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quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

R I O S A P U C A J U B A : H I S T Ó R I A E M E M Ó R I A (COLETÂNEA DE TEXTOS)

 



Agosto de 2007

Abaetetuba - Pará



  SUMÁRIO

 

 

 

 

Apresentação........................................................................................06

Sapucajuba Conta... ............................................................................ 07

Artesanato............................................................................................ 08

Cotidiano.............................................................................................. 09

Linguagem............................................................................................ 10

Educação.............................................................................................. 10

Açaí Nativo..........................................................................................  12

Comércio............................................................................................... 13

Transporte............................................................................................. 14

Medicina Popular.................................................................................. 14

Tipo de Pesca (Caniço)......................................................................... 18

Tipo de Pesca (Matapi)......................................................................... 18

Tipo de Pesca (Espinheu)...................................................................... 19

Tipo de Pesca (Bloqueio)...................................................................... 20

Saúde.................................................................................................... 21

Cultura.................................................................................................. 21

A Religiosidade.................................................................................... 22

Folia dos Santos .................................................................................. 23

Reza Capitulada.................................................................................... 24

Lendas, Mitos e “Causos”..................................................................... 24

Pessoas Entrevistadas/Bibliografia/Site................................................ 29

Anexos................................................................................................... 30

 

 Orientadores:

 

- Prof. Ribamar de Oliveira (GEEM – SEDUC – Pólo de Abaetetuba)

- Professor Cosmo Cabral (GEEM – SEDUC – Pólo de Abaetetuba)

- Prof. João Sérgio (GEEM – SEDUC – Pólo de Abaetetuba)

 

Autores: Alunos da Escola São Raimundo – Abaetetuba-Pa

                - Andecléa Moraes Martins

                - Roque Junior da Silva Batista

                - Lenildo Fonseca Almeida

                - Josiel Figueredo da Silva

                - Dinaldo da Silva Batista

                - Sila Martins Leal

                - Maria de Fátima Martins Leal

                - Maria Neuza Martins Leal

                - Francidalva Batista Moraes

                - Milene da Silva Gonçalves

                - Ana Maria Lobato Martins

                - Maikon Reis da Silva

                - Patrícia Paraense Corrêa

                - Marizilda Ribeiro Pereira

                - Rafaela Batista Martins

                - Josiane da Silva Batista

                - Janaina Batista da Costa

                - Luan da Silva Costa

                - Maria do Socorro Gonçalves Leal

                - Arilene Silva da Silva

                - Valdecira Amaral Barreto

                - Veriane Ferreira Gonçalves

                - Leiciane Silva Corrêa

                - Josilene Ferreira Barreto

                - Kleidison dos Passos Barreto

                - Josimar Moraes de Castilho

                - Nazilda dos Santos Corrêa

                - Cleidilene Teixeira dos Santos

                - Rosália Martins de Castilho

                - Noeme Leal dos Passos

                - Marluci da Costa Martins

                - Solange Gonçalves Batista

                - Daniele Fonseca Almeida

                - Hígor Fonseca

                - Rodrigo Negrão Gonçalves

                - Alessandro Ferreira Cardoso

                - Manoel José Martins Gonçalves

                - Ivan Gonçalves dos Passos

                - Kícila Cardoso de Lima

                - Josicléa do Socorro Ferreira Barreto

                - Valdelice Amaral da Silva

                - Jacira Amaral da Silva

                - Jhonatan Cardoso Sampaio

                - Cleidiane dos Passos Barreto

                - Cristiana Gonçalves Pereira

                - Ramon Negrão Gonçalves

                - Marinaldo Ribeiro Pereira

                -Francineide Trindade da Trindade

                - Jocenilda Pereira Martins

                - Raul de Castilho Lobato

                - Breno Cardoso Costa

                - Evanilson Martins Corrêa

                - Iolanda Jéssica Martins Costa

 

 

      

Apresentação: Professora Maria de Fátima Santos de Oliveira (Escola Estadual                      de Ensino Fundamental e Médio Profa. Maria Gabriela – Belém)

 

 

Revisão: Prof. Valdivino Cunha (GEEM – SEDUC – Pólo de Bujaru)

               Prof. Ribamar de Oliveira (GEEM – SEDUC)

                         

  

   

Apresentação

 

Uma das variantes que distancia o homem dos demais animais é que ele tem um legado, um passado, uma história que vem sendo transmitida de geração em geração desde os tempos mais remotos. O que seria do homem se não fosse sua história? Não teríamos passado.

O trabalho dos professores José Ribamar, João Sérgio e Cosmo Cabral apontam neste sentido. A história contada como se pode verificar nas narrativas, é muito mais dos vencidos que dos vencedores. Não são histórias de reis nem de imperadores, muito menos daqueles que construíram império e fortunas. São histórias dos joões e das marias. Nas sagas que eles contam os grandes submarinhos ou os assombrosos barcos a vela foram substituídos pelas canoas a remo, e assim também vão contando suas próprias histórias ou “causos”.

No processo dialógico ensino aprendizagem, nós, educadores tornamo-nos por diversas vezes educandos, pois às vezes sem saber e sem querer nossos educandos também nos ensinam. É Paulo Freire que nos diz: “educar e educar-se na prática da liberdade, é tarefa daqueles que sabem que pouco sabem- por isso sabem algo e podem assim chegar a saber mais- diálogo com aqueles, que sempre, pensam que nada sabem, para estes, transformando seu pensar que nada sabem em saber que pouco sabem,possam igualmente saber mais”

Acreditamos que essa troca de saber é uma constante neste tipo de trabalho realizada pelos professores aqui citados que assim como inúmeros outros do GEEM (Grupo Especial de Ensino Modular), transformam-se em verdadeiros cavaleiros do conhecimento socializando saberes nos mais longínquos rincões paraenses dando vez e voz aqueles que de fato fazem à história. 

Esta proposta de trabalhar a pesquisa em sala de aula é fundamental para a comunidade escolar e a sociedade em geral. Ela busca a reconfiguração das atividades curriculares das disciplinas História, Sociologia e Geografia, no sentido de incorporá-la ao contexto sócio-econômico e cultural de Sapucajuba. Esta idéia  resulta   de   um   conjunto    de experiências produzidas pelos docentes do Grupo Especial Ensino Modular    (GEEM): Ribamar de Oliveira, Cosmo Cabral e João Sérgio,   mais   especificamente   na comunidade do   Rio Sapucajuba, no município de Abaetetuba.

A discussão das disciplinas buscando introduzi-las no contexto sócio-econômico      e cultural local, parte do princípio de que a realidade é “tecida junta”, e sua compreensão, será tanto melhor alcançada na medida em que as várias disciplinas que historicamente tem se ocupado separadamente em conhecer os vários aspectos dessa realidade superem suas ações isoladas e fragmentadas, e passem a se organizar de modo cooperativo e integrado, provocando uma interpretação complexa da realidade.

O presente trabalho foi centrado na reconstituição da memória local, adotando como instrumento a História Oral, com a finalidade de analisar a realidade     sócio-econômico e cultural desta localidade, facilitando a troca do saberes entre os segmentos que formam a comunidade visando traçar o perfil do Rio Sapucajuba.

 

 

 

                                                              Maria de Fátima Santos de Oliveira e

                                                              Valdivino Cunha da Silva

                                                                            Educadores

 

 

Sapucajuba conta...


Na verdade a história existe desde o momento em que nós somos humanos e passamos a existir. Conforme nos conta Dona Maria do Livramento, que fora nascida e criada no Sapucajuba, o primeiro morador de Sapucajuba foi Raimundo Corrêa, cujo tinha apelido de “sapu” e, sua subsistência era farinha com açaí, que se chamava “Sajuba”. Segundo ela, a união desses dois nomes, “sapu” + “Cajuba”, deu-se o surgimento do Rio Sapucajuba.

Dona Maria nos conta que, a primeira reza realizada no Rio Sapucajuba foi numa capela de madeira, celebrada pelo padre Valeriano, com quatro noites de festas, de quinta-feira até domingo, passado alguns anos, depois de várias dificuldades, conseguiram finalmente construir a Igreja de cimento de São Raimundo Nonato, que permanece até os dias de hoje. Ela conta que passou seis anos fora de sua terra natal, e ao voltar à capela já tinha sido inaugurada, sob a coordenação de Sebastião Matias Pereira.

As atividades exercidas nessa época eram: a roça (onde se plantava mandioca, que passava por um processo manual, produzindo a farinha); o roçado (onde eram plantados vários tipos de frutas, legumes, cereais, etc.) e o engenho (local onde se produzia “cachaça” da cana-de-açúcar). 

Outra moradora, Dona Maria da Paz Rodrigues, nascida no dia 12 de dezembro de 1917, criada no Rio Tucumanduba, viveu em vários lugares, antes de vim morar no Sapucajuba. Quando veio morar no Sapucajuba tinha 16 anos de idade. Ela falou que ao vir habitar no Sapucajuba, não era nem a metade povoada do que é agora, existiam pouquíssimas famílias morando no Sapucajuba. As moradias eram feitas de açaizeiros, paredes de miriti e teto de palha. Seus principais trabalhos eram: a roça, tapar igarapés, cortar seringueiras para extrair Látex, diz também que os meios de comunicações não existiam. Diz ainda que transportes não existia a não ser canoas, pra ir á Abaeté a remo. Seus utensílios domésticos eram de barro (panela, prato, colheres, fogão, tigela, etc...).

