. Queremos lamentar os péssimos tratos que os governantes nos fazem passar quando o assunto é “educação”. Com intuito de falar sobre esse assunto a equipe de professores do Geem organiza os alunos em equipes para pesquisar como está a educação do nosso rio.

Como aqui tem o município de Igarapé-Miri e Abaetetuba, começamos o município de Igarapé-Miri.

É lamentável mais o município não possui escola, as crianças do pré-escolar a 4ª série estudam na casa dos próprios professores. A atual prefeita Nilza Pantoja estava com grande intuito até então na construção da escola que seria no Igarapé Acaputeua, mas até o presente momento não se manifestou sobre a obra. Sobre esse assunto e outros a nossa equipe conversou com os perspectivos professores.

As Dificuldades...

São muitas pra começar não temos um prédio, isso dificulta totalmente nosso trabalho em seguida não temos espaço suficiente, porque as turmas são lecionadas nas nossas casas mesmo e o espaço é ocupado pelas poucas cadeiras que temos, sendo assim não temos como realizar as atividades como: educação física, exposição de trabalhos e armazenamento de materiais.

As Críticas...

Começam a surgir da parte dos próprios pais, pois acham o lugar sem estruturas e condições de funcionamento, culpam nós professores dizendo que nós que somos os responsáveis pela inexistência de uma escola.

Os meios de organização...

É, somos criticados, mas na hora de se organizar para reivindicar uma escola os pais pulam fora não querem procurar meios de se organizar como equipe e ir atrás, acham que esse serviço é pra nós, porque as únicas pessoas que vão ganhar somos nós, enquanto eles se enganam, isso seria para seus próprios filhos e para a comunidade em geral, nós professores não temos como ir sozinhos lutar por aquilo que só não vamos conseguir, além disso, somos contratados e isso implicar muito, porque muitas das vezes querem tirar nosso emprego.

As Desistências…

Todas essas contradições implicam muito no aprendizado dos alunos, por isso que alguns abandonam, não levam muito a sério, acham que pelo fato de não ter uma escola não têm compromissos de assumir uma tarefa de cumprir ordens, etc.

As Persistências...

Nós sempre damos todo nosso apoio e incentivamos, mesmo assim quando algum aluno desistir ficamos muito triste, porque nosso compromisso é de ajudar eles a crescerem de uma forma justa, digna e sustentável, mostramos que não é uma grande escola que faz um grande aluno, mas um grande aluno que faz uma grande escola.

As Contribuições...

Infelizmente são bem poucos, vamos começar pela merenda que é uma dos melhores meios de incentivos de nosso alunos e só vem poucas vezes ao ano, em seguida não temos água tratada porque não temos vasilhames para armazenar, as pontes para o banheiro são precárias, faltam cadeiras para maioria das crianças, livros, materiais em geral, armários e transportes, então são uma serie de benefícios que com certeza contribuem de uma forma ou de outra no aprendizado dos alunos que ajudam para a evolução e progresso.

As Orientações...

Como todos os professores nós sempre estamos orientando os alunos nos assuntos mais abordados nesses últimos tempos, temos um exemplo de um “aquecimento global” é um bem preocupante, inclusive estamos fazendo trabalhos na universidade com o objetivo de ajudar no incentivo e preservação do meio em que vivemos, os alunos estão bem informados de que não podem fazer derrubadas, queimadas, jogar animais mortos e lixo em geral no rio, porque poderá agravar uma série de problemas.

Acidentes...

Os alunos são vitimas de tudo isso, eles não merecem estudar em um lugar como este, mas como não têm outra opção são obrigados, na subida quando eles chegam já estão passando perigo, inclusive já aconteceu de uma aluna cair na ida para o banheiro, mas não foi nada grave, teve ferimentos leves.

Metas Alcançadas...

Ficamos muito felizes quando nossas metas são alcançadas, percebemos que nosso compromisso está se realizando aos poucos e é isso que interessa para nós, fazer muitos sonhos acontecer e muito mais voltar a viver. Também dando-lhes incentivos e contribuindo de alguma forma, queremos que cada dia que passar possam acender uma estrela com novo brilho dentro de cada coração, que não desistam e sonhe enquanto há esperança, que eles vão em busca daquilo que querem, mesmo que esteja tão longe, mas com ajuda de todos conseguimos alcançar.

Seus Principais objetivos...

Nós temos um compromisso com nossos alunos, um objetivo que eles possam ter bom aprendizado, que eles evoluam no dia-a-dia, para que mais tarde possam contribuir com a sociedade de uma forma justa e feliz. Mas isso só será também possível se a família estiver junto nessa caminhada. Porque depois de nós eles são os segundos incentivadores, então é isso que nós esperamos que com essa parceria possam alcançar seus objetivos.

Agora vamos falar um pouco sobre a Educação do município de Abaetetuba.

No governo do prefeito Francisco Moisés Carvalho foi construída a escola Nossa Senhora do Perpétuo Socorro que tem 6 salas e outras áreas, umas que vão atender a necessidade que precisaria para incluir o projeto Geem, que seria no máximo 10 salas, sendo que algumas turmas foram transferidas para o barracão ao lado. Conversamos com o responsável da escola do Geem sobre esse assunto e com os professores sobre os maiores problemas, que ainda enfrentam.

Vocês que a escola está em boas condições e a maneira de funcionamento é assim que deve ser?

A escola não está em boas condições e nem a maneira de funcionamento, porque estamos no momento sem motor que foi roubado, onde logo estamos sem água, porque a caixa só é cheia com funcionamento da bomba, também sem o funcionamento do banheiro que precisa de água e as crianças têm que se deslocarem para um que fica no mato.

Em seguida estamos sem merenda, um dos maiores problemas. Nós como professores sofremos junto com as crianças, quando chega nove horas. É um dos piores momentos é a reclamação que eles fazem, é triste a situação.

Temos também nossas portas quase todas sem fechadura, onde é invadida por animais que destroem o que fazemos. E a falta de água tratada para bebermos porque não temos vasilhame suficiente para termos uma água saudável para nossas crianças

Para finalizar a falta incorrigível do responsável da escola que tem vários trabalhos ao mesmo tempo e esquece a escola.

Para melhor está faltando empenho e interesse do responsável pela escola.

E os alunos apesar de todas essas dificuldades estão indo bem nos seus estudos ou se precisa de uma parceira vigorosa com os pais?

Nós acreditamos que a aprendizagem só acontece plenamente quando todos estão comprometidos com a educação das crianças. Os pais têm um papel importantíssimo, pois através deles os alunos são motivados e educados como são educados pelos professores.

A aprendizagem precisa do apoio e ajuda dos pais, dos professores e dos órgãos responsáveis pelo desenvolvimento da educação. Sem eles os alunos não conseguem acompanhar o ritmo de ensino.

A maior parte dos alunos da turma se desenvolve bem, mas os pais os ajudam e participam do processo de ensino-aprendizagem e são parceiros da escola. Os que não têm esse mesmo avanço são porque não contam com o apoio dos pais.

Vocês acham que merenda, incentivos, com o responsável da escola ajuda o aluno a se desenvolver?

Sim, o aluno tem mais capacidade de participar das atividades escolares e mais interesses, ânimo para praticar suas atividades físicas e espirituais sem uma merenda adequada, seu corpo ficará indisposto, sem interesse, sem capacidade para qualquer atividade. Seu organismo estará impossibilitado de repassar energia para o corpo por completo para que esteja em atividades principalmente na escola. O responsável deve ter uma participação ativa na organização de documentos, nas regras disciplinar, na manutenção dos objetos que ampliam o ambiente escolar. Também ajudar os funcionários na questão disciplinar e organizativas para um bom desenvolvimento.

E seus objetivos, quais são?

