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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

RESGATE DA HISTÓRIA E MEMÓRIA DO SOME





Prof; Fabio sempre presente nas lutas da categoria




Por vários anos, a organização administrativa do ensino de Segundo Grau (Atualmente Ensino Médio) no nosso Estado ficou sob a responsabilidade da FUNDAÇÃO DE EDUCAÇÃO DO PARÁ - FEP, hoje extinta, surgindo a Universidade Federal do Pará – UEPA, em seu lugar. Na década de 70, durante a gestão do governador Tenente Coronel Alacid da Silva Nunes, alunos da então Vila de Marituba, hoje município da região metropolitana de Belém, concluintes pertencentes a diversos interiores do curso de Primeiro Grau (Atualmente Ensino Fundamental Maior), desejando dar continuidade a seus estudos, mas não tendo condições de arcar com os custos dessa continuidade em Belém, reivindicaram junto à base política aliada do governador que os atendessem com o curso de Segundo Grau sem ter que se deslocar para a capital. O governador então pediu à FEP que encontrasse uma maneira de atender a reivindicação das comunidades. A FEP que na época tinha à frente de sua Direção o Professor Manuel Campbell Mourtinho, criou equipes de técnicos, que se deslocaram até as comunidades para fazer as diagnoses das necessidades urgentes para atender os alunos e a alternativa encontrada pela equipe técnica foi através de blocos ou módulos de disciplinas da Grade Curricular do Segundo Grau.




O Professor atento nas intervenções da categoria



Uma equipe de professores permanecia na localidade por um determinado período de dias letivos (hoje são 50 dias letivos) ministrando um Módulo de determinadas disciplinas. Finalizado um período, outra equipe se deslocava para a comunidade para ministrar mais um Módulo de disciplinas, até que todas as disciplinas da respectiva série fossem ministradas durante o ano.



Encontro dos Profs do SOME, em 2010


Avaliação efetuada pela FEP concluiu pela viabilidade de se implantar o atendimento aos alunos das comunidades do interior do Estado com Ensino de Segundo Grau por Módulos de disciplinas; o que veio a ocorrer a partir da década 80 nas sedes dos municípios que ainda não tinham o ensino de Segundo Grau implantado.  



     




Em 2010, o Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME) atendia o ensino médio e fundamental a 98 municípios do Estado do Pará, que somava em 423 localidades, funcionando por meio de quatro módulos efetuados em cinquenta dias letivos, trabalhando blocos de disciplinas que durante o ano foram ministradas nas quatro localidades seguindo rigorosamente a matriz curricular que estava em vigor, sendo que foram realizadas ações pedagógicas, sempre valorizando o cidadão no campo e atendeu 32.000 alunos, que não precisaram sair de sua região para terminar o ensino médio e temos muitos relatos de Professores e Alunos que pertenceram ou pertencem ao Ensino Modular, assim como hoje que temos 465 localidades, sendo atendidas em 96 municípios, com aproximadamente quarenta mil alunos. Entre os relatos, temos a entrevista do educador Fabio Silva Pinto, lotado atualmente no município de Acará, concedida para o Blog do Riba, em 2010.








Segundo o Professor Fábio Pinto: “Entrei no SOME que coincide com minha entrada no Estado e foi minha primeira experiência em 1995, portanto 16 (25 anos atualmente) anos de Módulo, apesar de tido uma experiência no regular, sempre estive ligado ao Módulo, que na época era vice-diretor da Escola Maria Gloria Paixão, no município de Jacundá, com 18 turmas e assumia a Coordenação do Sistema Modular, no período de 2001 a 2003”.






Uma das perguntas para o informante relaciona aos anos de experiências e o que marcou em sua trajetória: “É uma experiência única e impar na vida de um educador principalmente quando se trata do conceito de diversidade, o que mais me marcou é a diversidade que nós temos no Estado, existem as similaridades da cultura de modo geral, mas pelo fato de sermos uma região de fronteiras de deslocamento de pessoas é um atrativo muito grande, nesses 16 anos (2010) tive oportunidade de ter contato com culturas diversas, valores diversos ao mesmo tempo, sonhos e necessidades diversas da população já que aqui temos gente de todo o Brasil. Principal marca é a diversidade que nossa região acolhe, pra mim tem sido a situação de fundamental aprendizagem, que quando entrei no Estado era recém-formado ai se depara não só com a diferença geográfica, mas diferença social, econômica e cultural, ai soma é o maior ganho que a gente tem tido e o Sistema Modular da oportunidade de enriquecimento enquanto pessoa a partir dessa diversidade que a gente tem alunos, diretores, serventes e a comunidade de modo geral”.



