Total de visualizações de página

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A MÚSICA DO MOVIMENTO SEM TERRA



Sem dúvidas, as músicas criadas para difundir os ideais de um dos maiores movimentos sociais do mundo, que é o Movimento Sem Terra, parecem questionar claramente alguns dos valores de nossa sociedade, pregando não apenas a Reforma Agrária , finalidade principal do movimento, demonstrada na canção “Bandeira da Vitória” de Tavares, mas também o fim da desigualdade, da pobreza, da fome, e da utilização do país para servir a interesses estrangeiros, como podemos observar na canção “Novo Amanhecer”, de Marcos e Adilson Monteiro, extraídas do livro “Sem Terra” – As músicas do MST, organizado pelo movimento com o apoio da Prefeitura de Porto Alegre.



Na música “Bandeira da Vitória”, o autor chama atenção para as dificuldades implicadas nas lutas do movimento e a conseqüentemente necessidade da união e fé entre os participantes para que a história possa ser modificada, bem como a importância de um engajamento onde o amor e fé estejam incluídos, como trata a letra: ” ( ...) Companheirada, uniremos nossas forças com amor, muita fé e sem preguiça(...)” .



Na letra “Novo amanhecer”, os autores falam sobre o cotidiano de fome, luta e trabalho do povo, trabalho este explorado pelos detentores do poder econômico e político, que acusam de serem indiferentes às dificuldades mencionadas. Falam ainda do sentimento de serem desvalorizados por aqueles que não sabem o significado do trabalho árduo e que levam uma vida sem tantas dificuldades. Terminam enfocando a questão da exploração das riquezas brasileiras pelos estrangeiros e a conseqüente infelicidade gerada por todas estas dificuldades..



Também temos a música “Funeral de um lavrador” onde o latifúndio é questionado ao sufocar sonhos e a esperança de uma vida melhor do trabalhador rural.



A luta pela terra também é visível na hora da morte. Neste momento, é dado o direito de uso, no entanto, é tirado do cidadão o direito de ter a possibilidade do pedaço digno da terra. Assim falam os compositores: não é cova grande, mas cova medida.





domingo, 28 de novembro de 2010

A MÚSICA NAS MISSÕES JESUÍTICAS



O tipo de música praticada entre os "índios" guaranis antes da chegada dos missionários não é bem conhecido por nós, mas acredita-se que era diferente em cada tribo com variações quanto ao uso a rituais e instrumentos utilizados, como ainda podes ser percebido, hoje em dia, no interior do Brasil e em suas fronteiras Oeste, Noroeste e Norte. O que se sabe, entretanto, é que para os "índios" a música possibilitava um elo com as forças mágicas da natureza.

Ao chegarem ao Brasil, com a finalidade de difundir a doutrina cristã, os missionários perceberam a sensibilidade e o interesse dos nativos pela música e, por este motivo, passaram a traduzir seus cânticos para a língua original, com o objetivo de atraí-los e tirá-los de uma condição que consideravam bárbara. Assim, a música era utilizada sempre nas festas e práticas religiosas e, uma vez que os primeiros homens demonstravam maior interesse por estas práticas do que pelas palavras dos jesuítas, estes procuravam realizá-las frequentemente, utilizando a música européia como forma de transmitir-lhes sua cultura, tirando-os da condição de ignorância em que acreditavam  encontrarem-se.

Os primeiros homens eram ensinados a construir instrumentos e a utilizá-los, no que se mostravam bastante talentosos. Preiss(1988) cita-os também como excelentes compositores, do que a maioria dos autores discorda, considerando-os apenas capazes de imitar perfeitamente, mas incapazes de compor músicas próprias e até mesmo, sem nenhuma habilidade criadora. É comprensível que, estimulados a tocar músicas de padrões bastante diferente dos originários de sua cultura, os primeiros homens não demonstrassem a mesma facilidade que demonstrariam para criar músicas dentro do estilo de sua cultura. A discriminação por parte de vários autores em relação à arte indígena fica evidente nas obras onde esta é estudada e considerada presente apenas a partir do momento da chegada dos missionários.

A MÚSICA NA IDADE MÉDIA

Durante a Idade Média, não apenas os aspectos práticos da música eram valorizados, mas também seus aspectos teóricos.Juntamente com a geometria, a aritmétrica e a astronomia, esta disciplina fazia parte do Quadrivium, conjunto de disciplinas estudadas nas Universidades. Em função de possíveis entendimentos da música sob estes dois enfoques, houve, neste período, uma divisão na profissão do músico que tem consequências nos dias de hoje. O musicus estuda os aspectos teóricos e a relação da música com as disciplinas matemáticas, enquanto o "cantor", que passou a predominar com o passar dos anos, estudava a parte prática, voltada especialmente à liturgia da Igreja Católica.

O estudo da prática musical, portanto, estava vinculado principalmente à Igreja, e podemos pensar que, entre outros motivos, prevaleceu o aspecto do "cantor", pois nesse caso a aprendizagem musical possuía mais uma função de adestramento e imitação, enquanto o aspecto teórico, que Pitágoras valorizava como representativo da harmonia do universo e vinculado a uma compreensão mais ampla deste, ficava esquecido.         

A ARTE NA CULTURA GREGA: DEMOCRACIA E PODER

Na Grécia Antiga, Esparta era a capital da música, nos séculos VII e VI a.C. Nesta cidade, a educação estava voltada para a guerra e, conseqüentemente, para a formação de soldados. Assim, homens e mulheres recebiam treinamento físico, e a Música era importante neste processo, não tanto pelo seu aspecto estético, mas principalmente pelo meio de desenvolver nos indivíduos lealdade ao Estado. Além de ser utilizada como acompanhamento em atividades de guerra, a música era utilizado em Esparta também como acompanhamento em sacrifícios , e os Festivais, que incluíam competições musicais, eram importantes acontecimentos da cidade, alcançando alto nível artístico. Em Esparta, portanto, a música reforçava ideais e valores do Estado, como fidelidade e formação militar.



Conforme a crença dos gregos, o homem vivia em um universo equilibrado, onde a razão era vista como insuficiente na busca da felicidade, sendo importante, também, o equilíbrio entre a mente e o corpo. Alguns autores, como Mark e Gary(1992) ressaltam que, em Atenas, durante a chamada Idade de Ouro(aproximadamente 500 a.C.), as artes eram consideradas importantes, assim como a educação.



Para Pitágoras, cujas descobertas influenciaram todo o desenvolvimento da música ocidental, o estudo desta disciplina era muito importante. Segundo ele, as leis matemáticas que a governam são as mesmas que governam o universo, o que aponta para o estudo da música como fundamental para que se possa compreender a harmonia do universo.



Mary e Gary(1992) enfatizam o fato de que os gregos possuíam uma preocupação com a condição humana, onde tanto oportunidades educacionais e culturais quanto materiais, eram consideradas prioridades. O objetivo da educação, em Atenas, consistia em preparar cidadãos para participar da sociedade e usufruir de seus benefícios, e a música era incluída no currículo, assim como a ginástica, a fim de que a alma e o corpo fossem purificados. O primeiro nível de educação ia dos sete aos quatorze anos, e consistia na aprendizagem de música, onde os estudantes aprendiam lira e poesia como aulos, possuía papel importante na educação musical grega. O canto coral também era bastante utilizado, especialmente em cerimônias religiosas, como acompanhamento de um instrumento, normalmente aulos.



A tradição helenística passou a enfatizar não apenas a performance musical, mas também a competição. Quando se intensificou, alguns coros a utilizar músicos profissionais, ao invés de amadores, o que levou a um declínio da prática musical amadorística, e conseqüentemente, da educação musical grega. Assim, podemos pensar a música, que até então estava vinculada a uma formação ampla dos cidadãos, passou a estar mais restrita a alguns e deixou de ter, portanto, um papel importante como elemento da democracia.



Além das funções citadas, a música, para os gregos, era entendida também como importante instrumento terapêutico. Costa (1989) salienta que o sistema musical deste povo era baseado em modos, aos quais era atribuído o poder de produzir emoções no ouvinte. Assim, para induzir o doente a determinados estados de espírito, utilizavam uma combinação destes modos com ritmos.



