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domingo, 28 de abril de 2013

Nova Olinda: História e Memória




  

                                          Nova Olinda: História e Memória

                                 Tomé – Açu (Pará), Abril de 2013.





Governo do Estado do Pará
Secretaria Estadual de Educação
Secretaria Adjunta de Ensino
Departamento de Ensino Médio e Ensino Profissional
Sistema de Organização Modular de Ensino
Prefeitura Municipal de Tomé-Açu
Secretaria Municipal de Educação
EEEFM “Manoel Pedro Ferreira”
Diretora: Rosângela Maria Brito Batista
Coordenação do SOME: Gilane de Melo Siqueira
Coordenação Geral do SOME: Maria Anunciação de Souza Costa
Coordenação, Sistematização e Revisão Textual do Projeto:
José Ribamar Lira de Oliveira – Historiador (SOME)

                                         Nova Olinda: História e Memória

                                 Tomé – Açu (Pará), Abril de 2013.




Alunos-Autores:
Anderson Pantoja
Charlene da Silva Lima
Cleibison da Silva Tavares
Elissandra Ferreira Santana
Elizabeth Santos Pantoja
Eridson Silva Vieira
Francidalva Santos Sousa
Gleyce Kelli Spindola Moreira 
Gilton de Sousa Freitas 
Jailton Moreira dos Santos 
Jaine Maia Pereira 
Joana Lopes Cassiano 
Joêldes Carvalho 
Josilene Maia Pereira dos Santos 
Leidiane dos Santos e Santos 
Jessé Sales da Silva 
Leidielson dos Santos e Santos 
Waldet Alves de Sales 
Luiz Felipe Spindola Moreira
Mauro Rodrigues dos Santos
Rogério Santos Pantoja
Ronaldo Souza de Oliveira
Rosinelma Gusmão Vulcão
Selso Alves Sales


Agradecimentos

A Secretaria Estadual de Educação – SEDUC e Secretaria Municipal de Educação - SEMED que através do nosso trabalho enquanto docentes das disciplinas História, Filosofia, Geografia e Estudos Amazônicos possibilitaram que nós desenvolvêssemos esta atividade que vai além das quatro paredes da sala de aula na comunidade da Vila de Nova Olinda enquanto desenvolvíamos nossas atividades de professores no I Módulo/2013, para a elaboração deste importante instrumento pedagógico;
A Prefeitura Municipal de Tomé - Açu que realizou convênios com a Secretaria Estadual de Educação proporcionando a nós, aos demais professores e alunos oportunidades de utilizar recursos metodológicos inovadores utilizados na educação básica;

Aos funcionários da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental “Manoel Pedro Ferreira” que foram fundamentais nesse processo de construção do projeto; assim como a equipe do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME e Sistema de Organização Modular Ensino Fundamental - SOMEF, através dos professores: Adriana da Silva e Silva, Jeferson Rafael, Valdir Viana.  

Somos gratos a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a construção desta Coletânea de Textos, produzidos pelos alunos.

Sem dúvida, sem os informantes, jamais teríamos fontes para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho.


Histórico

A comunidade rural Vila de Nova Olinda, fica localizada no município de Tomé-Açu, no ramal Nova Olinda, com uma distância de 248 km de Belém, capital do estado do Pará, 29 km de Quatro Bocas, 08 km de Vila Forquilha e 40 km da sede do município. O primeiro morador de Nova Olinda foi o Senhor Manoel Padilha que vendeu o terreno para o Senhor Manoel Pedro Ferreira.


                                  
 
Na obra Minha Vida, Minha Vila, dos professores do Sistema de Organização Modular de Ensino Fundamental Antônio Nonato e Maria da Gloria, enfatizam que a Vila de Nova Olinda “Originou-se a partir da década de 1970, às proximidades do igarapé conhecido na região como Mariquita, este importante igarapé conta com uma vasta área da região, servindo como fonte de abastecimento d’água, na irrigação de lavouras e balneários, o Rio Mariquita, desperta muita curiosidades e, sobretudo, admiração não somente pelo volume, mas pela clareza e qualidade que possui suas águas” (Pg. 14).


