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sábado, 31 de março de 2012

Golpe Militar de 31 de março de 1964



Um segmento estruturado e organizado da sociedade brasileira fez com que os militares que assumiram o poder em 1964 constituíssem um grupo de tecnoburocrático, a partir da organização burocrática recentemente das forças armadas, juntamente com os tecnoburocratas civis, originários da nova classe média, colocando como objetivo básico o desenvolvimento econômico e a segurança.

Neste cenário, estava voltado em um primeiro aspecto, voltado a entregar o poder para os grupos capitalistas, voltados para os moldes clássicos do capitalismo liberal, dessa forma fortalecendo o governo tecnoburocrático capitalista para o Brasil, com a complementação das grandes empresas capitalistas, com a ideia de ter o domínio sobre a América Latina. Pensamento este, coordenado pelos Estados Unidos da América.

Com o estabelecimento do regime autoritário, em virtude do contexto da crise econômica, que começou a esboçar através do golpe militar de 31 de março de 1964, podemos dizer que as principais instituições do país ficaram sob o controle das forças armadas, que faziam terrorismo com suas agências de espionagens.

Entender o golpe militar e não “revolução” como defende os militares neste período da história brasileira é necessário voltarmos para o passado, principalmente no início da década de 60, com a renúncia de Jânio Quadros.

Passado 48 anos após o golpe militar, ficaram alguns legados que podemos considerar: como dez mil pessoas cidadã do Brasil que foram para o exílio, em virtude das questões políticas; 1.918 foram torturados; 4.682 civis foram perseguidos e demitidos do serviço público; incrível 595 candidatos eleitos através do voto tiveram seus direitos políticos cassados; alguns dados indicam que 144 militantes foram mortos sob tortura; além de 152 brasileiros foram considerados desaparecidos pelas entidades que lutam e reivindicam seus corpos.

Nós, que lutamos por uma sociedade melhor, é necessário defendermos a resistência contra a ditadura militar para a construção e fortalecimento da democracia do Brasil. Jamais um regime autoritário, seja Stalinista, Capitalista, ou outro qualquer.

Benevides


Considerada a primeira da Amazônia a abolir a escravidão, no ano de 1884, Benevides, completou, ontem, 128 anos sem mão-de-obra escrava; portanto quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea, pela representante da monarquia, naquele momento.


Durante todo o dia de ontem, aconteceu uma programação voltada exclusivamente para esta data, onde, inclusive é feriado municipal. As principais instituições escolares estiveram apresentando os diversos trabalhos desenvolvidos pelos seus alunos ao longo de ano passado, que estavam voltados para este momento histórico, tendo como tema: "Preservar nossa cultura é escrever as páginas de nossa história".


Estão de parabéns os organizadores do evento, que todo ano buscam, através da cultura afro-brasileira, reconstituir sua história e memória.




sexta-feira, 30 de março de 2012

Dilma: empresas terão estímulos para aumentar investimentos


Ao final da IV Cúpula do BRICS, na Índia, a presidenta Dilma Rousseff anunciou uma boa notícia: as empresas brasileiras ganharão em breve estímulos para investir mais e, com isso, gerar mais empregos.


“Pretendemos divulgar um conjunto de medidas logo depois que eu voltar para o Brasil, porque essas medidas têm por objetivo justamente assegurar através de questões tributárias e financeiras maior capacidade de investimento para o setor privado”, afirmou a presidenta, em Nova Délhi, na Índia.


Dilma disse ainda que, durante seu governo, tomará medidas para reduzir a carga de impostos. “O que eu tenho feito é tomar medidas pontuais que permitam que no conjunto se crie uma desoneração maior dos tributos no país que é fundamental para fazer o país crescer.”