 

Já a Dona Nantirdes dos Santos Matias diz que sua  história do Sapucajuba com certeza é bastante longa, mas é uma pena que boa parte já tenha se perdido. Ela acredita que           conversando com pessoas mais idosas é possível resgatar boa parte dessa história.   

 

Segundo as informações coletadas durante este projeto, uma das entrevistas com uma “senhora” da localidade, foi possível constatar que a Dona “Bermina” foi uma das primeiras moradoras do Rio Sapucajuba, mas além de Bermina, outros moradores da mesma época possuíam grandes extensões de terras, onde nas terras de Bermina foi construído um engenho por dois irmãos, Mimin Corrêa e Alasir Corrêa, abrangendo não só apenas trabalhadores da própria localidade, pois também de outras localidades que traziam cana e lenha em grandes “batelões” como eram chamados na época os “cascos” grandes. Outros moradores que começaram a instalar-se no interior de Sapucajuba e começaram a cultivar a terra como meio de subsistência. O senhor Mimin Corrêa em sua residência possuía uma imagem de um santo, chamado de São Raimundo, onde o ano inteiro ficava em casa, pois em seu festejo, no primeiro dia era realizada uma missa e logo após começava sua festividade. Depois de alguns tempos, alguns senhores começaram a levar a imagem do santo ás demais comunidades e logo em seguida foi construída a igreja de São Raimundo, toda em madeira e, portanto, a partir daí ficou conhecida como comunidade São Raimundo. Algumas pessoas de outros lugares, compraram terras e assim o Rio Sapucajuba começou a povoar-se, a maioria das pessoas vindas para a comunidade era porque tinham alguns parentes ou casavam-se, construindo e formando sua família.

 

Artesanato


Antigamente as pessoas sobreviviam somente do artesanato tendo como matéria prima básica o talo do miriti, os cipós entre outros. Hoje são poucas pessoas que ainda vivem do artesanato, porque o material está ficando escasso e dessa forma, são poucas as pessoas que tem acesso a esse material, o motivo dessa escassez é o uso sem controle, que está levando ao sumiço desses materiais. Para fazer o artesanato é preciso comprar o material de outras localidades.

 

A seguir será descrito a forma como os ribeirinhos confeccionam seus produtos indispensáveis ao seu dia-a-dia

 

 

MATAPI

 

Para fazer o matapi é preciso comprar a tala, a fibra, garaxama e o cipó.

apara-se  a tala na forma, limpa, depois tece o pari. Fecha, põe-o na garaxama. Tece a língua e faz o funil. Depois prega a tampa.  Ela no ensina que para confeccionar  um matapi a receita é a seguinte: apara-se  a tala na forma, limpa, depois tece o pari. Fecha, põe-o na garaxama. Tece a língua faz o funil. Depois prega a tampa. Vale ressaltar que não há uma uniformidade na confecção desse materiais.variando muitas vezes de comunidade a comunidade ou dos próprios artesãos, muito embora a essência seja mantida.

 

 

RASA

Tala do miriti, a tala de urumã a tala da jacitara. O beço é feito de garrafa de refrigerante. A comercialização é feita na própria localidade para os compradores de açaí. Ela gosta da profissão porque gosta de trabalhar. E é também seu meio de sobrevivência.

A rasa também é feita de  Jacitara, também pode ser feita de urumã e miriti. E o berço é feito de garrafa de refrigerante.

 

 

PENEIRA

Para fazer a peneira utiliza-se a tala do urumã e varas.

O trabalho na olaria já é de difícil acesso porque está ficando muito e em função disso, poucas pessoas se dedicam a fabricação de tijolos.

Limpa-se a tala, tece o peneiro. O peneiro é feito de Jupati.

Serve para deposito de camarão salgado, é comercializado na localidade.

 

Em se tratando sobre o matapi para a Sra.  Maria de Nazaré Martins Leal, que tem 29 anos e trabalha há doze anos na profissão o preço da matapi é R$ 2,50 (dois reais e cinqüenta centavos), cada unidade. Esse produto é vendido na localidade. Nazaré diz além de gostar da profissão, é  também é um meio de sobrevivência. Ela no ensina que para confeccionar  um matapi a receita é a seguinte: apara-se  a tala na forma, limpa, depois tece o pari. Fecha, põe-o na garaxama. Tece a língua faz o funil. Depois prega a tampa. 

Quanto ao preparo da  rasa para a Sra.  Maria Gonçalves Leal, de 55 anos de idade e que trabalha desde os 15 anos de idade, o preço da rasa é R$ 2,00 (dois reais) a unidade. A comercialização é feita na localidade para os compradores de açaí. Ela gosta da profissão porque gosta de trabalhar. E é também seu meio de sobrevivência.

 

Modo de preparo

 

Destapa a jacitara, põem pra secar, depois faz o fundo e em seguida tece a árvore, depois amarra o berço.

Entretanto para a fabricação de paneiro (cesto), segundo a Dona Deleuza Laba Leal,que tem 35 anos e trabalha desde o dez anos na profissão, o preço da cesta é de R$ 0,50 (cinqüenta centavos) a unidade, que é vendida na localidade. Ela trabalha porque é o seu meio de sobrevivência.

Modo de preparo:

Limpa-se a tala, tece o peneiro. O peneiro é feito de Jupati.

Serve para deposito de camarão salgado, é comercializado na localidade.

 

Para o senhor Floresvaldo de Souza Leal, que tem 62 anos e trabalha 12 anos no ramo diz não gostar da profissão porque já enjoou e a produção está sendo pouca, o barro é trazido de longe.


Cotidiano


Sapucajuba Conta...

O cotidiano do Sapucajubense é tão normal como em quaisquer outros lugares que existem. As pessoas de lá trabalham duro todo o dia, principalmente na pesca.

Na pesca do matapí, as pessoas acordam cedo às 6hs da manhã para tirar camarão e depois pescar. Um trabalho feito mais pelas mulheres é varrer a casa, lavar roupa todo dia que é a profissão da dona de casa, fazer a comida, fofocar com o vizinho até da um tempo de aprontar a comida. 

A pesca da rede (tramalho) é feita pelos homens que é o trabalho mais pesado, os homens (pescadores), eles ficam quase 5 horas de tempo pegando sol na baia, até conseguir a sua comida que é a pesca do mapará e dourada. Essa tradição ainda existe desde a época dos indígenas.

 

Depois do almoço, alguns descansam, enquanto outros saem para trabalhar, o mesmo dia pela parte da tarde, onde novamente o trabalho é de iscar o matapí, fazendo a puqueca. Dentro dessa puqueca está uma mistura heterogênea e também, claro que é a isca do camarão (misturas do babaçu e o farelo). Terminando de iscar o matapí, pega o casco e o remo, coloca ele no caso para sentar (palavra muito utilizada para levar o matapí até a água e amarrar na vara). Vara é onde se amarra o matapí. Terminando essa etapa, quando não tem mais nada para fazer, toma esse banho, come-se quando tem o que comer.

A maioria das pessoas daqui do Sapucajuba, têm motor de luz e a sua TV pra assistir novela, porque o caboclo do sitio gosta muito de novela. Enquanto outras já não tenham nem motor e nem televisão, aonde eles têm duas opções, de ir para casa do vizinho ou “amarrar” (linguagem muito falada) a rede pra dormir depois de um dia muito agitado.

 

 

 

Linguagem

A linguagem de nossa região é caboclada, sem preocupação com a linguagem culta, portanto, uma linguagem regionalizada.

Amarrar a rede de dormir” (artar)

“Eu vô lá na Sintima”.

“Bora embora”: Vamos a boa hora

“Da donde”

“Compadre”

“Que ta comadre”

“Eu vô bem compadre”

““Na Baeté”: em Abaeté”

“Passa pra cá piqueno”.

“Qui ta sumano”: que tal meu irmão.

“Sar”: Em vez do L é trocado pelo r.

“Cadê meu decumento”: palavra muito utilizada, ou seja, muito antiga que ainda é usada pelos idosos.

“Vamo derrubar a avé” (árvore de açaí).

“Vaia lá em casa”: Vai lá a casa.

 

 

 Educação


Para tratar de educação quem colaborou neste projeto foi à senhora Dionéia Fonseca Almeida, que tem 60 anos e reside aqui no Rio Sapucajuba e nasceu em 11/11/1946. Além de citar como referência o nome da Professora Maria José Carvalho que pertence a Escola Municipal do Rio Sapucajuba. Antigamente não havia colégio, os alunos estudavam em casa de família, não havia recurso naquela época. Os alunos de 4ª série ajudavam a professora a ensinar os alunos da 1ª série, em função da quantidade de alunos para uma única professora, o que nos leva de que o ensino naquela localidade ficava aquém do esperado, pois só havia uma professora que se chamava Maria José Carvalho.

 

Antigamente não havia merenda, os alunos que estudavam na parte da manhã iam de suas casas só com o café que tomavam, até a hora de vir embora, pois no tempo de seus filhos que já existia a merenda, mais não havia serventes, cada aluno levava a sua lenha para fazer a merenda, porque naquela época era fogão de lenha.

Os alunos estudavam na casa da professora, a casa não era muito grande, tinha só dois compartimentos, não tinha carteira, os alunos sentavam no chão para estudar. Isso aconteceu por volta de 1937, não havia recursos para a educação.

