Pesquisa realizada pelos alunos do ensino fundamental e médio da EEEFM "Raimundo de Campos Lopes”, durante o período do segundo módulo de 2011, na localidade de Ponta de Terra, no município de Bujarú, no Pará.
PONTA DE TERRA: História e Memória
Governo do Estado do Pará
Secretaria Estadual de Educação
Secretaria Adjunta de Ensino
Departamento de Ensino Médio e Ensino Profissional
Coordenação do Sistema de Organização Modular de Ensino
EEEFM “ Raimundo de Campos Lopes”
Diretor da Escola “D. Mário de Miranda Vilas Boas”:
Francisco Luiz Teixeira Cardoso
Coordenação do SOME:
Simone Sampaio
Técnicos:
José Luis Araújo
Engrácia Barbosa
Rosiléia Guimarães
Coordenação, Sistematização e Revisão Textual:
José Ribamar Lira de Oliveira – Historiador (SOME)
Valdivino Cunha da Silva – Sociólogo (SOME)
Alunos-Autores:
Adriene Campos Rodrigo
Aline Silva Mendonça
Amanda do Socorro Campos Marques
Amarildo da Cruz Rodrigues Junior
Apolinário Campos da Conceição Filho
Arilson da Silva Pereira
Arinelson Pereira Martins
Carmem Célia Rosário da Silva
Darlene Martins Santos
Daniela Fonseca dos Santos
Denilson Maciel Cruz
Diogo Gomes Menezes
Enoque Batista Conceição
Euder Sillas Barros Gomes
Ezequiel Santos Pereira
Franciel da Silva Pantoja
Giselly Pinto dos Santos
Izalena Silva
Izane Pereira da Silva
Jonilson Carvalho Oliveira
José Alexandre Batista dos Reis
José Nadir
Lena Cecília Machado da Silva
Luana Beatriz Craveiro Menezes
Luciene Galo dos Anjos
Lucilene Barros Gaia
Luana Gomes Silva
Lucileide dos Santos Ferreira
Maiane Silva de Oliveira
Manulia da Cruz Costa
Márcio Antônio dos Santos Abreu
Marivane da Cruz Costa
Marlene Batista da Silva
Milena da Cruz Costa
Noemia Gomes da Silva
Pâmela da Silva Cardoso
Simone Barros Martins
Tiago Santos Menezes
Robson Baia dos Santos
Rosilda da Silva dos Reis
Rubenilson Pereira da Silva
Rosicleia Conceição Batista
Zaíra Lessa
Dedicatória
Este trabalho é dedicado a todas as pessoas
que contribuíram para sua execução, sem
eles, este trabalho não teria se concretizado.
Não citarei nome, para não cometer lapso de
memória, mas dedicamos a todos os alunos
que se empenharam no sentido de coleta dos
dados, das entrevista e da pesquisa como um
todo. Dedicamos também a todos os
professores do SISTEMA MODULAR que
compuseram a equipe da qual fui um dos
membros. Dedico finalmente aos moradores,
notadamente os mais idosos que foram a
principal fonte de informação aqui levantadas.
AGRADECIMENTOS
A Secretaria Estadual de Educação – SEDUC, que através de meu trabalho enquanto docente da disciplina história, possibilitou que eu desenvolvesse esta atividade que vai além das quatro paredes da sala de aula na comunidade da Vila de São Raimundo enquanto desenvolvia minhas atividade de professor no IV Módulo/2011, para a elaboração deste importante instrumento pedagógico;
A Prefeitura Municipal de Bujaru que realizou convênio com a Secretaria Estadual de Educação proporcionando a mim e aos demais professores e alunos oportunidades de utilizar recursos metodológicos até então não utilizados na educação básica;
Aos funcionários da EEFM “Raimundo de Campos Lopes” que foram fundamentais nesse processo de construção do projeto; assim como a equipe do SOME, através dos professores: Adriana da Silva e Silva, Adriano Mesquita de Sousa e Lásaro Sebastião Gomes da Silva.
Somos gratos as diversas pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a construção desta Coletânea de Textos, produzidos pelos alunos;
Sem dúvida, sem os informantes, jamais teríamos fontes para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho.
