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sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo



"As sementes da vida precisam ser semeadas com paz e amor, e assim, poder gerar o alimento que

precisamos para viver. Viver com alegria, coragem e determinação de seguir adiante. Viver o presente com

sabedoria e plenitude para que o ontem seja um sonho de felicidade e cada dia você tenha uma visão de

esperança". Feliz 2012 e boas festas. 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ponta de Terra (Bujaru): História e Memória


Pesquisa realizada pelos alunos do ensino fundamental e médio da EEEFM "Raimundo de Campos Lopes”, durante o período do segundo módulo de 2011, na localidade de Ponta de Terra, no município de Bujarú, no Pará.



PONTA DE TERRA: História e Memória


Governo do Estado do Pará

Secretaria Estadual de Educação

Secretaria Adjunta de Ensino

Departamento de Ensino Médio e Ensino Profissional

Coordenação do Sistema de Organização Modular de Ensino

EEEFM “ Raimundo de Campos Lopes”

Diretor da Escola “D. Mário de Miranda Vilas Boas”:

Francisco Luiz Teixeira Cardoso

Coordenação do SOME:

Simone Sampaio

Técnicos:

José Luis Araújo

Engrácia Barbosa

Rosiléia Guimarães

Coordenação, Sistematização e Revisão Textual:

José Ribamar Lira de Oliveira – Historiador (SOME)

Valdivino Cunha da Silva – Sociólogo (SOME)



Alunos-Autores:

Adriene Campos Rodrigo

Aline Silva Mendonça

Amanda do Socorro Campos Marques

Amarildo da Cruz Rodrigues Junior

Apolinário Campos da Conceição Filho

Arilson da Silva Pereira

Arinelson Pereira Martins

Carmem Célia Rosário da Silva

Darlene Martins Santos

Daniela Fonseca dos Santos

Denilson Maciel Cruz

Diogo Gomes Menezes

Enoque Batista Conceição

Euder Sillas Barros Gomes

Ezequiel Santos Pereira

Franciel da Silva Pantoja

Giselly Pinto dos Santos

Izalena Silva

Izane Pereira da Silva

Jonilson Carvalho Oliveira

José Alexandre Batista dos Reis

José Nadir

Lena Cecília Machado da Silva

Luana Beatriz Craveiro Menezes

Luciene Galo dos Anjos

Lucilene Barros Gaia

Luana Gomes Silva

Lucileide dos Santos Ferreira

Maiane Silva de Oliveira

Manulia da Cruz Costa

Márcio Antônio dos Santos Abreu

Marivane da Cruz Costa

Marlene Batista da Silva

Milena da Cruz Costa

Noemia Gomes da Silva

Pâmela da Silva Cardoso

Simone Barros Martins

Tiago Santos Menezes

Robson Baia dos Santos

Rosilda da Silva dos Reis

Rubenilson Pereira da Silva

Rosicleia Conceição Batista

Zaíra Lessa



Dedicatória

Este trabalho é dedicado a todas as pessoas

que contribuíram para sua execução, sem

eles, este trabalho não teria se concretizado.

Não citarei nome, para não cometer lapso de

memória, mas dedicamos a todos os alunos

que se empenharam no sentido de coleta dos

dados, das entrevista e da pesquisa como um

todo. Dedicamos também a todos os

professores do SISTEMA MODULAR que

compuseram a equipe da qual fui um dos

membros. Dedico finalmente aos moradores,

notadamente os mais idosos que foram a

principal fonte de informação aqui levantadas.


AGRADECIMENTOS



A Secretaria Estadual de Educação – SEDUC, que através de meu trabalho enquanto docente da disciplina história, possibilitou que eu desenvolvesse esta atividade que vai além das quatro paredes da sala de aula na comunidade da Vila de São Raimundo enquanto desenvolvia minhas atividade de professor no IV Módulo/2011, para a elaboração deste importante instrumento pedagógico;

A Prefeitura Municipal de Bujaru que realizou convênio com a Secretaria Estadual de Educação proporcionando a mim e aos demais professores e alunos oportunidades de utilizar recursos metodológicos até então não utilizados na educação básica;

Aos funcionários da EEFM “Raimundo de Campos Lopes” que foram fundamentais nesse processo de construção do projeto; assim como a equipe do SOME, através dos professores: Adriana da Silva e Silva, Adriano Mesquita de Sousa e Lásaro Sebastião Gomes da Silva.

Somos gratos as diversas pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a construção desta Coletânea de Textos, produzidos pelos alunos;

Vista parcial de Ponta de Terra

Sem dúvida, sem os informantes, jamais teríamos fontes para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho.


A comunidade de Ponta de Terra


A comunidade de Ponta de Terra, também conhecida como Igarapé-Açú, localiza-se a 13 km do município de Bujaru-Pa. Para chegar lá, utiliza-se a PA 140 entrando a altura do km 13 da rodovia, lado direito no sentido Bujaru-Tomé-Açú. Da entrada da PA até a comunidade a distancia é de aproximadamente 04 km.


A entrada da comunidade é marcada por um belo igarapé que dar nome a comunidade (Igarapé-Açú) que também é chamada de Ponta de Terra e em que pese o processo de degradação, ainda guarda resquícios de suas belezas naturais. Ele constitui uma rica fonte para os povos daquela comunidade e o utilizam para banho, lazer, agricultura, etc. Se o visitante levar sorte, ainda pode ser recebido pelos cantares de pássaros tipicamente amazônicos, que cantam e encantam a beiro dos igarapés daquela comunidade como se estivessem dando boas vinda a quem por lá passar.



Cada comunidade tem suas particularidades e a marca de ponta de terra é de ser uma comunidade acolhedora e festiva. Aliás, a festividade do Divino Espírito Santo, que ocorre naquela comunidade no mês de junho, é talvez a mais expressiva de todas do município, quer pelo número de participantes quer pela devoção que têm ao santo padroeiro. Na semana da festividade, não apenas a comunidade, mas até mesmo a cidade de Bujaru fica mais movimentada em função da festividade do Divino Espírito Santo.


HISTÓRICO DA ESCOLA


A Escola Estadual “Raimundo de Campos Lopes”, situada na zona rural do município de Bujaru – Pará, na comunidade de Ponta de Terra, foi fundada no ano de 2005, para atender a população da localidade situada e comunidades vizinhas, que se deslocavam do interior para a cidade, seja para continuar a estudar, pois muitas desses adolescentes e jovens , não freqüentavam a escola pelo difícil acesso para chegar a cidade.


A escola que tem sua estrutura de alvenaria, possui quatro salas de aulas, uma copa (cozinha), duas secretarias sendo uma funcionando como sala de aula, dois banheiros e uma área de recreação.

A referida instituição de ensino atende 410 alunos de mais de 20 comunidades vizinhas, distribuídos em três turnos, sendo manhã, tarde e noite, nas modalidades de 5ª série do ensino fundamental ao 3ª ano do ensino médio.




Dentro da programação do projeto pedagógico do SOME, foi realizada uma visita pedagógica com alunos da 8ª série de Ponta de Terra na Escola-sede, com a presença de 31 alunos. Na Escola “D. Mário” foram divididos dois grupos, um grupo ficou no Laboratório de Informática, com a coordenação do Professor Gilson Andrade, da Escola-sede e na Biblioteca ficou outro grupo sob a coordenação do Professor do SOME Valdivino Cunha, que foi convidado para participar da visita.




