Os aluno(a)s do Sistema de
Organização Modular de Ensino – SOME, produziram a obra do Projeto São
Sebastião: História e Memória, sob coordenação dos Professores Valdivino Cunha, Beatriz Brito, Valdecir Silva, Lásaro Sebastião e este amigo. A execução do projeto se deu
durante o período do III Módulo, na Vila de São Sebastião, município de Bujaru.
O principal objetivo foi resgatar a história e memória da Vila, através de
alguns temas que foram debatidos e escolhidos pelos alunos em sala de aula. Com
a pesquisa de campo foi possível verificar a interação com a comunidade,
principalmente, com as pessoas com mais experiências e as principais lideranças
que disponibilizaram em participar das rodas de conversas com os grupos
responsáveis e com os orientadores. Em forma resumida, eis a produção. Ressalto, que este projeto tem várias imagens e documentos, que não são possíveis postar e divulgar em virtude do espaço.
Igarapé Guajará Açu |
Histórico
A Vila de São Sebastião, localiza-se
no Distrito de Guajará-Açu, pertencente ao município de Bujaru, um dos
municípios do Estado Pará, que possui no total de 144.
Para o Sr. Ademir Queiroz
de Oliveira Nunes, que é agricultor e ex vereador por dois mandatos (1988-1992
e 1992-1996) em sua narrativa histórica quando relata sobre o passado da
comunidade, segundo ele, alguns anos atrás para se chegar a capital do Estado,
Belém, a arrumação durava oito dias e a viajem quatro dias. A saída das
embarcações pelo igarapé Guajará era através das bajarás a leme.
Para D. Nanci de Oliveira Nunes, do
Ramal Guajará Açu, A Vila de São Sebastião foi fundada há mais de setenta anos
atrás. A comunidade era bastante humilde e simples, como sua característica até
hoje. Segundo ela, a Igreja Católica era de madeira em forma de barracão, sendo
um dos principais idealizadores da construção da Igreja em alvenaria foi o
Senhor Ademir Queiróz de Oliveira Nunes, trabalhador rural, muito dedicado e
Presidente do Centro Comunitário da comunidade.
O importante frisar que a população se
alegrava e continua animada com as principais festas tradicionais religiosas
com a participação efetiva dos seus devotos: Festa de São Sebastião e de Nossa
Senhora de Nazaré.
E continua, a roda de conversa com
Dona Nanci Nunes, ressaltando que as pessoas são muitas trabalhadoras, com sua
produção nas lavouras, com as plantações de mandioca, milho entre outros.
Haviam comboios de burros que carregavam cargas de farinha. Antigamente os
transportes eram os cavalos, sendo que as pessoas deslocavam pelos caminhos, já
que não havia estrada.
Alguns anos atrás um Senhor chamado
de Antônio Malcher foi um homem muito dedicado e trabalhador que construiu
várias casas; além de possuir um comércio e trabalhava, também, com a criação
de animais entre eles galinhas, frangos e porcos.
Para o Seu Maurilo Santa Cruz de
Oliveira, a comunidade foi fundada em 1945, iniciando a fundação o Senhor
Otávio Queiróz, sendo a base da produção da comunidade a lavoura.
Ela acrescenta que com a participação
do Padre Carlos Barromeu foi fundamental na construção e ampliação da Igreja
Católica na comunidade. Sendo São Sebastião e Nossa Senhora de Nazaré os
principais padroeiros da comunidade e exaltados pelos fiéis.
Tia Nica, como é
conhecida na Vila da Paz, nasceu às margens do igarapé Guajará-Açu, na Vila
Nova Paz, 88 anos, católica fala saudosa do seu tempo de juventude. Fala do
igarapé, da vila e do povo. Sobre igarapé Guajará-Açu, diz que ele já fora caudaloso,
servindo inclusive como via de transporte, quando não se deslocava a pé, ou de
reboque, um dos quais de seu compadre Claudio que além de transportar gente
transportava também mercadoria como farinha e outras mercadorias. Ela lembra
que uma viagem da sua vila a Belém, durava em média, cinco dias, por isso era
necessário ter como acessório de viagem, lenha, um fogãozinho, pois o tempo da
viagem estava atrelada aos movimentos da marés.
Segundo ela, a vila em que mora
foi invadida no período em que o Governador do Pará era O coronel Barata, num
período em que conta, ela deixando escapar um pouco de revolta, queriam tirar
todas as terras dos paraenses. Nesse período o governador da época Manoel
Barata, determinou que as terras deveriam ser distribuídas com os próprios
moradores da localidade para evitar que ficassem sem terras.
