Lembranças vivas ainda guardo como fosse hoje nas práticas educativas desenvolvidas através do recurso metodológico importante para as ciências humanas como a história oral. A utilização deste mecanismo, foi possível enfatizar e executar um dos projetos de resgates das memórias e histórias tendo como base as falas dos moradores do município de Cachoeira de Piriá. Este foi desmembrado do município de Viseu, que em virtude da predominância da prática das atividades minerais, chamava-se Cachoeira do Garimpo. Foi criado em 28 de dezembro de 1995, através da Lei número 5.927, sendo o município sede. Segundo o Censo do IBGE, a população atual é de 19.630 habitantes.
Após a apresentação no primeiro dia e
algumas atividades lúdicas para conhecer melhor e mais a turma, como educador do Sistema de Organização
Modular de Ensino – SOME para uma turma do primeiro ano, de reposição, expliquei
a proposta de trabalhar com a história oral e sua importância para o conhecimento;
assim como, a introdução dos primeiros passos para a pesquisa paralela ao
conteúdo que seria desenvolvido na sala de aula solicitado pela Secretaria
Estadual de Educação – SEDUC.
Expliquei
que iniciaria com três textos básicos que abordavam o que é a história oral e
suas características, com eles ficariam mais claro para entender como iria ser
o trabalho que iriam executar. Com isso, lancei a proposta a turma formada com
38 alunos e alunas, gostaram e aceitaram que faríamos uma educação diferente e produtiva
buscando escrever a história de suas famílias e assim íamos juntar as
entrevistas para a construção da história do município através de grupos com
cada um pesquisando um tema.
O projeto em andamento e sendo executado
pelos agentes históricos, com as falas de seus familiares surgem as narrativas interessantes
com abordagem efetivamente de quem construiu a história e suas memórias
ressaltam as boas lembranças bem vivas. Esta narrativa que a oralidade traz
para o presente são transcritas nas produções dos grupos. A identificação das
memórias de seus familiares se confunde com suas histórias, o que chama
bastante atenção dos aluno-pesquisadores e estimula seus interesses ainda mais
pela pesquisa. Problematizando alguns conceitos da história regional, foi possível
transpor para a história local numa perspectiva de desconstrução de uma
narrativa empírica.
Sempre procurando relacionar que a formação
dos seres humanos faz partes de matrizes que iniciam com os laços culturais da
família ou através de grupo social entre os ambientes que se encontram
envolvidos. Traçar as narrativas orais em 25 dias do calendário letivo, neste
caso, direto, inclusive nos finais de semanas, não é uma tarefa fácil, mas um
desafio que os educadores encontram na construção de iniciação a pesquisa,
principalmente, na educação básica, nos interiores do Estado, na dimensão de um
país. O caso de Cachoeira do Piriá não fugiu à realidade.
Os grupos temáticos sobre a mulher, a
economia, cultura, religião, história e remédios caseiros avançaram nas
pesquisas fazendo apenas as sistematizações e revisões das transcrições o que possibilitaram
cada tema desse ser um capítulo do livro que organizamos como resultado desses levantamentos dos
aluno-pesquisadores e marcamos no final do módulo as apresentações de cada
grupo com seu tema, o que foi excelente.
Mesmo com pouco dias letivos, o olhar de
um tempo, sempre mostram outros significados e rememorar o que essas pessoas têm
de interessante, trazem outros significados, mesmo de tristeza, alegria ou
saudades. A concretização dessa coletânea de textos, só foi possível com a
participação dos informantes.
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