Fonte: Dilma.com.br

3º Encontro Estadual de Mulheres do PT


Vamos mulheres militantes e não militantes do estado do Pará participar deste grande evento. A luta continua! companheiras.

domingo, 25 de março de 2012

O Grande Militante Paul Singer




Uma das maiores referências de esquerda no Brasil, o Professor aposentado da USP Paul Singer completou, ontem, 80 anos, sem dúvida um intelectual que sempre esteve a serviço do pensamento socialista dos diversos movimentos que primam por esses princípios.

Portador de uma trajetória histórica na esquerda brasileira, seja militando, seja prestando assessoria, sempre deu sua contribuição, que é fundamental para alcançar seus objetivos, onde esteja atuando.

Dessa forma “Em sua trajetória, mesclou a atividade partidária, a luta política, o estudo e a reflexão, a pluralidade de ideias e a formação de novos militantes”.

O grande militante Paul Singer é um dos fundadores do PT. Foi secretário de Planejamento da cidade de São Paulo na gestão da prefeita Marta Suplicy, e desde 2003 é secretário Nacional de Economia Solidária, no Ministério do Trabalho e Emprego. Economista formado pela USP. Sendo autor de Aprender economia, O que é economia, Globalização e Desemprego entre outras obras.

Estudioso e dedicado ao tema da economia solidária, colaborou na criação da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da USP. Sendo incentivador e apoiador em vários estados.

O professor Paul Singer colabora com a Fundação Perseu Abramos: integra o Conselho de Redação da revista Teoria e Debate e é autor de inúmeros textos publicados na própria revista e também nos livros publicados pela editora.

DESABAFO DE UMA PARAENSE




                                                                                    Por Alvarez Marcelina






Minha terra tem mangueiras,
Onde a sombra vou buscar;
os frutos que delas brotam,
São mais doces que os de cá.
Minha terra tem um povo,
alegre , puro e hospitaleiro,
que emprega o português correto
Em seu falar mais corriqueiro.




Tu vistes, tu fostes, tu queres,
Não é difícil pra nós;
Difícil é falar para aqueles ,
que não ouvem nossa voz.
Minha terra tem primores,
Tem belezas sem igual,
o que mais posso dizer da
minha bela Belém capital.



Falar o Égua como espanto,
ou como forma de encanto;
Torna-se algo grosseiro
Nas bocas dos forasteiros.



Como ousam pronunciar assim,
minha marca de nascença,
Sem o menor cuidado tomar,
achando que isso lhes dará audiência.



Então agora peço licença,
Para um conselho lhes dar
Pois que empreguem os verbos certos
Em suas conversas de boteco
E depois venham pra cá,



Minha cidade é no norte,
meu sotaque não é forte,
minha praia é de rio
Tô meio longe do mar,
Me refresco é na chuva, depois do tacacá.



Vocês não podem imaginar
Nem a GLOBO contará,
Isso tudo só verá
quem um dia for ao Pará,



Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que encontre as raízes
Que deixei ao vir pra cá.



A puta que os Pariu Rede Globo,
se quer fazer, que faça direito.
Que isto lhe sirva de lembrete:
"Amor Eterno Amor" é o cacete.

sábado, 24 de março de 2012

Quem vive no campo terá mais oportunidades de estudar




A presidenta Dilma lançou hoje o Programa Nacional de Educação no Campo – Pronacampo, que oferece apoio técnico e financeiro aos estados, Distrito Federal e municípios para implementação da política de educação do campo, atendendo escolas rurais e quilombolas. O investimento anual do programa será de R$1,8 bilhão.


“Dentro da nossa estratégia de combate à miséria, junto com o Bolsa Família, a nossa busca ativa, este programa é um dos eixos estratégicos porque aposta não só em retirar as pessoas das condições de miséria a que foram condenadas durante décadas, mas implica sobretudo em garantir que as gerações futuras terão um outro tipo de horizonte de oportunidades à sua frente”, disse a presidenta, em solenidade no Palácio do Planalto.


Serão criados o Programa Nacional do Livro Didático – em que três milhões de estudantes receberão material relacionado à realidade do campo – e o Mais Educação, que oferecerá diversas atividades pedagógicas.