Falando sobre a economia da Vila, ela diz que um dos primeiros
comerciantes da Vila foram seus compadres Claudio e Bernardo.
Uma de suas preocupação é deixar, quando partir desta vida
para a outra, como ela costuma dizer, “deixar os filhos agasalhados”. Ela nos
ensina com a sabedoria que a experiência de vida lhe possibilitou é que quem
mora na colônia, não há emprego, e por isso a principal atividade é fazer
farinha, porque, segundo ela, “não tem graça morar na colônia e comprar farinha”.
Ela lamenta ainda não haver um pequeno comércio e por isso
mesmo precisa ir pra Bujaru, fazer as compras. Ela disse que o terreno só é
repassado entre parentes para evitar que um estranho mal intencionado venha se
instalar e trazer problemas a Vila que ela tem o domínio total, é ela quem
determina quem deve e quem não deve morar lá uma vez que o documento da Vila está
legalizado em seu nome. Perguntada se queria morar em Belém, ela diz que lá
somente a passeio, nada mais. Reclamou do problema da violência que impera em
Belém e no Brasil. Não ficou também fora de suas preocupações a questão das
drogas que tanto mal traz a sociedade brasileira. Alertou que os criminosos
estão usando as vilas interiorizadas como refúgio para fugirem da polícia e que
isso traz grande insegurança as vilas interiorizadas, inclusive a sua. Ela diz
que hoje em dia as coisas estão fáceis, bem diferentes de seus tempo, que era
bastante difícil a vida. Ela com sua religiosidade agradece a Deus por tudo.
Para Dona Maria Mônica Oliveira Gomes,
de 78 anos, que conheceu a primeira Escola da Vila, que ficava na casa antiga
do Seu Urbano. Segundo ela, a Escola era
de madeira, com a Professora Osmarina Cardoso, de Belém, logo depois veio outra
Professora que tinha estudado em Belém, irmã do Branco, Esmeraldina Mendonça
Gomes. Também, ressalta que a Igreja de início era formado com um barracão
grande de cavaco, que era realizado de 15 em 15 dias leilões para arrecadar
fundos para construção da Igreja de alvenaria, sob organização do Padre Carlos,
que trazia de Belém diversos prêmios para o sorteio.
Dona Maria Mônica Oliveira Gomes,
ressalta saudosa os bons tempos que na vida viveu, inclusive, lembra, no
período da festividade de São Sebastião que ocorre no mês de janeiro, a vila
atinge seu ponto máximo de religiosidade, festividade, sagrado e profano. Ela
ressalta que entre outras atividades, vale destacar no período da festividade,
um dos pontos importante da festa era a participação da banda musical que era
composto por membros da localidade como o senhor Urbano, Adrião, Paçoca, Pedro
Rosa, Caxeiro, Aluísio, Basílio, entre outros que animavam a festa que só tinha
hora pra começar, pois varava noite a dentro e só terminava a festa quando o
sol raiava.
A Igreja Católica recebeu apoio de
várias pessoas, inclusive do Deputado Estadual João Diogo, que contribui com
alguns milheiros de tijolos e telhas. Na construção, limpeza e conservação,
neste momento, da Igreja, foi fundamental, também, a participação de várias
mulheres como D. Gertrude, D. Bertolina, D. Albertina, D. Brasilina, D.
Sebastiana entre outras. Tudo isso, segundo D. Maria pelos idos de 1945,
portanto, na década de 40 do século passado. Na roda de conversa com D. Maria,
enfatizou que votou no Governador Barata e que seu avô Francisco Gonçalves de
Oliveira era liderança política, quem ele dissesse para votar, esse seria o
candidato de quem estava aliado a ele, além da família e amigos que apoiavam,
portanto, o famoso “voto de cabresto” predomina na região, o que não é
novidade. E continuando a conversa, ela fez a diferença entre a educação atual
e a educação de seu tempo. Demonstrou que durante sua adolescência quando
estudava, não tinha transporte escola e nem merenda. As mães faziam as merendas
que vinham nas latas, já que não sabiam que horas retornariam para casa, já que
naquele tempo a educação era autoritária, se o aluno fizesse algo errado a
professora, por exemplo Osmarina, fazia com que o aluno ficasse de braços
abertos na porta não tendo hora para sair. Toda essa forma de educação era com
consentimento dos pais e da família. A famosa sabatina, dava medo, segundo D.
Maria. Se errasse o resultado que era perguntado da tabuada levava palmadas da
palmatória, que era grande, de acapu, ainda possuindo uns buracos no meio.
Quando um aluno(a) batia com pouca força, D, Osmarina dizia: “deixa te ensinar,
que é assim” ou seja, com muita força. Segundo ela, a própria Professora já
fazia temer de todos, com aproximadamente cinquenta alunos.
Para Dona Ana Farias Barros, Guajará
Açu, a comunidade de Nova Paz foi fundada em 1963, naquela época era tudo muito
pobre, inclusive, a Igreja era de madeira e até hoje, ainda é, mas estão com
planos de construir uma Igreja nova, bem bonita e organizada.
Antigamente a comunidade era chamada
de São José por causa do padroeiro da Igreja, mais alguns anos depois mudou o
nome da Vila para Nova Paz. A igreja foi formada pelos seguintes integrantes:
Maurilo da Conceição, Ivone Oliveira, Ana Farias Barros entre outros.
Logo quando foi fundada a Vila, eram
poucas pessoas que moravam lá, mas com o tempo a comunidade cresceu. Surgiram
várias pessoas para morar na Vila, Há algum tempo atrás não tinha energia, era
tudo a luz de vela ou a motor. Não passava transporte na comunidade, quando as
pessoas tinham que viajar, elas andavam quilômetros para pegar a condução. Mas
agora mudou, tem energia na Vila, passam carros em frente das casas, fazendo
com que terminassem vários problemas na comunidade.
A Vila de São Sebastião fica 10 km da
PA 140 e 36 km da cidade de Bujaru. Outra possibilidade de acesso, quem sai de
Belém para a comunidade, é pela Rodovia da Alça-Viária, com acesso pelo Km 24,
com aproximadamente 65 Km, com duração de duas horas em transporte pequeno.
A base das atividades econômicas da
Vila de São Sebastião é a agricultura com as produções de subsistências e
plantação de mandioca. Geralmente, a produção é trabalhada em dois períodos,
que é a roça de verão e a roça de inverno.
A roça de inverno se planta,
principalmente, no mês de janeiro, enquanto a roça de verão, geralmente, é plantado
no mês de maio ou junho.
A pecuária, praticamente, não se ver
por aqui, porém, temos a criação de galinhas e frangos para subsistência das
famílias. Um ou outro, de forma esporádica, que vende a famosa “galinha
caipira”.
Para Aniete Barros, técnica
pedagógica da Escola, que fez a educação básica aqui mesmo no espaço rural
quando estudou na adolescência, os professores que vinham trabalhar com eles
não tinham formação especifica, ou seja, só possuíam o magistério, diferente de
hoje, que o quadro de professores são formados com curso superior e a maioria
foram aprovados em concurso público para exercer esse tipo de atividade.
Escola Municipal São Sebastião |
Durante o período em que estudou, fez
a modalidade da EJA – Estudos de Jovens e Adultos, por etapas, no ensino
fundamental e como não tinha o ensino médio foi estudar na cidade de Bujaru.
Para ela, antes de 1999 estudava até
a 4ª Série em São Sebastião, depois procurava amigos ou quem tinha parente ia
estudar em Belém, Santa Izabel ou Bujaru, ou ainda, no caso das meninas que iam
trabalhar na casa de família e aproveitavam e estudavam. O fundamental iniciou
em 2000 e em 2006 começou funcionar o fundamental maior e ensino médio pelos
Sistema de Organização Modular de Ensino.
É importante ressaltar, frisa Aniete que com o
início do ensino médio, muita gente que já tinham terminado o fundamental e
estavam parados retornaram para sala de aula, concluindo o ensino o ensino
médio, o que foi fundamental para o desenvolvimento da comunidade, inclusive
algumas continuaram a formação através da Secretaria Municipal de Educação e
Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará, através de alguns programas
como o Projeto Gavião, Programa de Estudos Adicionais entre outros.
E continua, que tem vários alunos que
já concluíram o ensino médio que foram aprovados nos vestibulares seja nas
faculdades particulares, seja em faculdades públicas, porém, a dificuldade é
para se manter durante esse período em que está estudando. A técnica pedagógica
Aniete, ressalta se tivesse faculdade com cursos intervalares, facilitaria mais
para nossos alunos, inclusive já aconteceu a desistência de alguns nas
faculdades por falta de condições financeiras para essa manutenção ou falta de
documentos que implica, também, na continuação dos estudos de nossos alunos,
além das faculdades serem muito longe.
Para a aluna Daniele Barros Pereira,
nossa educação poderia ser melhor se tivesse uma sala ambiente adequada para
cada disciplina, uma sala especifica de computação, uma biblioteca que
atendesse as reais necessidades da comunidade escolar e em geral.
Para a Professora Maria Maturina de
O. Souza, Pedagoga, que possui 53 anos, natural de Bujaru, residente na
localidade de São Sebastião, morando 34 anos na região. Segundo a Professora, a
Escola São Sebastião possui registro, sendo fundada há a 34 anos, tendo aproximadamente
170 alunos. A Escola possui da Pré-escola até o Ensino Médio, sendo da
Pré-Escola até o Fundamental pertencente a Secretaria Municipal de Educação
–SEMED e o Ensino Médio pertencente a Rede Estadual, através da modalidade de
ensino Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, funcionando com a 1ª,
2ª 3ª séries.
Religião
O padroeiro da localidade é São
Sebastião. Segundo sua história, quando Sebastião era ainda pequeno, sua
família mudou-se para a cidade de Milão, bem mais próxima de Roma, que era a
capital do Império. Ali morreu seu pai, ficando o menino entregue aos cuidados
maternos. Sua mãe era cristã e isso não era tão comum naquela época, lá pelo
ano de 284 D.C., portanto, no século I de nossa era.
São Sebastião: Padroeiro da Comunidade |
O catolicismos ainda é hegemônico na
Vila de São Sebastião em que pese o avanço de outras vertentes evangélicas e um
dos pontos máximos da Vila é exatamente no mês de janeiro quando comemora-se a
festividade de São Sebastião, padroeiro da Vila, além das festividades do Círio
de Nazaré que é a maior manifestação de fé católica do povo paraense e também
do Padroeiro de Bujaru, São Joaquim que se comemora.
Conta a história que a devoção a São
Sebastião deu-se pelos fato de que os cristãos eram perseguidos como inimigos
do Estado pelo fato de não adorarem aos deuses pagãos. Todos que adotassem essa
nova religião, o cristianismo eram aprisionados e tinham seus bens confiscados.
Daí, então, a mãe de Sebastião, sendo
cristã transmitiu ao filho o dom da fé em Cristo.
Para D. Benedita de Sales Oliveira, 60
anos, paraense, residente na Vila de São Sebastião aproximadamente 45 anos,
ressaltou que a Comunidade de São Sebastião foi fundada em 1943, pelo Sr. Amando
Gomes.
E continua seu relato, atualmente a
Comunidade possui mais de duzentas pessoas, sendo realizado o culto aos
domingos. No momento a paróquia possui um padre. Geralmente, a média de pessoas
que participam dos cultos chegam aproximadamente 50 pessoas.
D. Benedita Oliveira continua e diz:
¨O Sr. Amando Gomes, tinha um pai que era muito devoto de São Sebastião. Um dia
sua filha adoeceu muito, e ele fez uma promessa, que se a filha ficasse curada,
todo ano ele ia comemorar o festejo do Santo. E assim se fez a filha dele ficou
boa, e ele passou a comemorar o aniversário do mesmo no dia 19 de janeiro.
E todo ano é comemorado, com muita
alegria, prazeroso e satisfação o aniversário do padroeiro da Comunidade. A
religiosidade em torno de São Sebastião unia os moradores em uma procissão que
acontece todos os anos no dia 20 de janeiro.
Para Dona Maria de Jesus Oliveira
Gaia, 54 anos, com oito filhos e residente na comunidade de São Marcos, a
Igreja chegou na localidade no dia 10 de abril de 1988, através de duas pessoas
importantes: D. Custódia de Jesus Oliveira e Maria de Jesus Oliveira Gaia, que
na época de fundação eram jovens que estavam na faixa de 19 anos.
Os primeiros frequentadores da Igreja
foram os seguintes membros: Mônica Oliveira Lima e seu esposo Amadeu Lima. O
casal Virginio Gaia Neto e Maria de Jesus Oliveira Gaia e Custódio de Jesus
Oliveira, onde procuraram ampliar e dinamizar o raio de ações da congregação,
sendo o cooperador Luiz Santiago Costa o principal fundador na comunidade. Logo
depois, veio os cooperadores Adelino, Virginio Gaia Neto e Raimundo de Jesus
Oliveira. Sendo o cooperador Luiz Santiago Costa quem construiu a primeira
Igreja.
O prédio principal da Igreja que fica
na Vila de São Marcos, bairro da Zona Rural, é dirigida atualmente pelo Senhor
Virginio Gaia Neto. O principal objetivo é atender os membros e os
frequentadores da Igreja.
ASSEMBLEIA DE DEUS
Para o Senhor Cristiano Oliveira
Silva, 39 anos, servidor estadual, morador de Guajará Açu, o principal objetivo
da Congregação é: - “trabalho de evangelização da palavra de Deus”. Sendo seus
principais fundadores Antônio Malcher, Aluísio Gomes e Sinésio Barros.
Entre os projetos para o futuro,
segundo Cristiano Silva, é “Desenvolver um trabalho de orientação aos nossos
jovens, como palestra, aconselhamento e orientação para um futuro melhor”.
CONGREGAÇÃO VITÓRIA EM CRISTO
Para o Pastor Ernestino Gaia teria
sido fundada no dia 08 de janeiro de 199, pelo Senhor Jonas Vasconcelos de
Jesus, tendo como principal objetivo requerer medidas apropriadas e poder
ganhar almas. Para ele a Igreja não possui regras rígidas, porém tem como
princípio obedecer a Deus para quem tem juízo.
Atualmente a nível mundial, a Igreja
tem 145 anos, com mais de 35 espalhadas em diversas capitais, cidades e
localidades.
Segundo o aposentado, como
trabalhador rural, João Raimundo da Silva, sessenta anos, com dezenove anos
morando no alto Guajará-Açu aborda em sua entrevista que a Associação dos
Agricultores Unidos pela Pirâmide, que atende o trabalhador rural há oito anos
traz alguns benefícios para seus associados como construções de casas,
assistência técnica, hortas medicinais entre outros benefícios.
A Associação recebe benefício do
governo federal através de alguns programas como o PRONAF e PROAGRI, onde são
beneficiadas treze famílias, inclusive, todos recebem Bolsa Família. Até o
momento a Associação não possui sede própria, mas é um dos objetivos de seus
membros que no futuro se construa a sede em residência fixa.
Uma das Associações importantes por
essa região é a Associação do Cajuíra, que tem como um dos principais objetivos
atender os pequenos trabalhadores rurais. A entidade funciona há mais de dez
anos. Entre as principais lideranças e presidentes da Associação nós tivemos o
Senhor Júlio Miranda e Clédson Barros. O transporte é outra ação que os
trabalhadores rurais saem beneficiados, com a participação efetiva de mais de
vinte membros ligados diretamente a agricultura. É importante ressaltarmos que
a entidade as vezes recebe benefícios dos governos federal, estadual e
municipal.
Plantas Medicinais
Dona Maria Paula, de 77 anos,
residente na região do Alto Guajará, sendo trabalhadora rural aposentada e
curandeira, com vinte e três anos moradora da localidade, para ela as plantas
medicinais mais conhecidas da região são: Arruda, Babosa, Catinga de Mulata,
Capim-Santo, Andiroba, Hortelã, Matruz entre outros.
Com sua experiência atende pedidos de
muitas pessoas que são produzidos com as plantas medicinais que acreditam e tem
fé em seu poder de cura, principalmente nas garrafadas, para dores como chá de
hortelã, chá de arruda, chá de mucuracaá e entre vários que são feitos pelas
suas próprias mãos.
Material: Hortelã,
serve para má digestão, vômitos, cólicas em bebe, cólicas renais entre outras.
Má digestão:
Ferva cinco folhas de hortelã em um copo de água e deixe repousar por alguns
minutos e tome devagar.
Vômitos: Ferva
cinco gramas de hortelã em um copo com agua quente, adoçar e tomar em seguida,
ainda morna.
Cólicas em bebe:
Retire o sumo do hortelãzinha misture com uma xícara de leite materno e dê para
o bebe três vezes ao dia.
Material: Mastruz, serve para dores e inflamações no
estomago. Coloque um litro de água com quatro galhos de matruz. Guarde na
geladeira e tome uma xícara antes das refeições.
Murucaraá:
Serve para dores de cabeça, põem-se uma planta que contém veneno não por ser
ingerida, use as folhas murchas para fazer banho e lavar a cabeça.
INFORMANTES
Ana Farias Barros
Aniete Barros
Antônio Simão Gaia de Sales
Benedita de Sales Oliveira
Cristiano Oliveira Silva
Daniel Amaral da Silva
Diego Freitas Souza
Elisângela Cristina de Oliveira
Barros
Elizomar Aquino Silva
Isabel da Silva Barros
João Raimundo da Silva
José Nazareno Gaia de Goes
Margarida de Jesus Oliveira
Maria das Graças Oliveira Gomes
Maria de Jesus Oliveira Gaia
Maria Maturina de Oliveira Souza
Maria Mônica Oliveira Gomes
Maria Nortecia da Silva Sales
Maria Paula
Murilo Santa Cruz de Oliveira
Nanci de Oliveira Nunes
Natanias Oliveira da Trindade
Raimundo Pereira da Silva
Raimundo Roberto Gomes Malcher
Raimundo de Jesus Oliveira
Rafael Silva
Suzana Oliveira Barros de Jesus
Virginho Gaia Neto
Wanilza Góes da Silva
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