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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

33 anos do assassinato de João Batista

 


Em tempos de fascismo e ameaça a democracia no Brasil representado pelo Governo de Bolsonaro lembrar a luta de João Batista, incansável combatente pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e lembrar da bravura e resistência do povo brasileiro.


Vivemos um retrocesso civilizatório no Brasil como incentivo ao armamento de jagunços à serviço de mineradoras, do agronegócio, dos latifundiários que remonta no Pará aos idos da década de 60 quando o assassinato e despejos violentos de lideranças era a política da luta pela terra 


Apesar de pouco ter mudado devido a resistência dos Sindicatos e Movimentos dos Sem Terra a impunidade ainda grassa no Pará. Hoje mais do que nunca fomentada pelo Governo genocida de Bolsonaro.


Há 33 anos, em 6 de dezembro de 1988, às sete e meia da noite, o advogado dos trabalhadores João Carlos Batista, deputado estadual no Pará, chegava em sua residência, estava com a esposa Sandra Batista e seus filhos Renata, Dina e João, quando recebeu um tiro fatal na cabeça. Sua filha Dina foi baleada na perna esquerda e por pouco Sandra também não recebeu um tiro, pois o pistoleiro para fugir, deu um terceiro tiro e a bala passou por dentro do carro atingindo o muro do edifício Urca.


João Batista era natural de Votuporanga/ SP, chegou ao Pará com seus pais que eram camponeses e fixou residência em Paragominas nos idos de 60 quando a ditadura incentivou a vinda de agricultores do Sul do País para a Amazônia.

Lá conheceu a atuação perversa dos grileiros e pistoleiros que aterrorizavam a região.


Em Belém, estudou Direito no antigo CESEP, hoje UNAMA e logo se tornou líder estudantil lutando contra as altas mensalidades e a qualidade no ensino chegando a liderar a primeira greve estudantil em uma faculdade em 1978. Participou do Congresso de fundação da UNE em Salvador em 1979.


Era um homem firme e tenaz, mas amoroso e solidário.

Como advogado Batista se dedicou totalmente a defesa dos trabalhadores rurais e urbanos. Sua atuação lhe possibilitou sua eleição como deputado estadual. Fez de sua tribuna uma trincheira da luta do povo o que lhe rendeu o ódio dos latifundiários à época organizados na UDR entidade paramilitar que assassinou e perseguiu muitas lideranças de trabalhadores e trabalhadoras na década de 80.


Mesmo com um mandato breve Batista é lembrado por sua tenacidade e coragem na  defesa da Reforma Agrária e Urbana , da democracia e do socialismo.


Sabia que sob o capitalismo os agricultores não teriam terra para morar e trabalhar dignamente. Também na cidade percebeu que os trabalhadores eram obrigados a ocupar áreas nas condições mais precárias  e mesmo assim perseguidos com os despejos violentos.


Presenciou antes de ser assassinado, ameaças, torturas, expulsões e todo tipo de crueldade pelos " senhores das terras" contra a população mais pobre.

Ele mesmo teve sua casa invadida e revistada por diversas vezes.


Mas nunca se intimidou, ao contrário, seguiu em frente com seus ideais de liberdade e solidariedade inspirado empatia com os trabalhadores.


Antes do golpe fatal de seus algozes, João Batista sofreu 3 atentados. Em 85, na rodovia Belém Brasília quando retornava para Belém foi atacado por um carro que ao emparelhar com o seu 3 pistoleiros atiraram em sua direção e acertaram seu pai que recebeu um tiro de cartucheira em seu rosto ; em 86, na altura do município de Santa Izabel do Pará sofreu um acidente de carro propositalmente quando seguido e perseguido por pistoleiros  que lhe rendeu internação na UTI e várias sequelas, em 1987, uma grande manifestação em Paragominas no 1º de maio, pela Reforma Agrária na Constituinte, os pistoleiros avançaram sobre a multidão e tentaram assassiná-lo, houve tumulto, e reação e resultando em feridos e morto de ambos os lados. Até que em 1988 sua voz foi calada de forma covarde de tocaia em frente ao edifício que morava na Av. Gentil Bittencourt. 


João Batista defendeu mais de 60 ocupações de terra rurais e urbanas, ajudando trabalhadores e famílias no direito de morar e trabalhar nas diversas regiões do Pará em especial as áreas das rodovias Belém Brasília ( região do Capim) e Pará Maranhão ( região do Caeté), Sudeste e Oeste do Pará e Região Metropolitana.


João Batista é um dos mártires do povo e será sempre inspiração  para todos e todas que lutam contra o fascismo e o autoritarismo. 


Sua bravura, determinação e coerência na defesa da democracia e do socialismo em dias tão difíceis para o povo pobre de nossa Pátria nos anima a acreditar que venceremos os títeres que hoje massacram o povo brasileiro.


João Batista sempre presente!


Recordação de Sandra, Renata , Dina e João Batista. E seus netos que não o deixaram conhecer neste plano terreno.






OBSERVAÇÃO: Texto das redes sociais.

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