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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DIVERSIDADE CULTURAL










A EEEFM " Maria Gabriela Ramos de Oliveira", localizada no Conjunto Maguari, conforme, já divulgamos,

na sexta- feira(23/11), deu continuidade a execução de seu projeto:

DIVERSIDADE CULTURAL: CONSTRUINDO A IDENTIDADE ÉTNICO-RACIAL A PARTIR DO

CONHECIMENTO DA HISTÓRIA E DA CULTURA AFRICANA.


TEMA: DIVERSIDADE CULTURAL

INSTITUIÇÃO: E.E.E.F.M. Mª GABRIELA RAMOS DE OLIVEIRA

PÚBLICO ALVO: DISCENTES DO FUNDAMENTAL E MÉDIO

TEMPO PREVISTO: MÊS DE NOVEMBRO/2012

1.      Introdução

O projeto “Diversidade cultural: construindo a identidade étnico-racial a partir do conhecimento da história e da cultura africana” a ser desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Maria Gabriela Ramos de Oliveira” vem oportunizar, dentro da escola, a implementação da Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana na Educação do Ensino Fundamental e Médio.


Diante da realidade que se apresenta (de violência, de exclusão, de práticas pedagógicas descontextualizadas da realidade dos educandos), o projeto contribuirá, de forma interdisciplinar, para que valores (como respeito, igualdade, liberdade e dignidade), sejam construídos ou, pelo menos, discutidos no âmbito escolar, pois é só a partir da leitura e análise da realidade que resultados podem converter-se em propostas efetivas, em ações pedagógicas eficientes. Para Leite (1996), é necessário que os alunos se defrontem com situações  que os obriguem a comparar pontos de vista, rever suas hipóteses e sair do espaço escolar de maneira que possam começar a ver o outro com respeito.


Mostrando as referências positivas de se pertencer a essa etnia / raça, diferentes disciplinas (língua portuguesa, história, geografia, sociologia) contribuirão, para que crianças e jovens construam a sua identidade étnico-racial. A partir do não negligenciamento do valor, da história e da cultura africana, das contribuições efetivas à formação do povo brasileiro, do conhecimento das políticas afirmativas, da história das lutas de resistência do movimento negro no Brasil, da existência de leis (como a 10.639/03 e a 7.716/09), e do Estatuto da Igualdade Racial, a escola estimula o dialogismo, esperando que os sujeitos envolvidos nesse processo aprendam e cresçam na diferença, sobretudo no respeito a ela; sejam agentes da ampliação do caráter democrático, cidadãos críticos, capazes de refletirem sobre sua realidade, comprometerem-se com ela, a ponto de buscarem soluções para seus problemas e transformarem seu contexto.


2.       Justificativa


A sociedade brasileira caracteriza-se por uma pluralidade étnica, e esta se encontra refletida, consequentemente, no espaço escolar, ora se tornando motivo de exclusão, ora de preconceito, ora de marginalização, ora de anulação.


Partindo do princípio que a escola é “uma realidade histórica em processo contínuo” (SANTOS, 2007), levar a esse espaço privilegiado de (trans) formação a discussão sobre etnia, raça, exclusão (escolar e social) é questão de cidadania, de democratização, de direito e dever. Faz-se urgente e imprescindível desconstruir conceitos, visões estereotipadas e preconceituosas, muitas vezes veladas em discursos reproduzidos até por educadores.


Aliás, o professor precisa rever sua prática, seus conceitos, e ser um profissional produtor consciente de conhecimento, aquele que ensina seu alunado a pensar, a questionar, a levantar hipóteses, “... perceber os significados que se ocultam nas palavras.” (MICHELLETTI, 2001, p.18), ou nas imagens, principalmente aquelas presentes nos livros didáticos e que apresentam o negro como objeto, sem passado, nulo em sua memória, contribuindo para fragmentar ainda mais a identidade do aluno negro.