Outra questão que foi perguntado ao entrevistado fui Eu até fiz está pergunta no Programa SOME e a COMUNIDADE, da Rádio Web SEDUC, o Modular não trabalha só com conteúdos, porém, também desenvolve projetos nas comunidades. Que tipos de projetos você participou ao longo desses anos? “A nossa experiência no Modular se divide em dois momentos bem específicos: Que quando trabalharmos no tempo do Curso de Magistério, com Formação de Professores desenvolveram projetos sobre a estrutura da organização escolar, o primeiro dele foi à discussão sobre a implantação dos Conselhos Escolares, como você sabe no Sistema Modular; além da sala de aula o compromisso dos professores de trabalhar é uma de suas marcas principais desenvolverem projetos, não só com alunos, porém, também com a comunidade em geral. Nesse período do Curso Magistério, tínhamos como atividade básica a discussão sobre o Conselho Escolar, até porque hoje é uma exigência, já que existe financiamento direto para as escolas, mas antigamente não existe essa cultura de Conselho Escolar e a gente trabalhou muito em cima disso e nesse segundo momento que consideramos que estamos vivendo no Módulo, através das disciplinas Filosofia e Sociologia desenvolvemos muito sobre organização comunitária como o Projeto de Elaboração, Execução e Avaliação de Projetos Comunitários, isso faz parte tanto da linha de liderança como da linha de formação ilimitada, trabalhando a formação de grêmios estudantis, da organização da categoria estudantil no interior do Estado e nós percebemos que temos muitos valores e pessoas com a capacidade de liderança, e às vezes não tem percebido isso e aproveitamos através da disciplina Sociologia, já que temos um conteúdo chamado Movimentos Sociais, trabalhando nessa linha, com a formação de lideranças estudantis no interior do estado, através da Filosofia e Sociologia”.



 E continua enfatizando, o SOME e sua importância nos interiores, como foco principal: “Estamos resgatando, Prof. Ribamar, essa prática de envolver a comunidade nos projetos, houve, felizmente em Acará, o primeiro evento em comemorações dos 30 anos (2010) do SOME e percebemos que ela se encontra disposta, a comunidade anseia por esse tipo de atividade, como coloquei na mesa que fiz parte no debate, já que o forte do Sistema Modular é a ligação escola/comunidade e a gente percebe que são tantas necessidades e tantas demandas que esses projetos faz com que essas comunidades percebam que são agentes de mudanças, de transformação e a aceitação é muito grande, infelizmente, nós tivemos uma paralisação neste tipo de atividade até pela desobrigação que o Estado colocou o município de 2003 a 2006 com o governo passado dos tucanos com a descentralização e a paralisação da parceria entre Estado e município e então as comunidades ficaram desobrigadas e desinteressadas neste tipo de atividades, mas estamos retomando a essa prática, que é importante e serve como ferramenta para uma educação de qualidade e melhor. Só para se ter ideia, no encontro em Acará à participação dos pais dos alunos, dos alunos, corpo técnico e administrativo; assim como corpo docente e servidores foram fundamentais para a realização do evento. Até os pais dos alunos e alunos disseram: Há quanto tempo não tinha acontecido um evento dessa natureza. Esse tipo de ação é que sentimos as necessidades e as demandas e que momento deveu intervir detectando os maiores problemas e com isso a comunidade percebe seu potencial, com uma aceitabilidade muito grande. E a tendência é que com a descentralização aconteça com a mobilização das comunidades que tem a verdadeira visão de suas demandas”.




Com a última entrevista do ano de 2019, com o Educador Fábio Pinto, que atua 25 anos no Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, o Blog do Riba e sua equipe de apoiadores e colaboradores tem Gratidão, já que é difícil expressar essa homenagem, para agradecer e desejar a todos seus leitores o carinho de dedicação e tempo para acessar o Blog.