Eu espero que eles tenham uma ótima aprendizagem, para alcançarem um bom conhecimento no seu futuro e sejam o fruto da nossa escola, para que eles tenham um amanhã com mais oportunidades de serem alguém na vida.
E para o responsável da escola, fizemos uma pergunta simples mas que é de interesses de todos, se tinha chances de serem construídas mais salas para que as turmas que ficam no barracão passem para a escola? A resposta foi a seguinte:
Não, pois não temos mais terreno para a construção de novas salas a não ser que um engenheiro diga que pode ser possível com 02 ou 03 andar.

A educação pode estar um fracasso no nosso rio, mas não são esses pontos negativo que vão nos fazer desistir dos nossos objetivos, ao contrario, vamos acreditar, nos aperfeiçoar e fazer dos pontos negativos um aliado para a vitória.

Saúde

A saúde é um bem-estar físico, mental e social. Mostrar, por exemplo. Que a alimentação é uma necessidade biológica, e que o tipo de alimento e sua forma de preparo depende não só de preferências pessoais, mas também de influencias culturais. É preciso estar atento a manipulação da mídia quanto ao consumo de alimentos e medicamentos. O hábito da automedicação pode colocar em risco a saúde e a vida.

Em relação a tudo isso, a nossa saúde hoje em dia está muito complicada, não temos um lugar adequado para recebermos pessoas em situações de desconforto ou seja graves. Para que isso possa melhorar seria necessário um posto médico qualificado, com pessoas adequadas no atendimento de saúde, principalmente pessoas responsáveis para esse cargo que exerce, porém infelizmente não temos todo esse conforto, pelo motivo de vivermos em um lugar distante de cidades e com governantes que não se preocupam com a saúde dos ribeirinhos.

A saúde onde moramos está numa situação drástica não se encontra todos os materiais necessários para um bom trabalho. Com isso entrevistamos dois funcionários públicos ao local de saúde, que se chamam Cilene que mora no Rio Panacauera e Zacarias, no rio Maúba, que transmitiram para nós informações importantíssimas. Eles trabalham na enfermagem fazendo curativos, suturas (pontos), aplicando injeções, etc. Os materiais utilizados para curativos são: gases, esparadrapos, polvinho, luva álcool-iodato. Os materiais de primeiros socorros são: Anestésico, seringa, agulha e etc. Mas infelizmente nem sempre eles possuem todos esses materiais que necessitam.

Em casos de emergências eles encaminham para a cidade mais próxima. Entretanto o Rio Panacauera é sempre freqüentado por clinico geral, no dia de quarta-feira na semana. É uma base de 30 pessoas que freqüentam o posto por dia. Já no Rio Maúba é um pouco diferente o agente de saúde não vai freqüentemente ás casas temos um posto médico somente com um enfermeiro; não tem médicos diariamente e sem uma vez por ano, que se deslocam em um barco de saúde de Abate até aqui.

Os entrevistados se expressam dizendo que a saúde é ainda desprezada e acham que não há recursos médico suficientes para cuidar dos povos em geral, mesmo assim se sentem felizes em poder ajudas pessoas que precisam de seus trabalhos, porém, ajudar muitas comunidades, porque antes era muito difícil e não havia nem mesmo os primeiros socorros.

Para ajudar essas pessoas eles fazem tudo o que está ao seu alcance o possível e o impossível.

Projetos: Voltados para a região por parte do governo Estadual e Federal.
Existem vários projetos na nossa localidade, através, do governo federal, entre eles podemos citar:

• PRONAF “B” e “C” (Programa Nacional de Agricultura Familiar).

• PAE (Projeto Agro Extrativista).

• PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária).

• FOMENTO MERCANTIL
Cada um desses projetos é muito importante para o desenvolvimento econômico, cultural e social dos trabalhadores rurais da nossa comunidade.

Mas infelizmente nem todos têm esse acesso, devidamente não terem uma entidade representativa como: Associações, sindicatos e colônia cooperativa, que se responsabilizam com os mesmos. As famílias que já foram beneficiadas foram somente as quais conseguiram se organizar com as entidades. Por isso que até hoje são poucas.

• PRONAF “B” e “C” (Programa Nacional da Agricultura Familiar).

No PRONAF existe uma linha de crédito. Os mais comuns na nossa ilha são o PRONAF “B” e “C”. Servem para gerar emprego e renda para as famílias beneficiadas. Infelizmente nem todas têm acesso devidamente não terem terra suficiente como demanda o projeto e principalmente ao não terem uma entidade representativa como: Associações, sindicatos, colônia cooperativa, ou seja, que se responsabilizem pelos mesmos. As famílias que já foram beneficiadas foram somente as quais se organizam nas entidades. Por isso que até hoje são poucas.

O valor do PRONAF “B” é de 1.000 reais e do PRONAF “C” é de 6.000 reais. Os mesmos estão atuando na fase final dos projetos. A devolução dos projetos se dá a partir da própria produção, os produtores vendam o açaí.

A forma de pagamento do PRONAF “B” é de um ano e não tem período de carência devidamente ser costeio (compra de material urgente para desenvolver determinado trabalho, Ex: terçado, ferro de cova etc., para a limpeza do açaizal, rasa para colocar o açaí). Mas se a pessoa pagar antes de um ano tem um reajuste de 25%.

O PRONAF “C” é de três anos com um ano de carência.

• MANEJO DO AÇAÍZAL: é selecionar a árvore mais alta, mais fina e derrubar as quais estiverem mais bonitas e viçosas permanecem.

O período que começa dar uma arvore de açaí, quando é muda a assistência técnica é de três anos. Vale ressaltar que as acessuras têm que ter um espaço de quatro metros de distancia uma da outra.

Os projetos que o governo que o governo federal tem na questão agrária são baseados na agricultura familiar. O dinheiro financiado é percapita, a renda da família. Portanto com a venda de sua cultura. Ex: do açaí o produtor vende para qualquer um comprador e apura o dinheiro para quitação de sua divida com o banco. Vale ressaltar que esse dinheiro não da para pagar nenhum trabalhador. Devidamente ser baseado na agricultura familiar.

• PAE (Projeto Agro Extrativista)

No PAE tem crédito de habitação que é a construção de casa para os assentados. Quase 99% das famílias já foram beneficiadas. No primeiro momento, com fomento que é para beneficiar as famílias assentadas na compra de materiais para o seu consumo. Ex: Cestas Básicas e material doméstico. No segundo momento é a construção de casa para os assentados, 99% dos assentados já estão com suas RB’s( Relação dos Beneficiados) prontas.

O valor de cada casa a ser construída é de 7.000 reais. O fomento é de 2.400 reais.

O pagamento das casas. Cada família beneficiada vai pagar 50% do valor. O fomento é fundo perdido, ou seja, não tem mais devolução.

O PAE estão na fase inicial, o começo com fomento. Depois vem o Crédito de Habitação.

• PRONERA (Programa Nacional da Educação na Reforma Agrária).

O PRONERA vem beneficiar os assentados das ilhas. Com a educação voltada para a área rural, ou seja, educação no campo. É para todos que não tiveram acesso a educação.

No primeiro momento vai ser trabalho, só quem tem o ensino fundamental completo. Os assentados vão passar por um processo seletivo, concorrendo vaga ao curso profissionalizante na área agrícola. Também neste momento vai ter outro processo seletivo para os assentados que têm o nível médio completo, concorrendo vagas ao nível superior pela UFPA.

Quem conseguir passar o INCRA compra um pacote da UFPA e ainda dar uma bolsa para cada estudante no valor de meio salário mínimo, para os mesmos se manterem na universidade,

O PRONERA está na fase inicial, os assentados já estão com suas relações prontas. Esse projeto é fundo perdido, ou seja, não haverá devolução.

Coramina: Serve para curar dor no coração.

Modo de fazer: Utiliza-se as folhas da coramina e água e coloca-se para ferver aproximadamente 20 minutos, depois é só deixar esfriar e tomar duas vezes ao dia.

Hortelã: Serve para quem sofre de diarréia.

Modo de fazer: Utiliza-se seis folhas de hortelã e um pouco d’água em seguida coloca-se no fogo e deixa aproximadamente 5 minutos em seguida deixe esfriar e logo toma 4 vezes ao dia.

