Fazer a contextualização
histórica do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME requer dados profundos
e conhecimento do assunto, já que possuímos textos produzidos a nível de
academia, através dos TCC, dissertações e algumas teses.
O SOME que foi um projeto até
2014 gerido pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará, já que ela
assumiu a responsabilidade em 1982, segundo a Lei 5692/71. O projeto foi
gestado na Fundação Educacional do Estado – FEP, já que acumulava o
gerenciamento do ensino superior e o 2º Grau. Com a implantação nos municípios
de Nova Timboteua, Curuçá, Igarapé Açu e Igarapé Miri, já que antes, tínhamos em
caráter experimental, iniciou-se em 15 de abril de 1980 e sendo homologado com
a resolução nº 161/82, de 03 de novembro de 1982.
O SOME surge como alternativa dos
problemas enfrentados pela FEP durante o final da década de 70. Além de
assegurar e proporcionar atendimento do 2º Grau aos diversos municípios, já que
cada um possuía suas particularidades. Com as pressões dos gestores municipais sobre
o governo estadual, quando é formado uma equipe responsável na FEP para a
criação de uma política pública que atendesse as demandas dos interiores do
Estado.
É, importante abordar que no
final da década de 70, dos 83 municípios do Estado, tínhamos apenas 16 funcionando
o SOME. A maioria das ofertas só existia nas sedes dos municípios, já que a
demanda era maior, pela concentração populacional e também a demanda do 2º
Grau.
Outro aspecto que é importante
ressaltar é que a partir de 1986, inicia o processo de formalização de
convênios com as prefeituras, o que contribuiu decisivamente para a implantação
do SOME nas zonas rurais do Estado do Pará, tendo como principal preocupação de
expandir as oportunidades na área de educação do 2º Grau para os alunos em
idade escolar.
Diante esse cenário foi levantado
alguns aspectos que contribuíram para o SOME, além dos já citados, foi
ressaltado a falta de continuidade no ensino pela distância dos municípios, a inexistência
de escolas do ensino médio, a precariedade da mão de obra qualificada ou a
falta de profissionais habilitados e a situação econômica dos municípios.
Como a operacionalização da
estrutura e funcionamento do SOME, é proporcionado através dos módulos, com 50 dias
letivos para cada um, sendo trabalhado o desenvolvimento do conteúdo
programático, com aplicações de duas avaliações, como acontece, atualmente. Por
lei, o ano letivo corresponde 200 dias letivos, funcionando com quatro módulos simultaneamente
em quatro localidade constituindo um circuito, através do rodizio dos
professores lotados, trabalhando em blocos de disciplinas que são ministradas
nas localidades, tendo como base a grade curricular da Secretaria Estadual de
Educação. Quanto ao calendário, possui um especifico para sua realidade.
O Some desde que foi criado tem
mostrado como marca, as suas ações educativas, seja na comunidade escolar, seja
na comunidade em geral, através dos projetos de intervenções. Entre as
atividades desenvolvidas podemos abordar algumas: Seminários, debates,
palestras, encontros intermunicipais de estudantes que são matriculados no
SOME, festivas de teatro, feiras de ciências e culturas, curso de formação para
os professores do ensino fundamental menor e maior, pesquisas, em vários temas,
campeonatos de diversas modalidades esportivas entre times dos alunos e
professores, assessoramento dos professores para entidades e instituições dos municípios
entre outros. Desenvolvo no Some, o projeto sobre a história e memória, através
da História Oral, nas localidades onde trabalho. Interessante, que várias
dessas atividades, saem frutos interessantes, que contribuem para a sociedade.
Com a precarização da educação no Estado do Pará podemos dizer que o SOME corre o risco de ser exterminado ou deixar poucas localidades, já que é uma modalidade de ensino. Com todo seu histórico, o SOME tem um legado na educação pública do Estado, pelas suas grandes contribuições aos lugares mais distantes. Ressalto, pela grandiosidade e dimensão territorial do Estado, o Módulo, continua sendo a única alternativa para a educação do campo, ribeirinha e das florestas.
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