Durante os 32 dias de ocupação da resistência na sede da
Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará – SEDUC/PA, em Belém do Pará,
por povos originários, de mais de 15 etnias, com apoio de ribeirinhos,
quilombolas, camponeses e professores da rede pública estadual foi marcado pelo
ato de solidariedade, que é um movimento também de resistência de várias
entidades, instituições, partidos progressistas, movimentos sociais, populares e
organizações sociais tanto indígenas, como não indígenas.
Vale ressaltar que, o movimento de ocupação da resistência ou
revoga, mesmo com toda organização, planejamento e estrutura que pensavam que
ficariam poucos dias no chão da ocupação, já achavam que o representante da
oligarquia Barbalho assinaria logo a revogação da Lei 10.820, que prejudicaria
a educação nos rincões do Estado e a exoneração do Secretario Estadual de
Educação Rossieli Soares fossem logo assinados pelas pressões de mobilizações
que foi organizado pelo movimento, como a ocupação do prédio da sede da SEDUC, os
bloqueios das estradas, greve dos professores do Estado, apoio de entidades e instituições
da sociedade civil entre outros mecanismo duraram 30 dias.
Como se manter durante esse período, principalmente, com o
inverno amazônico, muita chuva, carapanã, falta de água nos primeiros dias,
falta de energia, já que foi cortada no início do movimento, sem camas, praticamente
sem redes, lençóis, com poucas barracas e alimentação básica para sobrevivência
durante os dias que ficariam reivindicando uma educação digna e melhor para a
sociedade paraense.
A sociedade civil organizada estadual, nacional e
internacional com a experiência dos povos originários e apoio de diversos
seguimentos fez suas análises críticas e positivas do maior movimento de
resistência do Estado do Pará nos últimos anos, então, resolveu se solidarizar
e dando importância maior, já que tanto o Executivo estadual e a Assembleia
Legislativa tinham aprovado a Lei 10.820 prejudicando o ensino e direitos
conquistados pelos educadores estaduais.
Com a estrutura e conjuntura para o suporte necessário as
pessoas que estavam participando ativamente do movimento, a solidariedade das
pessoas, entidades, instituições, partidos progressistas, intelectuais,
artistas, entre outras, começaram a contribuir financeiramente e trazer ou
mandar materiais de higiene, alimentação, barracas, redes, lençóis, roupas para
as crianças, mulheres e homens, material pedagógico para utilização no espaço
para as crianças entre outros para ajudar.
Alessandra Korap, uma das lideranças do movimento de ocupação
da resistência, diz o seguinte em uma de suas redes sociais: Foi um mês
dormindo no chão, foram dias de resistência de enfrentamento que muitas vezes era
silenciosa, mas que o apoio que ganhamos foram bastante, apoio com remédio, água,
brinquedo, roupas e tantas outros materiais que as vezes não acreditava que
estava acontecendo, pra nós é estranho esse todo carinho (...).
Como movimento muito bem articulado e organizado do revoga, a
solidariedade como resistência contribuiu bastante para o sucesso e conquista
da revogação da Lei 10.820 e pode ter certeza de que qualquer movimento e
mobilização dos trabalhadores, povos tradicionais e povos originários sempre
terão nossa solidariedade e apoio. Mesmo com uma sociedade capitalista, individualista e só pensam em lucros, uma parte significativa da sociedade começa a se humanizar e as
doações foram frutos que vem da alma, da consciência e do espírito coletivo.
Solidariedade para todos que lutam por uma sociedade melhor e autodeterminação
dos povos.
O sangue cabano ferve nas veias dos amazônidas!
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