Nas aulas do Laboratório de Informática, muitos alunos que, ainda não tinham entrado em contato com o computador, o professor responsável deu uma visão geral e noções básicas da informática. Na Biblioteca, sob a coordenação do Professor Valdivino Cunha a outra equipe ficou responsável de pesquisar sobre os grandes projetos na Amazônia. Depois foi realizado o revezamento. Um dos objetivos da visita foi mostrar com que eles sintam que fazem parte da Escola, apesar de estudarem 22 km da escola-sede, “D. Mário”.



O Professor Valdivino Cunha frisou a importância dessas aulas pedagógicas como ferramentas de aprendizagem: “Existem diferentes formas de saberes. De uma forma ou de outras estamos sempre aprendendo e ensinando ao mesmo tempo, portanto, ninguém é perfeitamente sábio, que não venha sempre aprender algo, assim também como ninguém é puramente ignorantes que não venha ensinar um pouco”. É dessa forma dialógica que o projeto SOME- notadamente para aqueles que entendem que o aprender não se limita a uma sala de aula exclusivamente- está sempre buscando e ensinando novos saberes, muitos deles junto a própria comunidade, que aparentemente estaria apenas recebendo ensinamentos.




Nessas “visitas pedagógicas” muitas lições devem ser tiradas, uma delas é que pelos brilhos nos olhares e nos sorrisos estampados de cada aluno, percebe-se um quê de alegria. A visita na Escola “D. Mário Vilas Boas” foi importante porque possibilitou aos alunos o contato, muitos deles pela primeira vez, com o computador; possibilitou, também a quebra da rotina, a visita à Biblioteca, isso é aprendizagem, mais dinâmica e extrapola os limites da Escola”.




A escola é atendida pelo SOME- Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME) que é uma modalidade de ensino alternativo e funciona em formula de módulo. Em cada módulo funciona em média com 07 professores por módulos, estabelecendo-se um rodízio de maneira que no final do ano todas as disciplinas da grade curricular tenha sido ministradas, tendo também 10 funcionários da escola que se dividem em três turnos, sendo dois coordenadores, cinco auxiliares de serviços gerais, dois vigias e um zelador.


Para a Professora Beatriz Costa de Brito, educadora na área de Sociologia, no SOME, “Trabalhar no Sistema de Organização Modular de Ensino é ótimo, me sinto muito bem com o trabalho que faço pelo contato constante que mantenho com outros municípios, outras comunidades, o que carrego de experiência vivida no ambiente de trabalho único”. E continua: “Não existe nenhum tipo de trabalho que se compare ao nosso no estado, por isso estou 17 anos trabalhando no interior do estado”.

Para a referida professora, “Em minhas aulas o que procuro fazer com mais intensidade, é incentivar os meus alunos a interpretar, a escrever e refletir sobre tudo o que possa explorar em sala de aula. E em torno disso fazer com que essa relação (Professor e Aluno) se aperfeiçoe, pelo respeito que o professor deve manter por eles e vice-versa”. E conclui: “Deixar minha família para trabalhar”, hoje já não é tão dramático, pois tenho a oportunidade de ver minha família toda semana, porém em tempos outrolas, já fiquei até três meses sem ver meus filhos e marido, o que provocou um transtorno muito grande em alguns momentos e meus filhos não demonstravam tanta afinidade comigo, como pelo pai, e isso é muito duro de resistir. “Só resistir pela minha grande convicção de que me adaptar de verdade como professor só no SOME”. Sem contar que “são muitas a dificuldades para chegar ao local de trabalho, ônibus, horários, enfrentar os ramais, as dores na costa de carregar malas e outras que qualquer pessoa moradora das localidades de Bujaru conhece melhor que eu”.



PROFESSORES FALAM SOBRE A DOCÊNCIA


Já a Professora de Filosofia, Adriana da Silva e Silva “trabalhar no SOME é uma experiência maravilhosa, gratificante, me identifica com o trabalho e com as comunidades”. E frisa: “São várias as dificuldades para chegar às escolas do interior de Bujaru ramais ruins, perigosos por andar sozinha, na maioria das vezes”. E continua: “O que me incentivou para ser professora foi que na minha família somos quase todas as professoras, sempre gostei de brincar de professora, aos 18 anos terminei a formação de professora que era o antigo magistério, desde então não fiz outra coisa”. Para ela: “Deixar minha família na cidade para trabalhar no interior essa é a parte mais difícil, deixar a família, como tenho uma filha de 07 anos sofro muito, quando estou em lugares distantes, quando ela ou meu pai adoecem é a hora que sofro mais (...) mas o momento mais dolorido é quando eu saio de casa e ela pergunta: Mãe tu volta hoje? Que horas tu chegas? Porém essa compreensão só é possível quando chego e resolvo a situação”.

GEOGRAFIA DAS COMUNIDADES DO MUNICÍPIO DE BUJARU.

A partir de Bujaru, na PA – 140, km -13 passaram a surgir várias comunidades, a primeira Vila é a de Bacuri. Nessa Vila a população atual é de 200 pessoas. O nome dessa comunidade significa bacuri, porque quando a primeiras famílias habitaram este terreno havia uma grande plantação de bacuri. Hoje só resta o nome, porque as pessoas acabaram com a plantação, para assim conseguir construir suas casas.

A segunda comunidade é denominada de Mangueirão. Essa comunidade foi fundada na década de 20. Hoje possui uma população de aproximadamente de 325 habitantes, sendo conhecida como Mangueirão porque desde que foi fundada até os dias atuais a espécie de árvore nativa são as mangueiras.

A terceira comunidade é a de Ponta de Terra. A maior comunidade que dá acesso a todas outras comunidades. Com a população de 700 habitantes atuais, essa comunidade é conhecida como Ponta de Terra porque a primeira família ao chegar aqui, foi a de dona Maria dos Reis Lessa e seu esposo José Lessa, que por terem a maior área de terra colocaram o nome de seu sitio de Ponta de Terra, que prevalece até os dias atuais.

A quarta comunidade é a Vila de Vilage. Com uma população atual de 150 habitantes, o nome Vilage foi dado ao terreno de dona Maria José que tinha um dos maiores terrenos. Porque não tinha uma determinada vila, apenas casas em torno dos caminhos.

A quinta comunidade é a Vila de Curuba. Com uma população de aproximadamente 125 pessoas. Essa comunidade se deu o nome por causa do apelido do senhor Curuba( não sabemos o verdadeiro nome dele) um dois mais antigos moradores dessa localidade.

A sexta comunidade é chamada de Vila de Cajueira.

Outra comunidade importante e sétima comunidade é a Vila de Conceição do Guamá. Com uma população de 150 habitantes deu-se o nome de Conceição por causa da padroeira que é a Nossa Senhora da Conceição.

A oitava comunidade fundamental é Ariuba.

A nona comunidade é Porto das Pedras. Com uma população com mais ou menos 150 pessoas. Deu-se o nome Porto das Pedras, porque na beira do rio Guajará havia muitas pedras, por isso ficou o nome Porto das Pedras.


ECONOMIA

Introdução

A economia é um assunto que tem que ser mais estudado pelos políticos, que assumem o cargo mais altos de um país, pois está em jogo milhões de pessoas que não estão satisfeitas com os produtos que chegam com os preços altíssimos na mesa da população, sendo um salário mínimo de R$ 545,00 não dá para suprir algumas necessidades diárias de algumas famílias. E ainda existe aquela população que não tem trabalho assalariado, ou melhor, reside no interior dos municípios sobrevivendo apenas da agricultura, que muitas das vezes o dinheiro apurado não chega nem perto de um salário mínimo. Nesse assunto vamos falar de economia na comunidade e como são os trabalhos que alimentam essa economia na comunidade.



