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quarta-feira, 24 de junho de 2020

O Protagonismo das Professoras da Educação do Campo








Olá, gente!                                             

🔴 AO VIVO!

Na próxima sexta-feira feira (26/06), às 16 h, temos um encontro marcado.

"O Protagonismo das Professoras da Educação do Campo (SOME)" é o tema do nosso bate-papo. Vamos conversar com a Profa. Adriana Silva (Bujaru), Nelma Sousa (Óbidos), Célia Ramos (Conceição do Araguaia), Fada Isis (Santarém), Raquel Araújo ( Região das Ilhas)
Mediador: Joyce Rebelo (Marabá)


Transmissão pela nossa página no Facebook:   


https://www.facebook.com/sintepp     


Esperamos vocês!


Joyce Rebelo (Marabá)

domingo, 21 de junho de 2020

Enquanto fato político, a educação é importante para sociedade




É importante abordar de inicio de conversa, que desde o surgimento do capitalismo, a educação sempre foi utilizada como um mecanismo social e político para manutenção do poder político e econômico das elites hegemônicas. Por isso, sempre foi vista pelo olhar dos afortunados como uma das atividades que não rende lucro, sendo os investimentos aplicados em setores que consideram produtivos. Portanto, a educação não é produtiva, logo não merece investimento adequado, como na produção de armas, por exemplo.



Ressalto que em virtude do pensamento dos privilegiados econômicos, a ralé se organiza politicamente para os embates, através das lutas reivindicando políticas públicas para garantir direitos que possam consolidar através de várias pautas, entre elas a educação. Se for analisado pelo viés da educação do campo, podemos citar o Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, como política pública que surgiu na década de 80, possibilitando a concretização dos sonhos dos alunos e alunas filhos e filhas de quilombolas, ribeirinhos, indígenas, camponês e outros estudarem o ensino médio nos interiores do Estado do Pará.



Quando se leva em consideração a problematização do contexto social inserida com a realidade atual dos alunos e alunas do SOME, podemos dizer o que seja melhor para os quase 30.000 mil alunos e alunas matriculados neste ano, tendo como foco o futuro.



Sabemos que a educação é uma função social, desde que foi criada pelos afortunados para se apropriar como uma atividade importante para seus filhos e ideológica, que ao longo do tempo, os filhos da ralé também vão sendo inseridos e muitos fazendo a diferença durante o processo da aprendizagem. Essa realidade incomoda os detentores dos poderes políticos e econômicos, principalmente com as políticas de cotas, programa de ingresso de muitos alunos e alunas do SOME, no caso do Estado Pará. 


E Paulo Freire afirma que a educação é um ato político, o que considero importante para reflexões interessantes. 

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Relatos de experiências como professor do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME






Cada um de nós, professores, cada um com suas próprias histórias têm experiências que se fossem relatadas dariam para escrever livros e livros. Vou relatar aqui uma das inúmeras que vivenciei.



Na década de 90, no município de Tailândia, vivi momentos tensos no exercício da docência, por algumas horas achei que não contaria essa história, minha vida ficou por um fio, aliás, a minha e de outro professor que estava lá comigo, o professor de geografia, Altemar Pimenta, que já partiu, está em outra dimensão. A história dos "modulindos" e "modulindas" de todos os tempos e lugares, nunca foi só de flores, os espinhos também fizeram e ainda fazem parte dessa vida itinerante e ao mesmo tempo gratificante que é o SOME.



Ao chegarmos à Tailândia para trabalharmos, fomos recebidos no terminal rodoviário pela autoridade máxima daquele município que era o Prefeito. Com a recepção proporcionada por ele, achei que nossa vida seria facilitada, mas logo em seguida percebemos que as coisas não seriam fáceis uma vez que a Casa dos Professores que nos apresentaram constavam apenas de armadores de rede e nada mais. Não tinha móveis nem utensílio que possibilitasse o nosso alojamento de forma minimamente digna.