A comunidade de Ponta de Terra
A comunidade de Ponta de Terra, também conhecida como Igarapé-Açú, localiza-se a 13 km do município de Bujaru-Pa. Para chegar lá, utiliza-se a PA 140 entrando a altura do km 13 da rodovia, lado direito no sentido Bujaru-Tomé-Açú. Da entrada da PA até a comunidade a distancia é de aproximadamente 04 km.
A entrada da comunidade é marcada por um belo igarapé que dar nome a comunidade (Igarapé-Açú) que também é chamada de Ponta de Terra e em que pese o processo de degradação, ainda guarda resquícios de suas belezas naturais. Ele constitui uma rica fonte para os povos daquela comunidade e o utilizam para banho, lazer, agricultura, etc. Se o visitante levar sorte, ainda pode ser recebido pelos cantares de pássaros tipicamente amazônicos, que cantam e encantam a beiro dos igarapés daquela comunidade como se estivessem dando boas vinda a quem por lá passar.
Cada comunidade tem suas particularidades e a marca de ponta de terra é de ser uma comunidade acolhedora e festiva. Aliás, a festividade do Divino Espírito Santo, que ocorre naquela comunidade no mês de junho, é talvez a mais expressiva de todas do município, quer pelo número de participantes quer pela devoção que têm ao santo padroeiro. Na semana da festividade, não apenas a comunidade, mas até mesmo a cidade de Bujaru fica mais movimentada em função da festividade do Divino Espírito Santo.
HISTÓRICO DA ESCOLA
A Escola Estadual “Raimundo de Campos Lopes”, situada na zona rural do município de Bujaru – Pará, na comunidade de Ponta de Terra, foi fundada no ano de 2005, para atender a população da localidade situada e comunidades vizinhas, que se deslocavam do interior para a cidade, seja para continuar a estudar, pois muitas desses adolescentes e jovens , não freqüentavam a escola pelo difícil acesso para chegar a cidade.
A escola que tem sua estrutura de alvenaria, possui quatro salas de aulas, uma copa (cozinha), duas secretarias sendo uma funcionando como sala de aula, dois banheiros e uma área de recreação.
A referida instituição de ensino atende 410 alunos de mais de 20 comunidades vizinhas, distribuídos em três turnos, sendo manhã, tarde e noite, nas modalidades de 5ª série do ensino fundamental ao 3ª ano do ensino médio.
Dentro da programação do projeto pedagógico do SOME, foi realizada uma visita pedagógica com alunos da 8ª série de Ponta de Terra na Escola-sede, com a presença de 31 alunos. Na Escola “D. Mário” foram divididos dois grupos, um grupo ficou no Laboratório de Informática, com a coordenação do Professor Gilson Andrade, da Escola-sede e na Biblioteca ficou outro grupo sob a coordenação do Professor do SOME Valdivino Cunha, que foi convidado para participar da visita.
Nas aulas do Laboratório de Informática, muitos alunos que, ainda não tinham entrado em contato com o computador, o professor responsável deu uma visão geral e noções básicas da informática. Na Biblioteca, sob a coordenação do Professor Valdivino Cunha a outra equipe ficou responsável de pesquisar sobre os grandes projetos na Amazônia. Depois foi realizado o revezamento. Um dos objetivos da visita foi mostrar com que eles sintam que fazem parte da Escola, apesar de estudarem 22 km da escola-sede, “D. Mário”.
O Professor Valdivino Cunha frisou a importância dessas aulas pedagógicas como ferramentas de aprendizagem: “Existem diferentes formas de saberes. De uma forma ou de outras estamos sempre aprendendo e ensinando ao mesmo tempo, portanto, ninguém é perfeitamente sábio, que não venha sempre aprender algo, assim também como ninguém é puramente ignorantes que não venha ensinar um pouco”. É dessa forma dialógica que o projeto SOME- notadamente para aqueles que entendem que o aprender não se limita a uma sala de aula exclusivamente- está sempre buscando e ensinando novos saberes, muitos deles junto a própria comunidade, que aparentemente estaria apenas recebendo ensinamentos.