A ECONOMIA NA COMUNIDADE



A economia na minha comunidade e das comunidades vizinhas se preocupa em plantar, colher e transformar tudo aquilo que foi plantado e colhido em lucro para comprar, o principal que é o alimento, roupas, e investir o restante do dinheiro numa nova plantação talvez você ainda não entendesse, o que eu pretendo e, mas o objetivo explicar é que no próximo ano tenhamos retorno financeiro.

Quero falar com plantar e colher, essas duas fases da roça que são duas fases da roça que é um dos principais meios de sobrevivência e que movimenta na maioria das vezes a economia na comunidade.

A farinha é o principal produto que faz parte da economia de nossa localidade. Para que possamos produzir esse produto e necessário colher a mandioca.


Para começar esse processo de produção desse produto primeiro devemos fazer a roça, o período que devemos roçar é a partir do mês de junho ao mês de outubro, após terminar de roçar devemos esperar um tempo de 30 a 40 dias, queima-se a roça depois de queimada podemos plantar a maniva que entre 10 a 15 dias esta grelando após ter fito esse processo espera-se uns dois ou três meses para capinar pela 1ª vez que serve para que a maniva se desenvolva e cresça rapidamente, entre quatro ou cinco meses após ter capinado a 1ª vez que serve para o crescimento da mandioca. Depois de todo os processos que vimos, a roça é só esperarmos por mais seis meses, é já podemos colher a mandioca para produzir a farinha.

Para a farinha chegar ao consumidor é necessário que ela passe por vários processos.

Como ir arrancar a mandioca na roça, carregar e por de molho o tempo para a mandioca está boa, para se descascar é de 4 a 5 dias, nesse período a pessoa, já terá que ter arranjado a linha para torra a farinha.

Dentre esses 4 a 5 dias a pessoa descasca a mandioca, lava e carrega para o retiro (casa de farinha). Põe na masseira onde a mandioca será amassada e em seguida coloca no tipiti onde a massa será espremida para sair toda a água em seguida coloca-se a massa na peneira onde será coada a massa no forno, para se transformar na farinha e vai para o mercado.

Uma das vantagens na venda da farinha hoje, é que o marreteiro vem comprar a farinha na casa; isso facilita o transporte para os grandes centros consumidores.


O LADO POSITIVO E O NEGATIVO DA FARINHA


Positivo: É que ela nos produz rendas, que favorecem para manter mais nossas famílias e tirar nossos alimentos do dia-a-dia, os agricultores que tem os pedaços de terra que produzem farinha para suprir suas necessidades e sabemos que é um lado central de sobrevivência.

Pois não precisamos comprar a farinha que consumimos, nem se preocupar se foi bem feito ou não e sim preocupar se foi bem feito ou não e sim procurar produzir mais, para poder aumentar sua renda.

E o lado negativo:

É que para produzir a farinha precisa fazer roça, e com isso acaba agredindo o meio ambiente com desmatamento e queimadas.

Sem levar em conta é que em numeras das vezes as roças acabam morrendo elevando prejuízo para os produtores, e falta de segurança para os consumidores, sem contar com a baixa renda no mercado. Que eleva um espaço tão grande e pouco lucro.


MITOS E LENDAS



As lendas são histórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos, misturam fatos reais com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobre naturais

Os mitos acompanham os homens desde os seus primórdios, eles são narrativas que possuem um forte componente simbólico, como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através das explicações cientificas criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimento e alertar as pessoas sobre perigo ou defeitos e qualidade do ser humano



A LENDA DO BOTO



Surgiu, provavelmente, na região amazônica. Esta figura folclórica é representada por um homem jovem, bonito e charmoso que seduz mulheres em bailes e festas. Após a conquista conduz as jovens a beira do rio e as engravida. Antes da madrugada, ele mergulha nas águas do rio para transforma-se num lindo boto.

A LENDA DA VISAGEM.



Um dia, um homem chamado Aurélio foi para uma vila chamada Vila de Santana, jogar bola com seus amigos, chegando lá eles começaram a jogar bola, foi começando anoitecer, o homem perdeu o ônibus eles ia para um lugar chamada Curuperé que era o local onde o homem morava .

Aurélio ficou sozinho em vila de Santana, ele foi procurar a casa dos pais dele que tinha se mudado a pouco tempo para a vila. Ele entrou na casa dos pais dele que moravam perto do cemitério. Umas pessoas disseram para ele que iam desligar o motor de luz ás 09h00min horas da noite, o rapaz foi dormir, ele pegou no sono e se espantou de repente, ele viu que tinha alguma coisa puxando o lençol dele, era uma visagem, ele embrulhou com dois lençóis, quando ele abriu os olhos a visagem já estava puxando o outro lençol dele e ele disse:

- Meu Deus e agora, eu estou sozinho aqui. Ai ele teve uma idéia de fingir que estava despertando do sono, para pegar a lanterna que estava embaixo da cama. Ele pegou a lanterna e focou para ver o que era, mas não conseguiu ver nada.

Ele disse - Eu não vou mais dormir aqui, essa visagem vai querer me matar.

A LENDA DA MATINTA PERERA

As informações são também nesse mito muitas controversas. Nunca surge como “assombrações” ou visagem que assusta as pessoas e pode até provoca-lhes a morte em outras, é uma mulher que vira passarinho assobiador.

Em muitos lugarejos a existência dessa bruxa cabocla que se transforma em gato, cachorro, bota, morcego, porca, pássaro é tida como inconteste e até encarada com normalidade e assobio da Matinta Pereira atestam todas que já ouviram “é coisa de outro mundo” arrepia até a alma a gente sente como se estivesse levantando do chão.



RELIGIOSIDADE E CULTURA


Na nossa cultura temos: jogos de futebol, festas de vários temas e encontros religiosos.

O ponto mais marcante cultual da nossa comunidade e o círio de Santa Maria que acontece no 2ª domingo do mês de setembro e atrai uma multidão de seguidores.


No cultivo das comunidades tem a produção de um pouco de tudo como: arroz, feijão, açaí, milho, pupunha, cupuaçu; porém o que gera a maior parte da renda é o cultivo da mandioca. Os agricultores sobrevivam da plantação da mesma.

A Festa do Divino é outro destaque na comunidade de Ponta de Terra (Igarapé – Açu), porém a comunidade começa a se organizar no início de junho, com o hasteamento do pau do santo (Mastro). A noite começa a novena que também terminam nove dias depois.

No domingo, a “Mesa dos Inocentes”, que é o dia em que é ofertado um jantar para as crianças, no caso 12, que os pais fizeram promessas para os mesmos pagarem com um jantar. O jantar é oferecido pelo festeiro. O “Jantar dos Inocentes” é uma tradição que segundo Dona Marluce da Costa Pena, vem desde o princípio do festejo. Nesse jantar, além de ser uma responsabilidade do festeiro, também tem a participação dos promesseiros, enquanto uns ajudam dando alimentos, outros lavam as mãos e enxugam.





É importante salientar que cada ano tem um festeiro diferente. O festeiro é escolhido no final da festa, através de um sorteio. Também são escolhidos por sorteio os noveneiros, os que vão ficar responsáveis pelas novenas. Cada dia um noveneiro fica incumbido de organizar a novena em sua casa.