Mesmo diante de tal situação, as aulas iniciaram no dia cinco de agosto, pela parte da noite. O convênio entre Estado e Município em suas cláusulas que dizia onde deveria ter uma casa digna, não correspondia na prática. Essa situação de total descaso com o alojamento dos professores se arrasta há décadas e que perdura até hoje, não mudou absolutamente nada. Diante da situação de tamanho descaso, nós, professores fomos à Prefeitura para tentar falar com o Prefeito sobre a situação da casa. O Prefeito não nos recebeu e mandou o recado para falar com a Secretaria Municipal de Educação, que sempre tinha uma desculpa que iriam resolver. Nós, professores, fizemos uma relação de bens e materiais que a casa necessitava, como uma mesa com bancos, geladeira, fogão, panelas e outros itens necessários para suprir nossas necessidades básicas, inclusive quando chegávamos não tinham água para nada.



Diante de tal cenário, sem receber posição nenhuma da Prefeitura, já que estávamos cansados de solicitar o pedido, resolvemos envolver também os alunos para ver se sensibilizávamos o Prefeito para atendimento das nossas necessidades, interrompemos as aulas, após um mês, e nos reunimos às duas turmas para colocar os alunos a par dos ocorridos, a ideia nossa era demonstrar aos nossos alunos que o problema não era nós e sim o Prefeito que não queria atender algo que é vital para o funcionamento das aulas que é a Casa dos Professores, uma vez que nós éramos de outra cidade, mais especificamente Belém e não podíamos ficar naquelas condições. Deixamos claro que a responsabilidade era toda do Prefeito naquele quesito.



Antes do termino da reunião alguém foi informar ao Prefeito o que estava ocorrendo. Acreditamos que a informação chegou a ele deturpada, pois antes mesmo da reunião terminar o Prefeito já se encontrava a espreita nos aguardando do lado de fora da Escola acompanhado de seus seguranças (jagunços).


O clima estava tenso naquela reunião e por isso mesmo a diretora da escola retirou-se imediatamente receosa do que poderia acontecer, uma vez que naquela época, muitas desavenças eram resolvidas a bala, as cidades, notadamente do sul e sudeste do Pará eram verdadeiros faroestes. O porteiro veio comunicar-nos, que o Prefeito estava armado e mais três pistoleiros. Isso retratava o cenário que já vinha acontecendo desde a década de 70 a base da pistolagem, aquelas cidades eram terras sem lei, ou a lei da bala. Claro que aquela informação do porteiro deixou-nos tensos, pois estávamos numa situação muito vulnerável e, portanto, presas fáceis de possíveis execuções, pois de certa forma estávamos indo contra o Prefeito da cidade que era pessoa temida e que poucos ousavam contrariá-lo.



Antes de terminar a reunião, eu temendo por minha própria vida, chamei oito alunas, disse que estava acontecendo e que precisava de proteção e que elas não saíssem dalí para que eu e o Professor Altemar não ficássemos mais vulneráveis ainda. O porteiro sugeriu que nós, professores,  passássemos  a noite na Escola, mas avaliamos que aquela não era a melhor forma de segurança. Em função do risco de morte que corríamos no final da reunião os professores comunicaram que não ficariam mais no município e que iríamos se apresentar à SEDUC com exposições de motivos da saída do município.



Com o termino da reunião, partes dos alunos ficaram para nos dá um pouco de proteção, em nosso trajeto rumo à Casa dos Professores, Na saída, próximo da escola avistamos o prefeito e mais três jagunços que nos intimidava com seu olhar de fúria claro que naquele momento temíamos por nossas vidas, chegamos a suar frio, pois achávamos que ele nos mataria algo comum naquela região.



Como tática de sobrevivência, acertamos, já a caminho da Casa dos Professores, colocamos alguns alunos na frente e outros atrás, às vezes de braços dados. A ideia era evitar que o Prefeito atirasse em nós, professores. Na saída da Escola, o Prefeito nos acompanhou em seu carro, ora na frente ora atrás, com palavras de insultos e desafios. A ideia dele era que reagíssemos para que ele pudesse atirar nos insultava acelerando o carro ou com palavras de baixo calão, nos provocando a todo custo, nos chamando de covardes, nós estávamos numa situação bastante desigual e por isso mesmo não esboçamos nenhuma reação até porque não estávamos ali com aquela finalidade e sim de educadores.