E Continuam: “O nome do igarapé serviu como referência para a primeira identidade da comunidade que com isso recebeu o nome de Mariquita São Paulo. Todavia o mesmo nome já era referência de outra comunidade adjacente a qual ainda existe com o mesmo nome” (Pg. 14).


E concluem: ”O nome Nova Olinda surgiu da necessidade de diferenciar a comunidade dos demais núcleos comunitários das redondezas que diante da grande influencia do catolicismo romano, em sua maioria receberam nomes de Santos da religião católica, como por exemplo: Santa Rosa, São Paulo, São Marcos, entre outras. O nome Nova Olinda foi uma forma de neutralizar a continuidade de nomes católicos dados as comunidades que emergiam as redondezas, essa neutralidade deve-se, sobretudo a peculiar vocação espiritual e religiosa da grande maioria dos moradores da comunidade, os quais em sua grande maioria se fazem membros da Igreja Assembleia de Deus (...)” (Pg. 14).



Educação

Na justificativa do Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental “Manoel Pedro Ferreira” é enfatizado que “Para construir uma educação que contemple o campo é necessário colocar em questão ideias e conceitos há muito estabelecidos na sociedade, desenvolver novos conceitos de modo a reverter às desigualdades educacionais historicamente construídas, entre campo e cidade” Pg. 05).


E dessa forma continua: “Na busca de novas estratégias educativas capazes de promover o desenvolvimento humano integral é preciso considerar a contribuição de cada povo do campo, ribeirinhos, caiçaras, quilombolas, seringueiros, agricultores familiares e indígenas, que diferenciam entre si devido às distintas formas de organização do trabalho, organização social e cultura (...)” Pg. 05).


Assim temos que levar em consideração que a escola de referência para as diversas comunidades é a Escola “Manoel Pedro Ferreira”, que atende os níveis de séries iniciais, o ensino de fundamental menor, o ensino fundamental maior com o projeto Sistema de Organização Modular de Ensino Fundamental – SOMEF, através da Prefeitura Municipal de Tomé-Açu e o ensino médio com o projeto de ensino Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, através da Secretaria Estadual de Educação em convênio com o município, onde através de blocos de disciplinas em quatro módulos, os professores deslocam para esta localidade para lecionar, sendo o calendário letivo de 50 dias em cada módulo.

Com a expansão e chegada de novos moradores que se estabelecem em várias comunidades como na Vila Manoel Geraldo, Mariquita São Marcos, São Paulo, entre outras, as comunidades se organizam politicamente e sentindo a necessidade reivindicam um espaço físico onde possa funcionar a nova escola que atendesse a demanda dos filhos dos agricultores.


  
A escola é fundada na administração do prefeito do município o Sr. Moacir Vieira Gomes, considerado o sexto gestor municipal, em 27 de outubro de 1987, sendo denominada de “Manoel Pedro Ferreira”, em homenagem a um dos primeiros moradores e fundadores do ramal Nova Olinda.  


                                      
 

Para Nonato e Gloria escrevem que “(...) No primeiro momento a escola iniciou suas atividades pedagógicas num pequeno espaço composto de duas salas de aula e uma pequena cozinha, tendo suas atividades funcionando inicialmente pela manhã e tarde com as seguintes séries: 1ª. 2ª., 3ª e 4ª, séries iniciais. Este feito simbolizou uma verdadeira conquista para os moradores desta pequena comunidade na época” (Pg. 15 e 16).  



   Economia

 O CUPUAÇU

O surgimento do plantio do cupuaçu começou na década de 70 no século XX, na Nova Olinda da seguinte maneira, trazendo aos agricultores uma enorme economia brasileira de muito valor, as pessoas começaram a plantar cada vez mais, tirando a massa que tem no caroço e fazendo a polpa.

Até então, deram início a colheita da fruta do cupuaçu, fazendo a polpa que era vendida a R$ 2,50 e que hoje é vendida a R$ 5,00 e também é vendido o caroço que custa R$ 0,40 no mercado agrícola.
    
