quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

POEMA DEZESSEIS DE NOVEMBRO (Homenagem à Belém)

 


       


Quanta nostalgia quando olho pra ti do alto das minhas lembranças!

As tuas ruas antigas já não existem mais

Se perderam com os anos que foram passando.

Olha a Dezesseis de Novembro!



Décadas atrás os trilhos do trem passavam por ela

E o barulho da Maria fumaça ao passar ainda soa em meus ouvidos,

Como que dizendo: estou aqui!

Aquelas árvores altaneiras, o que fizeram delas?

Tão belas, tão majestosas, tão imperiais!

Elas eram os guarda-sóis das tardes calorentas

Misturadas com a chuva das três da tarde...

Ah, Dezesseis de Novembro! Saudade dos teus trilhos,

Do trem passando todas as tardes,

Das palmeiras que me inebriavam a visão.

Onde estão todos eles?

Em que fundação histórica ficaram guardados?

Sumiram todos!



Até os paralelepípedos das ruas foram arrancados

E levaram com eles as nossas pisadas.

Os ventos da modernidade sopraram tudo pra longe,

Pro passado, pro tempo passado...

Um tempo que só pode voltar nas nossas memórias.

Até um dia as nossas memórias também serem levadas.

 

Carlos Prestes

Curitiba (PR), 12 de janeiro de 223

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