Com um número representativo de
trabalhadores em educação, em cerca de oitocentas pessoas presentes, segundo o sindicato, na Assembléia Geral, que aconteceu no dia 18,
na quarta-feira, decidiram deflagrar
greve no estado do Pará.
Após um caloroso debate entre os
diversos grupos que atuam no interior do Sindicato dos Trabalhadores Públicos
do Estado do Pará - SINTEPP, com a participação de dezesseis intervenções, a
base da categoria com votação quase unânime desbanca o grupo majoritário da
diretoria, que defendeu que no momento o ideal não seria a greve, cansada dos
discursos e práticas das lideranças que comandam o sindicato nesses trinta
anos, a categoria dos trabalhadores deu a resposta votando na proposta nº 1,
que foi a greve e cansada de receber não do Governo do Estado em relação as
suas principais reivindicações, como a regularização do Sistema de Organização Modular
de Ensino - SOME, o pagamento de um terço da hora produtividade, retroativos,
licença premio, aulas suplementares, bolsa mestrado e doutorado, unificação do
PCCR, lotação digna para os professores nos espaços pedagógicos, além da
qualidade do ensino.
Após a Assembléia Geral, que
decidiu pela greve a partir daquele momento e começasse a mobilização nas
unidades de ensino e que entraria a partir do dia 23, nesta segunda-feira,
aconteceu o fechamento da Av. Nazaré, fazendo com que os professores fizeram o
quadrado e ocupando o Centro Integrado de Governo – CIG.
O momento atual trás uma novidade
importante para o movimento que é a participação do SOME – Sistema de
Organização Modular de Ensino- que em outros momentos não participou ou
participou timidamente do movimento grevista. De acordo com um professor do
SOME da 11ª URE, há situações decisivas para uma tomada de posição em que não
há como ficar vendo o barco passar sem nada fazer, pois depois poderá ser tarde
demais e ele vê a situação atual como um desses momentos e assim justifica a
adesão do SOME a greve. Ainda de acordo com o professor “é necessário uma
grande pressão dos trabalhadores a fim de que o Governo Estadual atendam a
pauta dos trabalhadores”. Ele avalia que o momento atual é propicio afinal,
“não vivemos um momento econômico ruim e já foi a provado a Lei do Pré-Sal que
destinará um volume de recurso considerável pra educação, então pergunta o
professor, por que não aplicar os recursos da educação na educação?”.
Ainda na avaliação do professor, “o
SOME é um projeto democrático de inclusão social educacional que merece mais
respeito por parte do governo, afinal é o SOME que leva educação às comunidades
mais longínquas a possibilidade das pessoas dessas comunidades terem acesso à
educação. Esse fato por si já merecia respeito ao projeto por parte do Governo
do Estado. Como isso não vem ocorrendo a greve foi deflagrada e como se sabe a
parte mais fraca infelizmente é que é mais penalizada, que são os alunos. Que o
governo atenda a reivindicações dos trabalhadores para que a greve não se
prolongue”.
Olha aí, nossa agenda: Dia 24/09, às 9 h. concentração no Centro Arquitetônico de Nazaré(CAN)
Dia 27/09, reunião específica para os trabalhadores lotados no Sistema de Organização Modular de Ensino -SOME, às 14 h., no auditório do Sintepp.
Contamos com sua participação. A luta continua.
Carta Aberta do Sintepp para comunidade
OS MOTIVOS QUE LEVARAM À GREVE NA
REDE ESTADUAL DE ENSINO
Os trabalhadores (as) em educação
da rede estadual de ensino decidiram no dia 18/09/2013 deflagrar greve por
tempo indeterminado nas unidades escolares do estado do Pará, a partir de
23/09, em razão do desrespeito do governo Jatene com as reivindicações da
categoria sem respostas há mais de um ano e meio.
Nossa greve não é apenas por
salários, é pela defesa da escola pública. Não aceitamos mais ter nossas
escolas caindo sobre nossas cabeças, tamanha é a falta de infraestrutura.
Cansamos das propagandas, os pactos fictícios do governo não convencem,
queremos ver em nosso dia-a-dia as melhorias para a educação.
Enquanto convivemos com a falta
de ventilação e climatização das salas de aula, de água potável, de espaços
educacionais adequados, com banheiros sem condições de uso e materiais
didáticos pedagógicos insuficientes, sem falar na completa insegurança que
assola a comunidade escolar, o governo faz vistas grossas ao caos da educação.
Chega, exigimos respeito!
Queremos segurança para
desenvolver nossas atividades, completa estruturação das escolas, inclusão no
PCCR dos funcionários de escola já previsto na legislação, eleições diretas
para direção de escola, jornada de trabalho com garantia de no mínimo 1/3 para
hora atividade, regulamentação de Aulas Suplementares, efetivação da lei do
Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), pagamento do retroativo do PSPN de 2011 (em
tramite na justiça à pedido do Sintepp), realização imediata de concurso
público, qualificação profissional para trabalhadores (as).
Por isso convocamos pais,
responsáveis, alunos e demais trabalhadores do serviço público a somarem-se à
nós nesta luta pela qualidade da educação pública como direito social
fundamental.