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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Sistema Modular de Ensino

 

           * Eulália Soares Vieira

 

A educação no Pará, a exemplo a educação em outros Estados, passa por profunda crise> fatos não faltam para provar isso!

 

O Pará, muitos desconhecem, é pioneiro em uma iniciativa que muito vem contribuindo para melhoria do ensino, sobretudo no interior do Estado: trata-se do Sistema Modular de Ensino de segundo grau, que já existe há 16 anos e vem rendendo bons frutos. Através de um trabalho itinerante, professores qualificados da capital, atendem a clientela de segundo grau dos municípios paraenses em que não há profissionais capacitados para tal.

 

Contribuindo para a formação de professores de primeiro grau numa perspectiva mais dinâmica e progressista, o Sistema Modular tem, ainda, aprovado muitos alunos nos vestibulares do interior e da capital, sem a necessidade de cursinho, oportunizando melhores condições de vida a esses interioranos.

 

Destaca-se, ainda, o trabalho desenvolvido pela maioria dos professores do Sistema Modular, que vai além dos limites de suas salas. São trabalhos sérios e de altíssimo nível, feitos junto aos professores de primeiro grau e à comunidade desses municípios. Cito alguns encontros de educadores, reciclagem nas diversas áreas de ensino, treinamentos para confecções de recursos didáticos alternativos, palestras sobre drogas, doenças sexualmente transmissíveis, feiras de ciências entre outras.

 

A partir de uma reportagem na revista “Nova Escola” sobre o Sistema Modular de Ensino, outros Estados e até países estrangeiros têm demonstrado interesses em copiar esse modelo alternativo de ensino de segundo grau.

 

É bom que se diga, que apesar de tudo isso, a Secretaria do Estado de Educação do Pará, vem fazendo cortes nos investimentos para este projeto, alegando que os gastos são mito grandes: de uns tempos pra cá, nós, professores do Sistema Modular, viajamos com pouco material didático, as passagens aéreas para alguns municípios foram cortadas, e o cerco continua se fechando!

 

Para mim, a maior responsável por toda a crise da educação brasileira ´é a ideia entranhada nas cabeças dos que planejam a educação, que consideram um gasto e não um investimento.

 

*Artigo publicado no Jornal O Liberal, em 31 março de 1997. A autora é formada em Pedagogia (UFPA,1987); Mestrado em Educação em Ciências (UFPA, 2008) e Doutorado em Educação (Universidade do Minho/UFAM,2016). Também é poetisa, palestrante na área de educação, escritora e trabalhou como professora do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME. Atualmente, funcionária da UFPA.

Um comentário:

  1. Hoje o SOME está arquejante não tem material, não tem ninguém nas casa disponibilidade ao sistema. Temos que planeja, cozinhar, limpar a casa é atender aos nossos alunos porque não tem dinheiro para educação só para campanhas políticas.

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