A formação de professores também receberá atenção especial, com oferta de aperfeiçoamento para profissionais do campo e de escolas quilombolas. Para desenvolver a educação de jovens e adultos e a educação profissional e tecnológica, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego Campo apoiará a inclusão social dos jovens e trabalhadores do campo, destinando 120 mil bolsas de estudo.


Quanto ao eixo de infraestrutura física e tecnológica, o programa apoiará a construção de três mil escolas e a aquisição de oito mil ônibus escolares, além de promover a educação digital e o uso pedagógico da informática por meio da instalação de recursos digitais em 20 mil centros educacionais até 2014.

Fonte: Dilma.com.br

Ato Cultural




Vamos divulgar e participar. Contamos com seu apoio.

domingo, 18 de março de 2012

História




"O que me preocupa é o fato de me parecer que a História Nova está precisamente a desabrochar    no
 ensino secundário. Mas aí desabrocha duma maneira bastante perigosa, porque não colocou o problema do ensino e da divulgação da História. Assim, faz-se no ensino secundário, duma forma anárquica, selvagem, mal compreendida, um esforço, aliás interessante, de aclimatação da História Nova, que leva as coisas perigosas e absurdas. Consagrar, como me dizem que se faz, um ano inteiro de História, numa classe, a um tema histórico, é levar crianças a não compreenderem nada de História. É substituir um saber histórico arcaico por absolutamente nenhum" 

                                  
                            Le Goff, Jacques et alii. A Nova História. Lisboa:Edições 70, 1983. p.13-14.

sábado, 17 de março de 2012

III Caminhada Estadual Pela Liberdade Religiosa


 
 
 






 









CNTE comemora sucesso da greve nacional

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CNTE comemora sucesso da greve nacional


A greve nacional da Educação foi um sucesso. Durante três dias, professores e demais trabalhadores da área pararam suas atividades, para cobrar o cumprimento da Lei Nacional do Piso do Magistério e dos compromissos assumidos pelos governadores e prefeitos com a categoria. O movimento envolveu as redes estaduais e municipais de ensino. Em alguns estados, como Pernambuco, mais de 85% das escolas pararam. Em muitos municípios Brasil afora a adesão foi quase total, caso de Curitiba, onde 95% dos educadores saíram às ruas para protestar.


“Foram três dias muito bons. Mostramos para os governadores e prefeitos que nós não aceitamos que eles simplesmente digam que não têm dinheiro para cumprir a Lei do Piso. Consideramos que eles precisam se esforçar para encontrar condições de saldar essa dívida. Precisam fazer melhor as contas dos seus estados e municípios, provar que gastam com a educação aquilo que é disposto na Constituição”, avalia o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão.


O dirigente da CNTE lembra que cumprir a Lei Nacional do Piso não significa apenas o pagamento da remuneração de acordo com o valor definido pelo Ministério da Educação (MEC). “É preciso que se tenha claro que a Lei do Piso não fala só do salário. Fala de jornada, de carreira. Esses são pontos importantíssimos que são descumpridos. Isso tudo precisa ser cumprido”.


De acordo com o presidente da CNTE, a próxima batalha dos trabalhadores da Educação é fazer uma campanha contra a votação, no Congresso, do projeto de lei que altera os critérios de reajuste do piso, colocando apenas o INPC como fator de correção. “Nós não aceitaremos isso. Aceitamos discutir sobre a questão, mas não vamos discutir nada que não seja valorização. Aliás, o próprio ministro Aluizio Mercadante já se manifestou a respeito e na sua fala ao Congresso Nacional ele disse que não dá para ser simplesmente o INPC o fator de reajuste do piso”, afirma.

Mais detalhes, acesse a fonte: cnte.org.br


















sábado, 10 de março de 2012

Professor




Com divulgação do piso salarial pelo MEC, para os professores de todo o Brasil de R$ 1.451,00, a imprensa oligárquica e burguesa começou a fazer conjecturas sobre os valores considerados “altos”, diante das perspectivas do pagamento pelos governos estaduais para a nossa categoria.