Na festa tem o juiz do mastro e o juiz da festa, no caso o juiz da festa é o elemento mais importante do evento, já que é o festeiro. A responsabilidade do juiz do mastro é ir ao mato tirar mastro, enfeitar e no dia do hasteamento mandar rezar a novena. O mastro fica hasteado nove dias. O mastro será hasteado com a bandeira do santo.

MESA DOS INOCENTES

Segundo Dona Marluce Pena que juntamente com seu esposo Enrique, que já foi festeiro da festa oferecida por eles foi sua maior alegria, já que era um sonho do casal serem juízes da festa. Dona Marluce fala com os olhos brilhando de alegrias quanta trata do “Jantar dos Inocentes”, ela preparou tudo o que uma criança gosta: pudim, pastéis, coxinhas, sonhos, monteiros Lopes, doce de coco, suco de frutas naturais e muitas frutas. A festa é patrocinada pelo festeiro, porém o mesmo sai pedindo ofertas na comunidade, principalmente para o bingo. O dinheiro arrecadado é investido na despesa do santo.



Evangélica, adventista, quadrangular, porém a que tem mais adeptos é a igreja católica temos também varias vilas, Ananindeua, 15 de novembro, Santa Maria Cajueira, Carioca, Arituba, Catandeua,cada vila com seu diferencial na cultura.


SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇA


A dengue é uma doença grave que pode matar e é transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypite também infectado que se produz principalmente nas cidades criadoras artificiais.

Sintomas da dengue: os sintomas mais comuns são febre alta com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas. Porém, há uma forma mais grave da doença, a dengue hemorrágica. Os sintomas. Nesse caso são dores abdominais fortes, vômito, sangramentos pelo nariz, boca e fezes.

Em todos os casos procure imediatamente uma unidade de saúde.



O QUE FAZER PARA COMBATER?



É aqui, professor, que você um papel fundamental junto com os seus alunos. O combate a dengue e feito de maneira simples. Basta colocar em pratica algumas atitudes simples como:

. Tampar caixa d água;

. Colocar área nos pratinhos das plantas;

. Limpar sempre a laje e calhas;

. Jogar todos os utensílios que passam acumular água, como potes, embalagens usadas, latas, copos ou garrafas vazias;

Colocar o lixo em sacas plásticas e manter a lixeira sempre fechada.


Muitas doenças são causadas por micróbios. Os micróbios podem penetrar em nosso corpo pela boca, pelo nariz pelos ouvidos e também por ferimentos na pele.

Algumas doenças podem passar de uma para outro pelo espirro, pela tosse, pelo beijo ou pelo uso de roupa e objeto do doente.

A gripe o sarampo, a catapora e a meningite são doenças contagiosas.

Alguns vermes também causam doenças à lombriga e a solitária pode penetrar em nosso corpo quando o seus ovos estão na água que bebemos ou nos alimentos que comemos.

Para evitar Doenças.

- Ter higiene com o corpo e em casa;

- Lavar os alimentos e os objetos antes de serem usados, vacinar e cuidar dos animais domésticos;

- Lavar e desinfetar ferimentos para que o micróbio não penetre pela pele;

- Ter uma boa alimentação;

-As vacinas nos protegem de certas doenças;

Desde pequenos tomamos vacina.

-BCG: contra tuberculose

-Sabin: contra poliomielite ou paralisia infantil

-Tríplice: contra difteria, tétano e coqueluche ou tosse comprido.

-Sarampo contra o sarampo.


MEDICINA POPULAR

A importância da medicina popular.

A medicina popular é muito importante para a nossa saúde porque quando não temos dinheiro para compra remédios da fármacia, são as plantas medicinais que agente usa para resolver o nosso problema de saúde.

Antigamente as pessoas só usaram as plantas medicinas porque não tinha condição para ir a uma unidade de saúde porque o transporte era precário se a pessoa sofresse algum acidente grave até que ela chegasse a um hospital já estava quase para não agüentar mais.

As plantas medicinais as pessoas podem fazer muitos chás como: o chá do mastruz serve para dor de barriga, o chá de folha da coramina e a folha da laranja servem para problema do coração.

O chá da casca da verônica serve para anemia, o chá da unha do gato serve para inflamação.

O chá da folha do boldo e a casca do alho servem para dor de vento.

São muitas e outras mais doenças que são tratadas com as plantas medicinas quando não podemos fazer exames para comprar remédios na farmácia.

HISTÓRIA DE VIDA

Em 1958, Dona Esperança Novais Machado e seu marido chegaram a Itaporanga. Dona Esperança morava na comunidade de Jutaí e seu marido na comunidade de Castanheiro. Quando vieram morar aqui, o dinheiro usado era o cruzeiro, a primeira fonte de renda econômica nessa época era a taberna, depois de oito ou 10 anos começaram a trabalhar na roça, pelo fracasso da taberna. Não havia outra Igreja, apenas a Católica, só depois de alguns anos, fundaram a Assembleia de Deus em Nova Canaã. Hoje em dia há duas religiões a Católica e a Evangélica em nossa comunidade. Não havia escola por perto, apenas em 1968 que construíram uma escola em Itaporanga, no Jutaí e em Bom Jardim. Dona Esperança mora nessa terra á 35 anos, e conta que, ao chegarem aqui havia e há vestígios dos escravos que habitavam aqui, como o piso da casa de barro que eles moravam, o tronco que eles eram surrados, uma pedra bem grande que possivelmente seria a casa grande, essa pedra foi usada para colocar no piso da Igreja Católica de Itaporanga. Existem também um igarapé e uma estrada feitos pelos escravos, à estrada foi feita na várzea com a piçarra tirada do igarapé que eles cavaram.

Além do engenho que tinha aqui em Itaporanga, havia também o da Fazenda Itapeuas, de Santana e o da Engenhoca, ambos eram próximas e relacionavam-se entre si. As terras e os escravos pertenciam a um espanhol que era muito cruel. Ele tinha uma esposa e uma filha de 09 anos de idade. Sua esposa morreu e após a morte dela ele internou sua filha junto com sua ama em um colégio em Belém, pegou as joias e o ouro da família e mandou alguns escravos enterrarem, após esses escravos terem enterrados as jóias e o ouro, o senhor deles os matou para que ninguém ficasse sabendo. Após ter feito isso foi embora para a Espanha e deixou as terras à venda. Dona Esperança com seu marido as comprou.


José Nadir Moraes Raiol, brasileiro, nascido no município de Bujaru, no dia 14 de novembro de 1950, começou no trabalho da lavoura aos 10 anos, aos 22 anos casou com D. Maria Suely, onde tiveram dez filhos; sendo hoje, nove adultos e uma de menor, adolescente de onze anos, estou aposentado, onde garanto parte de seus desejos e caprichos. Aos 28 anos estudou eletrônica e fez o curso básico de radio técnico, onde a função por um bom tempo. Trabalhou como professor no Movimento Brasileiro de Alfabetização trabalhou também como professor do ensino fundamental, na Escola de Ensino Fundamental “Vereador Abílio Marques”, com 72 alunos. Foi estagiário da Rádio Marajoara AM, em Belém, tendo certa experiência na área radiofônica. No momento, é dono da marca FAMA da melhor farinha de Bujaru.