Nessas “visitas pedagógicas” muitas lições devem ser tiradas, uma delas é que pelos brilhos nos olhares e nos sorrisos estampados de cada aluno, percebe-se um quê de alegria. A visita na Escola “D. Mário Vilas Boas” foi importante porque possibilitou aos alunos o contato, muitos deles pela primeira vez, com o computador; possibilitou, também a quebra da rotina, a visita à Biblioteca, isso é aprendizagem, mais dinâmica e extrapola os limites da Escola”.
A escola é atendida pelo SOME- Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME) que é uma modalidade de ensino alternativo e funciona em formula de módulo. Em cada módulo funciona em média com 07 professores por módulos, estabelecendo-se um rodízio de maneira que no final do ano todas as disciplinas da grade curricular tenha sido ministradas, tendo também 10 funcionários da escola que se dividem em três turnos, sendo dois coordenadores, cinco auxiliares de serviços gerais, dois vigias e um zelador.
Para a Professora Beatriz Costa de Brito, educadora na área de Sociologia, no SOME, “Trabalhar no Sistema de Organização Modular de Ensino é ótimo, me sinto muito bem com o trabalho que faço pelo contato constante que mantenho com outros municípios, outras comunidades, o que carrego de experiência vivida no ambiente de trabalho único”. E continua: “Não existe nenhum tipo de trabalho que se compare ao nosso no estado, por isso estou 17 anos trabalhando no interior do estado”.
Para a referida professora, “Em minhas aulas o que procuro fazer com mais intensidade, é incentivar os meus alunos a interpretar, a escrever e refletir sobre tudo o que possa explorar em sala de aula. E em torno disso fazer com que essa relação (Professor e Aluno) se aperfeiçoe, pelo respeito que o professor deve manter por eles e vice-versa”. E conclui: “Deixar minha família para trabalhar”, hoje já não é tão dramático, pois tenho a oportunidade de ver minha família toda semana, porém em tempos outrolas, já fiquei até três meses sem ver meus filhos e marido, o que provocou um transtorno muito grande em alguns momentos e meus filhos não demonstravam tanta afinidade comigo, como pelo pai, e isso é muito duro de resistir. “Só resistir pela minha grande convicção de que me adaptar de verdade como professor só no SOME”. Sem contar que “são muitas a dificuldades para chegar ao local de trabalho, ônibus, horários, enfrentar os ramais, as dores na costa de carregar malas e outras que qualquer pessoa moradora das localidades de Bujaru conhece melhor que eu”.
PROFESSORES FALAM SOBRE A DOCÊNCIA
Já a Professora de Filosofia, Adriana da Silva e Silva “trabalhar no SOME é uma experiência maravilhosa, gratificante, me identifica com o trabalho e com as comunidades”. E frisa: “São várias as dificuldades para chegar às escolas do interior de Bujaru ramais ruins, perigosos por andar sozinha, na maioria das vezes”. E continua: “O que me incentivou para ser professora foi que na minha família somos quase todas as professoras, sempre gostei de brincar de professora, aos 18 anos terminei a formação de professora que era o antigo magistério, desde então não fiz outra coisa”. Para ela: “Deixar minha família na cidade para trabalhar no interior essa é a parte mais difícil, deixar a família, como tenho uma filha de 07 anos sofro muito, quando estou em lugares distantes, quando ela ou meu pai adoecem é a hora que sofro mais (...) mas o momento mais dolorido é quando eu saio de casa e ela pergunta: Mãe tu volta hoje? Que horas tu chegas? Porém essa compreensão só é possível quando chego e resolvo a situação”.
GEOGRAFIA DAS COMUNIDADES DO MUNICÍPIO DE BUJARU.
A partir de Bujaru, na PA – 140, km -13 passaram a surgir várias comunidades, a primeira Vila é a de Bacuri. Nessa Vila a população atual é de 200 pessoas. O nome dessa comunidade significa bacuri, porque quando a primeiras famílias habitaram este terreno havia uma grande plantação de bacuri. Hoje só resta o nome, porque as pessoas acabaram com a plantação, para assim conseguir construir suas casas.