Interessante é que, temos tantos problemas e temas para serem abordados e problematizados pela imprensa, principalmente a escrita, onde poderia contribuir muito mais na formação e educação de nossa sociedade, não faz.  Infelizmente, seus editores e “donos” deveriam ter essa preocupação.

Na categoria do magistério, a diferença em relação às outras categorias é porque trabalhamos com a formação do ser humano que contribuirá com a sociedade, principalmente, nós da educação básica.

Gostaria de ressaltar, que o profissional que trabalha na sala de aula, dependendo da situação e contexto que é compromissado com seus alunos, geralmente, retira parte de seus salários para ser investido em seu local de trabalho, o que outras categorias, dificilmente faria, vejam, só: vídeos, internet, jornais, revistas, mapas, pincel atômico, esponja, computador, tintas, cópias, livros, CDs e outras necessidades. Portanto, diferente do que pensa a imprensa burguesa, o dinheiro do professor (a), não é só para suprir suas necessidades básicas, mais também, investir no trabalho e jamais em adquirir bens ou riquezas.   

quinta-feira, 8 de março de 2012

História Oral

 Com a organização da Associação Brasileira de História Oral e Associação Paraense de História Oral e apoio da CAPES e Universidade Federal do Pará estarão promovendo de 27 a 30 deste mês, o I Congresso Pan-Amazônico e VII Encontro da Região Norte de História Oral.

Tendo como tema História do Tempo Presente & Oralidades da Amazônia, os eventos estão voltados para estudantes, profissionais e pessoas que se dedicam ao trabalho da História Oral. Nós estaremos defendendo um dos nossos trabalhos, já que desde 1983 trabalhamos abordando essa metodologia como recurso didático com nossos alunos em todo o estado.

Aos interessados nos temas dos minicursos, mesas-redondas e simpósios são possíveis consultar o endereço eletrônico do evento: www.aphoral.ufpa.br.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher

O próximo dia 08 é uma data comemorativa, levando em consideração que é o Dia Internacional da Mulher. Fato Importante para o resgate histórico da mulher a nível mundial.



Mulheres jogando futebol - Ponta de Terra - PA. 



Quanto a nível político, a mulher avançou decisivamente, somente para ilustrar, no Brasil, Alzira Soriano foi à primeira mulher eleita no Rio Grande do Norte, em 1928, tornando-se a primeira prefeita da América do Sul. O destaque se consolida em 1932, com a promulgação do Código Eleitoral dando o direito do voto para as mulheres e com a Constituição de 1934 o suporte jurídico é reforçado. Marca histórica na sociedade brasileira.

                                             Quem disse que a mulher é frágil? - São Lopes - PA.



No aspecto profissional, hoje, segundo pesquisas, 60% das aprovações nos vestibulares correspondem à entrada do sexo feminino nos cursos superiores. Isto significa que as mulheres estão chegando às atividades profissionais que até algumas décadas atrás eram consideradas do sexo masculino.

                                          Destacam-se na intelectualidade - Ponta de Terra - PA.


Segundo a imprensa das oligarquias a violência contra as mulheres avança cada vez mais, no entanto, à medida que elas começam a tomar consciência dos seus direitos estão se organizando em diversos movimentos, sejam entidades, instituições e grupos de discussões.

                                                Educadoras fortalecendo a educação -Bujaru.PA.

