segunda-feira, 23 de março de 2020

Os velhinhos do SOME estão indo embora!




*Professor Valdivino Cunha













A frase acima foi dita por uma professora mais jovem do município de Bujaru. Era nosso último dia de aula do módulo lá em São Lopes. Já havíamos desocupado a casa e já estávamos partindo quando uma professora que ficaria na casa dos professores gritou lá de dentro:


- Os velhinhos do SOME estão indo embora! 


Eu, professores Lázaro, Ribamar, tia Bené (se não me falha a memória) nos entreolhamos e as  gargalhadas foram inevitáveis  pois a ficha caiu porque nós éramos os velhinhos que estávamos partindo. 


As palavras da professora  em tom de brincadeira tornaram-se depois proféticas tendo em vista algum tempo depois, alguns velhinhos já partiram “dessa pra melhor”, como é o caso da professora Bené, do professor Aluízio e mais recentemente, o professor Chaves. Eles deixaram pra nós suas experiências, suas amizades  suas marcas e suas particularidades. 


O professor Aluizio tinha como marca ser metódico, todo certinho e por isso mesmo fazia, como ele mesmo dizia, “ o melhor café do mundo”. Gostava de usar a frase   como é que pode! quando alguém saía dos trilhos. 


A professora Bené tinha como marca um cigarrinho inseparável. Também levava todos os “trecos” que iria precisar na casa dos professores, sem contar sua paixão pelo açaí no almoço ou no jantar, fino ou grosso, inverno ou verão, com chuva ou com sol. 


O professor Chaves, tirava barato com a cara de todo mundo. Quem nunca viu ele cantar versos da letra da musica de abertura da novela Escrava Isaura, para a professora Ray? Ele não apenas cantava (ilê, ayê, ylê, ayê, ailê, ayê) mas também imitava a dança(movimentando os braços em forma de L para frente e para trás). O bom de tudo isso é que a Ray por mais que quisesse lhe dá uns tabefes, sempre levou na esportiva essa encarnação do Chaves. Ele tinha um apelido para cada um de nós, por mais que não soubéssemos. Quanto ele estava junto, ninguém ficava quieto, havia sempre um motivo pra sorrirmos com as encarnações e palhaçadas dele 


Aos professores Aluizio, Bené, e Chaves, presente!


*O autor é Sociólogo lotado em Bujaru, pelo Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME -

SEDUC/PA.

sábado, 21 de março de 2020

Educação na Amazônia em Repertórios de Saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino










Amigos e amigas de caminhada. É com enorme prazer e fortes emoções que compartilhamos com vocês a materialização dos nossos sonhos: o livro dos "modulindos" e "modulindas" (o primeiro de muitos). Está pronto e impresso. 







Agradecemos o turbilhão de amigos que comprou antecipadamente o livro, para podermos garantir a realização desse projeto. 







Foram 105 exemplares vendidos, na planta, na confiança. Valeu!!!




                                                                 

Esperamos que a Pandemia seja superada logo. Assim que essa fase de isolamento social acabar, marcaremos o lançamento do livro e a entrega a todos que compraram antecipadamente.








Para quem ainda não adquiriu o livro Educação na Amazônia em Repertórios de Saberes: O Sistema de Organização Modular de Ensino, que materializa o legado do ensino médio que faz diferença nos interiores do Estado do Pará, tendo como objetivo garantir os registros das histórias do SOME. O livro ficou por conta da Editora Paka-Tatu, que custa atualmente R$40,00(Quarenta Reais). Os interessados poderão transferir ou depositar o valor a quantidade de livros que desejar, para conta de uma das organizadoras, a correntista Marina Costa: Banpará, Agência 021, Conta Corrente 293.231 - 8 ou Banco do Brasil, Agência 3074 -0, Conta Corrente 51.653 - 8. Após a transferência ou deposito  remeta o comprovante de pagamento para um dos organizadores do livro, que será entregue no dia do lançamento do livro. Agradecemos quem já adquiriu antecipadamente a obra, que trata sobre o SOME  Em abril, o SOME completa 40 anos, e temos nossa participação nessa história.








Um abraço afetuoso a todos e todas.


Organizadores:


Sérgio Bandeira

Marina Costa  e 

Ribamar Oliveira

sábado, 14 de março de 2020

Marielle Franco: Vereadora de lutas e resistências





Hoje, completa dois anos do assassinato da vereadora, socióloga, militante de movimentos sociais e populares Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, no Rio de janeiro. Suas lutas incansáveis em defesa dos direitos humanos e ativista feminista continuam servindo de referências para juventude e entidades. Como assessora parlamentar e depois eleita vereadora sempre estava do lado dos trabalhadores injustiçados e até o momento, apesar de ter dois presos, considerados assassinos, ainda falta à resposta, quem mandou matar Marielle Franco?