Valdirene Martins Fonseca, tem 41 anos, é brasileira, casada a quinze anos, tem três filhos, sendo duas mulheres e um homem. Nasceu na cidade de Belém, mas foi criada na localidade de Guajará-Açu e aos treze anos de idade foi estudar em Belém, onde ficou durante nove anos, terminou o ensino fundamental e fez até o 2º ano de Patologia Clínica no Colégio “Visconde de Souza Franco”, retornou para sua comunidade de origem com vinte e um anos e quando foi convidada pelos moradores da mesma comunidade para ministrar aulas de pré-escolar até a 4ª série no ensino fundamental, depois de onze meses que estava trabalhando como professora no ano de 1992 recebeu convite para cursar o Projeto Gavião II, na cidade de Bujaru, tendo concluído em 1996, na área do magistério.

Passou seis anos sem estudar, só fazendo os cursos de Formação Continuada e em 2002 veio para Bujaru a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), fez o vestibular e passou no curso de Pedagogia e em 2009 iniciou o curso de Gestão Escolar e hoje é graduada em Pedagogia, Especialista em Gestão Escolar e no momento faz graduação em Geografia, pelo Parfor na Universidade Estadual do Pará (UEPA), em Belém. Já trabalha 19 anos EMF “São Benedito”, onde, inclusive foi fundadora da mesma. Desenvolveu o seu trabalho como prestadora de serviços, ou seja, contratada e em 2005 fez o concurso público, sendo efetiva do município de Bujaru, e seu sonho é ser



efetiva do estado, por isso está estudando. Quando o ensino d 5ª a 8ª série era municipalizado, ministrou as disciplinas de Espanhol, Artes, Religião, História, Matemática e Ciências na EMEF “Santa Maria” durante dois anos e também de 2005 a 2008 trabalhei como Coordenadora e Técnica Pedagógica.

Terezinha Silva de Oliveira tem 45 anos, é moradora da comunidade de Ariandeua, tem 12 filhos, em Ariandeua, local onde nasceu e sendo filha de trabalhadores que se dedicavam a lavoura. Estudou em casa até a 3ª série, já que naquele tempo era muito difícil. Com uma educação de formação familiar autoritária e rígida, era bastante obediente aos pais. Diferente de hoje em que os alunos têm facilidade de estudar, a sua vida não foi fácil. Naquele tempo, surgiu à comunidade, era um grupo de trabalho com 12 famílias. Eles se reuniam para organizar o trabalho e iniciaram, também a reza, organizar o culto dominical e novenas. Essa organização que é produtiva e significativa para a comunidade rendeu a construção da escola, que é uma conquista e fruto de toda comunidade.



Terezinha Martins Fonseca tem 69 anos, aposentada, mãe de três filhos e viúva. É residente da comunidade de Ariandeua, nasceu em Ponta de Terra, no município de Bujaru e dos treze irmãos, tem apenas dois vivos. Quem trabalhava era apenas o pai; enquanto a mãe carregava viga grande.

Neste momento era tudo farto, mas não tinha gás e energia. Mas a caça tinha bastante. O comerciante mais velho daquele tempo era o Sr. Abílio Marquês com aproximadamente oitenta anos, que morava na Vila de Santa Maria, já é falecido. Naquele momento, o dinheiro não valia quase nada, tudo funcionava em sistema de troca; ou seja, o que o agricultor plantava trocava por mercadorias que tinha necessidades, ou quase isso. As casas eram de barro. Mora 60 anos em Guajará-Açu. Naquele tempo não era comum jogar futebol, o que existia era festa. Umas das festas eram chamadas de Santa Maria, João Batista, Senhora das Graças, Santa Terezinha e entre outras.


Firmina Fonseca Raiol, conhecida como Kilo, tem 65 anos, nasceu em São Miguel do Guamá, veio com os pais morar em Ponta de Terra. Filha de lavradores se casou com 20 anos, moradora da comunidade de Ariandeua, tem uma filha e três netos. É casada com lavrador.


INFORMANTES:

José Nadir Moraes Raiol

Valdirene Martins Fonseca

Terezinha Silva de Oliveira

Terezinha Martins Fonseca

Firmina Fonseca Raiol

Esperança Novais Machado


Anexos:




















sábado, 24 de dezembro de 2011

Ornamentação da Pça de São Raimundo e o Evento de Natal



Criatividade dos alunos


Na localidade de São Raimundo, no municpio de Bujaru, no dia 20 do corrente,  foi realizado um grande evento, com aproximadamente 1500 pessoas envolvendo comunidade escolar e comunidade em geral.


Presépio feito pelos alunos


Na apresentação do projeto a escola como uma instituição que tem a função social de integrar o individuo em sociedade, incentivar o relacionamento entre escola e comunidade e desenvolver no aluno um espírito de liberdade, solidariedade e compromisso social, é um instrumento fundamental para fomentar esses princípios, utilizando momentos grandiosos como este.



Tendo como filosofia a Paz com a Comunidade e com a Natureza. O presente projeto foi idealizado pelos professores do Sistema Modular, tratando-se de um complexo de atividades que resultaram no evento que congregou ornamentação e apresentação dos alunos.


Participaram professores do Ensino Regular da rede municipal e do Ensino Modular da rede estadual que atuam na E.E.F.I. "São Raimundo", envolvendo desde a Pré-Escola até a 3a. série do ensino médio.A iniciativa teve como princípios a revitalização do espírito natalino na comunidade, a expressão de´pensamento, da estética, da arte contida nos alunos, assim como, a socialização, visto que, trata-se de executores, os quais, trabalhando em conjunto puderam refletir sobre a importância de cada um para a realização do todo. O trabalho teve como base o uso de material reciclável, proposto como uma reflexão sobre a preservação, respeito, reciclagem e paz com a natureza.


Apresentação dos Alunos



Tecendo conhecimentos

Troca de experiências

O Blogueiro sendo Papai Noel


Na justificativa, a medida que, tratava-se de uma comunidade que tem força expressiva e potencial para a manifestação de sua arte, expressão do seu conhecimento, porém sem incentivos. A escola passou a ser o instrumento que pode viabilizar o evento e  fez com que toda comunidade se encontrasse em prol do fato proposto.



Os alunos comemorando o sucesso do evento


Entre os objetivos, estão: a revitalização do espírito natalino na comunidade, incentivar os alunos à produção de atividades que reflitam sobre sua importância como ser em sua comunidade, fomentar a socialização entre os alunos, refletir sobre a preservação do meio ambiente, incentivar a criatividade, com um olhar para a natureza e confraternização da comunidade escolar.



O projeto foi realizado durante 45 dias, tendo duas fases: a primeira da montagem da ornamentação e a segunda o evento de comemoração.

As tarefas foram divididas entre os alunos por série.





* Estive também, no dia 22 deste mês,  participando da confraternização dos funcionários da Escola Municipal "Lásaro Conceição", na localidade de Traquateua, em Bujaru. O evento, foi um sucesso pela organização dos trabalhadores. Fui muito bem recebido, inclusive, recebendo presente, juntamentre com o Professor de Sociologia Valdivino Cunha. Parabéns colegas pela festa e um forte abraço para todos.

Produção coletiva


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A DIVISÃO DE AFUÁ

                                                                              Antonio Juraci Siqueira *



Surfando na pororoca

da divisão do Pará,

os caboclos ribeirinhos

pegaram corda por lá

e avivaram sonho antigo

que agora em versos lhes digo:

a divisão do Afuá.



A turma pró-divisão

chegou pronta pra bater

usando o velho argumento:

“Dividir para crescer!”