Cravo: Serve para fazer choque para quem sente dor na cabeça.

Modo de fazer: Misgalha-se as folhas do cravo com um pouco de álcool depois é só colocar quatro vezes no dia na cabeça da pessoa.

Arruda: Serve para quem sofre de derrame.

Modo de fazer: Utiliza-se as folhas da arruda e o álcool depois é só misgalhar em uma vasilha depois é só bater na cabeça da pessoa. Serve também para fazer chá e tomar cinco vezes ao dia.

Anador: Serve para curar quem sofre de dor no fígado.

Modo de fazer: Coloca-se a folha de anador em uma vasilha com água e deixa ferver por uns 3 minutos. Toma-se três vezes ao dia.
Apíi: Serve para curar quem tem o peito aberto.

Modo de fazer: Utiliza-se as folhas do Apíi em um pouco d’água e deixa ferver pó uns 4 minutos. Toma-se três vezes ao dia.

Sicurijú-cipó : Serve para quem sofre de dor de barriga.

Modo de fazer: Coloca-se as folhas do Sicurijú-cipó em uma vasilha com água e coloca-se para ferver por uns 3 minutos, depois é só tomar 3 vezes ao dia.

Caatinga: Serve para curar dor no fígado.

Modo de fazer: Coloca-se as folhas da caatinga em uma panela com água depois é só deixar ferver por uns 5 minutos. Toma-se três vezes ao dia.

Chama: Serve para curar diarréia de criança quando estão nascendo os dentes.

Modo de fazer: Utiliza-se as folhas da chama e coloca-se em uma panela com água e deixa ferver por uns 10 minutos. Depois é só dar para a criança duas vezes ao dia.

Marcela: Serve para curar dor no estômago.

Modo de fazer: coloca-se as folhas da marcela em uma panela com um pouco d’água e deixa ferver aproximadamente quinze minutos, depois toma-se três vezes ao dia.

Boldo: Serve para quem sofre de dor no fígado e dor no estômago.

Modo de fazer: Utiliza-se as folhas do boldo em uma panela com uma pouco d’água e deixa ferver por uns quinze minutos, depois é só tomar 5 vezes ao dia.
Quebra-pedra: Essa planta é muito utilizada para quem sofre de pedra no rim.

Modo de fazer: Utilizam-se as folhas em um pouco d’água e deixa ferver por uns dez minutos depois é só deixar esfriar e tomar quantas vezes quiser durante o dia.

Canela: Server para quem sofre de pressão baixa.

Modo de fazer: Utilizam-se as folhas de canela e faz-se o chá deixando ferver por uns quinze minutos.

Babosa: Server para quem sofre de gastrite.

Modo de fazer: Utilizam-se as folhas da babosa

Terramicina: Serve para quem sofre de dor de barriga.

Modo de fazer: Utilizam-se as folhas da terramicina e ferve, depois é só tomar 4 vezes ao dia.

Ortiga: Serve para curar dor de ouvido.

Modo de fazer: Colocam-se as folhas da Ortiga em um pano depois espreme no ouvido.

Pau-de-Moquém: Serve para dar banho em criança para ficar mancinha.

Modo de fazer: colocam-se as folhas em uma bacia com água e coloca no sol por um dia no outro dia é só dar o banho na criança.

Oriza: Serve para dar banho em criança.

Modo de fazer: colocam-se as folhas de Oriza em uma bacia com água e coloca no sol por um dia e no outro dia é só dar o banho na criança.

Religião Católica

A comunidade surgiu na casa do Pedrozinho Ferreira, promovida pelo padre Sebastião. Foram fazer o curso novato gege, Carmita, Zacarias e Dolores.

Não tinha capela e os cultos eram celebrado no deposito da casa do bizinho Ferreira durante 2 anos.

Um velho dono do terreno Raimundo da Cruz que deu um pedação de terra para construir o barracão. O primeiro culto foi celebrado onde está a igreja hoje e era coberta com folhas de sarorocas.

4 anos depois os cultos foram celebrados no barracão, com a ajuda do povo construirão a igreja que tem 30 anos. A primeira festividade aconteceu quando construíram outro barracão de alvenaria, os grupos que tem hoje na comunidade são: Pastoral das mães, grupo de jovens, catequese, equipe de liturgia, etc...

E realizavam-se as festividades na data exata na primeira semana do mês julho com o círio fluvial, novena, missa, brincadeiras com as crianças e hoje continua sendo assim e crescendo cada vez mais com ajuda do povo.

Tema: Clubes, Centros comunitários, Entidades.

Os clubes: Bom na localidade de Maúba são existente 4 clubes que são: Barcelona, Manival Esporte Clube, Real Madrid e Manqueirinha, todos tem diretorias e presidentes, só que cada um tem um modo diferente de se manter, o Barcelona se mantém com o patrocínio do senhor Eraldo Pantoja que ajuda a manter esse clube, o Manival Esp. Clube se mantém através de coletas entre os jogadores do clube, o Real Madrid se mantém com coletas que o presidente reúne nos torneios para manter o clube e Mangueirinha se mantém com a ajuda de dois patrocinadores que é: Raimundo de Almeida e Jorge Pantoja Teixeira que mantém esse clube.

Esses clubes são formados por 11 atletas, no Maximo 16 atletas, só participam dos jogos das ilhas, o Barcelona faz parte do campeonato do Arumanduba Copa Norte os outros 3 só participam dos torneios amistosos na localidade.

Todo tem campo próprio, mas uns reside no lado de Igarapé-Miri e outros do lado de Abaetetuba.

Todo tem seus presidentes que são: do Barcelona é o senhor Raimundo de Oliveira Gomes, do Manival Esp. Clube é o rapaz Francimário Pinheiro Gomes, do Real Madrid é o Natanael Machado da Silva e do Mangueirinha é o senhor George Pantoja Teixeira.

Essa é a conclusão da pesquisa sobre os clubes da localidade do Maúba.

Os Centros Comunitários

Bem no Maúba existem três comunidades sendo duas católicas e 1 evangélica Assembléia de Deus.

A comunidade Nossa Senhora de Fátima

A comunidade Nossa Senhora do Perp. Socorro

E a igreja evangélica Assembléia de Deus Monte das Oliveiras.

As três tem seus dirigentes, nas três eles se reúnem bastante.

A igreja Nossa Senhora de Fátima foi fundada em 13/04/1995, os coordenadores são: Francisco da Silva Gomes e Fernando da Silva Pantoja.

Ela é composta por 2 grupos de mães, 1 grupo de jovem e catequese, 1 grupo de mães funciona com as crianças, tem o grupo dos dizimo esses são os grupos que forma a comunidade.

Têm reuniões todos os sábados para discutir os interesses da comunidade.

As rendas econômicas são os dízimos que os membros da igreja dão, as festas que fazem para reunir renda para a comunidade.

Ela é administrada pelo coordenador, pelo secretario, tesoureiro e os grupos que formam o corpo comunitário.

A igreja evangélica Assembléia de Deus Monte das Oliveiras funciona um pouco diferente ela tem seu dirigente o pastor e os crentes que fazem parte da igreja.

Ela tem seu regimento, tem estatuto, ela tem 183 participantes que fazem parte dos cultos, eles se reúnem três vezes na semana que é: domingo, quarta-feira e aos sábados. Os interesses da igreja são decididos com pastor e o dirigente na reunião do ministério que é feita todos os meses na seda que fica localizada no Rio Ajuai.

O dirigente atual é o senhor Francisco Teixeira Pantoja. E foi fundada 15/12/1989 nela passaram vários dirigentes.

As rendas econômicas são feitas através de cultos feitos que eles tiram as ofertas para manter a igreja.

A comunidade Nossa Senhora do Perpetuo Socorro ela foi fundada em 1972 ela é constituída no CNPJ é inserida na paróquia de Abaetetuba.

Ela tem 151 participantes, ela é constituída com vários grupos: Grupo A, Grupo B e grupo C.

Os interesses da comunidade são discutidos através das assembléias gerais.