                                               Mulheres fortes até na hora do lazer - Bujaru-PA.

sábado, 3 de março de 2012

Recepção Literária: A interação entre o texto literário e o leitor



Prof. Valdir Guilherme na Defesa da Dissertação



O professor e colaborador deste blog, Valdir Guilherme Ribeiro defendeu sua dissertação; Recepção Literária: A interação entre o texto literário e o leitor que teve como objetivo estabelecer a interação texto/leitor, tendo como foco a construção de sentido no leitor pelo texto, através, dos diversos tipos de conhecimentos: Lingüístico (falante intimo), textual (noções e conceitos teóricos) e de mundo (estruturado em esquemas). Fizeram parte da banca examinadora além do o Prof. Dr. José Guilherme, orientador da dissertação, as Profª. Dr. Rosangela Dauris e a Profª Dr. Lucilinda Teixeira. Na defesa o Professor Valdir Guilherme enfatizou a relação do tema com o trabalho que desenvolve no Sistema Modular de Ensino. O local de sua pesquisa foi na Vila do Cravo, na Escola Municipal “João Braga de Cristo”, em Concórdia do Pará, no estado do Pará, sendo os sujeitos pesquisados os alunos da 8ª série, do turno da tarde, na faixa etária de 14 a 16 anos.

                                                A banca atenta a explicação do mestrando


Sua metodologia foi trabalhada com o texto “O Peixe” de Benedito Monteiro da obra Carros dos Milagres. Para o Professor, os resultados obtidos junto aos alunos pesquisados foram o aumento seus horizontes de expectativas ao interagirem com o texto “O Peixe” de Benedito Monteiro; o efeito estético causado nos leitores pelo texto possibilitou com base nas respostas do questionário que realizou com a turma, uma interpretação segura através das questões respondidas e estabeleceu-se uma prática de experiência através do processo interativo do texto com o leitor.


                                                           Exposição do Mestrando

A dissertação procurou ainda analisar e a valorizar a noção de mundo que cada indivíduo possui, independentemente de análise subjetivas, uma vez que trabalhou dentro do contexto social e cultural de seus pesquisados. Isso ficou claro nos questionários respondidos por seu público alvo onde através das respostas, é possível que qualquer leitor perceba que o espaço geográfico onde a pesquisa se desenvolve é uma comunidade rural da Amazônia, haja vista as expressões que lhes são características (upa,upa) e seus costumes(peixes, quintais e rios).



                                                     A Sra. Carla torcendo pelo maridão

A banca parabenizou o excelente trabalhou e estimulou-o a prosseguir e aprofundar ainda mais a pesquisa (doutorado). O novo mestre obteve nota máxima.


                                           O Prof. Valdivino Cunha foi prestigiar o colega

Estiveram presentes em sua defesa, familiares e amigos. Certamente este belo exemplo serve como estímulo e torna-se referência para que outros colegas que pensam na educação continuada como um instrumento útil e necessário no processo formativo.Tai um professor que não parou no tempo. Parabéns e Sucesso da equipe (Lucidéia, Fátima, Jussara, Valdivino e Ribamar) deste Blog.



                                                   O Blogueiro com o Mestre Valdir e filho

sexta-feira, 2 de março de 2012

PERCURSO GERATIVO DE SENTIDO NA MUSICA HOMEM ARANHA DE Jorge vercilo



                                                                              Valdir Guilherme *
     
 
Eu adoro andar no abismo
Numa noite viril de perseguição
Saltando entre os edifícios
Vi você
Em poder de um fugitivo
Que cercado pela polícia
Te fez refém lá nos precipícios
Foi paixão à primeira vista
Me joguei de onde o céu arranha
Te salvando com a minha teia
Prazer, me chamam de Homem Aranha
Seu herói
Hoje o herói agüenta o peso das compras do mês
No telhado ajeitando a Atena da TV
Acordado a noite inteira pra ninar bebê

Chega de bandido pra prender De bala perdida pra deter
Eu tenho uma ideia: você na minha teia
Chega de assalto pra impedir seja em Brasília ou aqui
Eu tive a grande ideia: você na minha teia
Hoje eu estou nas tuas mãos
Dessa sua ingênua  sedução que me pegou na veia
Eu “tô” na tua teia.

