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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

SOME, 40 anos sem deserto





*Yêda Caldeira



 
Professoras Desbravadoras do SOME Maria das Dores Reis e Yêda Caldeira sempre na luta por uma educação digna e de qualidade




Com tantos desafios existentes na sociedade, a educação alimentando sonhos e alguns ainda muito distantes desta realidade opressora que insiste, através de seus mandatários, em desrespeitar cada vez mais a importância do conhecimento, da ciência, do saber… Entretanto, o papel do educador não perde sua relevância para os que acreditam, sonham e lutam por uma sociedade mais justa e pela emancipação humana que a educação pode conduzir.



É com este teor libertário simbolizado pela resistência e desafios em vários contextos vivenciados por profissionais da educação que o Sistema de Organização Modular de Ensino atua há quarenta anos aproximando dos sujeitos o conhecimento e sua conexão com o todo.



O SOME, projeto que fez avançar significadamente a história da educação no Estado do Pará, propiciou a continuidade nos estudos em localidades em que era extremamente difícil, às vezes, impossível.


O SOME tendo como prática pedagógica a educação inclusiva pôs vivência e experiência para andarem juntas, traçando caminhos a uma democratização educacional ímpar no gigantesco Estado do Pará. Neste projeto o deserto transforma-se em povoados com a ligação entre Educação e Cidadania e o foco no sucesso dos aprendizes nos levava a conhecer suas necessidades e anseios, e a partir de então ir em busca de otimizar os resultados.



Com toda certeza o SOME representa o maior, mais lindo e eficaz projeto educacional no qual muitos professores honradamente atuaram e outros continuam atuando no Estado do Pará. Estruturado em módulos, como processo desafiador das práticas excludentes, o SOME inaugurou há 40 anos pelos interiores do Pará uma educação ativa e significativa, com educadores destemidos em assumir riscos ao inovar as práticas pedagógicas, com respeito e responsabilidade referentes às diversidades (regionais, culturais, religiosas, pessoais, etc).



Quem sabe, ao ler o texto alguém pode questionar o porquê de tanta homenagem a este projeto. Acredite: há tantas respostas, talvez por roteirizar a vida dos atores como iguais, espelhando questões de saúde, segurança, amor, emprego, educação em sentido bem amplo dentre outros aspectos que auxiliam na dinâmica do exercício de refletir prática de direitos e deveres.



Importante ressaltar que a intenção aqui não é jogar confetes em nenhuma ação governamental, uma vez que o Estado nunca deixou de ser entrave e a resistência sempre exercendo sua atuação.



Versar sobre o SOME não é simplesmente mensurar prós e contras. Ao longo de sua história existem elementos de trabalho coletivo. São 40 anos não só de flores, mas sem deserto, o SOME é habitado, é povoado por seres que pensam, pesquisam, compartilham, amam, informam, perguntam… é a abrangência do conhecimento em diferentes pontos de vista.



* Professora Yêda Caldeira se dedicou muitos anos de sua vida profissional ao SOME.

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