A vereadora Marielle Franco foi uma guerreira, possuindo seus sonhos e objetivos. Teve muitas dificuldades para estudar e se formar no curso de Ciências Sociais, por ser mulher, ser mãe e atuar nos movimentos de vanguardas, com ideias progressistas e uma sociedade melhor.



Sua trajetória de lutas é impar, mesmo assassinada, continua viva, principalmente com a criação do Instituto Marielle Franco, com o objetivo de buscar justiça e ações dos movimentos. O legado da vereadora segue firme e forte nas ruas, nas mobilizações e articulações políticas pelo Brasil a fora. Com seu assassinato não há muito a que se comemorar e até quando muitas Marielles e muitos militantes das injustiças sociais terão que tombar nessa sociedade conservadora e os assassinatos irão ficar impunes? E por quê?

domingo, 1 de março de 2020

Educação no campo: Trilhando no ensino do Sistema Modular (XII)




Dando continuidade as produções relacionadas com o Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, temos uma dissertação defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação, Mestrado Acadêmico em Educação – PPGED, da Universidade Federal do Pará, pela Professora Enely Tavares da Silva, em 2015, tendo como tema “O SOME na Comunidade de Tartarugueiro em Pontas de Pedras/PA: Ente o legal e o real observado”.



Na dissertação da Professora Enely Silva enfatiza na Introdução “A presente dissertação analisa processos atuais de implementação do ensino médio na comunidade Tartarugueiro, município de Ponta de Pedras, região do Marajó, estado do Pará, o qual vem sendo implementado pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará (SEDUC) por meio do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME). Metodologicamente, o texto baseou-se em pesquisa de campo de natureza qualitativa e em levantamento bibliográfico e documental. Foram realizadas entrevistas abertas e semiestruturadas e observações in loco na própria comunidade, objeto da investigação. A conclusão geral alcançada foi a de, em que pese às dificuldades e problemas para a implementação da escolarização, o SOME é uma possibilidade de aumento de escolaridade com perspectivas de ingresso no mercado de trabalho e acesso para o Ensino Superior, principalmente por conta da cota de remanescentes de quilombolas para sujeitos da comunidade de Tartarugueiro em Ponta de Pedras, no Pará”.



Dissertação bem elaborada e com linguagem acadêmica apropriada, a autora trata alguns tópicos interessantes da educação brasileira, paraense, em especial Ponta de Pedras e do ensino médio, como:  ENSINO MÉDIO, EDUCAÇÃO DO CAMPO E A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO OFERECIDA PELO SOME, Educação como meio de reprodução social, O ensino no Brasil: cenários do ensino médio brasileiro, Marcos Históricos, Políticos e Legais do Ensino Médio no Brasil, Políticas públicas pós 1990 no Brasil, Programas implantados para o Ensino Médio, Programa Ensino Médio Inovador (PROEMI),Desafios e perspectivas para o Ensino Médio, O Ensino Médio no Pará: O SOME, Educação rural versus educação do campo, Base legal para uma educação do campo, Legislação da educação do campo, O conceito de qualidade e qualidade da educação, A questão da qualidade educacional no contexto do Estado brasileiro, A qualidade da educação básica e os desafios na atualidade, Indicadores/parâmetros da qualidade na perspectiva do MEC, CARACTERIZAÇÕES ESPACIAIS E HISTÓRICAS DO LOCAL DE PESQUISA, Caracterização do município de Ponta de Pedras/PA, Caracterização da educação em ponta de pedras/PA, Base legal do SOME, Parceria entre município e estado para oferta do SOME, O funcionamento do SOME em Ponta de Pedras – Pará, Localização e historicidade da comunidade de Tartarugueiro, Espacialidade da Escola Municipal de Ensino Fundamental isolada de Tartarugueiro, O PROCESSO EDUCATIVO DO SOME ENTRE O LEGAL E O REAL NA COMUNIDADE DE TARTARUGUEIRO EM PONTA DE PEDRAS-PA, A Legalidade dos objetivos educativos do SOME nos documentos oficiais, O SOME e os problemas no contexto do processo educativo: a realidade na comunidade de Tartarugueiro e Os desafios para o futuro no contexto educativo do SOME.



Com a releitura que é acessível, neste final de semana, adorei a abordagem enfatizada pela Professora Enely Silva, em sua dissertação e com certeza, aprendi muita mais sobre o SOME, tornando um lazer prazeroso.