Queremos desejar a tod@s um excelente final de ano e que possamos fazer de 2020 a construção de uma sociedade melhor, feliz e cheia de esperanças, através das lutas com vitórias e conquistas. Abraços e felicitações fraternas a tod@s.



Blog do Riba

sábado, 28 de dezembro de 2019

Reconstruindo a História e a Memória do SOME




Entrevista concedida pelo Professor Roosevelt, lotado em Abaetetuba, no dia 14.07.2010.


Segundo o referido Professor, "entrou no SOME, no ano de1986, para ser preciso, no dia 03 de junho de 1986, começando no município de Rondon do Pará, trabalhando no Curso de Contabilidade. Rondon, estava começando a se desenvolver, neste período, era só poeira.  E continua, a equipe era eu e o Professor Luís Carlos, no circuito de Rondon do Para, Rio Maria, Xinguara e Brejo Grande do Araguaia. Municípios do sul do Pará, na época o sul do Pará, era um bicho papão, as pessoas tinham medo de se deslocar, principalmente quando se falava em Rio Maria, porém, quando chegávamos lá desenvolvíamos nosso trabalho e não era nada disso que as pessoas falavam, quando se trabalha com a educação e quando levamos informações para os alunos a história vai mudando e trabalhei seguidamente quatro anos no sul do Pará, na qual a primeira turma de Rondon do Pará levou meu nome. Com o Curso de Contabilidade da época, os nossos alunos tiveram grande credibilidade junto às empresas, comércios, bancos, houve concursos e a maioria dos alunos foi aprovada nos concursos que realizavam, sendo beneficiados pelo SOME no Município".


E continua: "Depois fui removido para outros circuitos e lugares como Dom Eliseu, Tucumã, Ourilândia do Norte,... E sempre trabalhando com o Curso de Contabilidade".


O informante, vai relatando e resgatando importantes considerações como: "Interessante, Riba, é que o SOME sempre desenvolveu projetos de intervenções, dependendo da realidade da localidade ou município, nós executamos o Projeto em D. Eliseu em que os alunos foram conhecer a Serra de Carajás, que é a maior mina mineral do mundo, que fica no Estado do Pará e nós como paraenses não conhecíamos, elaboramos um projeto para ser aprovado pela Companhia do Rio Doce e levamos 40 alunos. A partir de Açailândia pegamos o trem até Parauapebas, onde a Vale proporcionou hospedagem, alimentação e todos foram bem recebidos na Serra dos Carajás".


Além disso, enfatiza que "Depois, comecei a trabalhar próximo de Belém, como São Francisco do Pará, Moju, Maracanã que é outra realidade, sempre desenvolvendo projetos e todo mundo sabe, que o SOME não é só sala de aula, o Módulo é muito mais que isso, trabalhar projetos nas comunidades, conscientizar nossos alunos, sempre reivindicando o que é de direito, aquilo o que pode ser melhor, aquilo que vai servir para vida dele e sempre debatendo a formação do cidadão e juntamente com os colegas, sempre participando das organizações dos professores. Lembro que quando trabalhava eu, o Professor Raimundo Rosário, o Professor Leonardo Pantoja, sempre tínhamos dificuldades, na época atrasava ajuda de custo (Gratificação hoje) e foi feito um Encontro no antigo Centro de Treinamento de Recursos Humanos - CTRH, em Marituba, com a Professora Glória Paixão (Diretora do 2º Grau) e estava acontecendo a discussão em relação à Ajuda de Custo que estava atrasada três meses e o Professor Raimundo do Rosário falou para a Professora Glória Paixão perguntando se o dinheiro era dela, parece que é seu e disse, o dinheiro é nosso, nós que pagamos impostos, enquanto os poucos professores paralisaram, depois conseguimos reverter o quadro, através de muita pressão".


Um dado importante também, abordado pelo Professor entrevistado: "Nesse momento, no segundo mandato de Jader Barbalho, depois do Governo de Hélio Gueiros, o interessante é que neste governo a Ajuda de Custo era paga em PRD (Folha suplemetar), e quando íamos atrás, sempre diziam que estavam sem previsão. No governo Jader, ele atrelou a Ajuda de Custo no contracheque o que amenizou o problema com 100% de gratificação em cima do bruto".