A segunda comunidade é denominada de Mangueirão. Essa comunidade foi fundada na década de 20. Hoje possui uma população de aproximadamente de 325 habitantes, sendo conhecida como Mangueirão porque desde que foi fundada até os dias atuais a espécie de árvore nativa são as mangueiras.
A terceira comunidade é a de Ponta de Terra. A maior comunidade que dá acesso a todas outras comunidades. Com a população de 700 habitantes atuais, essa comunidade é conhecida como Ponta de Terra porque a primeira família ao chegar aqui, foi a de dona Maria dos Reis Lessa e seu esposo José Lessa, que por terem a maior área de terra colocaram o nome de seu sitio de Ponta de Terra, que prevalece até os dias atuais.
A quarta comunidade é a Vila de Vilage. Com uma população atual de 150 habitantes, o nome Vilage foi dado ao terreno de dona Maria José que tinha um dos maiores terrenos. Porque não tinha uma determinada vila, apenas casas em torno dos caminhos.
A quinta comunidade é a Vila de Curuba. Com uma população de aproximadamente 125 pessoas. Essa comunidade se deu o nome por causa do apelido do senhor Curuba( não sabemos o verdadeiro nome dele) um dois mais antigos moradores dessa localidade.
A sexta comunidade é chamada de Vila de Cajueira.
Outra comunidade importante e sétima comunidade é a Vila de Conceição do Guamá. Com uma população de 150 habitantes deu-se o nome de Conceição por causa da padroeira que é a Nossa Senhora da Conceição.
A oitava comunidade fundamental é Ariuba.
A nona comunidade é Porto das Pedras. Com uma população com mais ou menos 150 pessoas. Deu-se o nome Porto das Pedras, porque na beira do rio Guajará havia muitas pedras, por isso ficou o nome Porto das Pedras.
ECONOMIA
Introdução
A economia é um assunto que tem que ser mais estudado pelos políticos, que assumem o cargo mais altos de um país, pois está em jogo milhões de pessoas que não estão satisfeitas com os produtos que chegam com os preços altíssimos na mesa da população, sendo um salário mínimo de R$ 545,00 não dá para suprir algumas necessidades diárias de algumas famílias. E ainda existe aquela população que não tem trabalho assalariado, ou melhor, reside no interior dos municípios sobrevivendo apenas da agricultura, que muitas das vezes o dinheiro apurado não chega nem perto de um salário mínimo. Nesse assunto vamos falar de economia na comunidade e como são os trabalhos que alimentam essa economia na comunidade.
A ECONOMIA NA COMUNIDADE
A economia na minha comunidade e das comunidades vizinhas se preocupa em plantar, colher e transformar tudo aquilo que foi plantado e colhido em lucro para comprar, o principal que é o alimento, roupas, e investir o restante do dinheiro numa nova plantação talvez você ainda não entendesse, o que eu pretendo e, mas o objetivo explicar é que no próximo ano tenhamos retorno financeiro.
Quero falar com plantar e colher, essas duas fases da roça que são duas fases da roça que é um dos principais meios de sobrevivência e que movimenta na maioria das vezes a economia na comunidade.
A farinha é o principal produto que faz parte da economia de nossa localidade. Para que possamos produzir esse produto e necessário colher a mandioca.
Para começar esse processo de produção desse produto primeiro devemos fazer a roça, o período que devemos roçar é a partir do mês de junho ao mês de outubro, após terminar de roçar devemos esperar um tempo de 30 a 40 dias, queima-se a roça depois de queimada podemos plantar a maniva que entre 10 a 15 dias esta grelando após ter fito esse processo espera-se uns dois ou três meses para capinar pela 1ª vez que serve para que a maniva se desenvolva e cresça rapidamente, entre quatro ou cinco meses após ter capinado a 1ª vez que serve para o crescimento da mandioca. Depois de todo os processos que vimos, a roça é só esperarmos por mais seis meses, é já podemos colher a mandioca para produzir a farinha.
Para a farinha chegar ao consumidor é necessário que ela passe por vários processos.