E, nesse hilário teatro,

em vez de um, seriam quatro

municípios, a saber:



Na campanha eletrizante

feito peixe poraquê,

cada parte caprichava

no tro-ló-ló, tre-le-lê.

E essa divisão patética

seria na ordem alfabética:

Afu-Á, B, C e D.



O Afu-Á remanescente

seria das bicicletas,

no Afu- B , só Jet-skis,

no Afu- C , motocicletas.

No Afu-D... Oh! Deus do céu,

deu-se o maior escarcéu

com piadas indiscretas.



O padre, no seu sermão,

conclamou filhos e pais,

mostrando, nesse processo,

perdas e danos morais

e afirmava, sem desdém:

– Até Afucê, tudo bem,

mas Afudê, já é demais!



E nesse chove-não-molha,

deu-se o maior bafafá

entre os neo-separatistas

e os puritanos de lá

que incitavam a multidão

e bradavam: – Não e não!

Ninguém divide o Afuá!!!





                                                                      *Caboclo afuaense juramentado.

domingo, 18 de dezembro de 2011

As PPPs de Jatene


                                                                                                                    Claudio Puty *


O governador Simão Jatene encaminhou a ALEPA um projeto de lei (o PL 210/11) no dia 09 de novembro deste ano - e quer aprová-lo, a toque de caixa, na próxima terça - que autoriza o governo do estado a promover a chamada Parceria Público Privada (PPP) em escala jamais vista no estado do Pará. O projeto propõe a celebração de PPP em áreas que vão do transporte público à saúde, passando pela educação, assistência social, saneamento, segurança (incluindo o sistema carcerário), modernização da administração pública (sic), produção e distribuição de energia, ciência e tecnologia e outras “áreas públicas de interesse social e econômico”, ou seja, tudo.


Uma das coisas que chama atenção neste projeto é a absoluta falta de transparência no processo que antecede o seu envio à Assembléia Legislativa. A Alepa, ao contrário do Congresso e de outras assembléias estaduais, não disponibiliza o texto dos projetos de lei em apreciação na internet, assim como o próprio governo estadual, que pediu regime de urgência no trâmite do projeto, mas não o debateu nem com os deputados de sua base de apoio nem com os sindicatos, servidores públicos e população em geral. Isso é mais grave quando sabemos das conseqüências que a opção por um modelo de PPP pode ter para as relações de trabalho no serviço público, para a qualidade deste serviço e para o valor das tarifas pagas pelos seus usuários.


Muitas coisas distintas são chamadas de parcerias público-privadas, mas, para sermos rigorosos, as PPPs foram regulamentadas no Brasil pela lei federal 11079/04, que exige a constituição de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) para implantar e gerir o projeto. Inicialmente visavam regrar um tipo de concessão que garantisse rápida mobilização de recursos principalmente para projetos de infraestrutura e a possibilidade de acelerar sua execução, já que há remuneração associada à disponibilidade do serviço. Ou seja, há incentivo para que a obra seja rapidamente executada, sem os entraves típicos do setor público.


Passados sete anos da vigência da lei, os maiores promotores das PPPs foram as empresas de economia mista, particularmente no setor de produção de energia elétrica. Na administração direta federal o modelo não vingou. Segundo o Ministério do Planejamento, só o projeto Pontal de Irrigação, irrigação de perímetro público em Petrolina, Pernambuco, foi realizado até agora em regime de PPP. Um dos motivos alegados para a dificuldade de se adotar o modelo é o fato óbvio de que, sendo o capital privado movido por lucros, só consegue ser atraído em troca de tarifas públicas atrativas, o que inviabiliza sua adoção em áreas socialmente mais frágeis e carentes.


Como sabemos, um instrumento pode ser utilizado para diversos fins, já que objetos não tem sentido fora de seu contexto. Uma faca na mão de um mestre-cuca nos encanta, nas garras de um serial killer nos faz tremer. Portanto, muita cautela e prudência aos deputados que apreciarão o projeto na terça, pois suas consequências poderão ser graves para os funcionários e usuários dos serviços públicos oferecidos pelo governo do estado.


Uma lei como essa só poderia ser aprovada se houvesse a garantia de controle público sobre a estrutura e execução de contratos, pois lembremos, as SPEs, não fazem parte do orçamento público, e tem mecanismos de auditagem muito frágeis, o que podem levar à má utilização dos recursos públicos ali empregados.


Uma grande contribuição que a Alepa poderia dar ao Pará seria fazer como a bancada do PMDB do Paraná fez, quando da aprovação, semana passada da mesma lei naquele estado, também governado pelo PSDB: apresentar emenda ao texto que prevê a autorização caso a caso da Assembléia Legislativa na hipótese de implantação de PPP. Assim, valorizaríamos o legislativo e permitiríamos que o governo dê as devidas explicações todas as vezes que for utilizar uma Parceria Público-Privada. A fiscalização do legislativo coibirá os excessos do executivo.


(*) Deputado federal (PT-PA), Presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados e Publicado em O Liberal  de hoje.


Fonte: Blog do Puty


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Menos esclarecidos do Estado do Pará apoiam a decisão do STF



Infelizmente a sociedade brasileira e paraense encontra-se decepcionada com a decisão tomada pela Supremo Tribunal Federal, quando achou melhor não aplicar a Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2010, isso facilitando o retorno de um dos representantes das oligarquias do estado do Pará, envolvido em acusações e vários processos quando assumiu diversos postos na hierarquia pública; sendo inclusive proprietários de rede de comunicações e sócio em vários tipos de atividades; assim como sua família.


Interessante é que quando o Sr. Ficha Suja  Jader Barbalho,  renunciou o seu mandato, no dia 30 de novembro de 2010, este inimigo do povo  perdeu o foro privilegiado que atribuía exclusivamente ao STF a competência para julgá-lo, dessa forma provocando tumulto e fazendo com que as oligarquias do país, que estão concentradas em seu partido, que é o PMDB, fizessem pressões junto aos magistrados do STF. Já que também, infelizmente, é base de apoio do governo federal.


O Ficha Suja é acusado de "Falsidade ideológica, formação de quadrilha ou bando, estelionato, lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores" são apenas algumas das acusações formalizadas contra o dito cujo na Ação Penal nº 397, ajuizada pelo Ministério Público Federal no ano de 2005.



Ele ainda continua respondendo a diversos processos  em outros Estados por transações irregulares de financiamentos concedidos pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), órgão que ficou sob o seu controle político por mais de dez anos, exceto no governo do PT, quando a Sudam foi transformada em Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), em 2001, após uma sucessão de fraudes detectadas. Mas o órgão voltou ao controle de suas mãos antes de voltar a ser a superintendência, em 2007.


Um outro processo é na Ação Penal nº 374, interposta pelo MPF em 2004, o Ficha Suja  responde por crime contra a administração pública. E na Ação Penal nº 549, de autoria do MPF, as acusações são de crime praticado por funcionário público contra a administração em geral e emprego irregular de verbas públicas.



Dessa forma, a população menos esclarecida que votou no Sr. Ficha Suja com certeza deverá repensar, seriamente a questão do voto, Mais um representante das elites. Dos três senadores, temos: Um bicheiro, um que teve o processo arquivado por fraudes em licitações de obras públicas do estado do Amapá, através de sua empresa e o Sr. Ficha Suja, que dispensa comentários. Dessa forma, a classe trabalhadora será com certeza esquecida, já que esses empresários, que precisam ser investigados sobre a origem de suas fortunas e como chegaram rapidamente nos cargos que ocupam.