A escola, muitas vezes a única instituição transmissora de valores, não pode negligenciar à sua função de formar cidadãos críticos (compreendidos aqui como pessoas que aprenderam a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência), capazes de se envolverem com seu meio e buscarem soluções para seus problemas. Essas atitudes precisam ser aprendidas e desenvolvidas pelos estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinadas na escola. A nova pedagogia orienta o trabalho do professor no sentido de introduzir uma nova prática que oriente o aluno a construir competências e, para isso, coloca-o em situações que o obrigam a alcançar uma meta, a resolver problemas, a tomar decisões como afirma Perrenoud (2001). Enfrentar problemas numerosos do mais simples ao mais complexo, de natureza realista, que o façam mobilizar os mais diferentes recursos cognitivos.


A Lei 10.639 (2003) existe, porém ainda não foi assumida efetivamente nas escolas, com propostas de ações concretas e objetivas. E é por isso que alguns questionamentos são necessários: até que ponto a questão racial vem sendo trabalhada nas escolas públicas? Qual é a postura assumida pela escola diante da diversidade étnico-racial? A escola tem contribuído para que a criança / jovem negro possa construir uma identidade social positiva em relação à sua pertença a um grupo afro descendente? Os professores conhecem a Lei 10.639 / 03, consideram-na importante e necessária?


Reconstruir a história dos afro-brasileiros é fundamental. Ensinar mais que episódios isolados como tráfico negreiro e abolição da escravatura fazem-se urgente. O negro tem um passado bem mais amplo e anterior a esses fatos citados, e influenciou a sociedade brasileira de uma forma bem mais rica daquela que é comumente lembrada. Torná-los sujeito, realmente, de sua história. Nesse sentido, a Lei 10.639/03 aparece como uma grande possibilidade de preencher uma coluna historicamente construída na formação escolar do brasileiro – ausência de discussões sobre as contribuições da história e cultura africanas. Não mais imagens negativas que aparecem inferiorizando a pessoa negra nos livros didáticos, ausência dos conteúdos ligados à cultura afro-brasileira e á história dos povos africanos, mas a ampliação do caráter democrático, pautados no respeito, na promoção de condutas guiada pelos direitos humanos.


3.      Objetivos:

3.1. GERAL:

Garantir a ampliação de conhecimentos acerca da história e da cultura africana na escola, facilitando a atuação educativa na perspectiva do enfrentamento da discriminação racial.

3.2. ESPECÍFICOS:

ü  Estimular a convivência e a aceitação às diferenças ético-raciais, por meio da desconstrução das ideias racistas, discriminatórias e pejorativas, transformando a escola em espaço democrático, capaz de vivenciar a prática dos direito humanos;

ü  Estimular a construção da identidade ético-raciais dos alunos, por meio de ações de mobilização comunitária;

ü  Ampliar o conhecimento sobre a existência de uma diversidade cultural dentro da escola, e a necessidade de valorizar as diferenças, como forma de combater o preconceito racial, por meio de debates, palestras, exposição de documentários.


4.      Metodologia:


               Vygotsky sustenta que todo conhecimento é construído socialmente, no âmbito das relações humanas. Essa teoria tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada, histórico-social. Este processo, se dá na relação com outro, nas trocas onde o professor aperfeiçoando sua prática constrói, consolida, fortalece e enriquece seu aprendizado. Por isso, complementamos com os estudos dos PCNs cuja proposta é formar cidadãos capazes de posicionar-se de maneira crítica; perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente; utilizar as diferentes linguagens e fontes de informação; questionar a realidade formulando problemas e tratando de resolvê-los.


               Sendo assim, o trabalho será dividido em várias etapas que deverão estar em consonância entre si como:
·         Amostra de vídeo / filmes;
·         Realização de mesas redondas, debates, palestras;
·         Leitura, interpretação e produção de textos (escritos, midiáticos);
·         Pesquisas;
·         Exposição.