Na Grécia, assim como a crença no poder da música, podemos perceber, em alguns, um certo temor quanto a este poder. Para Aristóteles, por exemplo, ela deveria ser usada como forma de distração, ou repouso, sendo apenas nesta perspectiva, entendida como parte da educação, especialmente para jovens, que considerava incapazes de tolerar coisas que não fossem agradáveis.

sábado, 27 de novembro de 2010

A MÚSICA PARA OS HEBREUS DO ANTIGO TESTAMENTO

Ao descreverem a música e seu papel na vida dos hebreus do Antigo Testamento, alguns autores, salientam que, muito provavelmente, esta forma de expressão tenha integrado a vida deste povo, antes que estes se tornassem cativos no Egito, como parte importante de sua cultura. Sabe-se, entretanto, que as habilidades e conhecimentos musicais deste povo foram esquecidas durante várias gerações no ambiente musical egípcio.

A religião hebraica tinha como um dos valores importantes a concepção de que o homem e a mulher são iguais perante Deus. Assim, cantos e danças eram praticados por indivíduo de ambos os sexos, como forma de servir a Deus. Nesta cultura, portanto, a música tinha como função proporcionar  momentos onde todos poderiam manifestar sua religiosidade. Sabe-se, também, que Moisés estimulava opovo a aprender música, tinha conhecimento musical, e é provável que entendesse a relação entre a música egípcia e a religião. É possível, inclusive, que tenha frequentado escolas especiais para a música litúrgica em Memphis.

Ao chegarem em Canaã, os hebreus estabeleceram uma nova cultura, onde a música e a poesia também eram empregadas, supõem-se que a pintura e a escultura estavam ausentes, uma vez que existia a proibição de ter imagens gravadas.

Podemos pensar, portanto, que a cultura hebraica parece ser um exemplo onde, embora a arte reforçasse os ideais do Estado, este, pelo menos na concepção de alguns autores, parece estabelecer a igualdade como valor importante. 

BELÉM: A DOCE ILUSÃO DE SER UMA PEQUENA CIDADE PERDIDA NA AMAZÔNIA

Texto adaptado pela Professora Maria de Fátima Santos de Oliveira EEEFM “Maria Gabriela Ramos de Oliveira”, do Conjunto Maguari, da obra Belém: Riquezas produzindo a Belle-Époque (1870 – 1912 ) da Professora da Universidade Federal Pará Maria de Nazaré Sarges, para ser trabalhado com os alunos das 7ª séries, nas disciplinas História e Estudos Amazônicos.


Pensar o processo de reurbanização que atingiu a cidade de Belém, no final do século XIX e início do século XX, pressupõe entender a contradição da modernidade e a economia que possibilitou a materialização, deste triunfo modernista expresso na Belle-Époque.



A modernidade entendida como expansão da riqueza, ampliando as possibilidades, caracteriza-se pelo avanço da tecnologia (Revolução Industrial), construção de ferrovias, expansão de mercado internacional, pela urbanização e crescimento das cidades ( em área, população e densidade), pela mudança de comportamento público e privado e pelo favorecimento da democracia, transformando as ruas em lugares onde as pessoas circulavam e exibiam seu poder de riqueza.



Assinalando a inserção do Brasil na era da modernidade, defronta-se com os componentes básicos desse processo, como a industrialização, a divisão técnica do trabalho, a urbanização, a formação de uma elite nacional, indicadores do progresso, elemento sintonizador da nossa sociedade com as modernas sociedades “civilizadas”.



No final do século XIX e início do século XX, assistia-se na sociedade brasileira, a transformação do espaço público, do modo de vida, a propagação de uma nova moral e a montagem de uma nova estrutura urbana, cenário de controle das classes pobres e do aburguesamento de uma classe abastada.



Essa vitalidade urbana manifestada através do vestuário, da construção de prédios luxuosos, cafés, luz elétrica, bondes, ferrovias, na criação de uma nova estética,representou, na verdade uma reelaboração da expressão do poder de uma nova classe – a burguesia, além da necessidade imposta pela internacionalização da economia capitalista, na medida em que era preciso criar condições concretas para a ampliação e reprodução do capital.



O processo de modernização da cidade de Belém, só foi possível em razão do enriquecimento que atingiu certos s setores sociais da região a partir da segunda metade do século XIX. Reforçando o processo de inserção da Amazônia no sistema capitalista mundial, toda a atividade econômica da região passou a girar em torno da borracha a partir de 1840. Em decorrência dessa nova ordem econômica, Belém assumiu o papel de principal porto de escoamento da produção gomífera, canalizando parte do excedente que se originou dessa economia para os cofres públicos, os quais direcionavam o investimento para a área do urbano, com calçamento de ruas com paralelepípedos de granito importados da Europa, construção de prédios públicos, casarões de azulejos, monumentos,praças, etc...Desse modo, a destruição da imagem da cidade desordenada, feia, promíscua, imunda, insalubre e insegura, fazia parte de uma nova estratégia social no sentido de mostrar ao mundo civilizado (entenda-se Europa ),que a cidade de Belém era o símbolo do progresso, imagem que transformou na “obsessão coletiva da nova burguesia”.



Da Europa, especialmente da França, é que veio o modelo de urbanismo moderno, reproduzindo em Belém com expressividade durante a administração do intendente Antônio Lemos, através da construção de boulevardes,praças, bosques, calçamentos de rua, asilos, mercados e de uma rigorosa política sanitarista. Portanto, é ao poder público que vai ser atribuída a tarefa de disciplinar e embelezar a cidade e para desempenhá-la, criará mecanismos, que irão interferir na vida cotidiana das camadas populares.





sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A ARTE REFORÇANDO O PODER DOMINANTE

Na cultura egípcia, a arte parece retratar claramente as relações sociais vigentes. O estilo egípcio obedecia a uma série de normas rígidas, cuja adoção era obrigatória a todos os artistas. As estátuas, por exemplo, tinham que ter mãos sobre os joelhos, e os homens tinham que ser pintados com a pele mais escura do que as mulheres. Da mesma forma, cada deus possuía aparência rigorosamente estabelecida. Todo artista tinha, ainda, que aprender a arte da escrita, uma vez que os desenhos vinham acompanhados dos hieróglifos. Outro aspecto importante encontrado na arte egípcia é a frontalidade, pelo que podemos entender a representação da figura humana com toda a caixa toráxica voltada para o observador, de forma que a metade superior do corpo é sempre divisível em duas partes, inversamente simétricas, segundo uma linha vertical.

Segundo alguns autores, esta representação frontal está vinculada a um sistema de correlações que é definido em função do observador. Isto pode ser explicado pelo fato de a arte egípcia ser utilizada como propaganda de poder dos deuses e dos faraós, motivo pelo qual torna-se importante seu observador, uma vez que é para este que ela é produzida.

Esses autores salientam-se que as representações egípcias da figura humana apresentavam partes do corpo vistas sob ângulos diferentes, o que o autor compara à maneira de desenhar da criança. Assim, já que a cabeça era vista mais facilmente de perfil, era representada lateralmente, enquanto os olhos, diferentemente, eram desenhados como se fossem vistos de lado, eu seja, plantados de frente em uma vista lateral da face.

A rigidez e a importância dada ao observador, alvo de uma certa catequização através da arte, parecem caracterizar, claramente, uma sociedade em que a arte assumia uma função de manter relações dominantes, sendo a liberdade do artista completamente limitada. Nesta cultura, portanto, podemos ver a arte como forma de reforçar valores dominantes, como a importância do faraó, a hierarquia, a superioridade do homem sobre a mulher e por aí vai.
      

PAULO FREIRE

Eis,  uma de suas frases , que considero que diz tudo do grande pensador Paulo Freire:

"É possível fazer alianças com os diferentes não com os contrários".

XENOFOBIA

Considerando a Xenofobia como um aspecto que leva parte da população a ter aversão a tudo àquilo que trata a outras raças ou culturas, temos que levar em conta todo um processo de formação de uma sociedade.

Sabendo que o xenófobo caracteriza-se pelo radicalismo exacerbado do medo descontrolado em relação a pessoas ou grupos diferentes ou pelo nacionalismo excessivo.

Sentimento dessa natureza continua não só no Brasil, como em todo o mundo. Um exemplo, claro, é no continente europeu, onde o processo migratório é muito intenso há bastante tempo. Isto faz com que aprofunde a justificativa de determinadas ações e atos provocados pelos grupos que defendem as doutrinas xenófobas, principalmente no período de crise, onde parte às vezes até de partidos políticos e grupos de extrema direita.

Na Grécia antiga o ódio ao estrangeiro era institucionalizado, fazendo com eles não tivessem direitos políticos nenhum, apenas servia a classe dominante e pagava altas taxas através dos impostos, o que outras classes não pagavam.