 

A professora Dionéia, quando começou a trabalhar tinha quatro mesas e oito bancos, mais não dava para todos que eram obrigados sentarem no chão.  Isso aconteceu por volta de 1984.

Então a professora Venine dava um assunto como, por exemplo: Conhecimentos Gerais e  sabatinava s alunos dias de sábado. A professora davaum determinado assunto e no dia seguinte ela perguntava pros os alunos. Quem soubesse não apanhavam e aquele que não soubesse apanhava com palmatória. Então os alunos tinham que se esforçar bastante.

E hoje em dia a escola é alugada pelo município e a merenda é da prefeitura, pois ainda não tem uma escola adequada. Hoje o nome da escola é Escola Municipal de Educação Infantil e de Ensino Fundamental Bom Pastor.

Na escola estudam 115 alunos. A escola não atende de forma satisfatória a comunidade, necsssitando de alguns ajustes. A antiga escola  era uma casa de família, pois a casa era da própria professora, onde os alunos se serviam como: água, banheiro etc... E às vezes a diretora ia buscar a merenda na cidade. O corpo docente da escola é formado por cinco professores: Dionéia Fonseca Almeida, Eli Regina Quaresma de Lima (Diretora), Elieth Fonseca Almeida, Leila Fonseca Almeida e Márcio Paulo de Oliveira que lecionam  de 1ª a 4ª série.

Já para a Dona  Antônia Matias Martins, que tem 52 anos e nasceu no dia 28 de outubro de 1954 e tem como endereço o Rio Sapucajuba colaborou também contribuindo quanto ao aspecto da educação daqui. Pos conforme nos conta, antigamente havia vários nomes de escola. A da professora Cléa de Cartilho Lobato, o nome da escola onde ela dava aula era São Pedro, dá professora Antônia era São Raimundo. Depois que elas passaram a trabalhar juntas, em 1985, que passou a se escola São Raimundo.

A educação de 1ª a 4ª série era rígida, eles respeitavam os mais velhos, aprendiam melhor, porque tinha uma série multi-Aseriados, porque eles aprendiam bastante.

Com as mudanças da ciência da Lei, tirada da lei rígida, trazida para a escola flexível. Com essa mudança os alunos não estão conseguindo aprender, não respeitam os professores, as pessoas mais idosas, etc.

O GEEM foi implantado em 1999 com várias turmas de 5ª a 3ª ano do Ensino Médio. Pois já saiu duas turmas formadas do Ensino Médio e continua a batalha com os outros alunos. O GEEM é uma modalidade de ensino em forma de módulo implantado pelo Governo do Pará onde consiste no revezamento de professores na localidade sem prejuízo de carga horária ou disciplina aos alunos. Uma das reclamações dos alunos do GEEM diz respeito a merenda escolar pois  muitas escola não disponibiliza merenda a eles. Isso nem sempre foia assim, pois no início a merenda era servida a todos independentemente de ser ou não aluno do GEEM, isso pelo menos até 2003. Com a mudança para o governo, Jatene, começou a faltar merenda. Somente  agora está sendo regularizada a merenda.

Nome das professoras e diretora que participam da educação da escola São Raimundo são:

Diretora: Antônia Matias Martins.

Professoras: Cléa de Cartilho Lobato Pereira, Rosilene Corrêa da Silva.

Existem também os professores do GEEM, que cada módulo vêm professores diferentes.Todas essas pessoas trabalham na educação da Escola São Raimundo.


Açaí  Nativo


A touceira tem que ser no mínimo três a cinco metros de distância uma da outra, com três açaizeiros em cada. Com isso o açaizeira se desenvolve mais, e o palmito tem mais valor. Os primeiros cachos são pequenos, mais com o tempo ela se desenvolve e dar cachos maiores. Uma açaizeira plantada e bem cuidada custa quatro anos para produzir, quando começa a afinar a rama já está na hora de cortá-la para dar oportunidade para outras novas, chamadas filhotões.

Cuidados:

Tem que cavar a terra, abrir um buraco que não deixe a raiz ficar apertada, e não deixar feri-la, depois de plantada tem que limpar a açaizeira, não deixar o mato crescer do lado, tirar o corotar seco.

O açaí começa a paroá no mês de setembro e para de dar o açaí no mês de setembro e para dar açaí no mês de janeiro.

Também há uma técnica que muda a safra do açaí. Quando uma arvore começa a dar um cacho de açaí, esse cacho só ira apretar com seis meses.

Exemplo: se der setembro, vai apretar em Março, se você quiser que aprete em outubro, tem que arrancar o primeiro cacho dessas arvore, o segundo até completar os seis meses. Daí ele acostuma a dar naquela determinada época. Logo que iniciou a venda do açaí, os donos dos açaizais apanhavam e iam vender de canoa para Abaetetuba, e o açaí não tinha muito valor, era muito barato.

Hoje as pessoas vendem na cidade se quiser, pois tem os marreteiros que vêm pegar o açaí na casa do agricultor. A venda inicia-se no mês de Setembro num preço de 5 a 7 reais, ao final da safra (Janeiro) chega a custar R$ 25.

Despesa para quem leva o açaí diretamente para a cidade. O pecunheiro (apanhador do açaí) R$1,50 por cada raza.

Pessoa que leva o açaí R$ 0,50. Ajudante (quem debulha o açaí) R$1,50

Aluguel do barco R$2,50 por cada raza. Pessoa que leva o açaí R$0,50.

Produtor é a pessoa que vai apanhar o açaí. Quando o açaí é apanhado tem que ser colocado em cima de um encerado (plástico) para que não toque no chão, livre de contaminação, no debulhar tem que usar luvas plásticas bem limpas, e depois colocadas em basquetas que devem ser lavadas com sabão e água sanitária, no açaí não ter nenhuma folha e pau. Em casa não pode exposto perto de animais como cachorro, gato que soltam pêlos, da poeira e de insetos.

 

O manipulador

 

O manipulador é o batedor do açaí, têm que haver muita higiene, as unhas têm que estar bem limpas, curtas e não pode ser pintado, o cabelo preso a uma toca, as roupas bem limpas. A máquina tem que está muito limpa, lavada todos os dias com sabão e água sanitária, desmontada e depois colocada em cima de uma mesa coberta com um guardanapo limpo. A água tem que está coberta e clorada.

1 lata de açaí na safra faz no máximo 8 litros e custo R$1,00, no final depende do preço do açaí em lata, se custar R$30,00 faz 40 litros, num preço de R$30,00 segundo o informante André Pereira Fonseca

 

 

Miriti

 

O tempo de maturação  do miriti, é de dois em dois anos.

O miritizeiro demora em dar os cachos no mínimo uns dez anos.

O miriti dá primeiro os braços e depois seca e cai a coratá, vai até aparecer o caule, esses braços serve para trabalhar com o artesanato, se cortar os braços o miritizeiro demora mais tempo para dar o fruto.

O fruto é ajuntado debaixo da árvore, que quando está maduro ele cai da árvore. Outras pessoas sobem em alguma árvore que está ao lado do miritizeiro, corta o cacho maduro, com os cincos dias ele solta do cacho, depois para descer, costa um canto da folha e ele vem descendo aos poucos até chagar ao chão.

Para colocar para amolecer, tem que lavar uma lata, ou pote de barro, coloca o miriti dentro da água e depois põe para esquentar a água.

No final da safra o miriti começa secar e isso impede dele amolecer mais rápido.

O miritizeiro é natural do mato, não há, no Pará, o manejo de miriti. Ele ajuda muito as populações ribeirinhas, pois ele substitui o açaí. Um paneiro do miriti duro custa R$ 2,00 (dois reais)

Das talas do miritizeiro faz-se o paneiro, do braço faz-se artesanato de miriti (brinquedo), do tronco faz-se ponte.

O miriti da nossa região é vendido na própria região.

Depois de batido e litro sai a R$1,00 o miriti acompanha a comida, o mingau, toma o suco com açúcar, tirar o óleo para fritar comida.

Pega o suco do miriti, ferve, depois de fervido separa o óleo e a espuma segundo a informante Aurora Moisés Negrão.

 

 

Comércio

 

 

Antigamente o comércio funcionava em casas grandes, onde se vendiam os produtos de acordo com sua força de trabalho, o comerciante contratava pessoas para realizar seus trabalhos em troca eram pagas com alimentos. Sendo que os tipos desses trabalhos eram: roçado, lenha, barro, engenho e a borracha que nesta época era o produto mais comercializado.

 

Os seringueiros falavam com os comerciantes que era quem comprava a borracha e eles iam tirar a borracha para ele, em troca era pago com alimentos de preços elevados, como por exemplo: se o feijão custasse R$ 3,00 ele cobraria o preço de  R$ 6,00, com isso os seringueiros passavam por um trabalho escravista e nunca saia do caderno do patrão, sempre tendo que trabalhar para pagar conta ou seja, esse trabalho só dava para a sobrevivência.

Essas mercadorias só davam lucro para seus vendedores, porque os compradores não sabiam valorizar seus trabalhos, eles compravam essas mercadorias, de um preço e revendiam com outro preço para seu freguês, ou seja, com lucro eles espalhavam comércios para outras localidades como por exemplos: Rio da Prata, Muaná e Rio Cajuúba, e o que eles lucravam eles repartiam com o seu patrão. Fora isso esse patrão tinha várias embarcações que transportavam lenha para Belém, comprava uculba e revendia em Icoarací só que ele comprava conforme a safra; começava em Janeiro, Fevereiro, Março, abril.Sendo que comerciante era o senhor Alexandre Corrêa que trabalhou poucos anos, e depois deixou para seus filhos, porque estava muito idoso e não tinha mais capacidade de trabalhar, segundo o informante Valdomiro Caripuna Corrêa. 