Depois de muito sufoco, medo e ainda protegido pelos aluno/as conseguimos chegar ao restaurante protegidos. Mesmo assim, o provocador ficou do lado de fora chamando os professores para “briga” e provocações com palavrões de baixo calão. Após aproximadamente uma hora, o provocador foi embora e os professores esperaram o TRANSCAMETÁ que passaria 23h30min com destino a Belém. Mesmo dentro do ônibus não havia paz, pois imaginávamos que a qualquer momento o bandido do Prefeito poderia chegar parar o carro e nos liquidar ali mesmo dentro do ônibus. Depois de toda essa tempestade conseguimos finalmente chegar a Belém são e salvo.



Em virtude da situação, os professores ficaram cumprindo o horário na Coordenação do SOME, em Belém. Com duas semanas depois, aconteceu à reunião entre a Coordenação do SOME, Professores e representantes do município. Pelo município, estava o Vice Prefeito, a Secretaria Municipal de Educação, um pai de aluno e o aluno que saiu no meio da reunião. Pela SEDUC, estava a Coordenadora Geral do SOME, Professora Rosa Gomes, mais três técnicas pedagógicas e os professores. No final da reunião, a Coordenadora Geral decidiu em nome da Secretaria Estadual de Educação - SEDUC que não teria o ano letivo e o funcionamento do SOME. E deixou claro que não assinaria convênio com o município, enquanto o Prefeito estivesse no poder municipal, que jamais mandaria professores para terem a experiência que nós, Professores vivenciamos.

domingo, 7 de junho de 2020

SOME: 40 anos de existência e resistência nos rincões do Estado do Pará







O Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, é uma politica de educação pública, gerenciado pela Secretaria Estadual de Educação do Pará - SEDUC. Foi idealizado em fins de 1979 e inicio de 1980, pelo Professor Monoel Campbel Moutinho e sua equipe da Fundação de Educação do Pará - FEP.  Seu funcionamento efetivo se deu a partir de 15 de abril de 1980, em quatro municípios: Igarapé Açu, Igarapé Miri, Curuçá e Nova Timboteua. Destaco que naquele ano, o Estado do Pará era composto de 83 municípios e o funcionamento do 2º grau era em apenas 18, proporcionando uma carência enorme para a juventude dos interiores. Os alunos terminavam o ensino fundamental, quem tinha família de poder aquisitivo se deslocava para os municípios que ofereciam a modalidade de ensino e quem não tinha condições financeiras paravam de estudar. 




Final do ano de 1980, foi elaborado o relatório pela equipe técnica responsável pelo projeto, e consolidando o excelente projeto enquanto proposta de funcionamento e alternativa nos municípios, inclusive, ampliando já no ano de 1981, com os municípios, como Ponta de Pedras, Mocajuba, São Francisco do Pará e Maracanã. As habilitações utilizadas nos municípios eram a do Magistério e a Básica em Administração. Posteriormente, em outros municípios aconteceram as implantações.








Importante ressaltar, que o Projeto SOME foi exemplo para alguns países, como o México; Estados, como Amapá e outros; assim com em diversos municípios, no ensino fundamental, como Abaetetuba, Aveiro, Concórdia do Pará, Tomé Açu e outros. Também destaco, o projeto como utilização dos funcionamentos e estruturas da Universidade Estadual do Pará - UEPA e Universidade Federal do Pará UFPA nos  Campus Universitários dos interiores.   







O SOME completou 40 anos no último dia 15 de abril de existência e resistência, deixando de ser projeto em 2014, para ser uma politica pública. Atualmente, funciona em  454 localidades, 86 municípios, com aproximadamente 1.200 professores. O total de alunos: são 1.679 no Ensino Fundamental e 27.894 no Ensino Médio. 












































Credito das imagens: Professores do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME

sábado, 6 de junho de 2020

Live Cultural do SOME







Bom dia, gente!   
                             

 🔴 AO VIVO!


Hoje, às 17h, temos um encontro marcado.



 Live Cultural: O SOME apresenta os Professores artistas da categoria é a mesa virtual de hoje e você não pode perder nosso bate-papo. Vamos conversar com o Prof. Dinei Gaia(SOME/Cametá), Prof. Uber Vox (SOME/Moju), Prof. Valdir Ribeiro (SOME/Concórdia do Pará) e o Prof. Edvaldo Vieira (Japão dos Teclados/SOME/Capitão Poço).


Mediadora: Profª. Ellen Marvão (SOME/Moju)


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Esperamos vocês!


Profª. Ellen Marvão