Temos que combater essa espécie de racismo contra os imigrantes, minorias étnica e estrangeiros, podendo lutar pelas políticas públicas consistentes à discriminação.





quinta-feira, 25 de novembro de 2010

COMO SITUAR A ARTE MUSICAL EM UMA SOCIEDADE

As mais diversas culturas e sociedades ao longo da história da humanidade encontraram sempre manifestações artísticas. Entretanto, embora expressando sempre, de alguma forma, as características da sociedade na qual estão inseridas e as formas de relação que se estabelecem entre seus membros,as funções destas manifestações sofrem variações conforme a cultura e o momento histórico que observamos.

Se tomarmos uma música como exemplo, encontramos sociedades em que sua utilização estava vinculada basicamente a rituais religiosos, outras em que era entendida como elemento terapêutico e ainda outras em que possuía importantes funções relacionadas à educação e à formação dos indivíduos, bem como a construção da cidadania. Da mesma forma, as manifestações podem ser vinculadas as diversas concepções de sociedade e a serviço de diversos objetivos, como a divulgação de valores religiosos, propagação e manutenção do poder do Estado, crítica às estruturas sociais, entre outros.

É preciso salientar que a noção de arte que temos hoje é bastante recente. Inicialmente as formas de expressão que hoje entendemos por arte possuíam funções mais ligadas à utilidade prática do que a busca do belo. Assim, não havia a necessidade de ser original e podemos mesmo pensar que uma imitação poderia ser valorizada da mesma forma que a obra que lhe dera origem. Desta forma, quando falamos de história da arte, o que temos é uma relação construída a partir de parâmetros escolhidos pelo homem, como exemplo, a beleza. E esta reconstrução da arte oficial em cada momento histórico aparece muitas vezes a serviço da relação dominante.

Ao mesmo tempo, assim como o artista pode utilizar sua obra para representar a sociedade na qual está inserido, questionando ou reforçando valores sociais vigentes, pode também fazer uso desta obra para elaborar os próprios sentimentos e se comunicar com seu mundo.

A fim de exemplificar esta dupla função da arte, ou seja, permitir ao artista expressar sentimentos, elaborar conflitos e, ao mesmo tempo, fazer de sua obra uma representação dos elementos da sua cultura, atribuindo-lhe funções diversas em sua sociedade (religiosas, educativas, terapêuticas, etc), tomaremos como exemplo a pintura nas sociedades primitivas.

As mais antigas obras de arte de que se tem notícias foram elaboradas no Paleolítico Superior ( cerca de 35000). Estas obras se constituem de imagens, esculpidas em cavernas de difícil acesso e, portanto, protegidas de possíveis observadores, e parecem ter tido um propósito mais importante do que a decoração. Supõe-se que sua finalidade tenha sido a utilização em rituais mágicos destinados talvez a assegurar o êxito na raça. O fato de estarem ocultas, as figuras representando o debate de animais e a maneira aparentemente desordenada como estas estão dispostas reforçam estas conclusões. Aparentemente, para o homem deste período, não havia uma distinção clara entre as imagens esculpidas e a realidade. E embora tenham sido criadas por homens que denominamos “primitivos”, a segurança e o requinte que as constituem nos faz concluir que estas imagens estão longe do que se poderia considerar primitivismo.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

I SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO QUILOMBOLA

Nos dias 09, 10 e 11 deste mês foi realizado em Brasília sob a coordenação da CONAQ e o Ministério de Educação /MEC, o I SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO QUILOMBOLA: " , tendo como tema: "Territórios e Territorialidade da Educação Quilombola".

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira, Lei 10639/2003.

Este encontro teve como objetivo analisar, avaliar e construir um panorama sobre a EDUCAÇÃO QUILOMBOLA, nas diversas esferas Federal, Estadual e Municipal, baseada na lei 10639/2003.

Para cosntruir uma educação quilombola que queremos construída com base na realidade e particularidade de cada quilombo deste país. Há necessidade de uma EDUCAÇÃO coerente com cada realidade. Melhorar na qualidade do ensino Infantil, Fundamental, Médio, Tecnico e Superior. Capacitar professores e gestores para melhor trabalhar com a educação quilombola.

Nas poucas escolas que ainda existem nos quilombos, tendo em vista que mais da maioria das escolas foram fechadas pelos governos estaduais e/ou municipais, a realidade que vivemos nos mais de cinco mil quilombos deste país são escolas sem nenhuma estrutura de está funcionando, sem merenda, banheiro, cadeira, mesa, material didático, transporte público não existe, professores muitos não são das comunidades, não conhecem a história e tras para os quilombos as metodologias usadas nas escolas urbanas.

“O Quilombo é liberdade, fica quem vier por amor à liberdade”.

Quilombo – Kilombo vem de Mbundu, origem africana, provavelmente significado de

uma sociedade iniciativa de jovens africanos guerreiras Mbundu – dos Imbangala.

O objetivo deste texto é oferecer a profissionais da Educação formal e não-formal

subsídios a respeito da contribuição dos Quilombos articulados a outros diferentes núcleos

de resistência ao colonialismo, à escravidão, à dominação ocidental-européia e, ao mesmo

tempo, apontar para o significado dessa memória de nossos antepassados e sua continuidade

afro-brasileira, na sociedade contemporânea. Essas organizações, são hoje, denominadas

Comunidades Remanescentes de Quilombos.

Desde o princípio da colonização no século XVI, os africanos escravizados se engajaram

num combate firme contra a condição de escravizados em núcleos de resistência diversos.

Os quilombos, entre os quais destaca-se a República de Palmares, a Revolta dos Alfaiates,

Balaiada, Revolta dos Malês, entre tantos outros núcleos que continuam no pós-abolição

em oposição às conseqüências da escravidão, continuam numa luta por uma liberdade que

sempre lhes foi negada (NASCIMENTO, 1980) .

Os Quilombos representam uma das maiores expressões de luta organizada no Brasil,

em resistência ao sistema colonial-escravista, atuando sobre questões estruturais, em diferentes

momentos histórico-culturais do país, sob a inspiração, liderança e orientação políticoideológica

de africanos escravizados e de seus descendentes de africanos nascidos no Brasil.

O processo de colonização e escravidão no Brasil durou mais de 300 anos. O Brasil foi o

último país do mundo a abolir a escravidão, através de uma lei que atirou os ex-escravizados

numa sociedade na qual estes não tinham condições mínimas de sobrevivência.

Esses núcleos de resistência têm continuidade e interagem com os quilombos através

de suas quilombolas tradições, valores, costumes, mitologias, rituais, formas organizativas,

organização familiar, experiência de socialização, o que alguns autores denominam de

comunalismo africano.

Os quilombos viviam nas florestas, nas matas, nas montanhas e, ao mesmo tempo, em

contato com a sociedade envolvente que as rodeava, as vigiava, controlava e perseguia.

É a partir desses indicadores que o conceito de Quilombo transcende, ganha proporções

de uma orientação para a EDUCAÇÃO, para formação de pessoas, para fortalecer a

crença na riqueza das diferenças étnicas e culturais que constituem a sociedade brasileira

entre indígenas originários da terra, africanos e colonizadores europeus.

Nesses contatos construíam-se novos processos dentro da própria guerra, com as

suas contradições inerentes aos conflitos de grupos, de interesses, de ideologias, nascidos

no interior da própria estrutura...

(Maria de Lourdes Siqueira).

PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO

I Seminário Nacional de Educação Quilombola

"Pajem do sinhô-moço, escravo do sinhô-moço,

Tudo do sinhô-moço, nada do sinhô-moço. Um

Dia o coronelzinho, que já sabia ler, ficou

Curioso para ver se negro aprendia os sinais, as

Letras de branco e começou a ensinar o pai de

Ponciá. O menino respondeu logo ao

Ensinamento do distraído mestre. Em pouco

Tempo reconhecia todas as letras. Quando

Sinhô-moço se certificou que o negro aprendia,

Parou a brincadeira. Negro aprendia sim! Mas o

Que o negro ia fazer com o saber de branco? O

Pai de Ponciá Vicêncio, em matéria de livros e

Letras, nunca foi além daquele saber."

Conceição Evaristo, Ponciá Vicêncio

09 de novembro de 2010

15h – 17h – Reunião com os coordenadores e relatores dos grupos de trabalho

18h30min - Abertura do Seminário com a presença de autoridades

Premiação dos trabalhos dos professores/as, coordenadores/as pedagógicos/as, orientadores/as educacionais classificados no Concurso de Experiências exitosas em Educação Quilombola( O grande destaque do Estado do Pará, foram os professores das comunidades quilombolas do municipío de Santarém: Patrícia da Silva Tates, trabalho voltado para  Etnomatemática, Beatriz Oliveira de Jesus e Josivan de Jesus Laurindo, com trabalho voltado para educação infantil). Todos estão de parabéns por executar práticas pedagógicas estimulantes em suas atividades profissionais. 

