quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Formação dos Professores no SOME






Um dos aspectos muito enfatizado nas rodas de conversas e reuniões dos professores do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME é a sua formação. Sabemos que a estrutura e funcionamento dessa modalidade de ensino, que é uma política pública ligada a Secretaria Estadual de Educação – SEDUC, no Estado do Pará, é difícil de ser pensar nessa ideia, porém, é possível. Em 2002, através de muitas reivindicações, os educadores conseguiram a formação continuada através da especialização em meio ambiente do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia – NAEA, da Universidade Federal do Pará – UFPA. Foi uma experiência impar para a categoria. Depois não foi proporcionada, a não serem palestras, debates e formação de curso de curta duração pelas Unidades Regionais de Educação.




Debates intensos se têm no âmbito da Educação brasileira, em que caminhos devem trilhar o processo de ensino-aprendizagem nas escolas públicas, neste começo de milênio. E em se tratando do ensino das diversas disciplinas, inúmeras são as sugestões metodológicas para tentar envolver o educando nas vertentes do conhecimento para que as aulas sejam menos cansativas, abstraídas e desinteressantes. Rotineiramente aparecem nos livros didáticos do Ensino Fundamental e Médio informações distorcidas, assim como inúmeras frases que tentam persuadir o educando a não visão critica da realidade e ao conhecimento do mundo.



A educação se encontra entre as atividades mais amplas e complexas que se tem conhecimento. Essa complexidade gerou historicamente a institucionalização e formalização do processo ensino-aprendizagem através da escolarização, culminando com a estruturação de currículos disciplinares visando modelar um perfil individual, profissional e social e, por conseguinte, visando gerar um padrão cultural da sociedade. 



Mesmo diante de embates pela concretização de políticas de formação de professores, nota-se através dos debates, seminários e reuniões para construção do Plano Nacional de Educação, especificamente, suas metas e estratégias.  Em 2010, com a consolidação e a efetivação da Conferência Nacional de Educação ficou claro sua importância para o debate da educação para a sociedade brasileira. 



Diante deste contexto, essa matéria possibilitará informações sobre a formação de professores das disciplinas e suas práticas no Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME que é uma política pública da Secretaria Estadual de Educação- Pa, que garante o ensino médio em diversos municípios e lugarejos onde não há condições estruturais para implementação pelo sistema regular de ensino.



A inserção do educando nas páginas do conhecimento, inicia-se, na maioria das vezes, com o estudo de realidades extremamente desconhecidas, distantes da sua realidade e, portanto, complicadas de entendê-las o que leva a desinteressarem-se imediatamente pelas aulas e atividades que o professor passa a desenvolver.



Outro aspecto que merece destaque é sobre a prática docente nas disciplinas e a adoção de aulas expositivas apoiadas em textos escritos e recursos audiovisuais, o que impõe, a adoção de palavra falada e escrita - tendo o professor como mediador – os elementos que dão sentido e interpretam o conhecimento embutido neste tipo de material pedagógico.



Não há dúvida de que estes recursos, se bem selecionados e utilizados, podem dinamizar as aulas e prender a atenção dos alunos e facilitar o processo de aprendizagem. Entretanto apresentam limitações. Parte dessas limitações está relacionada ao fato de que os alunos nos vários níveis de ensino (em especial no Ensino Fundamental e Médio), apresentam certa dificuldade de executar uma leitura interpretativa e compreensiva e ao mesmo tempo provocadora de indagações e criticas que limita ou impede que se crie o vínculo entre a leitura do texto na escola e a leitura da realidade e do concreto.



Uma hipótese sobre esse fato decorre da desconexão entre o processo de ensino na escola (abstrato e fragmentado em disciplinas) e a realidade social (complexa e concreta).



O desafio colocado a cerca de uma nova metodologia de ensino na educação básica nos permite vislumbrar uma alternativa de como o estudo destas disciplinas, assim como de outras,  podem contribuir para que esse aluno alcance a condição de cidadão, ao estimular no aluno uma melhor compreensão da sua realidade, percebendo-se no seu contexto histórico enquanto sujeito ativo e reflexivo.



Acredito que um dos maiores teóricos poderia servir de referência que seria através da pedagogia política de Paulo Freire, e parte do princípio de que a experiência de vida, os valores e os saberes dos alunos e do meio social a que pertence, precisa efetivamente, fazer parte do seu processo de escolarização e letramento, e uma das formas para se atingir esse objetivo é o desenvolvimento na escola pública com educadores que executem projetos pedagógicos que associem pesquisa e ensino, pois assim estará possibilitando a sistematização dos saberes, experiências e valores da própria comunidade, canalizando-o como substrato de sua formação escolar. Portanto, essa seria uma das propostas de reivindicações para os futuros governantes do estado e do país.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

A Educação no Campo Brasileiro






Um dos maiores índices de analfabetismo no Brasil é no campo paraense, mesmo percebendo que  no Brasil, nas últimas décadas começaram a cair, entre 2001 e 2011 a taxa de analfabetos entre a população de 15 anos ou mais de idade passou de 12,1% para 8,6% da população, portanto, com avanço significativo, através de programas do governo federal voltado para essa área.


Conforme a lei em vigor, essa modalidade de ensino fica sob responsabilidade das prefeituras municipais, que em certas áreas do país proporcionam Escolas com infraestrutura precárias, principalmente no norte e nordeste do país. Algumas pesquisas, inclusive, ressaltam as condições físicas sem nenhumas condições de funcionamento e outras funcionando em espaços físicos de membros das comunidades.  


Com esse cenário, nossas leituras e pesquisas indicam que as altas taxas de exclusão escolar são motivadas no campo, por falta de uma organização política, mesmo tendo informação que muitos movimentos sociais estão em embate por uma educação digna e de qualidade.



Os dados apresentados, também, ressaltam que as maiores taxas de professores sem formação é no campo, isso propiciando, o que não é novidade, maiores taxas de professores com vínculo empregatício precário, portanto, com contratos temporários, ficando sob controle da política e oligarquia local. 



Sabemos que os currículos escolares não consideram os saberes locais. Com o jogo político dos livros didáticos que a maioria não corresponde à realidade da clientela, a educação no país continua precária, induzindo o fechamento de escolas do campo. Triste realidade, à medida que o analfabetismo incomoda a cidade.