* Valdivino Cunha da Silva
Todo paraense papa chibé, conhece
o espaço que me refiro. Ele fica encravado no coração de Belém, que já se
chamou Largo da Campina, hoje Praça da República que se localiza entre
as Avenidas Assis de Vasconcelos e a Presidente Vargas. Nas “laterais da
praça, plantas que dão a Belém o título
de” Cidade das mangueiras” que além da sombra também produzem gostosos frutos
disputados por transeuntes quando delas caem em seu período frutífero. Dentro
dela, monumentos históricos e o Teatro
Experimental Waldemar Henrique, Chalés de ferro, reservatório de água em
pequenos lagos. Tem ainda Núcleo de
Artes da UFPA e a Banca do Alvino, o Bar do Parque, este último, reduto de
outrora da boemia paraense. Tem ainda o
Teatro da Paz e sua arquitetura que nos remete ao estilo gótico, característica
da arte medieval, que retrata o glamour
da elite de outrora , enriquecida com o boom da borracha no período da Belle Époque amazônica. Destoando
a paisagem meio bucólica, foi erguido mais
recentemente um espigão de concreto que abriga
Hilton Hotel com seus apartamentos luxuosos e sem sentido para a
população que frequenta a praça.
A praça já foi ponto de encontro da esquerda
paraense e hoje ainda é um dos espaços preferidos
para manifestações das mais diversas formas. Para lá convergem,
convivem e expressam os mais diferentes pensamentos, seja o pensamento
hippie, dos punks, anarquistas e democratas. Ninguém ignora os cabelos longos
e transados dos roqueiros, a homossexualidades de alguns ou a crença religiosa de outros, lá
reina o direito a diferença ou à
preguiça.
Atualmente foi agregado a paisagem da praça, a
feira hippie e o arrastão do grupo Pavulagem que arrasta multidão com seus
chapéus de palhas enfeitados com fitas de cores fortes penduradas em suas
abas. Em ser cortejo seguem crianças, jovens, adultos e idosos que partem da
escadinha em direção a Praça da República. Se você nunca visitou a Praça da
República aos domingos, não sabe o que está perdendo.
|
|
* O autor é Sociólogo e possui outras matérias neste blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário