Alguns dados precisamos
ressaltar, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, vejam
aí:
1. A Reforma do Ensino Médio, da
qual a BNCC faz parte, tornou obrigatórias apenas as disciplinas de Língua
Portuguesa e Matemática nas escolas brasileiras desse nível de ensino. As
outras disciplinas, como História, Geografia, Sociologia, Filosofia, Artes,
Educação Física, Língua Estrangeira, Física, Química e Biologia não serão mais
obrigatórias.
2. O currículo flexível poderá
ser cumprido totalmente fora das escolas, por meio de inúmeras certificações de
qualidade duvidosa e desatreladas dos princípios da formação escolar, como
cursos de aprendizagem oferecidos por centros ou programas ocupacionais (ex:
Pronatec e Sistema S), e experiência de trabalho supervisionado ou outra
adquirida fora do ambiente escolar. É o caso de trabalho voluntário; estudos
realizados em instituições de ensino nacionais ou estrangeiras; cursos
realizados por meio de educação a distância etc.
3. Essa proposta dificulta cada
vez mais o ingresso da população de baixa renda na universidade.
4. Se a proposta da BNCC for
aprovada, as escolas vão reduzir seus quadros de educadores, já que precisarão
basicamente de professores de Português e Matemática. E mesmo assim, poucos
serão necessários, porque parte das disciplinas serão cumpridas a distância.
5. Sem contar as demissões em
massa, haverá contratação de profissionais com “notório saber” na educação
técnica-profissional e precarização das relações de trabalho por meio da
Reforma Trabalhista.
6. A parte flexível do currículo
e até mesmo componentes da BNCC – não presencial – serão transferidos para a
iniciativa privada, como o Sesc, Senai, Senac, Sesi e Federação Nacional das
Escolas Particulares e o Sistema Globo de Comunicações, por meio de seus
Telecursos. Por isso esses grupos apoiam a chamada reforma do Ensino Médio.
7. Esse domínio do setor privado
no Ensino Médio público está alinhado com a Emenda Constitucional nº 95, que
congela por 20 anos os investimentos públicos em políticas sociais, entre elas
a educação.
Fonte: Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE)
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