A escola de ensino médio Abraão Simão Jatene em Cametá esteve realizando um evento comemorativo aos dez anos do Café Literário da biblioteca da escola, e o escritor moduleiro Arodinei Gaia foi escolhido como homenageado no evento.
O Café Literário é uma realização da biblioteca Clarice Lispector e visa aproximar os estudantes do mundo da leitura.
O projeto foi efetivado no ano de 2012 pelas mãos do ex coordenador do SOME de Cametá, professor Sebastião Fiel. O professor Sebastião ao deixar o SOME, assumiu a direção da escola sede do modular na época, a Escola Estadual de Ensino Médio professora Osvaldina Muniz. Ao final da gestão foi lotado na biblioteca Clarice Lispector da Escola Simão Jatene. No entanto, para garantir a carga horária necessitava criar algum projeto anual para enviar a SEDUC. Assistindo o programa Café Filosófico na TV Cultura veio a ideia de criar algo parecido, porém na linha literária, foi então que surgiu o projeto Café Literário: Uma conversa com escritores. O espaço ocioso da biblioteca era o ambiente perfeito para o empreendimento.
O projeto consistia em convidar, escritores, poetas e produtores de cultura da região e coloca-los frente a frente aos estudantes da referida escola. O professor Sebastião Fiel almejava proporcionar uma interação e estreitamento entre quem faz e quem consome o produto cultural, principalmente, a literatura. Era fazer o leitor conhecer o autor, conhecer o seu trabalho e ler a sua obra.
A ideia deu certo e em 2012, na primeira edição foram convidados o poeta Alberto Mocbel e o escritor Doriedson Rodrigues, da Ufpa. Em seguida outros convidados como os professores escritores do SOME Arogas, Arodinei Gaia e Haroldo Barros. Também já esteve Paulino Dias, os poetas Francisco Mendes e Miguelângelo Mocbel, entre outros.
A responsabilidade pelo projeto, hoje, além do professor Sebastião Fiel, conta com a professora Gilma Guimarães Lisboa e Rivaldo Arnaud Lisboa, docentes readaptados na escola que abraçaram a causa. Rivaldo é historiador, Sebastião e Gilma são da área de letras, amantes da leitura, entusiastas da influência positiva que o ato de ler promove na formação dos estudantes. Então cuidar da biblioteca da escola e fomentar o projeto literário é como um presente para os professores.
A dinâmica do projeto ocorre com o bate papo entre os escritores e os leitores, onde estes conhecem um pouco da vida profissional e literária dos convidados. Respondem as perguntas dos estudantes e dos docentes presentes, tudo recheado a contação de histórias e estórias, declamação de poesia e música. Tudo acompanhado de um delicioso café da manhã, com frutas, sucos, biscoitos, pão e demais guloseimas ... literalmente um saboroso “café com literatura”.
Ao final do evento, os convidados presenteiam a biblioteca com exemplares de suas obras, o que favorece o enriquecimento do acervo com livros de autores regionais, que serão disponibilizados para empréstimos aos estudantes da escola. É um projeto em que todos saem ganhando e o incentivo à leitura ocorre de fato. O evento é custeado pelos organizadores com apoio da gestão da escola.
Neste ano de 2022, o evento foi promovido juntamente com a feira Pedagógica Cultural da Escola, e por está completando dez anos de atividade, os responsáveis resolveram fazer algo especial, diferente que marcasse a data. Assim, decidiu-se pela homenagem a um escritor, sendo escolhido Arodinei Gaia de Sousa, tendo como destaque a sua produção na literatura de cordel. O escritor é membro da Academia Paraense de Cordelistas e da Academia Cametaense de Letras.
Nessa edição comemorativa, outra novidade foi que o evento ocorreu o dia inteiro de forma itinerante aberto ao público com convidados de diversas escolas, de ensino fundamental e médio, que em forma de rodízio participaram a assistiram o bate papo com o escritor homenageado, que falou do seu trabalho, mostrou os novos livros de cordel, apresentou o mais recente “A moça do Cemitério” e “A maldição da mansão Barcelar” (este escrito com os poetas Niro Carpen de Ananindeua, Márcio Fabiano de São Paulo e Ulisses Ângelo da Bahia)”, a inspiração que o fez escrever os dois contos de cordel e também apresentou, junto ao violão, algumas de suas músicas autorais.
O Café Literário idealizado pelo ex-coordenador do SOME da 2 Ure – Cametá, já mostrou para que veio. Os frutos já estão sendo colhidos. A biblioteca ganhou vida, a sala de leitura passou a ser mais visitada pelos estudantes. Enfim! O incentivo à leitura e a valorização dos autores regionais tornam-se a grande marca que o projeto deixa como legado.
Parabéns meu amigo vc merece reconhecimento pelo belo trabalho q faz...
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