Assim, aborda "Paulatinamente, no final da década de 90 e inicio de 2000 os Cursos de Contabilidade e Magistério foram extintos, voltando a educação normal, sendo o professor readaptado as disciplinas afins, como no meu caso, que sou Contador, fui aproveitado na disciplina de matemática e comecei a trabalhar em outros municípios próximos de Belém como Igarapé-Miri, Moju, Abaetetuba, inclusive já trabalhando no ensino fundamental".


E deixa claro, "No Módulo as dificuldades são grandes, assim como são grandes os desafios, para o professor trabalhar no Módulo, ele precisa ter identidade interiorana, eu não tenho dificuldades, já que nasci no interior, sou de Ponta de Pedras, nascido e criado no interior, então as dificuldades que muitos colegas enfrentam eu não tenho, eu tiro de letra e tenho o Módulo não como segunda casa, porém, como primeira, porque eu vivo, eu sofro quando o Professor do SOME não é respeitado, não o respeito que merece, sofro quando colegas entram no Módulo sem compromisso que deveria ter, a gente tenta ajeitar e tenta amenizar, porém, é complicado".


O Professor enfatiza o lado politico do SOME, naquele momento:"Continuamos na luta, os governos passam e a gente contínua. Hoje tenho 24 (33 anos atualmente) anos de Módulo. Só tive dois empregos. Trabalhei sete anos no Colégio Moderno e entreguei o lugar e o SOME, só saio quando me aposentar. No inicio do Governo Ana Júlia, na localidade de Maúba, em Abaetetuba, adequamos o projeto da Rede Globo sobre Cidadania, onde com apoio de várias instituições nós conseguimos tirar documentos da comunidade que não possuíam, corte de cabelos, palestras, oficinas, etc. Foi interessante o trabalho. Mas sabe que as dificuldades são muitas. E qualquer atividade que você faça, envolve recursos, dinheiro. E sem dinheiro para trabalhar é complicado. O SOME tem 30 (39 anos atualmente) anos e eu particularmente tenho 24. Acho interessante no Módulo às mobilizações quando são necessárias. Lembro quando estava em Concórdia do Pará, em 2003, com as mudanças de Módulo para GEEM, tivemos que fazer atividades para conseguir recursos para mobilizar em prol do Módulo e conseguimos trazer cinco ônibus com alunos e deu tudo certo, porque não faltou nada em termos de alimentação, transportes, hospedagem, isso foi interessante, o mais interessante foi trazer o pessoal de Porto de Moz, saímos domingo 9 horas e chegamos a Belém 1 00 h da terça-feira, conseguimos trazer 20 alunos, fora que tínhamos mobilizado em Cachoeira do Arari. O importante, é que tivemos o apoio de algumas Prefeituras e quando as comunidades estavam reunidas, parecia um formigueiro humano, muito lindo, mesmo!".



E acrescenta informações fundamentais: "Marcamos uma concentração e chegou às delegações de Igarapé Miri, Abaetetuba, de todo que é lugar, chegando ao mesmo tempo e isso que até hoje, continuamos lutando e temos problemas internos, claro que temos, ninguém consegue agradar todo mundo. Tem colegas com ciúme do outro, achando que um está querendo aparecer mais que outro, eu penso diferente, que quando estamos lutando, estamos em prol de um objetivo".


O Professor acredita que "Quer melhorar o Módulo, se o Módulo melhorar melhora para todos e estamos ai para tentar alavancar ainda mais este trabalho e nunca esquecendo o compromisso fundamental que é o aluno. Temos nossos anseios, porém, o maior objetivo é o aluno, a gente fica feliz, quando ver nossos alunos aprovados em concursos públicos ou nos vestibulares, que é isto que realiza o Professor. Professor nenhum se realiza com reprovação de alunos. O professor só se realiza, quando o aluno é aprovado e quando o aluno é reprovado, o professor não se realiza porque também é reprovado. Para o Professor Roosevelt, a recepção nas localidades onde funciona o SOME quem faz é o próprio professor, quando assume seus compromissos nas comunidades".