Ela tem várias reuniões entre o presidente e os tesoureiros.

A renda é mensal feita na comunidade mesma, ela tem o apoio dos alunos da escola tanto fundamental quanto Ensino médio.

A data de sua festividade é 1º a 9 de julho.

As Entidades:
Existe no Maúba dois entidades que são separadas em lado diferentes: Um lado pertence a Abaetetuba o outro lado pertence a Igarapé-Miri.

O lado de Abaetetuba existe 114 famílias e o lado de Igarapé-Miri 133 famílias existentes.

Colônia dos Pescadores

A Colônia dos Pescadores zona 14.

É constituída no CNPJ, ela deu-se inicio em 1983 até agora é existente no Maúba.

Ela tem reuniões mensais na casa do senhor Marcelino do Espírito Santo Gonçalves Corrêa que é o capataz da colônia aqui na localidade e tem 171 associados. A colônia oferece vários projetos para os associados como o Pronafe que muitos colonizados foram beneficiados e que assumiram com o banco.

Lendas: As duas cobras.

No rio Mojú existia duas cobras encantadas, eram dois irmãos – Noratinho e Mariazinha.

E certo dia Mariazinha se apaixonou por uma cobra brava e ficou grávida, mas seu irmão era contra pois sabia que ela iria se tornar mal e iria começar a malinar com o povo do rio. Seu irmão resolveu eliminá-la e foi avisar o povo, quando ia pela estrada encontrou com um velinho que cortava seringa, e falou para ele que haveria uma briga entre duas cobras, e que ele avisasse para os vizinhos que enchesse água e tomassem banho que em algumas horas a água iria ficar muito tipitunga.

Chegando em sua casa ele foi avisar ao seus vizinhos mas eles não acreditaram em que ele disse achavam que ele estava ficando louco.

Ao entardecer a água começou a ficar suja e o povo começou a acreditar no que o velho tinha dito. Ao amanhecer a cobra mariazinha estava morta em cima da praia. Com o passar dos anos naratinho foi desencantado, mas não vive por muito tempo.

Mitos:

Há muitos anos atrás morava aqui no Rio Maúba uma senhora que se chamava Dona Alzira uma senhora muito pobre pois vivia sozinha, com alguns problemas mentais, porém por isso os homens se aproveitavam desse problema e agrediam a senhora sexualmente, comiam sua comida etc.

Certo dia apareceu gestante e todos pensaram que fosse uma criança. Passou-se os nove meses deu dor, e lá acompanhando ela estava o Sr. Manduca e foi buscar a parteira, logo após a parteira trouxe numa bacia com água 2 cobrinhas e ele disse vamos matá-la e ele disse não, vamos solta-las, com isso batizaram, sendo ela madrinha e ele o padrinho dando nomes de José e Maria, e logo depois ele soltou-as no rio e disse a elas que o dia que precisassem se desencantar poderia chamá-lo que faria o que pedisse para desencantar.

Todos os dias elas vinham conversar com dona Alzira até que os filhos de dona Alzira a levaram para morar em Abaetetuba.

Passou-se tempo e não se sabe-se, elas ficaram com raiva, porque junto a igreja de nossa Senhora do Perpétuo Socorro morava uma família, justamente no local onde elas encantaram quando foram soltas por seu Manduca, afundou a casa com tudo o que tinha dentro, os santos do oratório, o casco, o burutizeiro , deixando da casa só a parte da cozinha onde tinha pessoas dormindo, não boiou nada do fundo, até hoje não sabemos se foi elas que de fato fizeram isso, ou se ainda moram aqui.

Mitos

No dia 24 de agosto dizem nossos avôs que é o dia que o demônio desce a terra, e fica vagando entre o povo. Eles dizem que nesse dia ninguém pode andar sozinho na mata e nem abusar dele, se não ele aparece e malvada com as pessoas. Mas só que nem todas as pessoas acreditam nisso, outras dizem que é lenda e que não acreditam que isso possa existir.

E um certo dia um senhor chamado Silva disse que queria ver se era verdade e que iria entrar na mata pra ver, e se fosse que aparece-se pra ele.

Ele pegou seu casquinho e remou em direção a um igarapé chamado Mane Raimundo, ele remou e remou, passando várias curvas até chegar em um braço do igarapé que se chamava cachimbo, e chegando encostou e subiu e andou em direção ao centro da mata não muito longe, avistou uma arvore muito grande, e bem no pé ele avistou um bicho muito grande em forma de um dragão, e jogava fogo pela boca e fumaça pelo nariz, vendo isso lembrou em que seus pais tinham lhe dito. Com medo voltou andando de costa rezando e pedindo a Deus que o livra-se dessa e que nunca mais iria duvidar em que seus pais e avós lhe falavam.

Causos

Crenças (superstições).

Sandália de boca para baixo. O pai ou a mãe vai morrer.

Se alguém varrer o pé de um (a) jovem ele (a) vai casar com velha (o).

Se mareteiro parar em frente de uma casa é sinal que vai morrer afogado.
Veio-se um miritizeiro e parar em frente de uma casa é porque tem gente que está quase pra morrer.

Os bichos e os ciclos da natureza.

Quando um pássaro chamado Chiincuam, cantar bem forte chiincuam, é sinal que alguma coisa de mal vai acontecer. E quando ele cantar ti, ti, ti... é alguma coisa de bom que tá pra vim.

Quando o pica-pau voar e pousar lá em cima de uma árvore e começar a cantar vem, vem, vem... é porque alguém que você não via a muito tempo vai vim te visitar.

Quando a coruja bati a asa ou chora de madrugada, é alguém que vai adoecer ou morrer.

Quando o urubu chorar à noite é alguém que vai morrer.

Quando o cupim de asa começa a voar em frente a casa, é porque está vindo o inverno.

Quando entrar um vaga-lume ou uma borboleta de asa preta de noite dentro da casa, alguém da família vai ficar doente.

Se urubu defecar em cima da cabeça de alguém, vai ficar panema pro resto da vida.

Mitos

Este Mito aconteceu aqui mesmo, em nosso rio Maúba, nossos pais e avós contam para nós que eram três rapazes, Zeca, Miguel e Dico, e que não acreditavam que existia o fogo do mar. Nossos pais contavam que na grande baia existia fogo do mar, mas eles achavam que isso não era verdade. E um certo dia eles saíram para ir pescar de rede, e chegando numa certa distância não muito longe da praia, eles jogaram a rede e ficaram conversando e de repente avistaram longe uma tochinha de fogo. Mas como eles não acreditavam que existia o fogo do mar, eles foram ver se era verdade, e se ele malinava com as pessoas. Seu Dico pegou um terçado e bateu em frente a canoa em frente ao rumo do fogo e de repente o fogo se aproximou muito rápido deles, e eles com medo e assustados, se aproximaram da praia e subiram, eles viraram a canoa e se colocaram em baixo e o fogo se espalhou como se fosse duas pessoas, e deles saiam ruídos estranhos como se fossem vozes mas que eles não a compreendia, nessa hora atacou o medo e o desespero eles se pegaram com Deus e a virgem, pedindo que afasta-se o fogo de perto deles e com isso o fogo foi se afastando e eles nunca mais duvidaram com o que seus pais e avós lhe contavam.

Mitos

O boto burro do município de Muaná.

Em uma certa noite eu Alexandre e meu amigo Nilço saímos para malhar quando passamos por um certo lugar (ponte) e de repente o cachorro começou a latir, depois que o cachorro latiu nós olhamos e avistamos algo em cima da ponte que pulou assustado com o barulho mas em vez de pular no mar o boto burro caiu na praia que existe neste local, ele nos avistou e começou a nos perseguir, eu e meu amigo ficamos transtornados e começamos a remar pois o boto gritava, berrava, gemia, assobiava. Depois de um certo tempo chegamos em um alugar que não tinha casas por perto, deixamos o casco que estávamos dentro puxando na beira e corremos para o mato onde ficamos até o dia raiar. Voltamos para casa muito assustados com aquilo que vimos e contamos p/ nosso amigo. Pois ainda hoje existem pessoas que vê esse boto que está vagando por lá.

