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sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Che Guevara, Vive!



               * José Raimundo Trindade (Prof/UFPA)
               * Ribamar Oliveira (Prof/SEDUC/PA)




São 54 anos que nos separam de uma das mentes mais compromissadas com os humildes e com os povos que sofrem injustiças sociais, e justamente por isso foi brutalmente assassinado nas matas bolivianas, após uma covarde emboscada. O argentino Ernesto” Che” Chevara de La Serna nasceu em 14/06/1928 em Rosário província localizada a aproximadamente 300 Km de Buenos Aires, capital portenha. Mesmo tendo conforto durante sua infância e adolescência, já que sua família possuía alguns bens materiais, tinha asma e de vez quando as crises afetavam profundamente sua saúde. Ernesto Guevara porém era um jovem muito racional e nas horas de desconfortos de sua vida sempre lembrava nos inúmeros que tinham o desconforto pior da pobreza e da opressão imposta pelo capitalismo.



Adolescente


Formado em medicina na década de 50, após rápida passagem pelo curso de engenharia, fez o curso na Universidade de Buenos Aires. “Che” tinha uma visão política mais ampla da América Latina e mundial, fazendo duas viagens para diversos países de motocicleta, quando era acadêmico. Nessas idas e vindas pela amada América Latina, testemunhou a enorme pobreza, a falta de saúde pública e as condições de trabalho precárias por onde passou. Depois de graduado, fez mais uma viagem pela América Latina, inclusive, vendo a derrubada do governo democrático da Guatemala, com o apoio das forças do imperialismo estadunidense. 



Che com a família


A queda do governo democrático guatemalteco se inicia com a intervenção da CIA, como sempre, envolvida nos golpes na América Latina e mundial. Com a destituição do governo de Jacobo Guzmán Arbens, “Che” se desloca para o México, onde conhece Fidel Castro e participa ativamente do Movimento Revolucionário 26 de Julho (MR – 26 de julho) com os treinamentos, debates e discussões sobre os rumos do movimento, sendo logo depois, incluído na expedição de Granma, deslocando 84 revolucionários além do comandante Fidel Castro, dando início ao processo da Revolução Cubana na região litorânea. 



Che, Raul Castro e Fidel Castro




No primeiro combate foi ferido, porém, com destacada e efetiva participação foi considerado o primeiro revolucionário promovido ao cargo de comandante, em 12 de julho de 1957, chefiando coluna guerrilheira. No Exército Rebelde (ER), foi um dos mais atuantes, com atuação na fundação da Rádio Rebelde, em 24 de fevereiro de 1958 e na formação política, dirigiu a Escola de Recrutas do Exército Rebelde, também chefiou a contra ofensiva que desorganizou a tirania na Sierra Maestra; além de chefiar a Coluna 8, que tinha como missão invadir Las Villas, unificar os revolucionários, administrar a Ilha e cortar as comunicações entre os objetivos principais. Recebeu assim também de Fidel Castro, para chefiar a Coluna 2, que estavam entre seus planos, fazer a rota invasora paralela e depois seguir até Pinar del Rio, entre outras indicações e tarefas em prol da Revolução Cubana. 



Ano novo/1958, Montanhas de Sierra Maestra



Durante suas missões “Che” conseguiu unificar e organizar os revolucionários; além de o Movimento 26 de julho se juntar ao DR – 13 de março, momento crucial para avançar em seus objetivos com a colaboração dos povos da província e culminando com a Batalha de Santa Clara, sendo que a cidade foi rendida no dia 1º de janeiro destroçando a Ditadura e fazendo com que “Che” e Camilo Cienfuengos fossem os primeiros a pisarem nos solos de Havana. 



Exército atravessa Santa Clara rumo à Havana



Com a consolidação da Revolução Cubana, o grande “Che” foi um dos principais líderes da Revolução, foi um os comandantes militares, foi Presidente do Banco Nacional, Ministro da Industria, Representante de Cuba no exterior e sendo o principal teórico da Revolução, sempre impulsionando as posições e ideias mais avançadas dentro do processo, sendo que seu pensamento é um referencial do marxismo do século XX e atual. 


Com um projeto libertador para a América Latina como enfatiza muito bem no texto "O Socialismo e o homem em Cuba". 


Como revolucionário de linha de frente dos movimentos e para alguns um “aventureiro”, em abril de 1965 deixa seus cargos na ilha de Cuba e vai liderar um grupo em apoio aos revolucionários de Congo na África, onde a missão porém não foi um sucesso. Após se desloca para a Tanzânia e logo depois para a Bolívia. Sempre liderando apoiadores e revolucionários é incorporado ao Exército de Libertação Nacional da Bolívia juntamente com militantes peruanos e bolivianos que tinham em suas metas expandir o processo revolucionário na região. Nos combates, “Che” dividiria em duas colunas, sendo uma comandada por ele e a outra chefiada por Juan Joaquim Vitalio Acuna. Desde agosto as colunas perderam os contatos pelas dificuldades da região que se encontravam. A Coluna de Joaquim foi traída por Honorato Rojas, um camponês da região que apoiava a guerrilha, sofrendo uma emboscada e sendo todos assassinados, inclusive, a militante comunista alemã Tamara Bunke, a lendária Tania. “Che” e sua coluna cercados com apenas 20 revolucionários, sendo que apenas 5 escaparam do cerco. Por de trás de um rochedo, um tiro acertou sua Carabina M-2, logo sendo inutilizada. Com uma bala na perna e sem arma, o grande Comandante “Che” Guevara foi capturado e preso, levado para uma Escola da Vila de La Higuera, no dia 08 de outubro de 1967. Com ordem das autoridades bolivianas, “Che” foi assassinado por Félix Rodrigues; assim como os demais prisioneiros no dia 09 de outubro de 1967.


“Che” continua mais vivo do nunca e grande referência, principalmente, para a juventude. Seu legado deixado é histórico e marcante pra quem viveu em todo o mundo nas décadas de 70 e 80. 


Suas principais obras foram:"De moto pela América do Sul: diário de viagem" (1952); "A Guerra das Guerrilhas" (1961) e "Apuntes de la guerra revolucionaria cubana" (1963). 


Hasta la victoria, siempre, Comandante! 

“Che” Guevara..



Imagens: Google

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