O estudo da semiótica greimasiana utiliza-se do Percurso Gerativo do Sentido para realizar sua percepção e fazer com bastante eficácia uma exploração de um texto. Junto com outros aspectos tem-se nestes elementos discursivos uma ferramenta fundamental para análise semiótica. Uma descrição de cada etapa do percurso dar-se-á e mostrar-se-á sua aplicação sobre a narrativa escolhida. Meu interesse, neste trabalho, é o aprimoramento, dentro da semiótica, do Percurso Gerativo de Sentido para que eu possa utilizar este elemento de estudo para desenvolver outros trabalhos e visualizar o discurso emocional do eu poético existente em outras narrativas.
Esta análise versará sobre a visão do universo passional do sujeito e sua relação de tensividade na canção de Jorge Vercilo Homem Aranha.
A narrativa é uma prosa lírica que trata do emocional do eu - lírico (sujeito poético), e possui uma moral filosófica em seu desfecho.  O texto desenvolve-se atrelado a um fato ocorrido com o sujeito poético; o herói (homem aranha) que salva das garras de um bandido uma vítima pela qual nutre um sentimento de paixão “foi paixão à primeira vista”.
Para o desenvolvimento da análise, faz-se necessário algumas definições, tais como a relação entre actante-sujeito e objeto-valor, e o seu estado passional. Mas, abordaremos cada uma delas, nos níveis correspondentes do percurso gerativo do sentido.
1-Nível das Estruturas Fundamentais
O nível fundamental de um texto é caracterizado pelas categorias semânticas que se determinam nas oposições semânticas das quais construirá a continuidade de sentido. Os termos mantêm uma relação de contrariedade e podem adquirir um aspecto positivo ou negativo, dependendo de qual for o enfoque da pesquisa.  De acordo com Fiorin (2006, p.21), “o nível fundamental abriga categorias semânticas que estão na base de construção de um texto”. Nesse sentido, é preciso que os elementos tenham algo em comum para que as diferenças sejam estabelecidas. Podemos citar como exemplo as oposições herói versus bandido, presentes no texto em questão, examinamos que a oposição semântica da qual se constrói a continuidade de sentido do texto, é caracterizado pelas palavras:
herói   vs  bandido
Os percursos que ocorrem no texto é passado do herói ao bandido através da vítima:
herói  -------------------              não herói     ------------------------       bandido
(homem aranha)                    (vítima)                                           (fugitivo)
Esta oposição está diversificada no texto em estudo: “prazer me chamam de homem aranha”, “seu herói”, “vi você em poder de um fugitivo”, “chega de bandido pra prender”, “chega de assaltos pra impedir”.
Estas categorias fundamentais em estudo serão consideradas como positivas ou eufóricas (herói) e negativas ou disfóricas (bandido), assim Teremos: EUFORIA X DISFORIA O texto traz claramente expresso esta contrariedade, sendo o herói eufórico e o bandido disfórico. Esses valores não são determinados por um sistema axiológicos, ou seja, por aquilo que julgamos como certo ou errado, como positivo ou negativo. Assim, o que determina a euforia ou a disforia é o modo como os elementos que compõem a oposição semântica são determinados pelo texto.
2.Nível das Estruturas Narrativas
Segundo Diana Barros (2005:09), esse nível é o responsável pela organização da narrativa “através do ponto de vista de um sujeito”. Nesse sentido, a autora afirma que há um “fazer transformador de um sujeito que age sobre o mundo através de objetos de valores” (p.16). “eu adoro andar no abismo” “saltando entre os edifícios”. No nível narrativo podemos identificar os valores assumidos pelos sujeitos através das oposições semânticas. Este nível é, também, caracterizado pela transformação de estados, ou seja, a narratividade, um dos elementos que constitui a estruturação do sentido.  O herói é localizado pela ação do sujeito que faz do salvamento de vítimas parte de sua rotina “numa noite viril de perseguição (...) vi você”. O sujeito salvador cumpre os valores que são, a ele, destinados. Depois aparece o bandido trazendo valores contrários ao do herói, o que é expresso na narrativa pelo trecho “no poder de um fugitivo, que cercado pela polícia te fez refém lá nos precipícios”. 
A sintaxe da narrativa é composta por enunciados de estado e de fazer. O enunciado de estado está relacionado a um fazer determinado pela relação entre sujeito e objeto que transforma o mundo. Esse fazer “te salvando com minha teia”, denominado junção, une o sujeito (herói) ao objeto (você) e essa relação pode ser de conjunção ou de disjunção.
