segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Minhas férias nos interiores do Estado do Pará




Durante minha adolescência, costumava passar as férias nos interiores do Pará, especialmente nos municípios de Viseu e Irituia, esta cidade de origem da família do meu pai. Lá, convivíamos com muitos parentes, incluindo minha tia Francisca Birilo de Oliveira, conhecida como Chiquinha, que tinha uma relação muito próxima com minha mãe. Muitas vezes ficávamos hospedados na casa dela, tanto em Belém quanto na entrada do município de Irituia, no nordeste paraense. O acesso era difícil, geralmente feito de kombi, devido à falta de ônibus e estradas ruins. Nessas férias, aprendemos sobre alimentação típica, tranquilidade e o estilo de vida pacato do interior. Mesmo hoje, quase aos 70 anos, guardo boas lembranças desses momentos, apesar da ausência de fotografias, recordando as brincadeiras e amizades da época.


Nesse período, a tia paterna, por ser a mais idosa da família, era frequentemente procurada pelos irmãos mais novos e sobrinhos. Isso favorecia o contato em Irituia, o que facilitava conhecer praticamente todos os parentes do lado paterno. Na época, o pai residia nas fronteiras do Estado do Amazonas devido à sua carreira militar, enquanto a família vivia em Belém do Pará com a mãe, em função da necessidade de dedicar-se aos estudos. Esse contexto contribuía para que, nas férias, fosse possível visitar diversas localidades do interior. Havia também um tio que morava nas colônias e trabalhava com agricultura, permitindo que se conhecesse melhor essa rotina. Entre os principais produtos cultivados estavam juta, tabaco e milho; além disso, havia criação de gado e pequenas plantações. O cultivo de mandioca tornou-se significativo apenas posteriormente.


As visitas proporcionavam a vivência dos hábitos locais, como acordar de madrugada para preparar e amarrar folhas de tabaco, que eram postas para secar, hábito comum entre 3 e 4 horas da manhã. Essas atividades representavam importantes fontes de renda para a família na região rural durante o final da década de 1960 e início da década de 1970, sendo parte da produção destinada à venda ou troca por alimentos essenciais. Além disso, a alimentação era complementada por carne de caça, criações domésticas como galos, perus, galinhas e gado, garantindo relativa autossuficiência alimentar.


A experiência que tive na adolescência foi fundamental para minha vida profissional, especialmente ao trabalhar no Sistema de Organização Modular de Ensino. Isso se deve ao meu conhecimento da realidade dos interiores do Pará, já que meus pais são de cidades do interior, como Viseu. Sempre visitei a família da minha mãe em São José do Gurupi, o que expandiu minha vivência nessas regiões e contribuiu para minha atuação futura.

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