Lendas: O homem do casquinho.

As pessoas dizem que o homem do casquinho verdadeiramente existe e que ele vive nos igarapés, ele é chamado do homem do casquinho porque ele tem um casco bem pequeno que só cabe ele, e também um remo de dois apás.

Ele não é malvado, mais gosta de meter as pessoas no fundo quem vai pra festa ou namorar, meter no fundo as pessoas é uma das brincadeiras prediletas do chamado homem do casquinho.

O assobiador.

O assobiador vive nas matas quando a maré dá grande de noite ele sai no seu casco dando assobios tão forte que quem ouvir não consegue dormir. Se alguém falar alguma coisa contra ele ou remedar, ele vem atrás e persegui até assombrar, e quando as pessoas é assombrado na mesma hora da um dor forte de cabeça e passa a beber sem parar, pra pessoa voltar ao normal é preciso levar num curador dos bons se não pode morrer bebendo.

Lendas do rio Mojú.

As duas cobras.

Lendas:

Nas margens do rio Maúba a esquerda morava uma família, onde os homens trabalhavam na torma e as mulheres faziam paneiros, outros sendo vizinhos, trabalhavam como empregados do dono da torma.

Essa torma era do Sr. Pedro na intimidade Pedrozinho, uns dos trabalhadores chamava-se Fábio que tinha várias filhas com a esposa.

Muitas vezes viam alguma coisa que chamava as suas atenções mas pouco ligavam.

Um dia D. Santinha esposa de Fábio, estava a espera do esposo que pescava longe da li, de vez enquando durante o dia ela olhava o rio pensando em enxergar o marido vindo da pesca. A noite chegou e ele não veio.

Todos cedo deitaram e dormiram, e a mulher de Fábio passou por um cochicho, e logo após começou a ouvir passos na casa que ia dar na sala a cozinha, mas ela de parto não podia sair do quarto e chamou pelo nome do marido, mas ele não respondeu uma das vezes viu alguém entrando no quarto em direção a sua rede.

Sentiu um pouco baixa a beira da rede mas não deitou. E ela ficou adormecida sem poder falar, logo após o sono veio e ela não viu mais nada.

Ao amanhecer suas filhas levantaram para fazer o café, e ao levarem o café, ela perguntou teu pai já chegou e elas responderam não sei, e foram ver se o pai tinha chegado, ou se suas coisas estavam a sala, logo em seguida voltaram e responderam a sua mãe que seu pai não tinha chegado e nem suas coisas estavam a sala.

Quando uma das filhas foi até a cozinha se deparou com uma grande camada de peixe pendurado.

Depois cuidaram no serviço da casa e serviram sua mão e suas irmãs e suas irmãs o que sobrou dos peixes salgaram. No outro dia seu Fábio chegou com a embarcação cheia de peixes do borqueio, e conversando com sua mulher perguntou: como passaram esses dias e ela respondeu: com os peixes que tu deixaste outra noite, e ele espantado disse que noite, pois desde que sai para pescar não voltei, e a mulher contou o que tinha acontecido.

Mas seu Fábio lhe disse Santinha não é a primeira vez em que isso acontece ás vezes ouço passos, e vejo as meninas preparando peixe e não é eu quem traga.

Desconfiados, começaram a desvendar os mistérios, e a tarde começou a boiar boto e passear no rio, alguns dos vizinhos (Léo e João) do meio, ficou a espera.

À noite escondido com uma espingarda e serra lenta, mais tarde se depararam com um homem todo de branco subindo em direção a casa de seu Fábio. Quando o boto quis descer a escada seu Léo apontou e atirou e o homem de branco caiu na água. No dia seguinte na ponta da ilha amanheceu um boto morto com sinais de chumbo pela costa e na cabeça.

Comecei a fazer poesia no tempo do empítima do colo, que eram movimentos de estudantes com a cara pintada e também através de meu irmão que trazia folhetos de Abaetetuba para ler, e a partir das informações abordadas no folheto criava poesias. Fazia também, sempre nos finais de encontro de jovens DNJ, entre outros.

Já tive incentivos de varias pessoas que sempre me diziam para desenvolver melhor e divulgar para as pessoas, mas na verdade, nunca havia me interessado mesmo tendo a oferta de algumas pessoas que queriam patrocinar para mim, como: Rock Dias, de Abaetetuba; Dandas, padre João, da paróquia de Igarapé - Mirí e inclusive um professor do módulo, Álvaro Matos. Mas se tiver oportunidade, gostaria, sim, de ir em frente e quem sabe até fazer um livro com minhas próprias poesias, para poder divulgar para as pessoas.

Já fiz muitas poesias falando sobre a Amazônia; O penta da Seleção Brasileira, em 30 de Junho de 2002; As coisas do meu rio, em 20 de maio de 2003; O centenário de Abaetetuba; em 15 de Agosto de 1995; O mar de lama, em 10 de Agosto de 2001 entre outras.

De todas as poesias que fiz, a que mais gostei foi “As coisas do meu Rio”, pois fala sobre a minha localidade, como vivem e como trabalham as pessoas que aqui moram, enfim, em pequenos versos resumo como é belo o nosso Maúba.

As Coisas do Meu Rio
Autor: Raimundo Benedito.

Data: 20 de maio de 2003.

Local: Rio Maúba

Oh Deus Pai Onipotente

Iluminai-me com bondade

Pra eu fazer este poema

Com amor e muita igualdade

E contar como vive o povo

Da minha localidade



É o povo do rio Maúba

Que é a minha terra natal

O lugar é bom pra sobreviver

Eu acho muito legal

Porque tem muita coisa boa e também sensacional.



Pois vamos saber agora

Como é que vive esse povão

Porque cada um aqui neste rio

Tem a sua profissão

Porem cada qual trabalha pra garantir o seu pão.

Porem uma parte deste povo

Que se ver nesta poesia

Trabalha com telha de tijolo

Em suas pequenas olarias

Para poder garantir

O seu pão de cada dia



E outra parte do povo ainda

Que você vai ver caro leitor

Sobrevive ai da pesca

No trabalho de pescador

Enfrentando chuva e sol

Em seu árduo labor



E tem quem tenha a profissão

De calafate e de carpinteiro

Temos agentes de saúde

Professores e padeiros

E ainda temos viajantes

Pedreiro e marceneiro.


Pois esse ai é o Maúba

Cheio de coisa bonito

Com vários tipos de profissão

Conforme no verso vai escrito

E ainda tem uma parte do povo

Que trabalha com palmito


Mas ainda não parou por aqui

Esta minha narração

No Maúba temos pintor

Mecânico e artesão

Temos também lavrador

Que cuida da plantação.


O Maúba é terra de artista

E com muitas coisas de valor

Temos os nossos músicos

Guitarrista e cantor

Como também tecladista

Poeta e compositor.



Pois eu já falei d cultura

E peço agora permissão

Pra narrar como é que vive

Todo este povão

Porem aqui o povo tem

A sua religião.



E do Maúba temos irmãos

Com muita espiritualidade

Que aderiram a missão

Cheios de amor e dignidade

Pois tem filho do nosso rio

Que hoje também é padre.



O povo assume a sua fé

E também a sua pratica

Pois a devoção de cada um

Ela é pura e máxima

Porque tem duas comunidades

Perpétuo Socorro e senhora

de Fátima


Pois no meio do Maúba

Veja só meu caro irmão

Temos a Assembléia de Deus

Que é casa de oração

Aonde também se congrega

Uma parte deste povão.



Eu já falei da fé do povo

Pra todo leitor prezado

Peço licença pra falar

Nestes versos improvisados

Como é que este povo

Hoje esta organizado.



E hoje estamos se organizando

Conquistado os nossos valores

Temos ai associação

Da colônia dos pescadores

Ainda também temos sócio

Do sindicato do trabalhadores



O povo gosta de festa

E de muita curtição

Joga também futebol

Quando é época de verão

Ainda tem torcedor

Do Paisandú e do Leão.