5.      Cronograma


DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
PERÍODO
01
Amostra de vídeo / filmes
05 a 19/12
02
Realização de mesas redondas / debates
05 a 19/12
03
Realização de palestras
05 a 19/12
04
Leitura, interpretação e produção de letras de músicas (hip-hop, samba)
05 a 19/12
05
Pesquisa sobre personagens negros na literatura
05 a 19/12
06
Pesquisa e exposição de pessoas negras que se destacaram na história (literatura, esporte, política)
05 a 19/12
07
Pesquisa sobre culinária de origem africana
05 a 19/12
08
Pesquisa sobre as danças de origem dos negos (capoeira, hip-hop, coreografias fundamentada nas  raízes  negra)
05 a 19/12
09
Leitura de paradidáticos sobre a consciência negra na literatura infanto-juvenil
05 a 19/12
10
Pesquisa sobre a mulher negra  na sociedade brasileira
05 a 19/12
11
Produção e exposição dos vídeos produzidos pelos educandos
05 a 19/12
12
Oficina de estética no cabelo (tranças)
20 /12
13
Amostra da culinária de origem africana
20 /12
14
Concurso de “Beleza Negra da Escola Maria Gabriela”
20 /12
15
Apresentação de danças (capoeira, reg, hip-hop, batucada)
20 /12
16
Apresentação da banda de rock dos alunos da 802.
20 /12
17
Torneio de futsal, dama, xadrez, corrida, passeio de bicicleta, etc.
20 /12
18
Apresentação de performance de personagens negros da literatura brasileira
          23/12

SUGESTÕES DE ATIVIDADES POR TURMAS / PROFESSOR
TURNO: MANHÃ
ATIVIDADES
TURMAS
PROFESSOR COORDENADOR

Leitura de paradidáticos sobre a consciência negra na literatura infanto-juvenil

501, 502,503


IVAN

Pesquisa sobre culinária de origem africana

601,602

DÉA


Leitura, interpretação e produção de letras de músicas (hip-hop, samba, paródias)


701,702

FÁTIMA

Pesquisa sobre as danças de origem dos negos (capoeira, hip-hop, coreografias fundamentada nas  raízes  negra)


801,802



SARA

Produção e exposição dos vídeos sobre os jovens negros na sociedade

101


MÁRCIO

Pesquisa sobre personagens negros na literatura

201


JEREMIAS

Pesquisa sobre a mulher negra  na sociedade brasileira

301


DINEIDE

TURNO: TARDE
ATIVIDADES
TURMAS
PROFESSOR COORDENADOR

Leitura de paradidáticos sobre a consciência negra na literatura infanto-juvenil

501, 502


MARLEIDE

Pesquisa sobre culinária de origem africana

601,602


DÉA

Leitura, interpretação e produção de letras de músicas (hip-hop, samba, paródias)

                      701,702

IVONE

Pesquisa sobre as danças de origem dos negos (capoeira, hip-hop, coreografias fundamentada nas  raízes  negra)


801,802



RONI

Produção e exposição dos vídeos sobre os jovens negros na sociedade

101


BETH

Pesquisa sobre personagens negros na literatura

201


ARICLEIDE

Pesquisa e exposição de pessoas negras que se destacaram na história (literatura, esporte, política), por meio de grafitagem, charge


3ª ETAPA, 4ª ETAPA


IVONE

TURNO: NOITE
ATIVIDADES
TURMAS
PROFESSOR COORDENADOR


3ª etapa




4ª etapa 1




4ª etapa 2




101




102




103




104




105




1º ano




201




202




301





REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:


Arantes. V.A. (org.).(2003) Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas.(2 ed.) São Paulo: Summus.

Gadotti, M. (1986). Autonomia da Escola: Princípios e Propostas. 2 ed. São Paulo: Cortez
Leite, L. H. A (2006). Pedagogia de projetos. Revista Presença pedagógica. V. 2, nº 8, p. 26-33.
Parâmetros Curriculares Nacionais (1999). Adaptações Curriculares – Ministério da Educação – Brasília
Perrenoud, Philippe (2000). Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed.
_____________. (1999). Práticas pedagógicas, profissão docente e formação. Perspectivas sociológicas. Lisboa, Publicações Dom Quixote.
_____________. (1998). Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.
Vygotsky, L.S.  (1998) A formação social da mente. São Paulo :Martins Fontes.
__________. (1991). Pensamento e linguagem. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes.

Autoras do projeto:

1.      Professora Walquíria Carvalho – Língua Portuguesa

2.      Professora Fátima Oliveira – História e Estudos Amazônicos

3.      Professora Aricleide Tavares – Língua Portuguesa



Imagens em vários momentos do projeto:



















































Gostaria de parabenizar a comunidade escolar e agradecer as autoras do projeto, para que se tornasse público.  Valeu galera.