CULTIVO DO AÇAÍ NA COMUNIDADE NOVA OLINDA

 Para os moradores da região o açaí tem sido grande fonte de alimento e renda. Com o cultivo da terra, tendo como base as informações do morador GERVÁSIO, diz: _“do açaí é extraído o palmito, e do fruto o suco servido com a farinha; esta palma é de origem indígena desde a era passada; o açaí nascia naturalmente, já nos dias atuais é preciso  cultivar a terra para plantar”.
      
Através das queimadas, a terra é preparada para receber a muda do açaí, tendo a mão de obra manual. Nessa região muitas famílias consomem o açaí como o prato típico da região.
  
Já existem açaizais antigos e as pessoas continuam plantando mesmo em pouca quantia, mas quase todos os proprietários têm o plantio do açaí, tanto nessa região quanto nas regiões vizinhas. Essa é uma das culturas mais tradicional da região “O PRATO DA AÇAI NÃO PODE FALTAR NA MESA”, disse o morador João.

    
CULTIVO DA PIMENTA-DO-REINO NA COMUNIDADE NOVA OLINDA


Tendo início à colonização desse povoado, no século XX, a partir da década de 60, o que mais influenciou a população foi o cultivo da pimenta-do-reino, com essa atividade os moradores sofreram várias consequências; a principal era a falta de transporte por não terem estradas dificultando a condução destes até a cidade de Quatro Bocas e vender o produto.
  
O cultivo desse produto é de grande importância como fonte de renda para os moradores da região. Sendo este produto muito valioso para exportação e venda. Na época do plantio, várias empresas contratam colhedores e essa renda ajuda para mantimento das famílias.
    
Processo de plantação:
Cavação de buraco;
Empinação de estacas;
Plantação das mudas;

Cada atividade acima citado possui valor diferenciado.
Após esse processo, chega o período da colheita com muita mão-de-obra, sendo: colher os cachos maduros por custo do quilo aproximado de R$ 0,40. A partir daí, vem outro processo que é a pimenta seca, sendo ventilada e seca ao sol, como valor aproximado de até R$ 12,00 o quilo.
Esses são vários processos que geram renda para a comunidade através da comercialização desses produtos no município de Tomé-Açu.


                                                       
Cultura

A cultura de nosso estado é diversificada e possui características próprias.

Qual o paraense que nunca tomou açaí?

Quem nunca dançou carimbó?

Quem nunca saboreou uma boa fruta, e um bom prato tipíco?

E na época das festas juninas, quem nunca foi a um arraial?
A quadrilha é uma dança típica das festas juninas e é muito divertida.

                        
 Atualmente seus passos foram modificados e suas músicas já não são mais iguais, pois com o passar dos anos seus comandos foram acompanhando a modernidade, afinal para os católicos a festa junina é para comemorar o dia dos Santos do mês de junho com São João, Santo Antônio e São Pedro. A quadrilha também é conhecida como dança caipira e dançada em pares onde as pessoas vestem roupas típicas caipiras.  
       
                                                                                       
O Carimbó é se levado em consideração enquanto um  gênero musical que vem da origem indígenas com diversas manifestações culturais de nosso país; assim como miscigenou-se onde recebeu influências, principalmente negra..



 As mulheres dançam descalças e com saias coloridas que vão até os pés muito franzidas e amplas. A saia normalmente possui estampas florais grandes. Blusas de cor branca, pulseiras e colares de sementes grandes. Os cabelos são ornamentados com ramos de rosas ou jasmim. Todos os dançarinos apresentam-se descalços.
Os homens dançam utilizando calças geralmente brancas e simples, comumente com a bainha enrolada, costume herdado dos ancestrais negros que utilizavam a bainha da calça desta forma devida às atividades exercidas.
O Carimbó é uma dança típica do Estado do Pará, e adotada por algumas localidades como Nova Olinda.
   
Temos também as comidas típicas e os frutos cultivados na nossa localidade.



O açaí que é muito consumido na nossa localidade é considerado um símbolo paraense. E as frutas: cupuaçu, cacau, pupunha, graviola, taperebá, bacuri, e são usados na fabricação de polpas, e a castanha do Pará.
Nas comidas temos o tacacá, feito a base de tucupi, camarão, jambu, goma.



Temos o tucupi que é extraído da mandioca, e usado como ingrediente em alguns pratos, como o pato no tucupi e o tacacá.
                                                                                

Temos também o vatapá e a maniçoba que são muitos consumidos na nossa localidade, o principal ingrediente do vatapá é o camarão e azeite de dendê, e da maniçoba é a folha da mandioca.



Os cultos religiosos, os círios, as manifestações de fé, simbolizam a nossa cultura, sendo cada indivíduo livre para escolher a qual religião seguir.
                                                             

Os torneios que já é um costume são frequentemente realizados na nossa localidade sendo também um momento de lazer, assim como os encontros entre amigos nos banhos nos igarapés.

Para a equipe que fez a pesquisa, diz o seguinte: “Com este trabalho esperamos proporcionar a vocês colegas uma aprendizagem mais significativa e prazerosa sobre a nossa cultura e história. Esperamos que ao final passem a ver com outros olhos nosso espaço de origem, antes de tudo enxergá-lo com orgulho e respeito. A partir disso possamos respeitar o outro, a natureza, a terra, e assim, construímos a nossa cidadania”.


Medicina Popular


Os remédios caseiros são feitos de plantas e ervas medicinal que podem ser encontrados em nossas regiões ou cultivados em casa. São utilizados também na preparação de remédios caseiros, banhos que são extraídos dos animais silvestres e domésticos.

1ª A batata- É bom para dor de cabeça colocar uma batata média cortada em rodelas sobre a testa e amarrar com um pano fino e repousar até que alivie a dor.

2ª Matruz - Serve como antiflamatório bater as folhas no liquidificador junto com leite e um pouco de água filtrada, tomar diariamente até sentir melhoras.

3ª Babosa- Serve para cicatrizar ferimentos, retirar a casca da babosa e colocar em cima do ferimento diariamente.

4ª Casca de laranja- coloca a casca da laranja pra secar e depois faz o chá, que serve para febre e vômito.
                                                                


  5º Alho - É bom para prisão de vento, fazer o chá de dois dentes de alho em meio litro de água e tomar três vezes.



6ª Óleo de copaíba - Serve para tétano, tomar três gotas em 10 ml de água, três vezes ao dia.
      
7º Semente de mostarda. Serve para derrame, pisa e tira o leite e toma antes de dormir durante três dias.

8º Banha de galinha-Serve para catarro no peito.


9º-Mel com andiroba-É ótimo para garganta inflamada, tomar uma colher de chá 3 vezes ao dia.
  
10º-Mel com limãozinho-Bom para curar os sintomas da gripe, mistura o mel com o suco de limão e tomar uma colher de chá três vezes ao dia.

11º-Noni- É bom para pedra na vesícula, corta o noni em rodelas, coloca para secar e faz o chá, tomar três vezes ao dia durante um mês.

12º-Folha de anador - para dor de dente, fazer o chá da folha e tomar.

13º-Folha de boldo-Serve para dor de estômago, fazer o chá da folha.

14º-Malvarisco-É bom par gripe, fazer o chá da folha junto com o limãozinho, hortelã e o alho
.
15º-Folha do abacate-Serve para dor de cabeça, quando sentir dor de cabeça por folhas quentes sobre a cabeça e amarrar com um pano fino.




Mitos e Lendas
                                                                                                                           
      O VIANA E O BICHO SEM CABEÇA

   Em São Marcos na comunidade onde eu moro aconteceu uma historia interessante com o avô da minha prima a mais de 25 anos atrás, o Viana.

   Ele gostava muito de caça e certo dia ele saiu de casa com um propósito de matar um veado, mais nem sempre as coisas são como nós planejamos.

   Chegando a tal lugar aonde ele ia caçar! Chamado igarapé da matinha, outros chamam de pedra da Traíra, esperou escurecer para matar o tão desejado animal de repente ele ouviu um barulho imenso que vinha de dentro da mata, quebrando tudo, e ele ficaram espantados com aquilo e cada vez mais chegando mais perto, quando de repente avistou um bicho tão grande em forma de um veado mais estava sem cabeça, e então ele ficou tão nervoso assombrado com aquilo segurou a espingarda e atirou na direção do bicho, sem querer, mais a bala foi certo no bicho, e o bicho saiu quebrando tudo o que via pela frente.

   E o Viana deu um tempo e ficou, mas calmo e saiu para sua casa com fortes dor de cabeça e febre.

   No dia seguinte ele já estava melhor e recebeu uma noticia que o deixou chocado, uma velha havia morrido com um tiro no peito perto dali em uma comunidade chamada vila socorro.

   Enfim, hoje ele mora em Cametá e tem 75 anos e nunca esqueceu desse fato que aconteceu com ele.
                                                           

A SEREIA
 

  No igarapé onde o Viana viu um bicho aconteceu outro fato diferente com outra pessoa.

  Depois de acontecer esta história com o Viana alguns anos depois, um homem saiu para pescar nesse mesmo igarapé, mais um pouco pra cima onde havia acontecido este fato.

  Certo dia este homem saiu para ir a uma pesca, e estava indo tudo muito bem havia pegado bem peixes, e ele resolveu ir embora e quando de repente viu uma mulher muito linda e as pernas dele começaram a tremer toda e a voz dele não saia estava completamente paralisado demorou alguns minutos e ele vendo aquilo e depois aquela imagem foi saindo desaparecendo e só então que ele pode voltar ao normal, pegou suas coisas e foi embora chegando à sua casa não contou pra ninguém e depois de alguns anos ele pode contar.


Movimentos Sociais e Entidades

Associação dos Moradores da Colônia Mariquita São Marcos

Na primeira reunião de formação da Associação dos Moradores da Colônia Mariquita São Marcos, que se deu no dia quinze de junho de dois mil e dois, na Escola Municipal de São Marcos compareceram cinquenta e quatros pessoas. Entre os presentes a Senhora Célia Chaves, primeira dama do município, o vereador Ney, o Senhor Adriano, que naquele momento era Presidente das Associações de Tomé-Açu, a Diretora da Escola Municipal de São Marcos, Senhora Simária Caldas Pessoa e presidindo a mesa o Senhor José de Souza Pantoja, mais conhecido como “Deco” Pantoja.

O Senhor Adriano fez um breve comentários sobre a importância da criação da Associação; pois segundo ele: “Irá trazer grandes benefícios para a Colônia”. Logo em seguida deu-se a leitura do Estatuto da Associação. Para a Diretora da Escola Municipal de São Marcos, a Senhora Simária Caldas enfatizou a importância da fundação de uma Associação na comunidade e se dispôs a contribuir no que for necessário. Já o vereador Ney, disse: “Parabenizo a plateia por essa iniciativa e que é só através da Associação que o agricultor tem direito e vez de conseguir alguns benefícios junto ao poder público”. Em seguida, foi a votação do Estatuto da Associação, que obteve 23 votos dos presentes.



Saúde


Em relação à saúde em nossas localidades, quem deu entrevista sobre o assunto, foi a Senhora Maria Remédio de Oliveira que trabalha vinte e cinco anos como agente de saúde. Ela enfatizou que as principais doenças são: a gripe e a febre que afetam mais  crianças e para combater essas doenças ela comunica para as pessoas se protegerem mais, não andar em sereno, não tomar banho com o corpo quente e não andar por dentro das águas acumuladas.

Ela ressaltou que não é tão difícil ser uma agente de saúde, porque a agente tem que estar sempre andando para saber se a saúde está tudo bem na comunidade.

Disse que para combater a dengue ela precisa do apoio das pessoas, para não deixar acumular pneus e vasilhas velhas...

No momento não há nenhum caso de dengue avançado, mas já houve sintomas de dengue, mas não tão grave, porque procuraram logo um posto de saúde, disse também que neste trabalho já surgiu muita dificuldade, porque ela vem todo o meio de semana para saber a saúde do povo de Nova Olinda. 


  
A Importância da Mulher na comunidade


Segundo alguns dados coletados pelo aluno (a)s do ensino médio durante o primeiro módulo do ano de 2013, a mulher começou a ter um destaque dentro da sociedade, não só local, mas internacional. A mulher que antes se dedicava apenas a vida doméstica, agora contribui decisivamente na renda familiar seja no campo seja na vida urbana.  O cotidiano da mulher de hoje tem todo um contexto histórico, antes doméstico e conservadora, hoje trabalhadora, lutadora e progressista em suas ideias.

Para a aluna do segundo ano do ensino médio do turno da noite Rosinelma Gusmão Vulcão: “No período colonial, as mulheres ocupavam-se com trabalhos agrícolas, e com as atividades de coleta, colaboravam nas pescarias, indo buscar o peixe flechado pelos homens, transportavam os produtos das caçadas, cuidavam dos animais domésticos e, assim elas tinham como obrigação cuidar dos serviços domésticos, dos filhos e dos maridos e não podia deixar de trabalhar na lavoura, e sem receber nada por seu trabalho”.   E continua: ”Nos dias de hoje, as mulheres tem uma vida digna, tem mais oportunidades, inclusive na vida política para a prefeitura, vereadora, governadora e, até presidente da República, totalmente ao contrário da vida que as mulheres do passado viviam. Passou o tempo em que o trabalho da mulher não era reconhecido de forma alguma; pois só os homens, eram os ‘merecidos’”.

E conclui: ”Hoje em dia, depois que o trabalho da mulher tornou-se reconhecido, as mulheres tem um papel fundamental e muito importante na comunidade em que vive, ou seja, na sociedade, nas atividades econômicas. Pois ao contrário do que acontecia nos séculos passados em que as mulheres só podiam ficar em casa cuidando dos filhos e do marido, hoje as mesmas já podem socializar sua vida profissional com a família. Antes só homem trabalhava para dar o sustento e com a participação da mulher na renda familiar as condições financeiras melhoraram. Portanto, as mulheres são fundamentais na sociedade com seus papéis de guerreiras”.   
    

Bibliografia

Nonato, Antônio e Gloria, Maria Da. Minha Vida, Minha Vila: Memória e História de Nova Olinda. 1ª. Edição. 2012.

Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental “Manoel Pedro Ferreira”. Maio – 2012.

Informantes

Esmaelita de Jesus Ferreira Santos
Maria Remédio de Oliveira
Rosangela Maria Brito Batista


sábado, 20 de abril de 2013

Uma abordagem multidisciplinar em Bruno de Menezes, Dalcídio Jurandir,Eneida de Moraes e Waldemar Henrique






Ontem, encerrou Uma abordagem multidisciplinar em Bruno de Menezes, Dalcídio Jurandir, Eneida de Moraes e Waldemar Henrique, da Escola de Artes e Ofícios Mestre Raimundo Cardoso, de Icoaraci.






Em sua apresentação, o texto foi trabalhado como perspectiva a aproximação dos alunos do ensino fundamental da Literatura Paraense do século XX e visou também resgatar esta literatura como elemento básico do Patrimônio Cultural. Pela amplitude desse trabalho inseriu em uma perspectiva interdisciplinar e buscou dar sua contribuição ao estudo do tema e seus múltiplos significados de ordem linguística e estética.


O objetivo foi desenvolver habilidades e competências que permitiram ao aluno compreender a dinâmica da linguagem e os usos das diversas formas de comunicação.


A programação iniciou no dia 17, quarta-feira. Pela manhã para as turmas 701/601, o tema foi Bruno de Menezes – Vida e Obra; para a turma 602, o tema foi Eneida de Moraes; para as turmas 702/602, o tema foi Eneida de Moraes. Pela parte da tarde, a turma 604 abordou o tema Eneida de Moraes. No dia 19, sexta-feira, pela manhã a turma 801 ficou com a Professora especialista Maria de Fátima Santos de Oliveira, que abordou o tema sobre Dalcídio Jurandir, já a turma 801, ficou com o tema sobre Waldemar Henrique – Vida e Obra. Pela parte da tarde, a turma 604, ficou com o tema sobre Eneida de Moraes.






Para a Professora Fátima de Oliveira: “foi um prazer e alegria participar e contribuir com um evento dessa natureza”.