Para Greimas a sustentação que a criação desse imaginário (do parecer no ser) é devido a dois conceitos — os de tensividade e de foria — que predomina no actante-sujeito passional. Neste texto de Jorge Vercilo, analisaremos o estado de tensividade do actante-sujeito. Mas, para que isso aconteça é necessário definirmos a tensividade como um dos elementos da análise semiótica, e entender esta tensividade ao estado de transformação do sujeito do discurso, ou seja, “o sujeito do “dito” discursivo é capaz de interromper e de desviar sua própria racionalidade narrativa para emprestar um percurso passional, ou mesmo, acompanhar o precedente, perturbando-o por suas pulsações discordantes”. (GREIMAS, 1993:17). È como o próprio actante-sujeito insinua nos seguintes trechos “hoje o herói agüenta o peso das compras do mês”, “no telhado ajeitando a antena da TV”, “acordado a noite inteira pra ninar bebê”
O conceito de tensividade transcende a instância da enunciação discursiva e poderá verter-se no lado imaginário e, é neste ponto que o sujeito poderá encontrar outras formulações, ou seja, o ser herói se apega (tensão passional) a um objeto-valor para refletir sobre algo e/ou determinado elemento que o intriga (que provoca curiosidade). O actante-sujeito mergulha no profundo do Percurso Gerativo de Sentido e quando alcança a eliminação dessa tensão, será o ponto-limite do herói e o não herói.
3-NÍVEL DISCURSIVO
No nível discursivo os níveis fundamentais e narrativos são assumidos pelos sujeitos da enunciação. Desse modo, o nível discursivo também é constituído por sintaxe e uma semântica próprias, mas que será, de acordo com o modelo semiótico, a entrada da teoria enunciativa nos princípios semióticos o que, de acordo com Arnaldo Cortina e Regina Coelho Marchezam (2003) passou a ser representada pelas categorias de embreagem e debreagem. Seguindo então o modelo semiótico, faremos uma breve análise do nível discursivo da música em questão. Como ponto de partida ao estudo, observemos a sintaxe discursiva.
Sintaxe discursiva
Ao tratar da sintaxe discursiva, Diana Luz Pessoa de Barros (2002, p.54), pontua que cabe à “sintaxe do discurso explicar as relações do sujeito da enunciação com discurso-enunciado e também as relações entre enunciador e enunciatário”, relação essa que, de acordo com Fiorin, ocorre em categorias de pessoa, tempo e espaço. Nesse sentido é preciso esclarecer que enunciação pode ser entendida como a materialidade entre a língua e a fala ou de acordo com Greimas e Courtes (1989, p.146) “instância de mediação que assegura a colocação em enunciado-discurso das virtualidades da língua”. Além da enunciação, entende-se como enunciador “o destinador implícito da enunciação” (op.cit) e o enunciatário “corresponderá ao destinatário implícito da enunciação” (op.cit) A primeira categoria de pessoa é representada pelo eu, tu, ele em que o eu e o tu são pessoas presente na própria enunciação, pois trazem consigo aqueles que fazem parte do processo enunciativo, enquanto o ele está fora dessa relação: é elemento material que constitui a enunciação por meio de uma relação indireta, ele não fala no enunciado. Na música em estudo, pode-se dizer que o eu é representado pelo narrador (herói); o tu é a vítima e o ele é representado ora pelos objetos que o sujeito construiu, ora pelo bandido. As marcas do eu ocorrem pelas debreagens enunciativas, ou seja, procedimento pelo qual o autor deixa “aparecer no texto” às marcas de pessoa (eu), tempo (hoje, à noite) e lugar (edifícios, telhados, precipícios).
Em Homem Aranha, o narrador descobre que ser herói, nos tempos atuais, não é só salvar vítimas e enumera ações do herói moderno: “o herói agüenta o peso das compras do mês”, “no telhado ajeitando a Atena da tevê”, “acordado a noite inteira pra ninar bebê”. O sujeito poético reflete sobre o fato ocorrido, e percebe que foi seduzido por quem salvou. Porém, se deixa iludir também e descobre que está preso pelo seu instrumento de salvamento a teia que simboliza ligações (hoje eu estou em suas mãos) e faz tudo para permanecer ligado à vítima, (eu ‘tô’ na sua teia) mesmo que isto seja apenas um ato imaginativo.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio da análise feita, podemos observar que os três níveis de estruturação do sentido (fundamental, narrativo, discursivo) se complementam. Pois o da narratividade precisa de vestimenta do discursivo, e o nível fundamental nada mais é do que o das oposições semânticas básicas do texto. Este é à base do narrativo e do discursivo. Os três juntos formam a significação do texto.
Podemos, também, observar que questões relativas ao salvamento e a tensividade do sujeito implicam diretamente a significação textual, bem como constroem a continuidade de sentido. 
Seria importante, portanto, que a análise semiótica devesse ser entendida e aplicada como meios de interpretação e compreensão textual, principalmente em escolas do ensino fundamental e médio, cujo objetivo será formar alunos capazes de compreender subjetivamente os processos e exercer suas funções críticas na realidade social em que estão inseridos. 