Ele é feito em casas pequenas ou no lado da casa ou até mesmo dentro. Com a venda de variados produtos alguns bastante caros e outros mais baratos. De acordo com o preço que foi comprado no mercado de vendas, para que o comerciante passou a ficar com o lucro para manter o capital do comércio sempre funcionando.

Para algumas pessoas os comerciantes até vende fiado, ou seja, para as pessoas de suas eterna confiança e para outra que não confia só vende se for por dinheiro.

 

Transporte

 

Hoje em dia o transporte é uma forma de sobrevivência para as pessoas, porque antigamente o transporte não era utilizado como hoje em dia, ou seja, as pessoas pra poder ir a Abaeté, tinham que ir de canoa porque existiam poucos recursos quanto à navegação.

Sendo que hoje para os ribeirinhos o transporte é muito importante na vida das pessoas, porque é utilizado para transportar cargas e pessoas de Abaeté  para o interior e outras coisas a mais.

Como sabemos o transporte mais utilizado são canoas, cascos, e rabetas, porque são transportes pequenos para ser utilizado nos rios e nos furos. E as outras embarcações maiores as pessoas utilizam com menos serventia, ou seja, só servem para as pessoas pescarem, como por exemplo, transportam mercadorias, transportam madeiras, irem para o estado do Amazonas e outros lugares.

Sendo que alguns freteiros passam os aposentados, para receber o seu dinheiro de aposentadoria, só que esses aposentados pagam esses freteiros com a quantia de R$ 4,00 cada pessoa, esse dinheiro tem que dá sua despesa e a de sua família.

O tempo que dar mais dinheiro é o mês que tem festas tradicionais, que as pessoas vão do interior para Abaetetuba, para passa a festa de Conceição.

 

 

 

Medicina Popular


Tosse: Para combater a tosse podemos fazer o xarope do Agrião.

Modo de Fazer: Socamos algumas folhas do agrião e tiramos o sumo e misturamos um pouco de mel de abelha e um pouco  de suco de limão  batemos tudo com o sumo do agrião até ficar bem mistura.

Modo de Usar: A criança ou até mesmo  adulto tomar 1 Colher (de chá) 2 a 3 vezes ao dia.

Para Reduzir o Inchaço: Para reduzir o inchaço dos pés cozinhamos 2 a 3 folhas de do abacateiro em ½ litro de água deixando ferver de 10 a 15 minutos.

Modo de Usar: Tomamos um copo (de chá) 2 vezes ao dia.

Obs:  É bom também para fortificar dentes e gengivas e para curar infecções.

 Modo de Usar: Mastigamos a folha do abacateiro fresca.

Cólica Menstrual: Para diminuir a cólica menstrual, fazemos a chá com 1 ou 2 ramos de arruda.

Modo de Fazer: Colocamos ½  litro de água , e colocamos a folha da arruda e deixe ferver de 15 a 20 minutos.

Modo de Usar: Tomar 1 copo de chá 2 vezes ao dia.

Pressão Alta: Em caso de pressão alta, preparamos  o chuchu da seguinte  forma: Lavamos o chuchu usando uma escovinha para  tirar o eventual agrotóxico da casca. Depois cortamos em fatias e batemos no liquidificador com um pouco de suco de laranja e coamos.

Modo de Usar: Tomar 2 á 3 vezes ao dia.

No caso de emagrecimento cortamos o chuchu e colocamos  na água.

Modo de Usar: Tomar diariamente.

Náusea e Vômito: Contra  náusea e vômito, pegue 2 ou 3 pedaços de pau de canela e coloque dentro de ½ copo de água fria. Aguarde meia hora e beba.

Hemorróida: Já no caso da hemorróida prepara-se um suco feito da casca grossa da babosa.

Modo de Fazer: Faz o suco da casca grossa da babosa corta a parte interna e espreme.

Modo de Usar: Tomar 2 vezes ao dia.

Para Infecções: Pegamos o amor crescido socamos e misturamos com o leite condensado para beber.

Modo de Usar: tomar 3 vezes ao dia.

Pessoa Entrevistada: Ema da Conceição M. Maués.

Derrame: Em caso de derrame é necessário a casca da copaíba, a folha do beribá e óleo elétrico.

Modo de Fazer: Ferver o chá da folha do beribá com a casca da copaíba durante 15 minutos e coloca ½ copo de chá e logo após 3 pingos de óleo elétrico.

Modo de Usar: pegue o ½ copo de chá e 3 pingos de óleo elétrico, metade é para tomar, e o resto coloque no sereno para colocar no meio da acabeça.

Obs: No caso de ficar alguma seqüela passa-se a banha da preguiça real.

Espasmos: Sabemos que pode ocorrer em qualquer pessoa, desde criancinhas até idosos.

O tratamento ocorre através de remédios, hortaliças e alface.

Modo de Fazer: Ferver o chá com os talos de alface com 40g por litro de água e tomar 3 xícaras ao dia.

E o pepino: Fazer o suco desluido em água. Tomar 250ml 2 vezes ao dia e comer saladas cruas de rabanete.

No Caso das Frutas

Laranja: Refeições exclusivas 3 vezes por semana.

Limão: Cura de limão e a maçã refeição exclusivas 3 vezes por semana.

Plantas são:

Camomila:  Chá das folhas e flores 20g para 1 litro de água. Tomar 4 xícaras ao dia.

Capim-Cidreira: Chá das folhas e raízes (20g para 1 litro de água). Tomar 5 xícaras ao dia.

Hortelã: Chá das folhas (20g para 1 litro de água) tomar 5 xícaras.

Sapinho

O sapinho são manchas esbranquiçadas que surgem na mucosa da boca e na língua, muito freqüente em bebês. E geralmente são causadas por acidez estomacal.

 

O Tratamento

 O feijão: Pegar  feijão cozinhar e retirar  o caldo do cozimento, sem temperar, depois de frio aplique na boca da criança, com um algodão embebido. Deixe agir por 15 minutos e lave em água corrente.

O suco puro  do tomate aplica na boca da criança com um algodão embebido. Deixe agir por 10 minutos e lave em água corrente.

Frutas

Banana: Cortar a bananeira e aparar com um copo a nódoa que escorre: Aplique na boca da criança, com um algodão embebido. Deixe agir por 10 minutos  e lave em água corrente.

Romã: Chá da casca  do auto (1 romã para 250 ml de água). Aplique na boca da criança com um algodão embebido deixe por 10 minutos e lave em água corrente.

Plantas: Tanchagem:  Sumo da folhas trituradas. Aplique na boca da criança com um algodão embebido deixe por 10 minutos e lave em água corrente.

 

Tifo

Tratamento:

1ª semana.

De 3 a 5 dias, tome água de alho com gotas de limão, de hora em hora, 1 colher de sopa; suco de cenouras de hora em hora, 1 colher de sopa; água, quando tiver sede; água de côco.

Para baixar a febre, use fricções frias energias, quantas vezes precisar pela manhã.  

1 banho de tronco de 10 minutos, em alfarda.

Resfrie com banho, emplasto de barro a região toda do ventre, estomago e rins. Cubra bem com lã, aqueça os pés com bolsa de água de quente. Deixe por duas horas.

Tire  o  emplasto de barro, resfrie em banho vital.

Massagem com óleo de oliva no corpo todo, principalmente na região do ventre, e deixe descansar.

A  tarde

Deixe o doente suar, envolvendo-o no lençol dobrado, molhado no chá de alfada e sal. Enrole em cobertores e bolsa de água e deixe.

Resfrie com faixa fria e com gelo na região baixa do ventre.

Aplique em seguida empasta de barro, como foi escrito acima.

Mantenha os pés aquecidos. Deixe por três horas.

Retire o emplasto, aplique um banho vital com os pés aquecidos deixe descansar.

Massagem com óleo de oliva,  no corpo todo principalmente no ventre.

Dormir com emplasto de barro.

 

3ª semana

1ª refeição: frutas com castanha-do-pará

2ª refeição: saladas  cruas, batata, cará ou inhame.

3ª refeição: frutas com castanha-do-pará.

Em jejum e as deitar, um copo de suco de mamão ou cenoura ou água de côco.

Continue com o tratamento indicado importante: A criança deve usar desde o primeiro dia, três vezes ao dia 1 colher  de sobremesa de carvão vegetal, diminua a dose assim que apresentar melhoras, segundo a entrevistada Maria Brasil Martins Costa.

 

Como Cuidar do Bebê Com Diarréia

 

A diarréia é muito perigosa para o bebê e para a criança pequena. Normalmente não hã necessidade de medicamento, mas cuidados especiais devem ser tomados porque o bebê pode morrer rapidamente  de desidratação.

Dê goles de água de arroz e soro caseiro (p. 178).

Hemorragia Nasal

 

Hemorragia Nasal é perda de sangue pelo  nariz. Ela ocorre pelo excesso de sal, esforço ao espirrar, muito calor  ou frio.

Na maioria das vezes, a criança que cresce ao ar livre exercitando-se naturalmente ao sol e com alimentação rica em vitaminas e sais minerais, está livre desse mal.

Plantas Úteis: cavalinha, casca de carvalho, alfafa, mil - folhas.