No nosso rio há muito peixe

Que nos alimentam com certeza

Ainda temos nossas praias

Que também são uma beleza

Pois tudo isso que ainda existe


E enfim este é o Maúba

Que nestes versos eu descrevi

Com mais de dois mil habitantes

Espalhados por ai

Que fica na divisão

De Abaetetuda com Igarapé – Mirí


Queremos agradecer a Deus

Do fundo do coração

Por nos ter dado um lugar

Aonde temos tudo de bom

Que todos sejam felizes

E unidos como irmãos.



Aqui eu vou finalizando

Muito alegre e contente

Pedindo ao Deus da vida

Que esteja sempre com a gente

Esses são os votos que deseja

O poeta Maubense


Bem vindo no Rio Maúba

Esta terra de irmão

Narrei aquilo que pude

Escrevi esta versão

Deus me deu o seu amor

Isto foi com muito ardor

Ternura e fé no senhor

Obrigado meu Deus Bom



É obra da natureza

O centenário de Abaetetuba

Autor: Raimundo Benedito

Pinheiro Cardoso

Data: 15 de Agosto de 1995

Local: Rio Maúba

Grande Deus de Israel

Aumentai a minha fé

Para que eu possa contar

A coisa como ela é

E falar agora um pouco

Sobre a cidade de Abaeté



Pois Abaetetuba é o assunto

Desta minha narração

Por isso caro leitor

Leia com muita atenção

Que é uma das maiores cidades

Desta nossa região.



E por falar sobre Abaetetuba

Vamos ver o que se passou

Em 1724

Quando um homem naufragou

Encostou em uma terra

E uma igreja edificou.



Este homem de quem falo

O nome eu digo sem medo

Eu falo pra este povo

Porém não peço segredo

Que hoje todos dão vivas

Á Francisco M. Azevedo.



Francisco era um navegante

Das terras de Portugal

Porém um dia viajando

Pra sua terra natal

Quase que perde a vida

Por um forte temporal.


Ele ai profetizou

Com todo seu coração

Que onde pegasse a terra

Fazia uma boa ação

Construía uma capela

Para cumprir sua missão.


Francisco então pegou a terra

Fez conforme sua ação

Somente porque ele era

Um homem de bom coração

Construiu uma capela,

Pra virgem de Conceição.



Conseguiram então aportar

No local onde hoje está o cruzeiro

Que agora é a atual avenida

Pedro Rodrigues Monteiro

E foi construídos alguns casebres

Por este homem hospitaleiro



Mais com o passar do tempo

Aumentou a população

Varias famílias foram chegando

Porque o lugar é muito bom

Que foi dando origem a um povoado

De Nossa Senhora de Conceição.



Pois as terras de Abaeté

Que precisamos saber também

Estavam anexadas

Ao território de Belém

E teve então que ser desligada

Pra poder ir mais além.



E esta vila foi crescendo

Tornando-se grande até

Porque nesta terra morava

Um povo cheio de fé

Que mais tarde deu origem

A cidade de Abaeté.



Passaram-se mais de cem anos

De povoado da Conceição

Pois em agosto de 1895,

Por origem da constituição

A vila é nomeada cidade

Pra nossa satisfação.



Abaeté em tupi-guarani

É terra de homem forte e valente

E também quer dizer ainda

Homem ilustre e prudente

É por isso que esta cidade

É o orgulho de muita gente.



Pois a situação geográfica

do município

Veja só como é que está

Limita com os municípios

de Barcarena

Igarapé-Miri, Mojú e Cametá

Limoeiro do Ajurú e Mocajuba

Baião e Oeiras do Pará.



E ainda a sede do município

Que se ver nesta poesia

Ela está localizada

A margem direita do Maratauira

Afluente do rio Tocantins

Conforme diz a geografia.



O município também apresenta

Uma hidrografia vasta demais

Navegável em toda sua extensão

E suas águas são naturais

O principal rio é o Tocantins

Que nasce no estado de Goiás.



No município também existe

Coisas da natureza

Tem cerca de 45 ilhas

Que ainda são uma beleza.

Espalhadas por aí

Nesta nossa redondeza.


Uma delas é a Paçoca

Que merece ser destacada

Diz a lenda que esta ilha

Há muitos anos foi encantada

Mas disso não tenho certeza

Porque por Deus ela foi criada.


Tem ainda a vila de Beja

Onde se passa o veraneio

Com uma praia muito linda

Que falo aqui sem receio

Pois é um dos melhores balneários

Que existe em nosso meio.



Se tratando de natureza

É que falo nesta poesia

Pois quero também homenagear

O Rio Maratauira

Que banha Abaetetuba

A terra de muitas ilhas.


Já falei da natureza

Peço sua permissão

Pra falar agora um pouco

Da nossa alimentação

Que sustenta todo povo

Desta nossa região.


Temos o mapará

Um peixe bom e gostoso

Ainda tem o camarão

Que é muito saboroso

Que dá pra alimentar

Todo este nosso povo.


Na zona rural tem uma fruta

Que se chama açaí

Ainda também temos

O falado mirití

E muitas pessoas gostam

Do pato no tucupi.


Temos ai a cachaça

Que não é alimentação

O nosso povo também gosta

Para curtir de montão

E de vez em quando tomar

Uma pinga com limão.


Já falei da zona rural

Que você viu como é tamanha

Agora quero narrar

Um pouco sobre a zona urbana

Aonde existe coisas boas

E também muito bacana.

Pois peço licença ao leitor

Pra falar á todo povo

E dizer que a nossa cidade

Ela é mesmo um colosso

Que hoje também ela conta

Com quinze bairros populosos.


Tem o bairro de Santa Rosa

São Lourenço, Nazaré e Mutirão

Cristo Redentor, Centro e Angélica

Francilândia e São Sebastião

Algodoal, Bacabeira e Santa Clara

São José, Aviação e São João.


Existe ainda em Abaetetuba

Os meios de comunicação

Temos emissora de rádio

E também de televisão

Os quais levam a noticia

Pra toda população.


Pois em Abaetetuba tem de tudo

Isso eu posso comprovar

Existe fábrica de café

E também de guaraná

Pois os nossos produtos daqui

São um dos melhores que há.

E é por isso que em Abaetetuba

Muitas coisas tem de bom

Temos a linda festa

Da virgem de Conceição

Que reúne muitos fiéis

Com toda a sua devoção.

Pois Abaetetuba é terra boa

Com muitas coisas de valor

Tem artista de novela

E no futebol tem jogador

Ainda temos muitos médicos

Poeta e compositor.


E por isso Abaetetuba

Conforme está no cenário

Em noventa e cinco completou

Seu primeiro centenário,

Eu quero pedir desculpa

Se não falei o necessário.


É isso caros amigos

Que temos em Abaetetuba

Desde já eu venho aqui

Pedindo muitas desculpas

Quem agradece é Benedito

O poeta do Maúba.

Aqui eu vou finalizando

E pedindo ás autoridades

competentes

Que faça alguma coisa de bom

Pra todo esse povo carente

Pra ser de verdade uma terra

De homem forte e valente.


Bem escrevi este verso

Espero que seja bonito

Narrei tudo com satisfação

E meu nome vai escrito

Deus me deu inteligência

Isto foi com paciência

Ternura e competência

O autor foi Benedito.


Amazônia e sua cultura

Senhor Deus de bondade

E Pai de toda criatura

Iluminai-me com paciência

Pra eu narrar com doçura

Falando um pouco sobre a Amazônia

Seu povo e sua cultura


Esses povos somos cada um de nós

Que moramos neste chão

Um solo de muita fertilidade

Pra toda a população

Que temos ai nossas histórias

Lendas, mitos e religião.