Ela enfatizou em sua apresentação:

DALCIDIO JURANDIR: romancista da Amazônia (Texto adaptado)

1.            CRONOLOGIA:
1.1.               Nascimento:  10 de janeiro de 1909(Vila de Ponta de Pedras, Ilha do Marajó-Pá )
1.2         Cachoeira do Arari: Chegou com 1 ano )
1.3         Belém: Chegou aos 13 anos- 1922
      Estudou no o Grupo Escolar Barão do Rio Branco
1924# Conclui o Curso Primário
1925# Estuda no Ginásio Paes de Carvalho
              1927#Cancela a matricula,  torna-se um autodidata. Volta para o Marajó.
             1935# Casa-se com   Guiomarina   Luzia Freire
            1936# Nasce  Alfredo Freire Pereira, primeiro filho
            1937# O bebê Alfredo vem a falecer
            1941# É lançado no Rio de Janeiro seu  primeiro romance
            1952#Viaja para a União Soviética com partidários do comunismo, entre eles, Graciliano                             
Ramos.
            1959# É publicado o romance” linha do Parque”-edição russa, o qual está relacionado
ao    movimento operário do sul do Brasil.

         1.4      Livros publicados- Ciclo Extremo Norte
1º Chove nos Campos de Cachoeira- 1941     
2º Marajó – 1947
3º Três Casas e Um Rio – 1958
4º Belém do Grão Pará – 1960
5º Passagem dos Inocentes – 1963
6º Primeira Manhã – 1967
7ºPonte do Galo – 1971
8º  Os Habitantes – 1976
9º Chão de Lobos – 1976
10º Ribanceira – 1978

     
1.5       Obra: Passagem dos Inocentes

 É entre todos os romances de Dalcídio Jurandir, uma obra que espelha  e estampa :

1.5.1. A linguagem popular do caboclo paraense em seu contexto rural e suburbano.
O universo dalcidiano é tão simples, que para ser visto, escutado, entendido ,sentindo, descoberto, reconhecido, não precisa de  largas interpretações literárias, mas de pura e simplesmente atenção  e sensibilidade à língua viva e direta- tirada da boca do povo na qual esse universo configura-se.
O vocabulário do próprio homem interiorano está presente na literatura dalcidiana. Por isso,não é difícil tropeçarmos com um “axi”, “bubuia “, “panema’‘, um ‘‘disque” ,   um ‘’ saru” e tantos outros vocabulários que aparecem  no romance, na boca dos personagens.

1.5.2. Alfredo, personagem principal desta obra, é o porta-voz do aluno .  É o aluno que tem visão do futuro, que somente através da educação  terá uma vida melhor;

1.5.3. Urbanização  de Belém , inserida no contexto da 1ª Republica do Brasil, é o retrato da Belle Époque.
 
1.5.4. Greves: o povo vai a rua, pela qualidade de vida dos trabalhadores da Fábrica Aliança, mais higiene na cidade, melhoria no Hospital Santa Casa.

 Leia o fragmento :

“As môscas descem, sobem os anjos, as carroças da limpeza sem cavalo ou alguém que
Puxe. Na Inocentes, já pretejava de môscas sim.
Também debaixo das môscas(...) Iam morrer as primeiras criancinhas da Passagem.
Que sei de tudo isso?Que é que as professoras vão explicar no Barão?  ”
 Enfim,  são indícios de denúncias sociais que a ficção  nos revela,  oportunizando o diálogo entre a História  e a Literatura  com a tarefa de fazermos reflexões criticas e inovadoras.
# 16-06-1979, no R.de Janeiro, falece o romancista que a tantos encantou com o menino Alfredo e seu carocinho mágico de tucumã: morre o jornalista ,o critico literário, o ser político e poeta Dalcídio Jurandir.

   Obra consultada:  Dalcidio Jurandir-Romancista da Amazônia Literatura e Memória-Pá – SECULT 2006.





Gostaria de parabenizar a equipe de professores responsáveis pelo evento: Língua Portuguesa – Edna Santos Cruz, Música – Adriana Lobo, Teatro – Evanildo Mêrces, História – Henrique Sozinho, Educação Patrimonial – Jorge Martins e Abgail e Silva, Desenho – Larissa Cavalcante e Informática – José Carlos e Nilton Moreira.