Tratamento: em caso de crise.

Deixe a criança de costas com os pés do cansa. Coloque os pés  até a barriga da perna em água quente (escalda-pés).

Imediatamente, coloque uma faixa de 8 dobras com gelo na região genital.

Use uma  compressa fria também sobre as faces e nariz introduza nas narinas chá forte de cavalinha e a casca de carvalho,  3 a 4 gotas em cada narina, se a hemorragia persistir, procure um profissional.

Inflamação do Útero.

A  inflamação do útero é chamada de cervicite, e não deve ser descuidada.

Plantas úteis: malva, camomila, salvia, alecrim,  mil-folhas, espinheira santa, calêndula.

Tratamento: Banho de tronco de 20 minutos com chá de eucalipto, uma vez  ao dia.

Banho frio de fricção na região genital, 3 vezes ao dia, de 5 a 20 minutos de duração.

Lavagens genitais (durante a primeira semana do tratamento, 3 vezes ao dia com 1  copo de chá de malva, sálvia ou camomila). Veja  o tratamento para corrimento.

Deite com  travesseiro nos quadris, introduza  o chá forte e permaneça alguns minutos nessa posição.

Na segunda semana, use a ducha vaginal 2 vezes por dia e na 3ª semana, 1 vez por dia.

Durma com emplato frio de argila na região baixa do ventre, e pés aquecidos. Usa os emplatos de argila 2 vezes ao dia.

Banho de sal de 15 minutos à 1 hora por dia nos  horários próprios.

Procure sempre o acompanhamento médico para a avaliação dos resultados para exames e diagnósticos segundo a informante Dioneia Fonseca Almeida

 

 Infarto do Miocárdio.

 

O infarto é uma súbita dor em que a pessoa sente dores do lado esquerdo do peito e adormece o braço esquerdo, dores no tornozelo direito, náuseas, tonturas, etc.

O tratamento é:

Faz o suco das folhas e dos talos da alface em água e tomar 3 xícaras ao dia.

Amassa 3 dentes de alho, deixá-los de molho por duas horas num copo d’água. Tomar 3 xícaras ao dia.

Berinjela: fazer o suco diluído em água, juntamente com 1 limão. Tomar 250 ml de manhã, em jejum.

Cebola: fazer o suco diluído em água e limão. Tomar 2 xícaras ao dia.

As frutas são:

Abacaxi – fazer refeições exclusivas 3 vezes ao dia por semana.

Limão – fazer o chá de limão.

Maçã – refeições exclusivas 3 fezes por semana.

As plantas são:

Guaraná: fazer o chá do pó do guaraná (30g para 1 litro de água). Tomar 4 xícaras ao dia.

Fazer o chá das folhas de sete-sangrias (30g para 1 litro de água) tomar 4 xícaras ao dia.

Outros tratamentos

Diluir 20 g em 1 litro de mel de abelhas. Tomar  4 colheres das de sopa ao dia.

A Geoterapia – compressa de argila sobre o coração, com duração de 2 horas segundo a informante  Joana Martins Maués.

  

Tipo de pesca (caniço)


Para o senhor Deusdete Pereira Gonçalvez, que tem 60anos, há 36 anos esta no ramo da pesca e foram elaboradas algumas perguntas para ele: como é praticado esse tipo de pesca? Quais são os equipamentos necessários? Segundo ele primeiro pega-se uma vara e um anzol, é só amarra o anzol numa linha e amarra na ponta da vara e o caniço está pronto para pescar.

Quando há o período em que o peixe fica escasso e há um período que ele fica farto, segundo ele a fartura é quando chega à safra, nesse período praticamente se uma pessoa pescar todo o dia, todo o dia ela pega.

Para ele o periodo escasso é geralmente nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, o peixe some, e só começa aparecer do mês de Abril em diante.

O funcionamento do sistema de atravessamento do produto até o consumidor, segundo Deusdete Gonçalves, é quando  é tirado para o sustento, e quando sobra e é vendida na região.

Segundo ele para melhorar a vida do pescador na região é preciso primeiramente se tivesse um lugar reservado para uma procriação. Acabar com a rede de lanciar, tarrafa e as redes plásticas.

O interessante é que ele deixa um recado para as autoridades (políticas) a favor do pescador que é o seguinte: “Por favor, que mande acudir o povo da região que está precisando muito da alimentação da pesca”.

 

 

Tipo de pesca (matapi)

 

Já na pesca do matapi para o senhor João Reis Marques Gonçalves, que tem 37 anos, reside no Rio Anequara e tem 30 anos e exerce a profissão de pescador. Ele a pesca é praticado usando primeiro a tala, cipó, roda ou garachama, corda, vara e fibra e os equipamentos necessários é  a poqueca feita de babaçu e fardo.

Primeiro preparamos a tala, roda, cipó e cortamos a fibra, fazemos o tambor depois o funil da tala, corta a roda ou garachama até o tamanho certo depois entormas até ficar uma roda. Colocamos a roda dentro do tambor e começamos a apertar e depois apertamos os funis junto ao tambor e por fim fazemos a tampa colocamos a corda e fica pronto o Matapi.

À tarde fazemos a poqueca, amarramos na tampa e na boca do matapi, ai colocamos no casco vamos para a praia e amarramos na vara, passa a noite quando é de manhã nós vamos buscar ou tirar o matapí eu com a minha mulher ai dispecamos o matapi e levamos a produção ou camarão para o fiscal olhar quanto quilo pega.

Para ele  a maré ideal que dar o camarão é quando tem maré que dar no laçante e tem maré que da nas mortas.

A produção, segundo João Gonçalves, esta dando muito pouco camarão nesse mês (Junho/2007) e não sei se vai melhorar em outro mês.

Para ele a quantidade de matapi necessário para pesca seria de 45 matapis.

Segundo ele a maior pega de camarão sua neste ano foi de 5 kg. Esta dando pouco o camarão porque esta aumentando cada vez mais a população e só agora esse tempo aumentou o dobro de matapi. E aumentou o dobro do matapi porque a lei que foi feita para pescadores do seguro desemprego.

O camarão é vendido às vezes para o marreteiro outras vezes agente descasca para vender em Abaeté.O camarão vivo é vendido no máximo R$ 2,00 e o discado às vezes é vendido por R$ 8,00, R$ 5,00, R$ 6,00 de mas agora que ta pouco camarão ai aumenta o preço

 

Para ele o que se deve ser feito para melhorar a vida do pescador na região é que tem que diminuir mais o matapi de um jeito de sairmos para pescar em outro lugar para descançar o lugar aqui na baia pra vê se melhora a situação.

 

O recado que deixa para as autoridades (políticas) e as leis a favor do pescador: “Pra quando eles pegarem os cargos, for honesto não enganarem o povo porque vêem aqui querer votos, ele só falta chorar para as pessoas.”

      Para as autoridades trabalharem sério em seu serviço e não dar cobertura aos bandidos. E pros advogados prestarem atenção no que estão fazendo, estão defendendo muitos os bandidos e os inocentes tão prendendo porque não tem dinheiro para pagar os advogados e muitos são pescadores.

 

 TIPO DE PESCA (ESPINHEU)

 

Para a senhora Maria marques Gonçalves, que tem 45 anos de idade  e exerce a   profissão há 35 anos,  ela nos ensina como praticar esse tipo de pesca e o equipamento necessário tira-se a maiuira. Corta e isca-se no anzol, ai vão  para a baia e jogam lá fora no resto da maré. Quando é no outro dia voltam  para ir tirar o espinheu.

Os equipamentos são o nailon, anzol, marra e bóia.

Para ela a um período em que ele fica farto dependendo do ano, porque hoje em dia tudo está mudado, tem ano que dá bem peixe, e tem outro que dá pouco, não existe mais safra.

 

Segundo ela o funcionamento do sistema de atravessamento do produtor, até o consumidor é desigual, pois ela diz-nos “ eu vendo para o atravessador porque a minha pesca, compramos óleo fiado quando chegar ao fim da semana ele faz o juste da produção e desconta o débito, se pagar pagou se não pagar pesca há outra semana para pagar assim por diante “é o sistema de aviamento da borracha, se aplicando nos rios”, nos diz o professor

 

Maria Gonçalves argumenta para melhorar a vida do pescador da região teria que arrumar emprego e os pescadores para eles saírem dessa vida para ver se melhora a condição da pesca e o recado que ela deixa para as autoridades a favor do pescador é que queria que a lei brasileira mudasse porque elas beneficiam os políticos porque se eles roubam não é roubo é desvio. Às vezes quando pegam um político ou um empresário num roubo são muito difícil eles serem preso, porque eles têm poder aquisitivo que é o dinheiro.

 

Quanto a maré, é nela que se  que pega uma boa quantidade de dourado. Para ela é a maré de quarto e coloca o espinhéu no canal grande ou em cima do seco e o filhote num lugar chamado rego da pedra.

 

 

TIPO DE PESCA  ( BLOQUEIO)

 

 

Para o senhor José Marques Gonçalves que tem 52 anos de idade e 40 exerce a profissão de pescador, os equipamentos necessários para esse tipo de pesca são: Sonda, Tala, 3 casca grande, a rede de bloqueio (ou bloqueio), as pessoas que trabalham no bloqueio são mais ou menos 25 a 30 homens e as  pessoas trabalham no caxo da turma são 10 trabalhadores nos dois cascos grande. E no da carona 5 nos dos Taleiros somos 3 e 3 pilotos, marreteiro são 5 pessoas em cada barco.

