No interior do Pará, populações ribeirinhas tiveram acesso
limitado à educação, especialmente durante a Ditadura Militar, quando os
investimentos nacionais priorizavam grandes projetos em áreas urbanas e rurais. O
Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), criado em 1980 pela FEP,
surgiu como alternativa para incluir estudantes dessas regiões, expandindo-se
para áreas rurais, quilombolas, indígenas e locais de difícil acesso.
Durante três décadas, o SOME promoveu atividades pedagógicas em
diversos municípios e comunidades ribeirinhas, consolidando-se como política
pública educacional voltada à inclusão. Em 2014, a Lei nº 7.806 formalizou o
SOME como política educacional estadual, resultado de articulações entre professores,
SINTEPP e governo.
Apesar dos
avanços, persistem desafios na infraestrutura escolar rural, com aulas
frequentemente ocorrendo em ambientes improvisados e sem recursos adequados,
prejudicando a qualidade do ensino. Em 2017, o SOME atendeu mais de 35 mil
alunos em 97 municípios; em 2024, foram cerca de 33 mil alunos em 86
municípios. Apesar das dificuldades, o sistema mantém sua relevância e continua
evoluindo.
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