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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Minha avaliação sobre a greve dos professores na rede pública do Estado do Pará



                                                                   *Valdivino Cunha da Silva


Depois de 43 dias de lutas a assembleia dos trabalhadores em educação pública decreta o fim da greve. Para uns, não tão bem-intencionados, a greve foi um fracasso, a categoria capitulou diante do governo. Não avalio dessa forma, acho inclusive, que ela foi positiva, a luta não foi em vão. Ela não foi em vão porque um conjunto de companheiros aguerridos deixaram suas salas de aula, (e outros não) mesmo sabendo das consequências que os alunos teriam com suas ausências, mas esses professores entendem que na luta também se educa, daí a positividade. Se nós, professores, não lutarmos pelos nossos direitos, com que cara falaremos aos nossos alunos de cidadania? É necessário unir teoria e prática, foi o que um conjunto de companheiros(a) fizeram.







Não devemos nos sentir derrotado pelo fato de que amanhã não estará nos nossos contracheques todo o dinheiro que esse governo nos deve, mas o que dependeu de uma parcela da companheirada, foi feito, que foi gritar em alto e bom tom que o governo deve pagar nosso piso salarial e isso já valeu a pena, pois, mostramos nossa indignação. A justiça, pressionada pela categoria já determinou que o governo pague o que deve, agora, se ele vai descumprir a justiça é outra história, isso foge da competência da categoria. Eu gostaria que o presidente golpista estivesse preso num presídio de segurança máxima, mas quem tem poderes para fazer isso é a justiça, não posso algemar e levá-lo preso.









Tem companheiros que avaliam que a greve não deveria terminar da forma como terminou. Tenho a seguinte avaliação: Toda greve, em qualquer que seja o setor tem um tempo para iniciar e acabar. Ela se inicia quando as condições se tornarem insustentáveis para os trabalhadores. E ela deve terminar quando ocorrer o atendimento de uma pauta ou parte dela ou ainda quando o poder de mobilização se tornar enfraquecido, sem poder de pressão ou ainda quando não houver gente suficiente para dar a sustentação necessária a uma greve, pois, nesse caso, não se faz greve com uma minoria. No meu entendimento foi este o motivo que levou a categoria a decretar o fim da greve. Quem decreta o início ou o fim de uma greve é a categoria, os dirigentes apenas cumprem ou encaminham as decisões, assim como quem faz um sindicato forte também é a categoria, jogar o ônus ou o bônus para os dirigentes me parece ser um grande erro de análise, ou má intensão.







Faço das palavras do professor marxista José Paulo Neto as minhas. Quando solicitado para fazer uma análise de conjuntura ele disse: “Temos que com clareza, distinguir aquilo que é possível do que é desejável. Não para nos contentarmos com o possível, só, mas para entender que o possível só é verdadeiramente possível se tiver uma relação com o desejável. É isso que pode evitar que a gente caia no esquerdismo tolo, no radicalismo verbal ou, então, na complacência verbal ou na cumplicidade.”





























* O autor é educador da 11ª Unidade Regional de Ensino - SEDUC/Pa.

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