Para ele, "o Módulo em 2003, com a descentralização, perde sua identidade, por exemplo, trabalho hoje em Abaetetuba, e eu não conheço a metade dos quase 100 professores que trabalham no polo. Quando é realizada reunião em Belém, tem colegas que participam que eu não conheço. Estive no ano passado no mês de julho, em Ponta de Pedra, e minha irmã me apresentou uma professora do Módulo, que ela não participa das reuniões da categoria, é isso que faz com que nós não tenhamos identidade, devidas a falta de encontros. Antigamente, nós tínhamos todo ano planejamento, se reunia no antigo CTRH, uma semana e lá tínhamos oportunidade de se integrar, unir, conhecer os colegas, fora isso tinha Encontros Pedagógicos nos colégios, perdemos o CTRH, isso perdeu praticamente a humanização do SOME, criar expectativas quando chega à comunidade e isso que é interessante o professor preservar o respeito que a comunidade, ainda tem pelo Professor, muito embora o Professor não tenha o mesmo respeito pela comunidade, quando digo isso é quando o Professor não cumpre sua parte, o compromisso. Às vezes digo para meus colegas, quando não é possível desenvolver uma atividade extraclasse, pelo menos cumpra o mínimo ou o básico que é trabalhar o seu conteúdo, já é o mínimo que o aluno merece".


Encerra a entrevista, com a certeza que "Com a descentralização, em 2003, o SOME ficou descontrolado, as equipes não eram as mesmas. Hoje, ainda tenho uma equipe coesa, que e necessário em virtude da infraestrutura que não é oferecida aos professores. Tanto na Casa do Professor, quanto no funcionamento do Módulo a equipe conseguiu se estruturar. O Professor fica isolado, não tem televisão, não tem radio, parabólica, gravador, computador, energia. Por isso, quer chegar e logo voltar, Na nossa equipe, nós não temos esses problemas, porque tudo que uma casa tem, nós temos, um Kit completo, ou seja, quando a gente chega numa localidade que não tem energia , nos temos gerador de energia. Quando entra Professor novo, ele vai se adaptando e se sente bem trabalhar com a gente, além de cobrar a participação, apesar de muitos colegas não gostarem de ser cobrados, mas com jeito nos conseguimos amenizar as dificuldades que poderá acontecer. O interessante é que a cada localidade nos temos uma história e quando chegamos aos fazermos o ambiente, respeitando seus hábitos e costumes de cada localidade. Por exemplo, o meu caso, eu constituir família em Rondon. Tudo o que eu tenho foi através do Módulo. Vivo bem, meus filhos estão sendo bem encaminhada, uma filha que faz medicina, o outro faz educação física, o outro estar a caminho da Universidade, tudo fruto do Módulo. Outro local interessante que trabalhei foi em Medicilândia, apesar de muitos colegas acharem longe, mas eu gostei de trabalhar, Porto de Moz, também gostei, Abaetetuba, atualmente trabalhando, adoro também, pelo fato de serem ilhas. Quando você constitui o ambiente, os problemas amenizam. Em Igarapé-Miri, na localidade de Icatu, quando discutíamos naquele momento municipalização, levamos vereadores e outra pessoa qualificada no assunto, para debater se era viável municipalizar ou não, mesmo sabemos que a municipalização gera um caos, municipalizou, mesmo sabendo que é uma questão política, mas houve o debate. Conseguimos levar mais 4 localidades, foram dois dias de debates. E o evento deu certo. E quando você organiza e mobiliza um evento dessa natureza ou outro, você ver gente que chega, parece uma festa, por isso que o Módulo está fazendo 30 anos e esperamos o Encontro em pleno menos quatro localidades".     



sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Curuçá: Um dos municípios que foi o berço do SOME







Com pesquisas e entrevistas que servirão para publicações no Ribaprasempre.com (Blog do Riba), foi realizada conversa informal e gravada entre o Prof. Ribamar, um dos administradores do Blog, Professora Marina Costa e a ex Aluna e Professora Iris do Socorro, do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME que estudou na segunda turma formada pelo Curso de Magistério, no município de Curuçá, nos anos de 1981, 1982 e 1983.



