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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

FALANDO DE ELEIÇÕES





                                                             *Valdivino Cunha


A pouca euforia proporcionadas pelas eleições se passaram. Agora, vem a dura realidade da vida das cidades brasileiras. Nas cidades em que o prefeito se reelegeu ou elegeu seu sucessor, trás consigo o desespero de cobrir o rombo com os gastos eleitorais, obras inacabadas... naquelas cidades onde o prefeito não se reelegeu, a coisa é pior, pois, os urubus, o lixo, e o caos vão tomar contas das cidades. Agora começa a fase dos saques dos bens públicos, móveis e imóveis, enfim, terra arrasada. É a história que se repete, contrariando o axioma de Heráclito quando diz que “Nenhum homem é capaz de atravessar o mesmo rio duas vezes, porque nem ele nem o rio serão os mesmos” . O filósofo grego que me perdoe, mas a historia das cidades brasileiras pós-eleições se repete.


Em que pese o segundo turno em dezesseis cidades brasileiras, aquelas  que tem mais de 200 mil habitantes, a história política de muitas delas já está encerrada e o que se percebeu ao longo e desgastante período eleitoral, foi uma participação pífia do eleitorado. Salvo casos isolados, a militância ficou indiferente, afinal, bandeiras como ética, transparência e honestidade estiveram ausentes dos palanques, notadamente do PT que em tempos idos, fazia dessa tríade, seu rumo. Faltou combustível para a militância. A distância entre PT, PSDB, PMDB, DEM na era do mensalão já não existe mais.


Aqui em Belém, Edmilson Rodrigues, do PSOL, que no inicio estava bem na frente nas pesquisas eleitorais, vai disputar o segundo turno com Zenaldo Coutinho, do PSDB, que veio crescendo lenta mas gradativamente nas pesquisas eleitorais e ao que tudo indica, a disputa será acirradíssima. Edmilson trás consigo a bagagem de já ter sido duas vezes prefeito de Belém e Zenaldo, além do apoio do governador, a possibilidade de um leque de alianças, o mesmo não se pode afirmar sobre Edmilson Rodrigues.


Um fato que até certo ponto foi surpreendente, foi o terceiro lugar em número de votos, dados ao genérico do Wlad, Jefferson Lima, do PPS que tem como trunfo uma emissora de  rádio que faz dela seu instrumento de transmitir bobagens, via ondas de rádio. O candidato do PMDB, Priante não decolou, e Jordy, do PPS, decepcionou.  Alfredo Costa, do PT, teve uma votação vergonhosa, pífia para um partido que se diz grande. Alfredo Costa foi indicado por  falta de opção. A história do PT no Pará precisa ser reconstruída, se é que isso é possível, pois a época das vacas gordas já passou.


Quanto aos vereadores, Marinor Brito, do PSOL, foi a grande campeão de votos para a câmara municipal de Belém em 2012, com quase vinte e dois mil votos, mais da metade do que o segundo colocado. Ela colheu os frutos que a mídia lhe proporcionou quando no exercício do Senado Federal, aliado militância  aguerrida e experiência de vereança de outros mandatos. Algumas raposas se mantiveram no poder, outras felizmente, não se elegeram e já se foram tarde demais.


A questão religiosa se misturou com a política, notadamente a linha evangélica. Não se sabe ao certo onde começa a religião e onde termina a política. O certo mesmo é que as igrejas se transformaram num grande cartório eleitoral, coisa de família, que digam os “pastores”.

Algumas lições precisam serem tiradas uma delas é de que (felizmente):
1-    Ter a “máquina” nas mãos não é garantia de vitória
2-    Dinheiro por si só é bom, ajuda muito, mas não é tudo.
3-    O “indicado” nem sempre cai na preferencia do eleitorado
4-    Obras mesmo “faraônicas” nem sempre se traduz em votos
5-    Nem sempre os melhores vencem, assim como também os ruins muitas vezes, “faturam” um posto, seja no executivo ou no legislativo  e teremos engoli-los por 4 anos. Haja estômago!

                    *Sociólogo e professor da rede Pública Estadual de Ensino-SOME

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