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domingo, 12 de setembro de 2021

A FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA, NO ENSINO DE QUIMICA, NO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO MODULAR DE ENSINO (SOME), EM CAMETÁ.

                                      Paulo Roberto Almeida Tavares

                                      Professor do SOME - Cametá


O Sistema de organização Modular de Ensino-Some é uma modalidade de Ensino criada em 1980, para atender alunos e alunas do Ensino Fundamental e Médio, que moram no Campo desse imenso Estado do Pará, favorecendo o acesso de jovens e adolescentes a Políticas Públicas Educacionais de Estado, em parceria entre a Secretaria Estadual do Pará - SEDUC e Prefeituras municipais. Ensinar nessas localidades é um desafio enorme, e se tratando do Ensino de Química, mais ainda.  Pois, as escolas do campo apresentam problemas estruturais mais severos do que apresentam as escolas públicas da cidade. É consenso entre educadores que tais problemas, inviabilizam a realização de trabalhos melhor elaborados, prejudicando o aprendizado dos estudantes. Nesse contexto, foi pensado numa aula Prática de Química para atender estudantes do terceiro ano do Ensino médio, na localidade de Marinteua, no município de Cametá-Pá, que além de despertar interesse pela disciplina, pudesse favorecer a aprendizagem por meio de uma aula experimental contextualizada, se fazendo de recursos didáticos alternativos e de fácil acesso, quebrando práticas tradicionalistas na forma de ensinar ainda persistente, por inúmeras razões.


Por meio deste trabalho foi notório observar a participação dos alunos durante a busca de informações acerca do tema, nos debates, na organização dos materiais necessários para elaboração dos experimentos, na execução do experimento, até a última etapa, a obtenção do etanol. Durante a execução do experimento foi aplicado conceitos químicos, buscando explicar cada etapa do processo de maneira contextualizada, relacionando teoria/pratica, conhecimento/realidade.


Na etapa da colheita da cana-de-açúcar, foi ressaltado a produção de etanol por tonelada de cana-de-açúcar. Tal relação permite estimar a produção em litros de etanol a partir de qualquer quantidade de cana-de-açúcar. Outra abordagem importante foi os tipos de solo onde melhor se adapta a cultura da cana-de-açúcar e os estados brasileiros que se destacam no seu cultivo.




No processo de moagem, foi abordado a concentração de sacarose no caldo de cana, pois a sacarose consiste na matéria prima principal para obtenção do etanol. Observou-se também a importância do reaproveitamento de materiais como o bagaço de cana para produção energia, muito consumida na usina alcooleira.


 






   

 

A produção do melaço se dá por meio da evaporação do caldo de cana. Apresentou-se várias aplicabilidades do produto além da produção de etanol: pode ser utilizado como suplemento alimentar, produção de bebidas alcoólicas, produtos medicinais, dentre outros.


No processo de fermentação, destacou-se a ação das leveduras do tipo Saccharomyces na quebra da sacarose pela ação das enzimas invertase/sacarase e zimase, até a formação do etanol.  Durante a fermentação foi possível observar a produção de bolhas de gás carbônico, que ao entrar em contado com o hidróxido de cálcio (água de cal) formou além de água, um precipitado branco denominado carbonato de cálcio. Veja reações químicas abaixo:







 






A destilação consiste na separação de misturas homogêneas. Com materiais alternativos e de baixo custo os alunos elaboraram um aparelho de destilação, utilizando basicamente lâmpada incandescente com bocal, garrafa PET, mangueira, cola e vela de parafina. Após a fermentação o fermentado foi destilado e o etanol foi separado. Na sequência, foi testada a inflamabilidade da substancia obtida. O etanol é uma substancia orgânica pertencente a função álcool.




Tal atividade, conseguiu atingir o objetivo esperado, pois envolveu a turma inteira, a evolução dos alunos durante as atividades foi progressiva, pois no início os alunos estavam tímidos, de certa forma apáticos, e ao final, todos estavam entusiasmados, felizes com o que produziram, saíram da condição de meros espectador para se tornarem protagonistas. Os alunos tinham muitas curiosidades que puderam ser sanadas no decorrer do trabalho.



 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Brasília: MEC, 2000.

COSTA, Marina de Sousa, et al. (Org.). Educação na Amazônia em Repertório de Saberes: O sistema de Organização Modular de Ensino. 1 ed. Belém-Pa, PAKA-TATU, 2020.

https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/processo-producao-alcool.htm, último acesso em, 08/09/2021.

SANTOS, Wildson Luiz P.; MALDANER Otavio Aloísio. Ensino de Química em Foco. 1. ed. Ijui-RS: Editora Unijui, 2010. Coleção Educação em Química.

SOUSA, Arodinei Gaia de. SOME: Educação no Campo da Amazônia Paraense. 1ª ed. Cametá-Pa: Editora AGS, 2020.

 


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