19h30min - Apresentação do Coral: Família Alcântara

20h - Conferência de abertura: Territórios e territorialidade da Educação Quilombola

10 de Novembro de 2010
8h - Mesa 1: Panorama institucional sobre Educação Quilombola no Brasil

10h30min - Intervalo

11h00min - Mesa 2: A Educação Quilombola no Brasil: Ações das Redes Estaduais e Municipais

12h30min - Almoço

14h – 15h - Mesa 3: Políticas Públicas de Educação Quilombola: Um olhar do Movimento Social Organizado

15h – Intervalo
15h30min – 18h30min -Grupos de trabalho

Grupo Tambor: Transferência Obrigatória e Políticas para Educação Quilombola - Construção, alimentação e transporte escolar.

Grupo Sapé do Norte: Diretrizes Curriculares para Educação Quilombola

Grupo Kalunga: Formação continuada de professores e professoras

Grupo Saracura: Gestão democrática e educação quilombola

Grupo Alcântara: Marco Legal – (Institucionalidades / associações)

Grupo Família Santos: Material didático e praticas pedagógica

Grupo União de Palmares: Universidades e programas de educação superior (Formação inicial, extensão e pesquisa)

19h –20h - Jantar

20h - atividades culturais (apresentação dos Estados e Municípios)

11 de novembro de 2010
08h30min – 10h30min - Sistematização dos trabalhos em grupo

08h30min – 10h30min - Apresentação dos trabalhos dos professores/as, coordenadores/as pedagógicos/as, orientadores/as educacionais classificados no Concurso de Experiências Exitosas em Educação Quilombola

10h30min – 11h00min - Intervalo
11h - Plenária final e aprovação do plano

12h – 14h - Almoço

14h – 18h - Continuação da Plenária final e aprovação das diretrizes

19h- 20h - Jantar
20h - Atividade cultural de encerramento

MANIFESTO PELA DEMOCRATIZAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES


Com disposição para a luta pela continuidade aperfeiçoamento das mudanças iniciadas pelo governo Lula, nós, jornalistas, radialistas, comunidades rurais e urbanas, movimentos sociais, sindicais e acadêmicos de luta pela democratização das comunicações no Brasil estamos com Dilma no segundo turno. Oriundos e atuantes na grande mídia ou não, em Blogs, nos veículos societários e estatais, redes sociais e em diversos meios, todos estamos comprometidos com a consolidação da democracia no Brasil, em suas várias dimensões.
Consideramos que Dilma representa no momento a única opção para avançarmos na construção de políticas públicas democráticas, normativas, inclusivas e participativas, nesta frente de luta, garantindo aplicação das resoluções consensuadas na primeira Conferência Nacional de Comunicação e possibilitando uma Segunda Conferência Nacional, heterogênea, aberta, mais ampla, inclusive com os setores que se recusaram a participar da primeira.
Diferentemente de outros campos da luta social - como saúde e educação -, onde é possível quantificar metas e indicadores sensíveis como mortalidade e analfabetismo, a luta da comunicação vai muito além de sua dimensão instrumental, articulando-se intimamente aos processos emancipatórios, libertários – ontem, hoje e sempre. Esta luta se insere na luta política dos povos deste continente pelo direito coletivo e difuso à comunicação na perspectiva da autodeterminação dos povos, de uma sociedade igualitária, possível e necessária e de novas práticas de democracia, onde os governos e as representações da sociedade, sobretudo as populares, pautam questões, discutem livremente e partilham de dissensos e consensos acerca das decisões locais, regionais e nacionais. Essas espelham novas experiências para novos rumos do desenvolvimento da sociedade, em lugares diversos do território brasileiro, na perspectiva de avançar à democratização do espectro radioelétrico e fortalecer a comunicação popular.
As práticas dos meios de comunicação de massa hegemônicos são demonstrações de que esses veículos do sistema privado, a exemplo da Veja, Folha, Estadão, Rede Globo e de outras redes espalhadas no Brasil e no continente, não respeitam a natureza pública da comunicação, os valores culturais e direitos sociais das classes subalternizadas. E, na esteira dos programas de entretenimento e nos espaços noticiosos fraudados, produzem e reproduzem a mídia do capital e a materialização do discurso das práticas de governos que sustentam a dominação do capital, o ideário neoliberal, o fundamentalismo religioso, as formas diversas de homofobia, a concentração da propriedade privada nos meios de produção, inclusive no campo da informação e comunicação.
O sistema privado de comunicação no país, com jornais, rádio, TVs e, hoje, a Internet, amparado constitucionalmente para exercer a liberdade de expressão, extrapola, em suas funções de modo irresponsável, certos de que podem mentir, distorcer, manipular, difundir preconceitos, partidarizar as informações, omitir fatos relevantes, porém, se suas vítimas reagem, são acusadas de querer controlar a imprensa. Em nome da liberdade de imprensa, as empresas querem suprimir a liberdade de expressão. A imprensa pode criticar, mas não aceita ser criticada. Entretanto, quem demite, persegue e censura jornalistas e radialistas são os mesmos que agora se dizem defensores da "liberdade de imprensa".
Os sistemas estatal e público comunitário, com características e funções sociais distintas, se desenvolveram nos últimos anos no país. Mas, tudo é novo e instável para as emissoras destes dois sistemas. As estatais, raras por longos anos desde Getúlio Vargas, absorvem as educativas em desvio de função e novas são criadas, entre os três poderes, durante o governo de Luis Inácio Lula da Silva. As públicas comunitárias, antes raras livres dos anos 80, regulamentadas por uma legislação frágil, confusa, reprimidas antes e mesmo depois de outorgadas para as comunidades, são, em grande número, ofertadas como moeda de troca para políticos e grupos religiosos. A ética na política de outorga e o marco regulatório, sobretudo nestes dois sistemas, inseridos numa Lei Geral das Comunicações – ou Estatuto da Comunicação Social – é o desafio para um Presidente de República que tenha compromisso com a sociedade brasileira
A internet de banda larga deste novo século, cada vez mais veloz, espaço das convergências de novos formatos de conteúdos e de recepção simultânea dos tradicionais veículos de difusão de mensagens massivas: rádio, jornal, cinema, televisão, revista, além do telefone, do livro, museu, biblioteca, correio, música, escola, entre outros, se configura neste momento como lugar privilegiado da mídia alternativa, representada por influentes blogs e uma rede de web rádios, apesar dos inúmeros sites e portais institucionais, de diferentes ideologias, e da tentativa de controle do acesso à informação a partir dos provedores, sob legislações a exemplo do AI-5 Digital.
É fundamental a garantia da liberdade de expressão, do direito à informação e à comunicação no ciberespaço, contudo, se materializa no acesso barato ou gratuito, não - privado, á rede de computadores nas comunidades, com provedores e espaços públicos. A internet já está emparelhada com a tv aberta em matéria de entretenimento. Isto resulta na transferência de publicidade da tv para a internet, que amplia a cada ano. Dilma representará: internet gratuita ou mais barata, mais veloz, com a democratização do acesso.
A comunicação constitui um desafio gigantesco, abrindo sempre novos horizontes na luta democrática pela construção permanente de uma outra sociabilidade e convivência humana, sem guerras, com justiça social, igualdade e solidariedade, para além do Capital alienante.
Esta eleição define o futuro do país e deveria ser pautada pelo debate dos grandes temas nacionais, pela busca de soluções para os graves problemas sociais. Os grupos que detém a concessão dos meios midiáticos pautam a mentira e o jogo sujo da política oligárquica de outrora na tentativa de confundir as mentes dos eleitores. Mas, estamos plenos de consciência e cheios de esperança que não haverá retrocesso, que Dilma vai ganhar no segundo turno para avançar na democratização da sociedade, do Estado e da comunicação nas esferas do Estado, do mercado e da sociedade, sem a adoção do AI-5 Digital e a criminalização das comunidades e dos movimentos sociais ao criarem seus próprios meios de difusão.
As Comunidades e os movimentos sociais têm sido reprimidos toda vez que tomam a iniciativa do uso livre e comunitário das ondas de rádio, de sons e imagens, ou de recursos digitais para TV, telefonia e internet banda larga na perspectiva da universalização do acesso às novas tecnologias da informação e comunicação. Com Dilma, abrem-se as possibilidades para avançar na definição de um novo marco das comunicações no Brasil, a partir das características, função social e complementaridade dos três sistemas (estatal, público e privado) de comunicação, previstos na Constituição brasileira de 1988.
Assinam: AJOSP – Associação dos Jornalistas do Serviço Público e várias outras instituições e pessoas.

