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domingo, 17 de maio de 2020

Educação no estado do Pará: Possibilidades e desafios no SOME





O Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME completou no ultimo dia 15 de abril de 2020 40 anos de existência e resistência enquanto uma política pública educacional no Estado do Pará.




Como contribuição de minha trajetória de 29 anos dedicada neste sistema de ensino começarei a postar, a partir de hoje, algumas experiências vivenciadas e pedagógicas nas comunidades de territórios quilombolas, indígenas, camponesas e ribeirinhas.  




Em 1989, em processo seletivo de 12 candidatos realizado pela SEDUC, sendo três vagas, fui selecionado para trabalhar nessa importante política pública que desenvolvia suas atividades nos interiores, com o Ensino Médio e alguns poucos municípios com o ensino fundamental. O processo seletivo incluía a redação, a apresentação de um projeto para ser executado nas comunidades, a entrevista tendo como base o projeto e o curriculum. Portanto, posso afirmar que para ser professor do SOME significava estar disponível para descobrir “novas emoções” durante o trajeto de suas viagens.




Após o resultado, passei por um curso de formação sobre a estrutura e o funcionamento do SOME, no antigo Centro de Treinamento de Recursos Humanos “Arthur Viana” - CTRH. Foi uma semana, pela parte da manhã e pela parte da tarde, incluindo textos da literatura de educadores progressistas entre eles, Paulo Freire. No final de encerramento do curso, na sexta-feira, os técnicos responsáveis concluíram o evento e informando o circuito (quatro municípios) que trabalharíamos durante o ano. Meu primeiro Município foi Terra Santa (Fronteira com Amazonas).




A viagem de Belém para Terra Santa deu-se nos dias 13 e 14 de maio de 1989. Indo de avião de Belém/Santarém. De barco, Santarém/Oriximiná e Oriximiná/Terra Santa. Portanto, após dois dias de viagem, cheguei ao meu destino, já que o calendário iniciaria no dia 17, na segunda feira. Ressalto que durante a viagem entre as memórias nesse período foi quando ao sair do barco, no município de Oriximiná, com a água no meio das canelas, carregando uma sacola de roupas e a outra de material didático e livros fui logo “batizado” no SOME, com uma queda na saída da escada do barco para calçada da cidade. Da sacola do material consegui salvar alguns livros acadêmicos e a sacola de roupas toda molhada. Foi o primeiro momento marcante para minha vivência profissional, que até hoje não esqueço. Fiquei aguardando o barco que passaria em Oriximiná com destino a Terra Santa, por volta de 16 horas chegando ao meu destino em Terra Santa às 23 horas, com a cidade calma, sem a presença de pessoas, que informassem o endereço da Casa dos Professores. Enfim, cheguei a Casa dos Professores e sendo recepcionado pelo casal de professores: Cleber Barros e Zuleide Pamplona. Abriram a porta e me apresentei. Estava dando inicio a uma nova trajetória em minha vida.

Um comentário:

  1. É por esta história de muitas lutas que vc,professor Ribamar, é exemplo de luta e dedicação em prol da melhoria da educação no eestado do Pará através do Some. Parabéns, professor que aposentou da docência mas nao se aposentou da luta por uma boa docência.

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