Segundo a entrevistada, o SOME foi fundamental para sua vida, primeiro possibilitou estudar e concluir o Curso no município de Curuçá, onde residia, já que sua família não tinha posses financeiras para mandar estudar no município de Castanhal e quem ia estudar, além de dormir e ficar nas casas dos outros, passavam por cada situação, já que era o local mais perto onde tinha o ensino regular. Na época foi uma novidade, segundo a informante, a maioria dos estudantes que terminavam ensino ginasial não tinham condições de estudar fora, como foi o caso dela. Outro aspecto que o SOME proporcionou foi o avanço do conhecimento para o município, possibilitando melhores perspectivas para os estudantes que desejavam voos maiores, assim como possibilitou também a formação de professores do curso primário, enquanto mão de obra qualificada na zona urbana e na zona rural. Inclusive, durante esses anos, muitos colegas foram formados nos cursos de licenciaturas se tornando professores do ensino regular.  



A ex Aluna, Professora Iris enfatiza também que muitos de seus colegas desse período assumiram diversos cargos públicos com destaques nas decisões do município, como de Secretários de Educação, Diretores de Escolas, Escola Sede, entre outros.



Após a conclusão do Ensino Médio fez os vestibulares e passou em dois cursos: em Letras, na Universidade Federal do Pará – UFPA e Pedagogia, na Universidade da Amazônia – UNAMA. Como era impossível fazer os dois cursos, preferiu continuar fazendo o de Pedagogia. Logo que concluiu, ingressou no SOME, com o circuito: Xingu ara Rio Maria, São Domingos do Capim e Brejo Grande do Araguaia. Esteve também em Muaná, Afuá, Goianésia, Santana do Araguaia, Uruará, Placas, Tucumã, Ourilândia, Medicilândia, Água Azul do Norte, entre outros.



Iris, fala com alegria, felicidades e determinação por ter se formada pelo SOME e depois ser Professora, porém, infelizmente em virtude da nova LDB, saindo o Curso de Magistério, já que trabalhava com disciplinas pedagógicas e ficando apenas o Secundário, teve que pedir remoção para Belém, assumindo cargos de Vice Diretora, Diretora de Escola e Diretora de Use e se aposentando como Diretora. Trabalhou 14 anos no SOME como Professora.



Lembra-se dos bons tempos do SOME, quando rever algumas fotos, inclusive com suas filhas, que hoje são profissionais liberais, com muitas sacolas quando viajava. Diz também que seus alunos do SOME muitos concluíram cursos superiores se tornando, médicos, advogados, juízes, engenheiro e inclusive, com a facilidade das redes sociais, ainda tem contatos com alguns.



Conclui a entrevista abordando que o SOME tem que ser mais valorizado pelo governo do Estado, já que atende o seguimento mais carente da sociedade e que Curuçá, Igarapé Açu, Igarapé Miri e Nova Timboteua formaram o primeiro circuito e experiência do SOME, depois expandindo para o resto do Estado.

domingo, 22 de dezembro de 2019

31 anos do assassinato de Chico Mendes





O Some em Igarapé Miri




Em entrevista com ex Professor do Some, Adalberto Santiago, que no momento se encontra lotado no ensino regular em Belém, iniciando sua carreira no magistério pelo SOME, na década de 80, abordou alguns aspectos interessantes de sua passagem em Igarapé Miri. 



Segundo o informante, quando desenvolveu suas práticas educativas bastante novo, foi no ano de 1986, em Igarapé Miri, sendo a Diretora da Escola de funcionamento do Módulo, a Professora Ester Silva de Oliveira, que foi Professora, Técnica pedagógica e Coordenadora Geral do SOME por muitos anos.  Santiago aborda que após as aulas da noite, sempre saíam para conversar e se divertir. Durante o Módulo que esteve, D. Onete, foi apresentada, já que tinha uma banda, cantava a noite, era uma pessoa humana, que estava sempre dando apoio para os professores do SOME e não esperava esse sucesso estrondoso que está aí. 



Para Santiago que ressalta que o famoso Festival do Açaí surge na Escola com os professores do SOME, que dinamizavam com várias atividades, tendo a parte pedagógica e cultural tornando-se um sucesso e mexendo com toda cidade naquele primeiro momento. O referido Professor ressalta quanto ao lado cultural da Feira, as apresentações das danças com ritmos regionais e as performances dos alunos que usavam suas criatividades com esforços e dedicações, que surpreendiam inclusive eles, que estavam na organização do evento. Com os anos o Festival foi absorvido pelo Prefeitura Municipal de Igarapé Miri, que até hoje organiza e patrocina com grande destaque para Capital Mundia do Açaí. 