 

Segundo ele a um período que o peixe fica farto há outro que ele fica escasso, é que não existe mais isso de safra, porque cada vez mais vai ficando muito consumo pelos peixes, que quer dizer tem muitas pessoas para consumir a natureza para colocar, nesse caso a situação da população vai ficando cada vez mais difícil e os meses desse tipo de pesca são de Março a Outubro.

 

Para José Gonçalves o funcionamento do sistema de atravessamento do mapará do produtor até o consumidor: “ quando nós tava pegando o marreteiro vendia o mapará de 2 e trinta a 3 reais.”

Para o pescador o que deve ser feito para melhorar a vida do pescador na região é que o pescador deve parar de pescar e arrumar outro trabalho ou um emprego e parar mais de explorar a pesca.

A maior quantia que ele já pegou de mapará em um bloqueio foi foi a 4 mil quilos.

O recado que ele deixa para as autoridades (políticas) e leis a favor do pescador o que acontece que eles quando fizeram uma lei não metam os pés pela mão, à intenção deles é ajudar e acabaram prejudicando o pescador.

O presidente fez uma lei para os pescadores porque teve um monte de denúncia da colônia dos pescadores que tinha pescador no seguro desemprego que não pescavam, e fez essa lei justamente para que todos os pescadores pescarem para quando chegarem da baia mostrar sua produção, para provocarem realmente que são pescadores, e nesse caso a baia ficou mais cultivada e piorou a situação da turma de bloqueio.

       E agora se não dava mapará ta difícil dar porque aumentou o dobro de rede plástica na baia e acontece que espanta qualquer tipo de peixe.

 

 Trabalho Sobre a Saúde

 

 

Antigamente não tinha recursos nas ilhas, não tinha posto de saúde, não tinha agente de saúde, não vinha vacina para as pessoas, muitas crianças morriam de doença de contágio, por exemplo, caxumba, sarampo, guariba, paralisia infantil, etc.

As mulheres grávidas não faziam nenhum tipo de tratamento durante seu período de gravidez, muitas vezes morriam no parto com o filho na barriga.

As pessoas não faziam tratamento na água, não usavam nenhum medicamento, não faziam tratamento na água não ferviam, ocorrendo assim muitas doenças da água como, por exemplo, a cólera.

Hoje em dia não melhorou tanto, mas temos melhora, porque já existem mais recursos que antigamente, tem posto de saúde, tem agente de saúde, já vem vacina para as pessoas, não só para pessoas, mas até mesmo para animais, como, cachorro e gato, e também é difícil saber que crianças morreram de doença de contágio e já não acontece tanto número de paralisia infantil.

Melhorou um pouco mais que antigamente, mas apesar de tudo isso precisa de mais recursos, muitas vezes acontecem acidentes e corremos diretamente para um posto que muitas vezes não tenham pessoas para atender por volta de medicamentos.

 

 CULTURA


Benzedeiras e Pajelanças

 

Durante muito tempo as pessoas procuram a cura de seus males; assim elas optam por todas as formas existentes na sociedade: médico, pajé, espíritas, benzedeiras e outros.

Aqui na localidade (Rio Anequara), as benzedeiras, antigamente, já salvaram muitas vidas; pois através de seus conhecimentos, elas ensinavam remédios que ajudado com a fé do paciente, eles ficavam curados.

 

“Um dia minha filha estava passando mal de diarréia e vômito e não tendo condições de levá-la ao médico, levei-a D. Maria benzedeira aqui no rio”. Ela estava entre a vida e a morte, então, Ela disse: - Minha Filha, tu tem fé em Deus?

Eu disse: Tenho

Ela falou: - Então acredita em mim e reza para que o remédio que eu vou passar, para ela faça obra. Ai ela benzeu e ensinou um chá de hortelã, raiz de açaí, grelo de goiaba, marupazinho. Ai eu fiz e dei para a minha filha. “Dentro de poucas horas ela já conseguia abrir os zolinhos e ficou curada graças a Deus e a benzedeira”.

 

(Depoimento de D. Ma José em 19-06-2007   no rio Anequara)

 

“Um dia minha filha ficou muito doente e estava prenha de 7 meses, então, a levei ao médico em Abaeté, o médico disse: O problema dela é grave, leve imediatamente para Belém. Então eu disse que não tinha condição e não conhecia Belém. E voltei para casa. Chegando a casa falei pra mulher que ia procurar um pajé. E fui, chegando lá ele disse: - Meu amigo se o médico mandou você pra Belém, leve ela que eu não me comprometo. Então eu disse que ficava responsável pelo que acontecesse  e pedi que ele passasse o remédio. “Porque se eu perdesse o anel, ficava o dedo e se eu perdesse o dedo ficava o anel”. Portanto, faça o meu pedido. Ele passou o medicamento e ela ficou curada e não perdeu o bebê. Então, falei: Quem tem fé, tem tudo.

 

(Depoimento do Sr. Otávio  

 Pinheiro em 19-06-2007)

 

 

Casos como esses, constantemente aconteciam e acontece, onde as pessoas são curadas de diarréia, vômitos, aborrecimentos, quebranto, só através da benzeções.

Para muitos o olhar de alguém pode trazer algum tipo de doenças como dor de cabeça ou algo negativo na vida das pessoas. Para isso é bastante uma pessoa quem tem “olho gordo” (malicia) dirija esse olhar para alguém.

A pessoa acometida pelo mal olhado sente dores de cabeça e começa a bocejar muito, caracterizando um mal-estar. Ai é necessário procurar o benzedor ou pajé. A pajelança é uma forma que o povo utiliza para a cura dos seus males. A benzenção é um ritual que demora aproximadamente 20 a 40 minutos. Inicialmente o benzedor faz orações invocando santos e vai tocando com o galho de ervas a cabeça e o corpo da pessoa acometida pela enfermidade, até a expulsão do mal.

“Eu aprendi a benzer, para benzer meus filhos e as pessoas que não tem condições de pagar.”

 

(depoimento de D. Maria do Socorro Barreto Gonçalves, benzedeira, entrevistada em 21-06-07, no rio Anequara)

 

As tradições culturais sofreram a influencia de diversos povos.

As festas, os mitos, as lendas, as danças, as comédias, as músicas, enfim, muitas manifestações fazem parte das tradições culturais de um povo. Elas geralmente, são transmitidas pelos pais aos filhos.

 Agora vamos conhecer um pouco mais sobre as tradições culturais da nossa região:

 

 

A RELIGIOSIDADE

 

A maioria dos moradores do rio Anequara, é devota de Nossa Senhora do perpétuo Socorro, sendo, que antigamente e até mesmo hoje há festejo em honra a padroeira local, que durava cinco dias e hoje apenas três dias.

No primeiro dia acontece o círio fluvial onde os moradores preparam suas embarcações, enfeitam com as bandeirinhas balões para poderem participar do círio.

 

O percurso é de um rio vizinho para o local onde a santa estava durante o círio os devotos cantam e jogam foguetes para pagarem suas promessas. Na chegada da santa é aquela alegria, pois a mesma passeava no rio todo, e as famílias que por algum motivo não podiam participar do círio, pagavam suas promessas feitas à padroeira na frente de suas próprias casas.

No final a santa retorna a igreja onde celebrava a missa, pelo vigário que está atuando nas ilhas. Depois da missa inicia-se a festa de arraial e permanecia durante o resto da semana.

No domingo de manhã que é chamado o “dia da festa”, há brincadeiras com as crianças, show de calouros, concursos de danças e todas as crianças que participam recebem brinquedos. Em seguida há competições de natação, onde também o vencedor recebe prêmios. E a tarde é o tradicional jogo de futebol masculino, onde são convidados os times de outras localidades próximas para virem até a comunidade. É uma tarde muito movimentada, pois cada time de futebol também traz sua torcida.

Durante a tarde acontece  a disputa entre os clubes sendo que o vencedor sempre ganha como prêmio: Porco, boi, grade de cerveja ou outro prêmio. O organizador desse evento é o clube da localidade que tem como nome aliado Esporte Cube.

Às dezesseis horas é feito o encerramento desse torneio, onde as pessoas se dirigem até suas casas, para tomarem banho, descansarem e em seguida voltar para o arraial para o encerramento da festa.

Quando voltam para o arraial às oito horas acontece a santa missa solene celebrada pelo padre. E às meia noite acontece o tradicional leilão do bolo da santa, onde as pessoas se reúnem para arrematar o esmo, assim, termina o festejo da santa e as pessoas se despedem até o próximo ano.

 

 

FOLIA DOS SANTOS

 

 

Outra forma de expressar a fé é a folia dos santos que acontece. A folia é composta por um grande grupo de pessoas que utilizavam vários instrumentos musicais (viola, tambor, reco-reco, pandeiro).

Viajando em canoa com toda a comitiva dos foliões percorria os rios levando sempre a imagem do santo.

Ao perceber o som dos foliões as famílias iniciavam a arrumação  da casa para receber o santo, havia até o lugar para colocá-lo o santo (oratório), as famílias deveriam estar ali presente. Ao se aproximar do porto o dono da casa vinha à frente enquanto o representante dos foliões o entregava o santo. Após ser recebido o santo era levado para o interior da casa acompanhado pelos foliões.