Como ir arrancar a mandioca na roça, carregar e por de molho o tempo para a mandioca está boa, para se descascar é de 4 a 5 dias, nesse período a pessoa, já terá que ter arranjado a linha para torra a farinha.
Dentre esses 4 a 5 dias a pessoa descasca a mandioca, lava e carrega para o retiro (casa de farinha). Põe na masseira onde a mandioca será amassada e em seguida coloca no tipiti onde a massa será espremida para sair toda a água em seguida coloca-se a massa na peneira onde será coada a massa no forno, para se transformar na farinha e vai para o mercado.
Uma das vantagens na venda da farinha hoje, é que o marreteiro vem comprar a farinha na casa; isso facilita o transporte para os grandes centros consumidores.
O LADO POSITIVO E O NEGATIVO DA FARINHA
Positivo: É que ela nos produz rendas, que favorecem para manter mais nossas famílias e tirar nossos alimentos do dia-a-dia, os agricultores que tem os pedaços de terra que produzem farinha para suprir suas necessidades e sabemos que é um lado central de sobrevivência.
Pois não precisamos comprar a farinha que consumimos, nem se preocupar se foi bem feito ou não e sim preocupar se foi bem feito ou não e sim procurar produzir mais, para poder aumentar sua renda.
E o lado negativo:
É que para produzir a farinha precisa fazer roça, e com isso acaba agredindo o meio ambiente com desmatamento e queimadas.
Sem levar em conta é que em numeras das vezes as roças acabam morrendo elevando prejuízo para os produtores, e falta de segurança para os consumidores, sem contar com a baixa renda no mercado. Que eleva um espaço tão grande e pouco lucro.
MITOS E LENDAS
As lendas são histórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos, misturam fatos reais com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobre naturais
Os mitos acompanham os homens desde os seus primórdios, eles são narrativas que possuem um forte componente simbólico, como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através das explicações cientificas criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimento e alertar as pessoas sobre perigo ou defeitos e qualidade do ser humano
A LENDA DO BOTO
Surgiu, provavelmente, na região amazônica. Esta figura folclórica é representada por um homem jovem, bonito e charmoso que seduz mulheres em bailes e festas. Após a conquista conduz as jovens a beira do rio e as engravida. Antes da madrugada, ele mergulha nas águas do rio para transforma-se num lindo boto.
A LENDA DA VISAGEM.
Um dia, um homem chamado Aurélio foi para uma vila chamada Vila de Santana, jogar bola com seus amigos, chegando lá eles começaram a jogar bola, foi começando anoitecer, o homem perdeu o ônibus eles ia para um lugar chamada Curuperé que era o local onde o homem morava .
Aurélio ficou sozinho em vila de Santana, ele foi procurar a casa dos pais dele que tinha se mudado a pouco tempo para a vila. Ele entrou na casa dos pais dele que moravam perto do cemitério. Umas pessoas disseram para ele que iam desligar o motor de luz ás 09h00min horas da noite, o rapaz foi dormir, ele pegou no sono e se espantou de repente, ele viu que tinha alguma coisa puxando o lençol dele, era uma visagem, ele embrulhou com dois lençóis, quando ele abriu os olhos a visagem já estava puxando o outro lençol dele e ele disse:
- Meu Deus e agora, eu estou sozinho aqui. Ai ele teve uma idéia de fingir que estava despertando do sono, para pegar a lanterna que estava embaixo da cama. Ele pegou a lanterna e focou para ver o que era, mas não conseguiu ver nada.
Ele disse - Eu não vou mais dormir aqui, essa visagem vai querer me matar.
A LENDA DA MATINTA PERERA
As informações são também nesse mito muitas controversas. Nunca surge como “assombrações” ou visagem que assusta as pessoas e pode até provoca-lhes a morte em outras, é uma mulher que vira passarinho assobiador.
Em muitos lugarejos a existência dessa bruxa cabocla que se transforma em gato, cachorro, bota, morcego, porca, pássaro é tida como inconteste e até encarada com normalidade e assobio da Matinta Pereira atestam todas que já ouviram “é coisa de outro mundo” arrepia até a alma a gente sente como se estivesse levantando do chão.