REFERÊNCIAS
BARROS, D. L. P. Teoria semiótica do texto. São Paulo: Ática, 2001.   672
_____.  Teoria do discurso: fundamentos semióticos.  São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 2002.
BORBA, F.S. Introdução aos Estudos Lingüísticos. Campinas, SP: Pontes, 14ª. Ed., 2005.
FIORIN, J.L. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2001.
__________,& SAVIOLI, F.P.  Para entender o texto: leitura e redação. 7º ed. São Paulo: Ática , 2000.
GREIMAS, A.J. & FONTANILLE, Jacques.  Semiótica das paixões: dos estados das coisas aos estados da alma. Trad. Maria José Rodrigues Coracini. São Paulo: Ática, 1993.

    * O autor é Mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura - UNAMA. 

quinta-feira, 1 de março de 2012

Piso Salarial dos Professores



Após um longo período de lutas da categoria dos professores do Brasil, nos seus diversos fóruns e níveis, conseguimos, finalmente, o reajuste do piso salarial, que é fundamental para termos um parâmetro como regulador e orientação para que sirva como nossa bandeira, nas futuras mesas de negociações.

Com o valor de R$ 1.451,00, estimado pelo Ministério da Educação – MEC, todas as redes públicas de ensino do nosso país terá que pagar para o professor (a) que desenvolve suas atividades pedagógicas em sala de aula de 40 h. semanais.  Com isso, fará com que os diversos sindicatos que temos no país, lutem em favor do pagamento estipulado pelo governo federal.

Nós daqui do estado do Pará, na nossa última Assembleia Geral da categoria, fomos enfáticos, só iniciaremos o ano letivo de 2012, se o governo estadual pagar todas essas regulamentações legais. Já que estamos em estado de greve.

Para o MEC, o nosso piso salarial corresponde à variação do valor anual mínimo por aluno, que é imposto pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb.

Já temos as mobilizações de diversos prefeitos e políticos que não tem compromisso com a educação em não viabilizar o piso salarial, mas sabemos que só a educação é a mola mestra de transformação da sociedade, que o piso é um direito nosso, como outras categorias deveriam ter, inclusive os políticos, que são cargos públicos, que são eletivos e não concursados.

A próxima reunião do Sintepp com o governo estadual será realizada no dia 06 de março, próxima terça-feira. Na pauta, além de outras reivindicações teremos esse piso salarial para pagamento no mês de março, incluindo o retroativo. Fique de olho no seu contra-cheque, colega.