E agora como debater com meus alunos sobre alguns conceitos: Justiça, Corrupção, Ficha Limpa, Política, Oligarquias, trocas de favores,e por aí vai ?


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Voto soberano do povo diz 55 a divisão do Estado


Com abstenções de 25,71% e votantes de 74,29% foram os números de eleitores que participaram do processo eleitoral, onde a população do estado do Pará disse NÃO a divisão do seu território. O número de eleitores que foram contra o estado do Carajás, ficou em 66,60% e 33,40% disseram SIM , ou seja a criação de uma nova unidade da federação. 33,92% disseram SIM a criação do estado do Tapajós; enquanto 6,08% votaram contrário. 


Com a consolidação do Plebiscito , podemos fazer algumas considerações que consideramos fundamentais: Entre eles o racha nas oligarquias do estado em que a população pode ser beneficiada; outro aspecto, foi colocado em cheque a gestão tucana durante os 12 anos que ficaram governando o estado e início desse mandato. Sabemos, ao longo desses 23 anos viajando pelo Sistema Modular de Ensino em todo o canto do Pará que a zona rural tem muitas necessidades, que não passa só pelo discurso ou gabinete, mas só sabe quem vive.Por exemplo, trabalhei recentemente em uma comunidade, considerada quintal de Belém, que não tinha água, nem energia imagina o resto. Não podemos negar que acirrou os ânimos e o clima entre cidade e interior, que a gestão tucana precisa enxergar melhor as condições sociais e econômicas; assim como planejar ações que seja benéfica para a massa da população que reside no interior. O debate e a discussão sobre Orçamento Participativo, Planejamento territorial, Gestões Democráticas, Participação Popular precisam ser provocadas e o papel e a participação do estado é importante; com o resultado a população amadurece no processo democrático, apesar do debate sobre a Divisão do Pará ser muito fraco, praticamente, não tinha-se estudos consistentes e mais elaborados, o debate ficou muito vago, sob fogo de acusações entre os representantes das oligarquias ou na imprensa. A partir de agora, será necessário aos administradores ter um novo olhar sobre o mapa do estado, e não olhar só apenas no emocional.      


sábado, 10 de dezembro de 2011

Clarice Lispector


Considerada uma das grandes escritoras do Brasil, Clarice Lispector, se tivesse viva, hoje, estaria completando noventa e um anos; porém, tem trinta e quatro anos de falecida.


A escritora e jornalista era ucraniana, mas veio para o nosso país com a idade de dois anos, com seus pais, esteve inclusive aqui no Pará, onde entrou em contatos com vários pensadores como Benedito Nunes, Paulo Mendes Campos, Bruno de Menezes, Dalcídio Jurandir entre outros


Tem entre seus títulos, obras que são fundamentais, principalmente para o vestibular.



Entre suas publicações temos as obras: Perto do Coração Selvagem, O Lustre, A Legião Estrangeira, A Paixão segundo G.H., Atrás do Pensamento: Monólogo com a Vida, Água Viva, A Hora da Estrela.

Movimento estudantil em ação


Os movimentos estudantis organizados através de várias entidades que representam estudantes de 23 estados do Brasil estão acampados em frente ao Congresso Nacional, onde reivindicam uma proposta de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) como investimento no Plano Nacional de Educação.



Outras reivindicações estão na meta do movimento estudantil, além dos 10% do PIB, os estudantes desejam a aprovação do Estatuto da Juventude; assim como a defesa da inclusão da meia-passagem para estudantes na Copa do Mundo de 2014.


3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres


Estará acontecendo entre os dias 12 e 15 de dezembro, em Brasília, a 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, onde reunirá um número significativo dos diversos movimentos e entidades que representam as mulheres no Brasil.



O tema central deste evento trata da autonomia econômica e financeira das mulheres. Encontra-se no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 6653/2009, que propicia elementos para garantir a igualdade entre homens e mulheres. A Secretaria de Políticas para as Mulheres trabalha visando a aprovação deste Projeto Lei no referido Congresso.



Outro aspecto importante que serve como inclusão das mulheres no mercado é a qualificação profissional. Com o Programa Mulheres Mil, o governo federal acredita que até 2014 tenha qualificado cem mil mulheres.



As entidades do estado do Pará que representam o lado feminino paraense estão organizadas para participar deste grande evento.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Com investimentos de R$ 4 bi, Dilma intensifica combate ao crack



A presidenta Dilma Rousseff lançou hoje um conjunto de ações que visam enfrentar o crack em todo o país, com investimento de R$ 4 bilhões da União e articulação com estados, Distrito Federal, municípios e sociedade civil. A campanha tem como tema “Crack, é possível vencer” e é estruturada com ações em três eixos: Cuidado, Autoridade e Prevenção.



O primeiro eixo, de Cuidado, inclui a ampliação e qualificação da rede de atenção aos usuários, com criação da rede de atendimento Conte com a Gente, bem como implantação de enfermarias especializadas nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e mais 2.462 leitos para tratamento de usuários.



O eixo Autoridade tem como foco a integração das ações de inteligência e cooperação entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícias Estaduais, com ações concentradas nas fronteiras e nas áreas de uso de drogas.



O eixo Prevenção engloba ações nas escolas, nas comunidades e junto à população para esclarecer e alertar sobre o problema. O Programa de Prevenção do Uso de Drogas na Escola deve capacitar 210 mil educadores e 3,3 mil policiais militares do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) para a prevenção do uso de drogas em 42 mil escolas públicas.



Além disso, o atendimento telefônico gratuito de orientação e informação sobre drogas VivaVoz passará a ter três dígitos, 132, para facilitar o acesso do cidadão ao serviço.


Fonte: Dilma.com.br

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SOME em ação.

Separados e Unidos, o mesmo problema


                                                    
                                                                                       Fernando Arthur de Freitas Neves *


Como todos estamos nessa ciranda obrigo-me a dizer o que penso. Este não é um debate no qual a racionalidade possa sozinha ser guia na escolha. Experimentamos o Pará no lugar onde vivemos, não é à toa que em Santarém seja difícil encontrar forte representação do NÃO A DIVISÃO vis-à-vis em Marabá acredito que o grosso da população tenda a expressar o SIM à criação de Carajás. Ocorre que tentar fixar a idéia daqueles que defendem o NÃO ser um bando de mentirosos e aleivosos dificulta muito a percepção das possíveis conquistas a serem produzidas com ou sem a divisão. A questão em exame mexe muito com nossas emoções, se trata de uma economia de afetos agora em ebulição. Os dois lados fantasiam a expressão de desenvolvimento.

Em 1987 estive em Santarém para auxiliar na organização do movimento estudantil no campus da UFPA, fiz muitas reuniões com os colegas que nem lembro o nome, contudo o que ficou em minha memória foram as defesas vigorosas pela divisão do estado. Claro, com arrogância de alguém da capital disse ser um delírio fruto da inveja e da ausência de protagonismo daqueles do lugar, logo a seguir estive em Marabá com o mesmo objetivo e curiosamente nada encontrei de tão representativo pela divisão, pelo menos no campus da Ufpa naquela cidade.

Os sentimentos que me vieram neste instante do plebiscito não são dos melhores, sinto-me traído e questiono por que devemos nos separar? Cheguei a pensar uma solução para nos livramos daqueles, bastava tomar o centro geodésico desta cidade e determinar um raio de 30 km ao redor e ali ser proclamado o território, mas não basta, o resultado do plebiscito vai deixar chagas muito profundas para serem sanadas.