Na entrevista, o Professor Adalberto Santiago, enfatiza a importância do SOME em sua vida, como uma escola que muito contribuiu em sua formação. Mesmo afastado da maior política pública educacional do Estado, sempre entra em contato com os colegas através das redes sociais, fazendo com que esteja sintonizado o que acontece com o SOME. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Reforma da Previdência no Estado do Pará


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As categorias dos trabalhadores do Estado do Pará estiveram, ontem, em lutas para reivindicar suas conquistas contra os projetos prejudiciais da reforma da previdência colocados em pauta pelo governo estadual na Assembleia legislativa do Estado do Pará – ALEPA.






Pela parte da manhã, os trabalhadores se concentraram na Praça D. Pedro I, em frente da ALEPA, com carro som e intervenções das lideranças de várias categorias, em número de 25 do serviço público. Presença forte de muitos municípios representados, como de Bragança, Alenquer, Santarém, Mojú, Bujaru, Belém, Acará, entre outros.








Na ALEPA, aconteceu também Audiência Pública a pedido dos deputados da oposição com intuito de adiar a votação do projeto de lei do Governo do Estado que institui a reforma da previdência para os trabalhadores públicos, visando atender a PEC paralela do Governo Federal, que se encontra tramitando no Congresso Nacional. Uma parte dos trabalhadores foi para as galerias da Assembleia Legislativa e a outra ficou na Praça D. Pedro I aguardando o desenrolar dos acontecimentos e com participação efetiva das principais entidades representativas dos servidores públicos estadual.






Na Sessão Especial na ALEPA, as categorias defenderam a retirada de pauta dos projetos que são prejudiciais aos servidores públicos.  






Pela parte da noite, a reunião de trabalho das Comissões de Economia e a Constituição e Justiça se reuniram em sessão extraordinária e votaram favoráveis no mérito dos projetos encaminhados pelo governo, tendo voto contrário dos deputados estaduais Eliel Faustino e Tiago Araújo. Na próxima terça-feira, dia 17 de dezembro, acontecerá à votação em primeiro turno.






Segundo as entidades representativas das categorias dos trabalhadores, no dia 17, as galerias com os trabalhadores, estarão pressionando os deputados e governo para que retirem de pauta os projetos de reforma da previdência do Estado do Pará.














































Imagens do blogueiro.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Paralisação Estadual da Educação do Pará








Os trabalhadores e trabalhadoras em educação do estado do Pará paralisaram por todo o dia de hoje, suas atividades reivindicando seus direitos diante do projeto enviado pelo Governador do Estado, Helder Barbalho, para Assembleia Legislativa - ALEPA em caráter de urgência para ser apreciado pelos deputados estaduais.






Os trabalhadores e trabalhadoras se concentraram a partir de 9 horas, na Praça D. Pedro I, em frente a Alepa. Com várias intervenções de lideranças que revezavam em seus discursos contra o Governo Barbalho, no carro som, da Central Única dos Trabalhadores - CUT, da Central dos Trabalhadores do Brasil - CTB, Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará - SINTEPP, Sindicato dos trabalhadores do Judiciário - SINJUD, entre outros.







Formada uma Comissão dos representantes das entidades presentes, com a mediação do Deputado Estadual do Partido dos Trabalhadores - PT , Dirceu Ten Caten, foi recebida pelo Deputado Estadual Dr. Daniel Santos, do MDB, possibilitando dialogo entre as partes.






Entre os pontos de pauta de mesa na ALEPA dos trabalhadores e trabalhadoras, seria o aumento da alíquota do fundo previdenciário de 11% para 14%, ou seja, quem iria pagar essa despesa seria os funcionários públicos. Triste essa situação, principalmente para os aposentados! 







Segundo o Presidente da Alepa, a Assembleia estará sempre aberta para o dialogo, podendo o projeto do governo sofrer reajuste.  Dia 11 de dezembro, estará acontecendo uma audiência pública, no mesmo local de hoje, As categorias vão fazer o debate sobre a previdência no Estado







 O blogueiro esteve presente no Ato.