CORRUPÇÃO

Historicamente na humanidade, notamos em alguns estudos realizados por especialistas, a presença forte de práticas ilícitas que ocorreram não só no Brasil, como no mundo.



A corrupção como prática do cotidiano dos seres humanos assumiu várias formas e continua funcionando em pleno século XXI. Por exemplo, no Brasil com o processo da colonização muitos portugueses trouxeram a arte de se dá bem e do roubo.



Sabemos que o contrabando, o tráfico de influência, fraude e suborno foram métodos e ações que foram verificadas e imbricadas na economia, na política ou sempre em benefício próprio. Durante o período colonial e imperial é forte a prática realizada pelo próprio funcionalismo público, que era responsável por zelar pelos bons costumes de Portugal e do Império.



Os vícios da política no Brasil aprofundam com a República Velha, através da troca de favores, com a política dos coronéis, com o “voto do cabresto”. A nova prática de corrupção com a fraude eleitoral, já que o voto não era secreto, ficando os eleitores ligados direta ou indiretamente a figura do Coronel, até hoje, tanto nos grandes centros como nos pequenos municípios, onde é mais visível, notamos a presença dessa prática.



Durante o regime militar, novos espaços e práticas proliferaram com os grandes escândalos financeiros, facilitando com que sua imagem começasse a se deteriorar.



No momento atual, apesar da presença forte do Estado em alguns casos, como a intervenção da Polícia Federal e da Justiça brasileira, muitos escândalos foram abafados e a sociedade espera que com a “ficha suja”,  processos que estão engavetados, e a situação patrimonial de muitos cidadãos sejam revistos não só pelo Congresso Nacional, Assembléia Legislativa e Câmaras municipais, mas pela justiça.


*Obs: Acabo de receber os jornais de hoje, e uma das manchetes : PF desmonta máfia dos remédios em 7 cidades.









domingo, 21 de novembro de 2010

AMAZÔNIA E SUAS OBRAS

Com as construções  das grandes obras na Amazônia é fundamental fazermos algumas reflexões. Neste texto adaptado da obra O Livro de Ouro da Amazônia de João Meireles Filho, pela professora Maria de Fátima Santos de Oliveira, para trabalhar com a 8ª Série da EEEFM "Maria Gabriela Ramos de Oliveira", no Conjunto Maguari.

Em se tratando das Usinas Hidrelétricas, a crescente demanda por energia vem principalmente da expansão do setor industrial com base mineral, especialmente o alumínio. Temos informações que há planos de construir 14 usinas na bacia do Araguaia - Tocantins. As grandes empresas de alumínio, entre as maiores consumidoras de energia do país  ALUMAR e ALBRAS, pretendem investir nas construções.

Considerando o gasoduto Urucu - Porto Velho, é intenção da Petrobras de construir dois gasodutos para transportar gás e óleo das reservas de Urucu, no Amazonas. Assim como sucedeu na abertura de grandes eixos de acesso, a maior ameaça é franquear para penetração de madeireiras inescrupulosas, garimpeiros e tudo o que isto tem representado de conflitos sociais, ameaças a povos indígenas e comunidades tradicionais, desmatamentos, queimadas,caça e etc. Entre os grupos indígenas ameaçados há grupos indígenas considerados vulneráveis, como os Apurinã, Palmari, Deni e Juma. Grupos ambientalistas comparam o potencial impacto do gasoduto ao de uma Transamazônica. A questão é: vale a pena levar uma fonte de energia mais barata a Manaus e Porto Velho em troca de grandes custos ambientais e sociais ?

Quanto as hidrovias, a Amazônia possui cerca de 25 mil Km de rios navegáveis. Além do próprio Amazonas, há 11 afluentes com mais de 1.700 Km sem um único obstáculo à navegação de médio calado. O destaque é para o Tocantins, o Madeira e o Tapajós. Há duas propostas de hidrovias na Amazônia. A primeira seria a hidrovia Madeira, de Porto Velho (RO) e Itacoatiara(AM), aumentando a navegação para o rio Guaporé, na divisa do Brasil com a Bolivia. A outra seria o Araguaia - Tocantins, cobrindo o sul do Pará e o norte de Tocantins, interligada à ferrovia de Carajás, que exportaria via Porto de Itaqui (MA). Ambas serviriam para baratear a soja do planalto central para o gado chique da Europa e Ásia. Há também a terceira proposta, no rio Tapajós.

Novos eixos rodoviários e asfaltamento de antigas rodovias, que seria uma estrada por mais precária que seja, é a maior ameaça que existe à floresta Amazônica. Abre caminho para a grilagem, a invasão de terra por posseiros, o roubo de madeira, o garimpo, resultando em desmatamentos, queimadas e todo tipo de depredação. Os estudos avançam e apontam que o asfaltamento de estradas aumentam o desmatamento, principalmente onde há reservas de madeira nobre.

Quanto as grandes minerações, a mineração de grandes empresas, a mineração industrial, é a maior geradora legal de renda e impostos da Amazônia no momento. São verdadeiras ilhas de prosperidade, cercadas de miséria e caos social e ambiental. Estas minerações surgiram durante a ditadura militar, receberam grandes incentivos fiscais e apoio em infra-estrutura ( estradas, portos, energia elétrica, aeroportos, ferrovia), sem o que jamais seriam instaladas. Estas foram criadas sem levar em conta as populações tradicionais e o impacto que trariam ao meio ambiente. O Programa Grande Carajás, tem influencia em uma zona com 100 mil Km quadrados, equivalente ao Estado de Santa Catarina. Nos grandes projetos só há espaço para as megaempresas. No caso do ouro, por exemplo, nove empresas controlam na Amazônia a quase totalidade da produção.           

sábado, 20 de novembro de 2010

CONSCIÊNCIA NEGRA


" Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, pela origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar"
                                                                         
                                                                                                     Nelson Madela

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CONJUNTURA MUNDIAL (II)

Não podemos negar que nas últimas três décadas, que o predomínio neoliberal sobre as tradições socialistas estão em discussão e que o mundo passa por uma crise de civilização se levarmos em consideração vários aspectos.

Considerando a crise sistêmica da globalização financeira, temos a dizer que EUA não conseguem organizar o sistema capitalista mundial; no momento, quando desvaloriza sua moeda, para se beneficiar no mercado, o reflexo disso é prejudicar outros países.

No contexto atual, sabemos, que algumas formas anticapitalistas são minoritárias, provocando, inclusive à nível mundial,  a marginalização, diferente do que acontece na América Latina,onde o socialismo democrático, após refazer alguns conceitos, práticas e ações tem levado vantagens sob os neoliberais, é o caso de Lula e agora com a Dilma Rousseff, no Brasil.

O debate entre o projeto do socialismo e o projeto do neoliberalismo é profundo, mesmo o projeto do neoliberalismo sendo predominante na humanidade, os avanços do projeto do socialismo democrático criou algumas possibilidades e condições de luta,como por exemplo, avançou em algumas experiências que tornaram alternativas as ações do neoliberalismo; aprofundou a luta anti-capitalista através da democracia participativa, fazendo com que elementos que antes eram excluídos do processo político, começam a participar e se efetivam decisivamente em diversas categorias de nossa sociedade; quando ampliou espaços para organizações sindicais e movimentos sociais; além de abrir o leque para as "minorias sociais", como mulheres, homosessexuais,índios, negros e juventude.

Dentro dessa ótica,nota-se a participação ativa da população que buscam reformas estruturais no Estado. Isso é bom e significativo para a sociedade.




quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ENGENHARIA POLÍTICA

Após o processo eleitoral, que culminou as eleições de Deputados estaduais,  federais e Senadores; além da Presidência da República, com Dilma Rousseff, começa a conquista dos espaços políticos das tendências, grupos e aliados.

Todas as articulações políticas e promessas que foram feitas antes das eleições, vem a cobrança, agora. Percebe-se, que o candidato eleito e assessores, precisam ter o domínio dos espaços que irão ocupar. No caso dos governadores e Presidente, ter a "máquina" na mão é fundamental. Precisa-se ter conhecimento da estrutura e funcionamento das secretarias, ministérios, orgãos e setores ligados ao Estado ou União. Diante disso, é necessário fazer essa engenharia política. Por exemplo, considero estratégico, todo governador, prefeito e Presidente da República ter sob controle a Secretaria da Fazenda, a Secretaria da Administração, Secretaria de Educação e Secretaria da Saúde. Na Secretaria da Fazenda você tem o controle da receita que entra e o dinheiro que sai; na Secretaria de Administração, sob sua tutela, você tem o controle dos servidores, procurando sempre que possível oferecer formação para eles com cursos, principalmente que qualifique a mão-de-obra no Estado/País, como aperfeiçoamento, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Dessa forma, você trás para próximas eleições votos dos servidores e famílias. A Secretaria de Educação e Saúde, são estratégicas, pelo fato de ter os maiores números de servidores dos Municípios, Estados e País; claro que terão que ter ações concretas onde proporcionará a população benefícios. Com isso, já é o suficiente, pensar na próxima eleição, sem esquecer a Secretaria de Comunicação para divulgação das ações e dos movimentos sociais, que trazem as demandas necessárias para o povo.