Vivemos em uma região rica

Com muita fertilidade

A água temos em abundância

Da mais boa qualidade

A qual serve para beber, navegar

e se banhar

E ainda fazer outras utilidades

A nossa floresta é muito rica

Em recursos naturais

Nela encontramos várias espécies

Vegetais e animais

Ainda também se acumula

As maiores reservas minerais


A nossa história é formada

Por uma população

De índios, brancos, negros e mestiços

Que sobrevive neste chão

Mas todos somos filhos de Deus

O Pai de toda a criação


Pois se constitui por grupos diversos

Como missionários e garimpeiros

Militares e agricultores

Castanheiros e seringueiros

Pescadores e madeireiros

Fazendeiros e vaqueiros


Mais cada uma dessas populações

Que estamos aqui a destacar

Tem seu modo de viver

Seu jeito de falar

Seus costumes de trabalhar

Morar e se alimentar.


A religião para nós

Ela é ótima e bastante

Uma parte do povo é católico

A outra é protestante

Mais todos servimos o mesmo Deus

Isso é que é importante


A devoção na Amazônia

Veja só como ela é

Assumida com carinho e gratidão

Alegria e muita fé

A maior manifestação religiosa

do povo

Que é o círio de Nazaré



Mais porém além da fé

E de muita devoção

Existem também os mitos e lendas

Aqui na nossa região

Que assim eles são contados

Por toda a população



Os mitos e lendas da região

São contados desta maneira

Dizem que existe mãe d’água,

cobra grande e sereia

O lobisomem e matinta pereira

E que o boto seduz as mulheres,

Com a sua magia traiçoeira


A comida típica regional

Que quero destacar aqui

É mapará moqueado

Com farinha d’água e açaí

Temos ainda a feijoada

E o pato no tucupi



Pois essa é uma região muito rica

Cheia de tanta beleza

Aonde também acontece

O fenômeno da natureza

Como a pororoca e as maresias

A cachoeira e correnteza



Porém apesar de tanta riqueza

Em recursos naturais

Agora quero mostrar

Um quadro alarmante demais.

E dizer que nesta região acontece

Os problemas sociais.

Mas aqui na nossa região

Ainda impera o poder tirano

Enfrentamos muitos desafios

No nosso cotidiano

Como a ganância pelo ter e o poder

A violação dos direitos humanos



A violência também há muito

Que a gente vive a se lamentar

Vemos os nosso irmãos

Assassinados sem ter onde morar.

Outros ainda estão sendo mortos,

Por causa da terra pra plantar



Pois clamor pela justiça

É ecoado o tempo inteiro

Os indígenas estão sofrendo

Com a invasão de garimpeiros

Eles querem suas terras demarcadas

E livres de mineradores

e madeireiros.



Também a nossa floresta

Vive ai ameaçada

A vegetação que produz o ar

Está sendo devastada

Pela retirada ilegal de madeira

E ainda as grandes queimadas


É triste ver as agressões ambientais

E isso nos cauda lamentos

Os peixes já estão em extinção

A gente ver a cada momento

Os nossos rios estão secando

Por causa do assoreamento.


Porém às vezes com a natureza

Nós não queremos ter compromisso

Poluímos tanto o meio ambiente

Como se não estivéssemos nada a ver com isso transformamos nossos rios e igarapés.

Em uma grande lata de lixo.


Mas quero pedir ao nosso Deus

O bom Pai onipotente

Que nos ilumine com sue amor

E nos torne conscientes

Pra defender a natureza

Protegendo o meio ambiente.


Obrigado Deus criador

Pela sua imensa bondade

Vós que transformaste a Amazônia

Este solo de fertilidade

Graça e benção para o Brasil

E para toda a humanidade


Te pedimos Senhor Deus

Tu que és o pai amado

Desperta em nós o respeito

e admiração

Pela obra muito obrigado

Que vossa mão preparou

E entregou aos nossos cuidados



Ensina-nos com sabedoria

Que possamos reconhecer

O valor de cada criatura

que vive na terra

Ou ainda de todo ser

Perdoai Senhor a ganância

e o egoísmo destruidor

E moderai nossa sede de

posse e poder

Queremos que a Amazônia

Berço acolhedor de tanta vida

Seja também o chão

De partilha fraterna e da acolhida

Pátria solidária de povos e culturas

E que seja ainda bem protegida


Envia-nos todos em missão

Por essa terra cor de anil

Fazendo-nos discípulos e

missionários de Cristo

Que seu amor por nós é sombrio

Indique o caminho da justiça e do

amor

E seja o anúncio de esperança e paz no Senhor

Para os povos da Amazônia e de todo Brasil


Aqui já estou finalizando

Esta minha narração

Pedindo a cada um de nós

Que moramos neste chão

Que tenhamos mais gentileza

De defender a natureza

Pois essa é a nossa missão


Uma História de Fé

Oh Senhor Deus de Bondade

Que sempre me acompanha

Iluminai-me com vosso amor

Dai-me uma fé tamanha

Pra eu narrar nesses versos

Sobre a festividade de sant’ana


Pois a festividade sant’ana

Que eu quero descrever aqui

É de muita devoção e religiosa

Que a gente pode sentir

Que acontece no mês de julho

Na cidade de Igarapé-miri.


E por falar sobre esta história

Vamos ver o que se passou

No ano de 1704

Quando uma família aqui chegou

Pois a devoção a sant’ana

Naquele período começou


Mas o chefe daquela família

Era um homem sensacional

Antonio Gonçalves de Oliveira

Que veio de Portugal

Ficou morando nesta terra

Porque o lugar é muito legal.



Porém sua filha menor chamada Ana

Que já era um pouco grandinha

Apenas oito anos de idade

Era que a menina tinha

Trouxe uma esfíngie de sant’ana

Que a estimava como sua madrinha

Era uma linda imagem

De uma forma especial

Com 87 centímetros de altura

Sendo vinte e dois de pedestal

Q qual foi adquirida no dia do seu batismo

Ainda em Portugal

E já depois de muito tempo

Vejamos o que passou

Em mil setecentos e quatorze

Ana então se casou

Com o comerciante Jorge Monteiro

Que o casal bastante prosperou

Mas na época no município

Houve uma demanda imperial

Quanto ao terreno em que habitavam

Com uma ação judicial

Pois com a intercessão de sant’ana

A família livrou-se do mal

Ainda em mil setecentos e quatro o Zé

Em uma data muito bacana

Sendo atendida

Com uma fé mesmo tamanha

Realizou o primeiro festejo

A nossa senhora sant’ana

Pois no dia 26 de julho

Do mesmo ano também

Foi celebrar a santa missa

Pra poder ir mais além

Na época conseguiram um padre

Que veio lá de Belém.


Foi construída uma capela

Com muita boa vontade

A nossa senhora sant’ana

Com fé, amor e igualdade

Que até no ano de 1730

Continuaram com a festividade

Já a partir de mil setecentos e trinta

Com diversos filhos em idade escolar

O casal que estava com a vida equilibrada

Resolveu para Portugal voltar

Tendo vendido a propriedade

Outra família aqui veio morar

Foi vendida a propriedade

A outro nobre senhor

João Paulo de Sarges Barros

Também um agricultor

Que antes da compra do terreno

Uma coisa ele concordou


O acordo foi o seguinte

Antes da negociação

Que João Paulo ao assumir o sítio

Continuasse também a devoção

Á nossa senhora sant’ana

Combinado na transação

Tinha Sarges de Barros um filho

Com uma boa espiritualidade

João Paulo de Sarges Barros

Que resolveu estudar pra ser padre

Com o intuito de que o feriado

Viesse pra sua localidade


Já na década de 1790

Há muitos anos passados

A construção de uma nova igreja

Na época foi iniciada

Esta foi de cal e pedra

Que já era utilizado



Para a construção da nova igreja

Que em aterramento já estava

Sarges de Barros conseguiu uma planta

No seminário aonde o filho estudava

Com uma arquitetura romana.

Que com o apoio dos devotos contava



Com a igreja em conclusão

Naquela oportunidade

O filho de João Paulo de Sarges de Barros

Foi então ordenado padre

Para a alegria de seu pai

E do povo da localidade.