A reclamação da centralização e favorecimento de Belém feita pelos separatistas é de uma ingenuidade de fazer corar, não há opulência na capital sugando as energias criativas do resto do estado; deveriam demonstrar quando e onde se apresenta tal desempenho; acaso não padecemos das inúmeras fragilidades estruturais da gestão do estado em segurança, educação, saúde e infra-estrutura? Obviamente querer sustentar que a criação de novos estados conduzirá a plena satisfação dessas necessidades fundada na ideia de uma capacidade inata para responder aos desafios é uma ideologia pobre, pois as características de empreendedorismo não foram suficientes para romper as limitações estruturais em quase 400 anos de colonização, até o grande capital quando se enredou na floresta teve suas derrotas como ficou assinalado pelo fracasso da Ford no Tapajós, outros muitos exemplos poderiam ser arrolados, contudo basta este para demonstrar quão equivocada está a tese separatista, a despeito de arrolar vários dossiês inflando a receita dos novos estados como solução, descuida-se de evidenciar como esta mesma receita será efetivada.

Acusar o Pará de esquecimento é outra falsificação da realidade, a maioria da população do interior sofre de todo cosmopolitismo das elites em qualquer estado da federação, na lógica sugerida pelos separatistas deveríamos elevar todas as regiões à condição de capital para superar o drama interior X capital. Este é um falso problema, não alcançaremos horizontalidade no desenvolvimento sem reconhecer os biomas da Amazônia como parceiros para questionar o modo de produção de mercadorias no qual estamos envolvidos; bem como a posição secundaria que temos no pacto da federação é que faz com sejamos produtores de energia e ainda sim termos uma das contas mais cara da federação, situação similar no que se refere à questão mineral que deixa a compensação financeira irrisória pela lei Kandir enquanto a união fica com o grosso dos impostos. Acaso acreditam os separatistas que terão outra posição no pacto da federação e terá revista a questão dos impostos? Se assim é, estes candidatos à condição de elite já adquiriram a soberba sem sequer ter obtido alguma conquista material para viabilizar seus planos. Invés da exploração sobre o Pará será a continua extorsão sobre os três novos estados. As hidrelétricas a serem construídas no Tapajós acaso seriam regidas por regime distinto do resto do sistema? Como? O mineral explorado em Juriti também teria estatuto diverso para reger a questão mineral? Isso faz algum sentido? Quanto à proteção da floresta? Ahhhhh, aqui esta a inovação por excelência, as pressões pela formação de pasto e uso da madeira vão desaparecer e permitir a intrusão de um modelo de desenvolvimento que preserva a floresta e aqueles que dela vivem, humanos e todos os outros seres.

Sinto dizer, mas essas demandas não desaparecem por vontade ou desejo, elas são alimentadas pelo modo de produção de mercadorias que escolhemos viver. Digo, escolhemos, porque cada vez que ligamos um aparelho elétrico reforçamos a demanda por mais energia, tanto quanto ao utilizarmos carvão vegetal ou nos fartarmos no suculento bife ajudamos no endosso à devastação da floresta. Apenas para efeito de registro gostaria de saber qual proposta de preservação tem os separatistas para combater o arco do desmatamento? O deslocamento da fronteira sinaliza o desmatamento, um pouco de apreço ao estudo sistemático preencheria esta lacuna e veria que a criação de novos estados não responde a contento ao problema. Para aqueles que enfatizam quanto os novos estados deram certo seria recomendável ver este quesito desmatamento e logo vão ver como foi exponencial a expansão da destruição do meio ambiente no cerrado, pantanal e floresta amazônica justamente em Mato Grosso, Mato Grosso do sul e Tocantins.

Quanto às omissões do estado essas merecem ser duramente criticadas, contudo é preciso responsabilizar adequadamente as esferas de governo para melhor satisfazer as necessidades da promoção humana. A avalanche de criação de municípios também deveria ser frenada sob pena de continuar a serem estabelecidos municípios sem efetivas condições de sustento. As perguntas sobre os rumos do desenvolvimento precisam ser colocadas para toda sociedade e a gestão pública precisa considerar a imperiosa necessidade da continuidade das políticas públicas e das ferramentas de gestão. O Zoneamento Econômico Ecológico, ZEE, iniciado no governo Jatene e prosseguido no governo Ana Júlia não pode ser uma moda de gestão, em ambos os governos, e mesmo no presente, a referência para o desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais e os Consórcios de Municípios foi pouco proveitosa, isto continua a gerar o abandono de metas e aprofunda a ausência de solidariedade entre as esferas de gestão e a sociedade civil. Mas é preciso saber o que cobrar de cada esfera, por exemplo, a educação do ensino fundamental é responsabilidade da prefeitura, contudo como manter uma escola que fica a três horas de lancha da sede? Não basta afirmar ser responsabilidade municipal, precisamos contabilizar como manteremos todos os alunos em idade escolar efetivamente na escola, outrossim, criar expedientes para atrair aqueles que por diferentes motivos tiveram interrompido esse percurso de educação ao longo da vida. Nesta perspectiva as esferas de governo federal, estadual e municipal devem amparar essa meta nos Plano Nacional de Educação, Plano Estadual de Educação e nos Planos Municipais de Educação.

É muito especiosa a tese de responsabilizar a capital pelo atraso do resto do estado. Só não conseguem demonstrar como é feita esta operação. Acredito que nossas escolhas se assentam a partir do lugar em que vivemos; obviamente isso é pueril, porém isso chega a determinar nossos afetos se sobrepondo ao valor de solidariedade irmanada na história e na cultura. Faz pouco tempo estive com os parceiros do Coletivo Poraquê numa intervenção da oficina de meta-reciclagem de computadores e investimento na plataforma Linux. Jovens, apaixonados, criativos, disseram-me de seus projetos de criação de Silicon Valley em Santarém e que não entendiam não ter reconhecida esta propositura no projeto de desenvolvimento do estado, chegaram a sustentar que tinham uma cultura distinta da minha e para provar usaram um vocabulário estranho para apartar-me de sua cultura, fiquei um tanto aparvalhado com situação e respondi que poderia emular o mesmo dispositivo, bastava usar o vocábulo estranho daqui da minha banda para assinalar que estas diferenças são do universo do uso da língua sem necessariamente delimitar uma fronteira.

Precisamos fazer muitos acertos sobre como disciplinar o debate, pois nem sempre as definições da sociologia do desenvolvimento conseguiram captar as dimensões e expectativas dos agentes locais. Talvez a noção abstrata de dada vocação para o desenvolvimento deva ter em paralelo a noção de constituição do protagonismo daqueles sujeitos, deste modo poderemos auxiliar as escolhas na direção de qual proposta de desenvolvimento subscrever.

Ser paraense não se restringe ao consumo e uso das drogas do sertão, significa a mobilização desta cesta de sabores, cheiros, tatos e expressões em relação de afeto com todos que aqui chegam. O resultado do plebiscito será danoso seja ele qual for. Meu voto no NÃO é o compromisso de sempre fazer da realização humana uma promoção dessa condição. Outro processo mais complexo sobre como se articula este debate de separação com a luta de classes ainda não foi feito, espero poder oferecer minha interpretação sob este prisma oportunamente.


Sorte a todos.


                                                                 * Professor da Universidade Federal do Pará (UFPª)