Voltando para o tema, com esse controle é postos os espaços para os grupos e aliados. Hoje, no período democrático, as diversas categorias que não tiveram oportunidades de usufruir do poder político em vários momentos da nossa história, estão tendo, inclusive, chegando a cargos importantes, como é o caso de Lula da Silva, para Presidente, entre outros.

Penso que, também, neste momento os diversos interesses estão em jogo e a disputa pelos espaços, dependendo do partido vencedor, decide. seja pelo critério do partido, do grupo, da tendência, do "amigo", da amante, família ou competência técnica.

Para a "panelinha" que decide, esperamos que os indicados veja e reveja as ânsias, expectativas e perspectivas do povo, se tornando realidade e ajude na construção de uma sociedade justa e digna.  

CONJUNTURA MUNDIAL (I)

Com o término da reunião da cúpula do G20 (País que engloba as maiores economias mundiais, incluindo países emergentes) que aconteceu em Seul, na Coréia do Sul, foi avaliado pelo Presidente Lula da Silva, como discussões maduras entre os principais líderes mundiais, para propor soluções de conter a guerra cambial que minimize a crise da economia internacional.

Segundo Lula da Silva " todo mundo está de acordo, todo mundo coloca, quase que de consenso, que é preciso um equilíbrio na economia mundial". Para ele, qualquer medida que se torne, é necessário ter a visão da conjuntura mundial, para que o reflexo não atinja outros países e logo prejudicando a economia destes, sem levar vantagem sobre o outro.

Segundo o Presidente Lula da Silva, nas discussões em Seul houveram fortes críticas as duas principais economias que são os EUA e a China, por se portarem de forma indigna, onde desvalorizaram suas moedas para fortalecerem suas economias e dessa forma prejudicando a ordem financeira internacional.

Frisou também que enquanto nos EUA e Europa o desemprego é muito grande, no Brasil, só este ano teremos aproximadamente 2,5 milhões de emprego.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

MOVIMENTO NEGRO NO BRASIL E NO PARÁ - Mª de Fátima S. de Oliveira

É sabido que ao longo de nossa história a característica multicultural de nosso povo foi estruturada tendo como referência uma visão eurocêntrica, resultando em um processo histórico de ocultação da verdadeira história de organização do povo africano e afro- descendentes.

Após a abolição, a luta pela conquista da cidadania continuou. A República trouxe ideal de liberdade e igualdade, mas também as transformações do mundo moderno como a “ordem”, “progresso” e “Civilização”, neste modelo de sociedade o discurso da “inclusão ‘’do negro será fortalecido pelo mito das relações harmoniosas, objetivando a preservação da unidade nacional e retardando os debates sobre racismo. No entanto, surgem idéias contrárias a essas idéias , é quando o negro assume o processo interno de reconhecimento, ou seja , é a auto- afirmação da negritude o que dá sentido de pertencimento `a identidade negra. Verena Alberti (2007) nos alerta que,” A força do mito da democracia na formação da identidade brasileira acabou constituindo o primeiro grande desafio para o movimento negro “ . Assim, os negros organizados enquanto grupo social fundaram , por exemplos, a Frente Negra Brasileira (1931), União dos Homens de Cor (1943), Associação Cultural do Negro (1950)

Para Flávio Gomes (2005) a chamada “imprensa negra” é a parte mais conhecida e citada da mobilização nas primeiras décadas republicanas” através das abordagens editoriais , contribuiu também para a auto-valorização da população negra,como também, a participação dos partidos de esquerda como PCB e PC do B. Vicente Sales na obra O negro no Pará (2004 ) menciona “Alguns escritores negros contribuíram através da arte literária para defender a causa negra como Inglês de Sousa, Marques de Carvalho, Lauro Palhano e o marajoara/Pa., Dalcídio Jurandir que também usa personagens negros e faz denúncias sociais.

Dalcídio, na obra Passagem dos Inocentes (1986) revela uma Belém no inicio do século XX: bairros com problemas infra-estruturais, greve de coveiros, crianças morrendo na Santa Casa de Misericórdia do Pará, falta de placas na Estrada de Nazaré, Greve na fábrica Aliança, educação e a metodologia fora do contexto do alunado, enfim, Dalcídio Jurandir, por ser comunista ( PC do B ), negro e pobre teve um olhar mais atento das mazelas sociais de Belém , é o outro lado da história que a Belle Époque não revela.

A década de 70 foi considerada vital para o movimento negro contemporâneo, pois, a reivindicação da cidadania sugere organização e assim,experimentando possibilidades desenvolveram diversas estratégias como a criação do Movimento Negro Unificado- MNU(1978), entidade que expandiu a noção de “ movimento negro “, ou através de reuniões de estudos que foi um meio utilizado para a percepção das características que os diferenciavam , como a existência da discriminação racial , uso da panfletagem e outras formas de organização : I Encontro Memorial l Zumbi ,( 1980 -AL., MG,RJ, MA, ES...), Encontro de Negros do Norte e Nordeste , e ainda, no Sul e Sudeste, Encontros Estaduais e Nacionais de Mulheres Negras . Enfim, novas lideranças foram surgindo em 1991-, SP-I Encontro Nacional de Comunidades Negras Rurais Quilombolas que deu origem à CONAQ(1996) .

No Pará, destaca-se a criação do Cedenpa ( Centro de Defesa do Negro no Pará).

Dando prosseguimento aos anseios da população negra a década de 80 , também promoveu história de mudança , inclusive ampliando reflexões sobre o papel do negro na historia do Brasil.

A III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, realizada em Durban, África do Sul, Set.2001, trouxe para o debate a questão racial no Brasil e é polêmico quando o assunto trata-se de cotas.

Outra vitória do movimento negro é a Lei 10.639/2003 que determina a inclusão no currículo oficial do estudo da história e cultura africana e afro-brasileira. Se junta ainda às diferentes ações e iniciativas de inclusão que o Movimento Negro vem desenvolvendo entre os diferentes setores da sociedade.

É fato, que as vitórias conquistadas não foram fáceis pois, o Negro permeou diferentes formas de organização como as sociedades secretas, associações de auxílio mútuo de homens de cor, irmandades, as Leis contemporâneas e, muitas outras conquistas virão se a sociedade organizada , entender que a diversidade é algo complexo, que o racismo existe , mas principalmente perceber que o problema de negro, também é nosso, pois, é através da união que iremos construir uma sociedade democrática pautada no direito e na justiça social para todos.

domingo, 14 de novembro de 2010

TARDE AMAZÔNICA

O profesoor de Sociologia e Estudos Amazônicos Valdivino da Silva Cunha, com apoio dos professores Ricardo Nixon, Eduardo Chagas, Feliciano Muniz e Elson Machado irá realizar um evento denominado Tarde Amazônica, na localidade de Traquateua, no município de Bujaru, nos dias 17 e 18 de novembro de 2010.

Para Valdivino Cunha a Amazônia tem diversas marcas e olhares, depende de quem e  como a olham; para os norte-americanos, ela é uma imensa região que deve ser internacionalizada. Para o empresariado, ela seria um campo fértil para grandes projetos agrominerais e agropecuários; já para o ribeirinho ela é um pedaço do céu, é do solo, muitas vezes classificado como pobre, por onde pisa o Saci Pererê, que ele retira a mandioca pra fazer a farinha, o beiju, o tucupi ou o açai, seja ele de várzea ou de terra firme.

As águas amazônicas não servem apenas para mover as turbinas de hidrelétricas, elas são antes de tudo, a essência da vida. É dela que o cabloco amazônico retira grande parte de sua alimentação, seja ele o peixe ou o camarão. O caboclo quer apenas sobreviver dela e retirar o cupuaçu, o bacuri ou o precioso açai.
Essa trilogia amazônica solo-floresta-água tem encantos e lendas expressos de diferentes formas, seja nas manifestações religiosas, nas músicas ou em suas danças, que fazem da cultura amazônica uma das mais ricas e encantadoras do mundo.