Na porta da casa a esposa acolhia a imagem e a conduzia até a sala onde ela se benzia e colocava a imagem sobre a cabeça pedindo proteção, saúde e etc. Em seguida repetia os mesmos gestos nos filhos. Havia nesse momento os cumprimentos entre os presentes, eram oferecidos água ou café aos foliões. Seguindo de um cântico acompanhamos pelos instrumentos musicais, eram momentos emocionais para todos. Ao se retirarem levando a imagem do santo, os foliões recebiam das mãos das famílias a colhedora o donativo ou contribuição em dinheiro.

 

 REZA CAPITULADA (ladainha)


A reza capitulada já existia há muito tempo na comunidade Nossa Senhora de Perpétuo Socorro localidade no rio Anequara. Desde mais ou menos 50 anos atrás. As pescas principalmente homens saiam com a imagem da santa para esmolar e rezar.

A reza capitulada é a tradição e preparação para a festividade de nossa Senhora do Perpétuo Socorro; é uma reza muito respeitada pelos devotos anaquarenses.

É composta por cinco pessoas e cada pessoa exerce uma função;

* Capitulante- exerce a função de celebrar a reza

* 1o O baixo- tem como obrigação de agüentar a voz do capitulante.

* 2o O contra baixo - que tem a função de agüentar a voz do baixo.

* 3o Alto- é a pessoa que tem a voz mais alta o que dá o ritmo da reza.

* 4o Contra alta agüenta a voz do alto.

 

 

LENDAS, MITOS E “CAUSOS”


A LENDA DE UM MENINO CHAMADO PRETINHO

 

Minha mãe conta que aos uns 30 anos atrás havia um menino que aparecia quase todos os dias a beira da praia.

Certo dia minha irmã Rosimeire e meu irmão Nonato iam para a escola quando de repente olharam para a beira e vira aquele menino muito moreno, que tomava banho, e quando eles olhavam para o menino ele pegava dava um mergulho na água e saia correndo pro mato então meu irmão falou: Olha mana que interessante, o menino quer brincar com agente e ela falou não olhe muito vamos embora e deixa isso pra lá porque não sabemos quem é ele, meus irmãos foram embora e o menino ficou brincando de correr pra água e pro mato. E assim foi que uma bela noite na casa da minha avó Joana. Minha tia Jandira estava deitada e quando ela deu deitou ao seu lado um menino e começou a brincar com ela, então ela dizia: - Mamãe pegue o Ró do meu lado porque ele não quer ficar quieto e a minha avó disse, pera ai que eu vou pegar a lamparina e foi ver e quando ele viu saiu correndo do lado da minha tia e a vó disse você está doente imaginando coisas porque no teu lado não tem ninguém e minha a tia disse tinha sim mamãe ele tava deitado no meu lado e a vovó disse não minha filha era o pretinho que tava brincando contigo e você pensou que fosse seu irmão e então minha tia ficou se benzendo e rezando pensando no que tinha visto e acabado de acontecer com ela e desde ai então ele desapareceu e até hoje não se viu falar mais nele.

Isso aconteceu na boca do rio Prainha.

 

 

 

ERA NO DIA 1o DE NOVEMBRO DE 1998

 

Minha mãe e meus irmãos e os vizinhos foram assistir novela na casa do vizinho, dessa época havia apenas uma televisão na beirada. Certo dia quando eles vinham da casa do vizinho passaram por um caminho e de repente começou a barulhar pro mato e todos eles pararam para ver o que era aquilo. O barulho era tão grande que eles começaram a gritar desesperados, e a minha mãe que é uma mulher tão corajosa que não tem medo de nada se assustou também, então ela disse gente se acalmem que esse barulho tão grande é o boi do pantoja que esta por ai e o meu irmão disse não mamão se fosse ele já estaria correndo atrás de nós e as meninas falaram vamos correr grevita  porque esse barulho já esta nos dando dor de cabeça e não estamos agüentando ficar aqui, o barulho era de pau, folha tudo quanto era barulho se aproximava, passou-se um tempo juntos, que quando ela olhou pra árvore do açaizeiro o meu irmão já estava no meio da arvore, e a minha mãe estava com um faixo de fogarel na mão rimpou ele e disse “desse daí caramba que se não tu vai ficar, pegou nas pernas dele e puxou para baixo e correram, isso aconteceu no grande dia santo e no dia seguinte morreu minha grande tia, e até hoje não se sabe o que era aquilo.

 

(Raquel Correa Martin – 21 Anos – 3o Ano)

 

 

“Boto”


O marido e boto tinha relações sexuais com uma única mulher que era casada

O mimigrande ia pra Abaetetuba todas as madrugadas e deixava sua mulher sozinha na casa e o boto abusava dela mais só que ela não sabia, ela amanhecia embaixo da rede.

Certo dia mimigrande desconfiou que a sua mulher estivesse ficando amarela e muito seca e levou ela ao macumbeiro e o macumbeiro dizia que era o boto, mimigrande dizia que iria matar o boto.

Quando chegou a hora de ir pra Abaeté, ele embarcou no seu batelão e saiu normalmente mas só que ele deixou o batelão na beira e voltou pra casa pelo mato e pegou sua cartuxeira e se escondeu em baixo do giral.

Quando ele viu aquele homem todo de branco, encostar-se ao porto de sua casa num casquinho e amarrou o casco e subiu no miritizeiro, quando ele já estava no meio do miritizeiro o boto sentiu o mimigrande embaixo do giral e voltou o mimigrande atirou.

 

 

“Pobre Riqueza”

 

Estávamos tanto e eu na casa do seu Barbosa quando foi uma noite, eu e o meu parceiro tanto, ai quando foi duas horas d amanhã, tanto foi fazer o café e eu tava deitado na rede olhando para ele fazer o café, neste momento um homem apareceu e segurou meus dois braços e perguntou se eu queria ficar rico ai eu perguntei onde ta essa riqueza e nessa hora ele me amorteceu e eu fiquei parado olhando pra ele, e ele me disse abra a porta e o que ta lá é teu e nesse momento eu não tive mais como andar Sabe.

E ele largou dos meus braços eu fiquei olhando pra ele, eu pensei que meu parceiro tanto estivesse olhando pro homem, mas só eu estava vendo o homem, nesse momento eu fiquei normal.

Eu peguei a escova pra escovar os dentes, peguei a toalha enxuguei meu rosto, tomei café, fui pro meu matapí eu não contei nada pro meu parceiro tanto, porque eu queria ficar rico sozinho.

Passou a segunda noite e esse homem não veio, passou a terceira e ele não veio não.

Foi o jeito contar pro meu parceiro tanto, só que me deu muito medo do homem me encontrar. Sabe.

O tanto falou: – tu és um medroso perdeste a riqueza.

Esse foi um causo real que aconteceu com o seu Manuel João dos Passos Quaresma, mais conhecido como grisalho (39 anos) morador do Rio Sapucajuba, em outubro de 2000.

 

 

Mucura”

 

 

Fomos num tornei no campo de Zeca quinto foi eu o neto João e o Miranda, quando foi as 6 horas da tarde termino o torneio, no tempo da mucura (pequena festa) quando deu umas 8 horas da noite começou o espetáculo, o Miranda estava liso, ele falou assim pra mim – João fala pro dono da festa abrir um crédito pra mim – e eu falei pro dono da festa abrir um crédito pro Miranda. Miranda se meteu na cachaça, quando deu umas 11 horas eu e João fomos dormir na casa da Dona Demétria. Dormimos num pátio. Nós estávamos dormindo, apareceu Neto chorando chamando eu, - João me acode – e eu me espantei nessa hora e perguntei – o que é que ta acontecendo Neto? – ele me disse – foi o Miranda me partiu o cotovelo uma acha de paxiúba. Nós fomos pra beira do campo por volta de 12 horas da noite. Fiquemos perto de um pau mulato um no lado do outro e começou a porrada deram uma bofetada no Miranda caiu dentro do curral de porco, o porco correu pra tudo lado. Ele corre no lado da casa e grita – chego o satanás – e nessa hora apareceu um homem atrás desse pau mulato e ele era o satanás um homem de 4 metros de altura, magro, preto mais preto que um pedaço de carvão, e eu rezando dentro de mim. A porrada rimpo na casa do seu Zeca quinto era padrinho com o filhado, tio com subrinho pai com filho uma porrada só.

 

Nome: João dos Passos Quaresma (39 anos)

 

 

 

 

LABISONHA”

 

 

Um homem na praia do Coelho tinha uma porca sempre enfrentava ele, ai um dia ele não pode mais descansar e nem despeixar o matapí porque ficava em terra, ai ele amolou uma faca e foi a porca enfrentou ele e ele furou ela e ela foi gritando pro mato e tinha um casal que tinha uma empregada, ai eles ouviram ela gemendo, ai eles foram ver o que era e tinha uma poça de sangue no quarto dela, e eles ficaram assustado, chamaram o pessoal e foram ver ela e ela tava com a tripa pra fora, ai levaram ela pra Abaeté e depois levaram ela pra Belém, ai ela ficou boa e voltou, ai o casal começou a interrogar ela, até que ela contou que ela transava com o próprio irmão e que ela era labisonha e que aquela porca que foi furada pelo homem era ela.

Esse foi um caso real. (Dona Maria Brasil Martins Costa, 69 anos, apelido – Sampaio) que aconteceu em 1950.

 

 

“REMANSO”

 

Dona Joana vinha sempre visitar a sua irmã bé, sabe.

