Diante da conjuntura atual, a
religiosidade no Estado do Pará é muito
forte e teve influência imposta pelo processo de colonização no
Brasil, assim como a importância da imigração, neste contexto, com a formação de pequenos lugarejos
e ampliando com a chegada de várias pessoas, percebemos a expansão do
cristianismo.
Durante esses 29 anos nas várias localidades que desenvolvi minhas
atividades pedagógicas, na política pública do Sistema de Organização Modular, pude
constatar a diversidade da religiosidade na Amazônia.
No cotidiano vivenciado nas
localidades, algumas expressões são muitas utilizadas no linguajar dos alunos e
comunitários, como “A paz de Cristo”, “Deus te ajude”, “Deus te proteja”, entre
outras. Essas saudações tem efeito peculiar em cada localidade que passava e
logo demonstrando o credo de cada uma.
Sabemos que a religião é um
aspecto cultural, que é formada conforme necessidade de cada sociedade, onde
muita delas a imposição dominou tai a religião predominante na Europa que veio
como uma das principais instituições, assim como, as forças militares, para
invasão da América ficando permanentemente. Mesmo assim, com discriminação as outras
religiões, sobrevivem.
Nas aulas sempre encontrava esse
tipo de diálogo, que inclusive ficava até instigante e produtiva com os alunos,
até porque as manifestações e práticas da religião, principalmente, católica e
evangélica se fazem no dia a dia escolar.
A religiosidade nas localidades de
funcionamento do SOME, tem características que só percebemos quando vivenciamos
a realidade. Quando chegava às localidades, as instituições que nos davam
impactos era a praça pública, ao redor uma Igreja e a Escola, enquanto na
periferia ficam as residências dos moradores das localidades. Portanto, a
Igreja como a escola tem uma função social na comunidade.
Na maioria das localidades que
trabalhei, notei a predominância da influência do catolicismo. Isso traduz nos
nomes dados para as localidades, como: Em Bujaru, São Raimundo, São Lopes, São
Sebastião; em Baião, São Joaquim do Ituquara; Em Tomé Açu, trabalhei em Nova
Olinda, predominância da Igreja Evangélica, que cortou o avanço de vários
outras localidades de nomes de origem do catolicismo, São Pedro, São Paulo e
outros. Na localidade de São Raimundo, em Bujaru, o nome se relaciona com o
Santo Padroeiro do fundador, Sr. Raimundo Piniche, que permanece até o momento.
Algumas dessas localidades, os rituais são praticados sob a liderança de
leigos, às vezes a pessoa do Padre, vai uma vez por ano, e quando vai, nem nas
festividades que são realizadas vai.
Apesar da hegemonia do
catolicismo nas localidades onde funciona o Some, que passei, ressalto que diversas
religiões têm avançado nos interiores, principalmente de origem evangélica,
como a Igreja da Assembleia de Deus, Deus é amor e Igreja Quadrangular, nas
localidades de Guajará de Beja, em Abaetetuba; Vila Nova Providência, em Bujaru,
Vila Inácia, em Concórdia do Pará, Nova Olinda, em Tomé Açu, entre outras. Cada
uma com seus rituais e práticas religiosas.
Portanto, a Igreja tem um papel
crucial na formação e organização das localidades, mesmo sendo de origem
europeia. A Umbanda, religião cultivada em algumas localidades, assim como as
de origem indígenas, como orientais, em menor escala, sofrem o preconceito e o
discurso do bem e do mal, muito utilizado nos interiores do Estado.
A Religião nas localidades onde
trabalhei, pelo Some, enquanto elemento cultural é cheio do sincretismo
religioso, fruto de um processo histórico.
Importante o registro, professor Ribamar, pois não há como negar a influência da religiosidade na formação cultural do povo brasileiro. Em que pese até aqui o predomínio do catolicismo, não há como negar o avanço do neoevangelismo financeiro que se instala em cada rua ou em pequenas localidade interiorizada de nosso brasil.
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