Segundo o objetivo do projeto é a valorização" das manifestações culturais dos povos amazônicos através de suas comidas típicas, do seu linguajar, das danças, lendas e mitos.

O público alvo será os estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio "Lázaro Conceição"

Na programação do dia 17/11/2010 consta vídeos amazônicos à partir das 19 h.; no dia 18/11/2010 consta danças amazônicas à partir das 17 h.  

PREVENÇÃO DAS DROGAS NA ESCOLA

Foi executado pelo professor de Biologia do Sistema de Organização Modular ( SOME) Paulo Regino Monteiro na Escola Municipal de Ensino Fundamental “Otacílio Alves Vieira” na localidade do Vale do Araguaia, no município de Xinguara, aqui no Estado do Pará o projeto Prevenção das Drogas na Escola nos meses de setembro, outubro e novembro do corrente ano.

Na introdução o professor Paulo Monteiro destaca que o projeto tem como interesse expor a diversidade da realidade das drogas na escola e na comunidade, enfocando pontos importantes na área educacional , como a prevenção e tratamento, observando com isso o rendimento dos alunos que por muita das vezes não possuem informações sobre as drogas. O tráfico é mais freqüente em cidades, mas também pode ocorrer em áreas rurais.

Sabe-se que a dependência química compromete a qualidade de vida daquele que usa a droga, também afetando de forma indireta, familiares que acompanham a rotina do uso de drogas, conforme estudos que relacionam drogas dos pais ao comportamento dos filhos (Zanoti-Jeronymo &Carvalho, 2005; Sher, 1997). A problemática também afeta a sociedade, ficando claro, em estatística e em estudos que correlacionam o uso de drogas em geral com a criminalidade (Duarte e Carlini-Cotrim, 2000) e o uso de álcool com acidentes de trânsito(Abdetran, 1997).

Em sua justificativa o coordenador do projeto, enfatiza que o trabalho apresenta questões de suma importância para a sociedade , objetivando desenvolver, expor e vivenciar um pouco da realidade das drogas na escola e na comunidade. Pois já se tornou uma epidemia e se instalou em diversos países, sendo um grave problema de saúde pública da atualidade que só será minimizado com a afetiva participação e mudança de atitude da população.

No objetivo geral, foi proporcionar ao aluno a oportunidade de conhecer as drogas e seus efeitos ao organismo humano a fim de levar essa informação para a comunidade em que vive melhorando a sua qualidade de vida e diminuindo os riscos da doença causada pelo uso contínuo das drogas.

Já no objetivo específico, foi fazer com que o aluno observe a comunidade em que vive e usando o conhecimento adquirido sobre as drogas comece a prevenção contra as mesmas; assim como apresentar para a comunidade escolar os principais problemas relacionados à entrada de drogas na escola e proporem algumas soluções possíveis a serem realizadas nas escolas.

A metodologia utilizada já que o projeto foi voltado para alunos da 5ª a 8ª séries do Ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental “Otacílio Alves Vieira” em Xinguara, oi através dos recursos materiais de multimídia.

O professor ficou feliz em executar o referido projeto pela receptividade da comunidade.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

PCCR

No estado do Pará, através do Governo Popular e Democrático de Ana Júlia Carepa apresentou na Assembléia Legislativa o Plano de Cargos Carreiras e Remuneração, que quando entrar em vigor no dia 02 de janeiro de 2011 beneficiará vinte mil professores e técnicos em educação da rede pública estadual de ensino para que planejem sua remuneração de acordo com sua dedicação à escola; além do empenho na própria qualificação.

O interessante é que com o decorrer do período de cada três anos em que se evolui na escala de sua formação profissional, como estudando e se tornando um especialista, mestre, doutor e pós-doutor será incorporado 1,5% sobre o vencimento base.

Considerando a média de professores no serviço público entre 15 a 20 anos, significaria em torno de 25% a 30% de Adicional por Tempo de Serviço; além, claro da gratificação de 5% que é dada a cada triênio de serviço, sobre a remuneração e todas as gratificações, portanto um professor AD-4 com um tempo de serviço, ganhará entre R$ 3.000,00 e 3.500,00.

Portanto, o PCCR vai criar quatro classes distintas, tendo como vencimentos bases diferentes em virtude do nível de graduação para o professor. Dessa forma o governo de Ana Júlia, senta com o SINTEPP, já que significa a melhoria na qualidade profissional e de vida dos servidores que atuam em um setor estratégico para o desenvolvimento do Estado, que é o conhecimento; além de atender uma reivindicação histórica dos trabalhadores da educação pública no estado, sobretudo para os que atuam na carreira do magistério, através dos professores e técnicos, até então não reconhecidos e regulamentados por governo anterior.



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

SOCIEDADE PERDE O PODER DE MANDO

No processo eleitoral que terminou com o segundo turno no dia 31 de outubro último se deu a vitória do partido do PSDB que alegou a vitória, como se fosse pedagógica, já que o PT aglutinou o maior número de siglas e não de partidos; fazendo com que números significativos de políticos da base de apoio a Ana Júlia do PT, fizesse campanha declarada já no primeiro turno e consolidando no segundo, quando assumiram definitivamente a campanha do grupo vitorioso, aqui no estado do Pará.

Por que a sociedade perde o poder de mando? A construção de uma sociedade justa, socialista e democrática é feita através das razões, ideologias, emoções e sentimentos em vez de pensar em interesses, troca de favores e ganhos financeiros.

Duas idéias e projetos que foram colocados a postos nas eleições, onde a sociedade paraense achou melhor pelo segundo projeto, voltado para a social-democracia voltado para o aspecto do Neoliberalismo. Penso que, será que o grupo vitorioso e a maior parte das pessoas que trabalharam e votaram neste projeto tem noção das condições de vida da sociedade? Ou simplesmente votaram a favor do preconceito, contra a dignidade de uma mulher, que tem uma trajetória histórica inserida nos movimentos sociais, passando pela Comunidade do Bairro do Jurunas, Movimento estudantil, movimento bancário e parlamento com mandatos de Vice-Prefeita, Deputada Federal, Senadora e Governadora!

Quando se fala de Ana Júlia não se pode deixar de falar, também da nossa candidata eleita para Presidente da República Dilma Rousseff, que também sofreu discursos discriminatórios da oposição, fazendo com que acirrasse o preconceito, o que os estudos sociológicos, históricos e antropológicos já estão bastante avançados, não estão, mas como se fosse do período colonial. Nesse debate, o que a oposição de Dilma e Ana Júlia provocou e é muito, mas sério o que se pensa.

Interessante, em pleno o século XXI continua debatendo uma questão que, inclusive o governo do PT de Lula da Silva criou secretarias voltadas para o interesse da mulher e das excluídas.

O Debate é muito amplo, não se pode pensar ou refletir a eleição apenas neste contexto eleitoral, na verdade ela é construída ao longo de todo um processo de articulações e aglutinações de interesses de pessoas ou grupos que poderão se dá bem.

Ir para o debate e trazer as ânsias da população e dos movimentos sociais fazem com que a sociedade ganhe o poder de mando e não entregue para as oligarquias ou elites.













terça-feira, 9 de novembro de 2010

ABACATAL: COMUNIDADE QUILOMBOLA

A Professora de História Fátima de Oliveira, da EEEFM "Maria Gabriela Ramos de Oliveira", organizou uma visita pedagógica com duas turmas das 7ª Série ontem na Comunidade Quilombola do Abacatal, no município de Ananindeua.

Com cerca de 40 alunos da Escola, a referida professora, juntamente com o professor Marcos Sousa de Sociologia e a técnica pedagógica Jaci Oeiras levaram os estudantes para conhecer in loco uma comunidade de negros.

Sendo o transporte financiado com verbas do PDE, a professora que já estava desenvolvendo no conteúdo sobre a importância do negro na sociedade, não somente no passado,mas também no presente.

Os estudantes puderam constatar os diversos aspectos da comunidade, como a sua economia, o tipo de transporte, sua cultura e o lado da sociedade. Como a professora Fátima de Oliveira, já tinha também trabalhado com o vídeo sobre as comunidades quilombolas de Abaetetuba, foi possível os estudantes terem percebidos a diferença entre os dois municípios.

Além de conversar com lideranças e conhecer a realidade da comunidade, os estudantes  aproveitaram o ambiente para filmar e registrar através de imagens de celulares e câmera digital. 

Segundo a organizadora do passeio pedagógico, foi possível os estudantes conhecerem e vivenciarem a realidade que às vezes fica só na exposição oral. O interesse foi tão grande pela empreitada que estão produzindo documentário das imagens coletadas.Também será feita exposição dessas imagens.