Certo dia ela viu um remanso, ela gritou e logo todos ficaram sabendo, só a irmã de dona Joana dona bé que acreditou as outras pessoas não acreditaram.

Ela passou a vim dormi na casa de sua irmã bé com medo do que viu naquele dia, sabe.

Outro dia outras pessoas viram o mesmo remanso todos dizem que há um bicho Sapucajuba, mas até hoje ninguém sabe o que é não.

Causo real que aconteceu com dona Joana Irmã de dona bé.

Nome: Benedita Santos Lima, 62 anos, mais conhecida como dona bé.

 

 

“PACTO”

 

 

Uma mulher muito pobre que vivia com seu marido e seus dois filhos, mais essa mulher não agüentava mais tanta miséria, resolveu fazer um pacto com o satanás, se ele fizessem eles ficassem rico, ter de tudo ela daria em troca para o satanás um filho, então o satanás deu de tudo a eles, dinheiro, casa, barcos, muito luxo e ela cumpriu sua promessa fez um filho com o satanás, mais a criança nasceu morta, metade gente, metade satanás tinha até chifre, um pajé muito bom curou ela, e satanás sumiu da vida dela pois a promessa dela ela cumpriu, e ela livrou-se dele e resolveu mudar de vida, nunca mais fez pacto com ninguém ela até se mudou daqui.

Esse foi mais uma caso real que aconteceu aqui no rio Sapucajuba, há 30 anos atrás.

Nome: Pedro Batista da Costa, 73 anos, mais conhecido como Pedrinho.

 

A lenda da “cobra grande” uma das mais contadas.

O imaginário popular informa que uma dessas gigantescas cobras vive abaixo da ilha da Paçoca, próximo a sede municipal e toda vez que ela se movimenta destrói o cais da cidade. Detalhe: Abaetetuba não dispõe de cais porque os que foram construídos acabaram desmoronando. Apenas um pequeno trapiche é utilizado como atracadouro. Essa história já foi contada por muitos moradores da cidade e que pode existir até hoje...

 

 

“O POÇO DA MOÇA”

 

 

Fica nas cercanias do Ramal do Bacuri, próximo ao Curuperé, é outra atração que leva dezenas de pessoas a conhecer o local onde fica, que lindo poço. Conta a tradição que ali viveram duas tribos indígenas formadas por criaturas muito lindas amantes da natureza, mas que se odiavam entre si. No limite das terras onde moravam existia um olho d’água muito límpido, onde cumpriam seus rituais.

Nesse lugar nasceu o amor de dois jovens filhos de tribos inimigas. Logo após descobertos, seu amor tornou-se proibido e ao, descumprirem as imposições dos pajés, aconteceu a guerra, nela vindo a morrer o jovem índio. A jovem, muito triste, passou a freqüentar todos os dias o poço, onde chorava toda a sua tristeza. Depois, lavava o rosto no olho d’água, cujas águas cresciam a cada dia. Um dia, o jovem lhe apareceu como uma visão e arrebatou-se consigo para o fundo do poço. Logo após isso ter acontecido os índios abandonaram o local onde, diz a lenda, a moça aparece, em noites de lua cheia, lavando o rosto e os cabelos.

 

 

 Segundo Dona Benedita Pereira Martins no ano de 1963 ela tinha 16 anos quando começou a enxergar uma grande sombra na água bem em frente nossa casa, depois foi prestando atenção era uma grande cobra que ficava na hora de meio dia com a cabeça e o pescoço mais ou menos um metro empinado fora d’água. Todo o dia era a mesma coisa.

Quando foi um dia uma família do rio Muaná vinho atravessando a baia a remo o pai, mãe e um lindo menino que se chamava Rafael, que tinha 5 anos. Os pais vinha remando e o menino vinha olhando para o mar com a mão na água, foi quando sua mãe sentiu que algo estava acontecendo, olhou ao lado onde Rafael vinha sentado e sentiu que alguém tinha puxado para as águas do mar. Seus pais gritavam pedindo socorro até que apareceu um pescador, perguntou o que tinha acontecido, eles contaram ao pescador como aconteceu. O pescador falou:

Amigo aqui mora uma cobra encantada ninguém pode passar aqui as pessoas que ela simpatiza ela encanta junto com ele.

Os pais ficaram muito tristes procuraram 8 dias para ver se achavam o corpo mais foi em vão. Foi o jeito aceitar a perca do filho.

Com 7 anos depois em 1970 o pai de Rafael teve um sonho.

Uma moça muito bonita o chamou pelo seu nome: - Seu João, seu João você lembra o que aconteceu há 7 anos atrás?

No sonho ele disse: - Claro que lembro perdi meu filho nas águas.

A voz disse: - você quer encontrar ele de volta?

Seu João Respondeu: - Quero sim.

A moça disse: - Você tem coragem? – ele respondeu: - é claro que tenho para ver meu filho enfrento até a morte.

A moça disse: - você tem coragem no que diz? – João disse: - tenho toda certeza do mundo. A moça disse: - Está bem amanhã a meia noite você vai á praia leve uma faca de ponta fina, espera dar a 1ª marinha, a 2ª na 3ª vai boiar uma grande cobra, no meio da cobra tem uma pinta verde você pega a faca e afinca de ponta no sinal e vai sangra ai ela se desencantará e aparece uma cidade muito bonita, seu filho Rafael mora lá.

Seu João disse: - tudo bem eu irei com maior prazer.

A moça disse ao seu João: - Tenha cuidado não diga isso a ninguém se você temer ou contar a alguém redobrará meus encantos.

 

 

Seu João foi a hora marcada que combinou, fico a beira do mar meia noite ouviu um barulho veio a 1ª maresia, a 2ª quando deu a 3ª que apareceu uma cobra muito grande seu João não teve coragem e correu foi embora e ouviu um grito muito alto:

Há ingrato redobraste meus encantos

 

 

 

PESSOAS ENTREVISTADAS

 

 Maria do Livramento

Maria da Paz Rodrigues

Nantirdes dos Santos Matias

Dileuza Lobo Leal

Floresvaldo de Sousa Leal

Dioneia Fonseca Almeida

Antônia Matias Martins

André Pereira Fonseca

Aurora Maués Negrão

Valdomiro Caripuna Corrêa

Elida da Conceição M. Maués

Maria Brasil Martins Costa (Sampaia)

Joana Martins Maués

Desdete Pereira Gonçalves

João Reis Marques Gonçalves

José Maria Marques Gonçalves

Manoel José Marques Gonçalves

Otávio Pinheiro

Maria do Socorro Barreto Gonçalves

Raquel Corrêa Martins

Manuel João dos Passos Quaresma (Grisalho)

Benedita Santos Lima (Dona Bé)

Pedro Batista da Costa(Pedrinho)

Benedita Pereira Martins

 

 

Bibliografia

 

THOMPSON, Paul. A Voz do Passado: Paz e Terra, 1998.

MONTENEGRO, Antônio Torres. História Oral e Memória. A Cultura Revisada.São Paulo : Contexto, 1994.

SIMÕES, Maria do Socorro & GOLDER, Christophe (Coordenadores). Abaetetuba Conta... Cejup/Ufpa, 1995.

 

Site

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Abaetetuba

 

  

 

                                                                ANEXOS

 

 Pasquim

 

 

            Professor Ribamar

            Que tem uma linda careca

            Caiu na água da rabeta

Abriu tanto a perna

Que rasgou o fundo da cueca;

Professor quando for desembarcar

Tenha muito cuidado

Foi certo que você foi ao banheiro

E viu um preto pelado?

 

Na hora do delito

Foi a maior confusão

O preto falava

Fica calmo meu querido bidão

Discunjuro preto feio

Tu és da parte do cão;

 

Falando no professor Cosmo

Que é cheio de alegria

Só tem quatro dentes na boca

Dois pra doer de noite e

Dois pra doer de dia

 

O professor Sérgio

Que é cabelo de manga chupada

Em agosto traga roupa

Da marinha que á

Do exército esta manjada;

(Pasquim elaborado por André Pereira Fonseca em 22/06/2007 no Rio Anequara)

 

 

Bom dia professor Ribamar

Grande amigão gostei de você em um segundo.

Não te levo no meu barco

Com medo de ir pro fundo

 

 

Hoje vou com você

Porque a baia está calada

Que na verdade o meu peso é uma tonelada

 

 

 

Bom dia meu amigo Cosmo

Um grande amigão

Por isso lhe colocarão o apelido de bidão

Você é um cara legal

Só pesa um pouco mais que o normal.

 

Amigo do coração

Desculpe se ofendo

Mas já estou sabendo

Que és filho do Ricardão

Por isso tu e a morena são irmãos.

(pasquim elaborado Jhonatam Cardoso Sampaio em 23/02007 no rio Anequara)

 

 

 

Só que isso é ingazeiro

O seu peso é equivalente

A 100 passageiros.

 

Amigo Ribamar desculpe a brincadeira, me perdoe pelas ofensas.

Gosto muito de você e adoro sua presença

 

Cosmo, amigo de verdade.

Para dá nosso ensino, deixou sua cidade.

 

Quando tiver que ir embora

Vai deixar muita saudade.

(Pasquim elaborado por Romildo Ferreira no Rio Anequara 22/06/2007).



                                                          Pesca Artesanal



                                                               Trabalho Coletivo


                                                               Divisão do Trabalho



                                                        Comemoração do Dia



                                                             Pesca do Matapi



                                                         Produção de Cerâmica


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