Mas João Paulo de Sarges

Também dono daquele lugar

Propôs então ao seu pai

Que pudesse doar

A igreja de sant’ana

Ao bispado do Pará



Pois em 1752

Veja só leitor camarada

No dia 29 de Dezembro

Em uma data bem proclamada

O bispo Dom Frei Miguel de Bulhões

A erigiu em paróquia calada



Porém João Paulo de Sarges de Barros

Com o seu jeito extraordinário

Conforme o desejo de seu pai

Para fazer o necessário

Da paróquia cala de Igarapé-miri

Foi ai o seu primeiro vigário



Mas o padre João Paulo de Sarges de Barros

Deu a igreja novos andamentos

Permaneceu ai como vigário

Com muito contentamento

Até mil setecentos e setenta e sete

Época de seu falecimento



Depois da morte de João Paulo de Sarges de Barros

Que fez aí um belíssimo trabalho

Vários padres assumiram

Trabalhando de vigário

Levando o evangelho ao povo

Sendo ótimos missionários



Mas porém por muitos tempos

Assumiram aqui os padres estrangeiros

Que contribuíram muito com nossa paróquia

Com um objetivo verdadeiro

Os quais foram bem acolhidos

Por esse povo hospitaleiro


Agora que já são quase três séculos

Desta bonita tradição

Que atrai povos de toda redondeza

Com muita convicção

São momentos de alegria

Paz, esperança e devoção


Dia dezesseis de julho é o círio

Que é muito especial

Em um domingo no meio da festa acontece

A romaria fluvial

Com o encerramento no dia vinte e seis

Desta festa tradicional


Porém ser igarapé-miriense

Pra mim vale apenas

É legal se banhar em suas águas

Que são tranqüilas suaves e serenas

Pois aqui é conhecido

Como o caminho de canoa pequena.


Mas esta terra de canoa pequena

Eu a gosto de toda maneira

As pessoas que aí vivem

São humildes e hospitaleiras

Que recebe o titulo de capital do açaí

E cidades das palmeiras



Temos a nossa paróquia de sant’ana

Que boa formação nos dá

Ainda temos os nossos padres

Que estão sempre a nos orientar

A qual fazemos parte

Da prelazia de Cametá.


Portanto esta foi um pouco da história

Que tentei aqui descrever

Agradeço ao nosso Deus

Que iluminou o meu saber

E que essa paróquia sempre esteja disposta

Para o seu povo atender.


Você que leu esta história

Não pense que é boato

Pois tudo o que escrevi

Aconteceu e foi exato

Conforme eu li no livro

Do escritor Eládio Lobato


Aqui já estou finalizando

Muito alegre e contente

Agradecendo o nosso deus

O bom Pai Onipotente

Esses são os votos que deseja

O poeta maúbense.

Bem vindo em igarapé-miri

Esta terra tão bacana

Narrei aquilo que eu li

Em uma alegria tamanha

Deus foi quem me iluminou

Isto foi com muito amor

Ternura fé no Senhor

Obrigado senhora sant’ana.

Raimundo Benedito Pinheiro Cardoso

Endereço: Rio Maúba

Município de Abaetetuba

Com. Ig.Miri.

Meu nome é Dielson Leão, tenho 23 anos.

Tudo começou quando eu participava do grupo de jovens de minha comunidade, comecei a cantar em encontros que tínhamos, mas eu era muito tímido, tinha vergonha de cantar, depois meus amigos começaram a me incentivar e um amigo até chegou a me perguntar se eu ainda não tinha pensado em compor músicas, disse que não, mas depois disso comecei a pensar e compus uma música, minha primeira música foi “JOVENS COM CRISTO” que foi muito cantada. Eu e um amigo resolvemos montar um esquema que se chama “VENDAVAL” somente com musicas religiosas, daí fui cantando até cantar outras musicas. Os jovens curtem muito as musicas que faço, pois a faço falando sobre a nossa realidade, agora no meu segundo CD fiz uma música falando de nossas ilhas.

Para gravar os meus CD’s, tive a ajuda da paróquia da ilhas, do padre Jaime, Hélio Marciel, vereador Sabiá, Nailson e outros amigos. Gravei meu segundo CD com 13 músicas, depois, gravei meu segundo CD com 12 músicas, mas já fiz muitas outras musicas, não lembro exatamente quantas, mas calculo que já fiz umas 70 musicas.

A música que mais gosto é “Amor nos Une” do segundo CD, já vendi vários CD’s e pretendo ir em frente, seguindo essa carreira, porque tenho uma comunidade e amigos que amo e que me incentivam cada vez mais.
Minha primeira música:

Jovens Com Cristo

Olhando a vida que ficou pra trás, os maus momentos eu não quero jamais, mas vi a paz, lutando pelo amor, quando um jovem a cristo se ligou.

Atuando sempre em comunidade, revendo seus passos, construindo de verdade, uma história onde todos são iguais, a força jovem constrói a paz.

Construa ao cristo no rosto seu, a vida que ele viveu, não só por mim, nem só por ti, por todos ele morreu.

Ser jovem com Cristo tu vais merecer, em comunidade é bom de viver, revendo seus passos num mundo de verdade para construir a história da comunidade.

Sou jovem da PJ sou jovem, somos jovens da PJ, somos jovens.

Mapa Das Ilhas

Venha, vamos passear nas ilhas, passear pra ver como é que é, veja como navegar é lindo conhecer as ilhas de Abaeté.

Eu vou descendo pelo rio Maúba, Parurú e Ajuaí, Tucumanduba e Maracapucú, Anequara e Iruquirí, Sapucajuba, Praínha e Rio Doce, no Rio da Prata remando eu vou, urubueua e Açacú,

Meu amor

ô ô, ô ô, vou remar com meu amor.

Nossa subida é a ilha do Capim, São José, Xingú e Caripetuba, Paramajó e Arumanduba, Sarapuquara e Guajarázinho, guajará-de-Beja e Pirucaba, no Jarumã remando eu vou, Furo do Boto, Tabatinga e Sirituba, no rio Abaeté remei meu amor.

ô ô, ô ô, vou remar com meu amor.

Eu vou às margens do Maratauira, Jenipauba, Campopema e Aquaraqui, Tauerá, Itacuruçá, Arapapu e Pequiarana, Japariquara, Quianduba e Bacurí, no furo grande remando eu vou, furo Gentil e Panacuera, no cutininga remei meu amor.

ô ô, ô ô, vou remar com meu amor.


Informantes:

Bera da Costa

Enedina Ramos da Fonseca

Nascida no dia 15 de Junho de 1916

Idade: 91 anos

Mãe: Palmira Ramos Fonseca

Pai: Apulinário dos Passos Fonseca

Avos Paternos: Vicente Cornélio e

Vicência Maria Fonseca

Avos Maternos: Levindo Manoel Ramos e

Josefa Ramo Fonseca
Entrevista: Zacarias Gomes Cardoso – morador do rio Maúba há 59 anos.

Entrevistado: Zacarias Gomes Cardoso

Manuel Macedo Gloria – desenvolve a atividade há quase dois anos.

Joana Gonçalves de Souza 50 anos

- Mª Lourdes Machado da Silva 48 anos

- Josivane de Souza Macedo 25 anos

- Marciane do Socorro Ferreira Corrêa 31 anos

- Deuza Ferreira e Ferreira

Eraldo Gloria Pantoja.

 Maria das Graças Alfaia Cardoso.

Nazaré Pantoja de Souza

Mª de Lurdes da Silva

Saú de Nazareno Gonçalves Lobato

Tarsio Alexandre Rodrigues

Deusa Ferreira e Ferreira

Maria das Graças Alfaia Cardoso. 50 anos

Nazaré Pantoja de Souza 34 anos

Mª de Lurdes da Silva 35 anos

Saú de Nazareno Gonçalves Lobato 19 anos

Tarsio Alexandre Rodrigues 27 anos

Deusa Ferreira e Ferreira 44 anos

Raimundo Benedito Pinheiro Cardoso  29 anos.