A professora destacou, inclusive que houve antes da visita a coleta de materiais no Conjunto Maguari, que foram entregues como doação para a Comunidade Quilombola do Abacatal, que são os seguintes:  

01 – Alimentos/Mantimentos

Nome Quantidade

Macarrão 47 Pacotes

Feijão 24 Kgs

Arroz 71 Kgs

Açucar 27 Kgs

Leite em Pó 15 Kgs.

Margarina 01 Pote

Milho 01 Cx. De amido

Tomate 01 Pacote

Trigo 01 Kg.

Bolacha 01 Pacote

Suco 06 Pacotes

Sabonetes 03

Creme Dental 01

Esponja de aço 01

Macarrão Instantâneo 13 Pacotes

Sal 04 Kgs.

Massa de sopa 03 Pacotes

Conserva 03 Latas

Sardinha 01 lata

Ervilha 03 Latas

Óleo de cozinha 03 Garrafas

Café(250 g.) 07 Pacotes

Café(100 g.) 03 Pacotes

Achocolatado(200 g.) 01 Pacote

Achocolatado(400 g.) 01 Pacote

Farinha de milho 04 Pacotes

Milho para mingau 02 Pacotes

Coloral 01 Pacote



02 – Roupas, brinquedos, sapatos e bolsas

Nome Quantidade

Garrafas de 02 Litros 183

Garrafas de 1,5 Litro 047

Garrafas de 2,5 Litros 06

domingo, 7 de novembro de 2010

EDUCAÇÃO SEXUAL

Os professores do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME) Marilene da Silva Barbosa e Ivan da Silva Vieira executaram na Agrovila Serra Azul em Cumarú do Norte no mês de outubro, juntamente com a enfermeira Edmá Bispo o projeto Educação Sexual e Conscientização Sobre os Perigos da Vida Sexual Precoce.

Em sua introdução o respectivo projeto surgiu com o intuito de levar a comunidade de Agrovila Serra Azul informações pertinentes a vida sexual, pensando na saúde pública de seus moradores, bem como introduzir uma educação consciente aos adolescentes sobre a importância de se informar sobre DST's, gravidez precoce e outros perigos que rondam por falta de informações. 

A expectativa é que as informações repassadas tragam o benefício do bem estar social de todos, que poderão conscientemente, ter uma vida tranquila, com mais saúde e viver intensamente com muito mais prazer.

Para os autores do projeto o tema "sexualidade" ainda tem sido visto, muita vezes, como tabu, como algo que não precisa ser comentado para não despertar o interesse pelos adolescentes. Porém, diante da realidade atual, observa-se que a desinformação só tem contribuído para o aumento do índice de Doenças Sexualmente Transmissiveis(DST), Síndrome da Imunodeficiência Adquirida(AIDS), gravidez nesta faixa estária e experiências psicossexuais prematuras as quais podem acarretar prejuízos no desenvolvimento psicológico. Meios de informações(Televisão, rádio, internet, etc...) têm contrivuido para a educação dos adolescentes, na maioria das vezes, com informações e imagens equivocadas. Esta influencia, sendo a única forma que o adolescente tem de educação sexual, traz consequência a imitação do que é transmitido pelos meios de comunicações, ocasionando o aumento dos índices já mencionados.

A educação sexual deveria ser iniciada em casa e complementada na escola e demais meios externos, como forma de se obter informações e, consequentemente, como meio de prevenção a temores atuais da sociedade em relação aos adolescentes, como AIDS, DST e gravidez precoce. Na maioria das vezes, a família dos adolescentes não cuida da educação sexual por não saber lidar com a questão. Em decorrência disto, evidência-se a relevância de se tratar as questões de sexualidade na escola, visto ser este um local privilegiado de educação para as crianças e adolescentes.

O trabalho visou promover a sensibilização para um desenvolvimento de uma consciência crítica e para tomada de decisões responsáveis a respeito de sua sexualidade.

Entre  os principais objetivos foram: Favorecer a compreensão das diferenças de gênero e suas implicações entre os adolescentes; Contribuir ao conhecimento de como ocorre a Reprodução Humana; Favorecer a compreensão das transformações bio-psico-sociais decorrentes da puberdade...

A metodologia utilizada foi através de palestras, distribuição de panfletos e exibição de vídeos. 

O público alvo foi os adolescentes, pais de alunos e comunidade que se interessaram e se preocupam com a saúde e educação pública de qualidade. 


sábado, 6 de novembro de 2010

UMA TRISTE NOTÍCIA QUE NOS ENTRISTECE

1 MINUTO DE SILÊNCIO!

Ontem os deputados federais mostraram a cara e não votaram o projeto de lei FICHA LIMPA, cujo relator é o Dep.Indio da Costa, vice-presidente na chapa de José Serra 45. Para quem não sabe, ontem foi rejeitada a votação, na Ordem do Dia da Câmara Federal, o Projeto de Lei FICHA LIMPA, que impede a candidatura a qualquer cargo eletivo, de pessoas condenadas em primeira ou única instância ou por meio de denúncia recebida em tribunal – no caso de políticos com foro privilegiado – em virtude de crimes graves como: racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas.

A IMPRENSA FOI CENSURADA E ESTÁ IMPEDIDA DE DIVULGAR!

PORTANTO, VAMOS USAR A INTERNET PARA DAR CONHECIMENTO AOS OUTROS 198.000.000 DE BRASILEIROS QUE OS DEPUTADOS FEDERAIS TRAÍRAM O POVO!!!

Espalhem esta notícia, segundo dados, uma mensagem da internet enviada a 12 pessoas, no fim do dia chega a 30.000 usuários. Vamos espalhar..........













sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PÓS-LULA É DILMA - EMIR SADER

Os brasileiros decidiram que depois do Lula querem a continuação e o aprofundamento do seu governo. Preferiram a Dilma – a coordenadora e responsável central pelo desempenho ascendente dos últimos 5 anos do governo, que desemboca no recorde de 83% de apoio e 3% de rejeição – para sucedê-lo.

O dilema colocado pelas eleições brasileiras era a definição sobre se o governo Lula seria um parênteses na longa história de dominação das elites no país ou se se constitui numa ponte para sair definitivamente do modelo herdado e construir um Brasil solidário, justo e soberano.

Triunfou esta via, pelo voto majoritário dos brasileiros, prioritariamente os dos beneficiários das politicas sociais que caracterizam o governo de Lula: os mais pobres, os que vivem nas regiões tradicionalmente mais pobres – o norte e o nordeste do Brasil.

Foi um voto claramente direcionado pela prioridade do social que caracterizou centralmente o governo Lula. No país mais desigual do continente mais desigual, a maior transformação que o Brasil viveu nestes oito anos foi a diminuição da desigualdade, da injustiça, como resultado das políticas sociais do governo. Nunca havia acontecido, seja em democracia ou em ditadura, em ciclos expansivos ou recessivos da economia. Aconteceu agora, de forma contundente, transferindo para o centro da pirâmide de grupos na distribuição de renda, a maioria dos brasileiros.

Esse foi o fator decisivo para que, mesmo tendo praticamente toda a imprensa, em bloco, militantemente, contra seu governo e sua candidata, Lula e Dilma saíram vencedores.

A oposição, derrotada na comparação dos dois governos, buscou um atalho para chegar por outra via aos setores da população: a questão do aborto, valendo-se dos preconceitos reinantes e da ação de religiosos.

Conseguiram um sucesso efêmero, que levou a eleição para o segundo turno, mas uma vez que a politica voltou ao centro da campanha, a comparação entre os dois governos e a condenação das privatizações levaram à vitória da Dilma.

Que representa não apenas a eleição da primeira mulher presidente da república, mas também de uma militante da resistência contra a ditadura, presa e torturada pelo regime militar. Que representa o primeiro presidente que consegue eleger seu sucessor.

Depois da reeleição de Evo Morales e de Pepe Mujica sucedendo a Tabaré Vazquez, o Brasil se soma ao grupo de países que reafirmam o caminho da integração regional e não do TLC com os EUA, da prioridade das politicas sociais em relação ao ajuste fiscal, com Dilma sucedendo a Lula.

O povo brasileiro decidiu, em meio a fortes pressões do monopólio privado da mídia e de forças obscurantistas, que o pós-Lula terá na presidência do Brasil aquela que Lula escolheu para sucedê-lo, para continuar e aprofundar as transformações que tem feito o Brasil ser um país mais justo, solidário e soberano.


Fonte: Blog do Emir Sader - 03.11.2010