No ano de 2001, desenvolvi minhas práticas educativas no
município de Juruti, no III Módulo, pelo Sistema de Organização Modular de
Ensino – SOME. O SOME é uma política publica que completou 40 anos no dia 15 de
abril passado, que atende os alunos matriculados no ensino médio nos interiores
do estado do Pará. Nesses rincões, como não tem estrutura para o ensino regular
é solicitado implantações para a Secretaria Estadual de Educação – SEDUC/PA
para atender as demandas. Já que o aluno tem dificuldades, principalmente
financeiras, para se deslocamento onde tenha o ensino regular, o SOME é uma
alternativa.
No momento em que trabalhei no município o SOME funcionava na
sede, como várias turmas de ensino médio atendendo várias localidades. Já tinha
trabalhado em Juruti, no ano 1989, no III Módulo também.
Várias atividades pedagógicas foram executadas com os alunos
durante esse módulo, inclusive, pesquisas sobre os aspectos históricos,
econômicos, culturais e sociais do município. Estarei postando algumas dessas
lembranças de dezenove anos atrás, sim, 19 anos, é bastante tempo, incrível,
tudo isso! Vivendo e aprendendo nessas andanças pelo estado.
Uma das pesquisas que foi executada participaram os alunos
Mirian Coimbra, Fabíola Araújo, Milene, Juíza Soares, Ricardo Toscano, Ramaiano
Braga, Joana Paula, Wesley e Rogério Rocha. Esses alunos apresentaram um
relatório das atividades orientadas sob nossa responsabilidade sobre a cultural
local, incluindo as principais danças apresentadas em 1990, que foi realizado,
no V Festival Folclórico de Juruti, na quadra municipal André Júlio.
Entre os objetivos do Festival Folclórico de Juruti, segundo
um informante, tem que promover coordenar, e incentivar as manifestações
culturais do município, assim como priorizar as tradições indígenas
impulsionando a população local a conhecer e reverenciar o legado da cultura
deixado pelos ancestrais. Além disso, foi também abordado que o evento
jurutiense objetivava alcançar outros pontos, entre eles: Valorizar o artista
local, Manter vivo o espírito folclórico entre os municípios, resgatar as
tradições fundamentais a identidade cultural, conseguir a intensa participação
da população alcançando assim o envolvimento do homem com a cultura.
Vale ressaltar, segundo as pesquisas dos alunos
pesquisadores, que foi importante destacar que o festival jurutiense apenas alcançou majestosidade, devido aos espetáculos proporcionados pelas duas tribos, que
visam unicamente valorizar o índio com suas tradições, cantos e rituais místicos;
valorizar a cultura local é o lema principal do Festival Folclórico de Juruti.
Levantamentos pesquisados durante o módulo foram levados em
consideração alguns aspectos importantes para a sociedade jurutiense, entre elas,
pode-se frisar a abordagem histórica. O município de Juruti originou-se de um
disperso núcleo de índios Mundurukus, catequizados pelo Padre Manoel de Sanchos
e Brito. Os nativos de Juruti recebem a denominação de “Jurutiense”, termo
derivado do topônimo de origem Tupi “Juruti”, ave de cor cinza, que viviam em bandos
nas florestas da região, que davam a sintonia com a natureza e valorizava o
meio ambiente.
Foi enfatizado durante dados coletados pelos alunos
pesquisadores, o seguinte: em 13 de dezembro de 1859, a Lei Provincial Nº 339, que
faz a transferência da sede da frequesia de Juruti para as margens do Rio
Amazonas, no Paraná Maracá – Açu. Com a Lei Provincial Nº 1.152, de 09 de abril
de 1885, foi criado o município de Juruti. Outro dado importante, devido questões
políticas, o município foi extinto em 03 de abril de 1900, sendo anexado aos
municípios de Óbidos e Faro. Em 03 de abril de 1913, novamente acontece a
criação do município pela Lei Nº 1.295. Em 31 de março de 1938, através da Lei
Nº 2.972 constitui o município de Juruti com seus limites geográficos e
organização política até os dias de hoje (2001).
Continuando o levantamento da pesquisa trata que o V Festival
Folclórico de Juruti, foi realizado em julho de 1990, na administração do
Prefeito Isaias Batista Filho, sendo a organizadora do evento a primeira dama
do município Lucídia Benithar e a Secretaria Social, sendo apresentadas grandes
inovações e atrações, como: Quadrilha Ou Vai Ou Racha, com 200 brincantes, com
a coordenação de d. Ana Paula Cunha e Thiá e o Lana. O Boi Campineiro, com 78
brincantes, com direção de Nino Gonçalves.
O Cangaço, com 68 brincantes, com direção de Régia Pinheiro e Clemente
Santo; além desses, apresentaram ainda, os cordões de pássaros, quadrilhas
roceiras, danças interioranas e outras.
Continua na próxima postagem. Aguardem!
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