RELIGIOSIDADE E CULTURA
Na nossa cultura temos: jogos de futebol, festas de vários temas e encontros religiosos.
O ponto mais marcante cultual da nossa comunidade e o círio de Santa Maria que acontece no 2ª domingo do mês de setembro e atrai uma multidão de seguidores.
No cultivo das comunidades tem a produção de um pouco de tudo como: arroz, feijão, açaí, milho, pupunha, cupuaçu; porém o que gera a maior parte da renda é o cultivo da mandioca. Os agricultores sobrevivam da plantação da mesma.
A Festa do Divino é outro destaque na comunidade de Ponta de Terra (Igarapé – Açu), porém a comunidade começa a se organizar no início de junho, com o hasteamento do pau do santo (Mastro). A noite começa a novena que também terminam nove dias depois.
No domingo, a “Mesa dos Inocentes”, que é o dia em que é ofertado um jantar para as crianças, no caso 12, que os pais fizeram promessas para os mesmos pagarem com um jantar. O jantar é oferecido pelo festeiro. O “Jantar dos Inocentes” é uma tradição que segundo Dona Marluce da Costa Pena, vem desde o princípio do festejo. Nesse jantar, além de ser uma responsabilidade do festeiro, também tem a participação dos promesseiros, enquanto uns ajudam dando alimentos, outros lavam as mãos e enxugam.
É importante salientar que cada ano tem um festeiro diferente. O festeiro é escolhido no final da festa, através de um sorteio. Também são escolhidos por sorteio os noveneiros, os que vão ficar responsáveis pelas novenas. Cada dia um noveneiro fica incumbido de organizar a novena em sua casa.
Na festa tem o juiz do mastro e o juiz da festa, no caso o juiz da festa é o elemento mais importante do evento, já que é o festeiro. A responsabilidade do juiz do mastro é ir ao mato tirar mastro, enfeitar e no dia do hasteamento mandar rezar a novena. O mastro fica hasteado nove dias. O mastro será hasteado com a bandeira do santo.
MESA DOS INOCENTES
Segundo Dona Marluce Pena que juntamente com seu esposo Enrique, que já foi festeiro da festa oferecida por eles foi sua maior alegria, já que era um sonho do casal serem juízes da festa. Dona Marluce fala com os olhos brilhando de alegrias quanta trata do “Jantar dos Inocentes”, ela preparou tudo o que uma criança gosta: pudim, pastéis, coxinhas, sonhos, monteiros Lopes, doce de coco, suco de frutas naturais e muitas frutas. A festa é patrocinada pelo festeiro, porém o mesmo sai pedindo ofertas na comunidade, principalmente para o bingo. O dinheiro arrecadado é investido na despesa do santo.
Evangélica, adventista, quadrangular, porém a que tem mais adeptos é a igreja católica temos também varias vilas, Ananindeua, 15 de novembro, Santa Maria Cajueira, Carioca, Arituba, Catandeua,cada vila com seu diferencial na cultura.
SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇA
A dengue é uma doença grave que pode matar e é transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypite também infectado que se produz principalmente nas cidades criadoras artificiais.
Sintomas da dengue: os sintomas mais comuns são febre alta com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas. Porém, há uma forma mais grave da doença, a dengue hemorrágica. Os sintomas. Nesse caso são dores abdominais fortes, vômito, sangramentos pelo nariz, boca e fezes.
Em todos os casos procure imediatamente uma unidade de saúde.
O QUE FAZER PARA COMBATER?
É aqui, professor, que você um papel fundamental junto com os seus alunos. O combate a dengue e feito de maneira simples. Basta colocar em pratica algumas atitudes simples como:
. Tampar caixa d água;
. Colocar área nos pratinhos das plantas;
. Limpar sempre a laje e calhas;
. Jogar todos os utensílios que passam acumular água, como potes, embalagens usadas, latas, copos ou garrafas vazias;
Colocar o lixo em sacas plásticas e manter a lixeira sempre fechada.
Muitas doenças são causadas por micróbios. Os micróbios podem penetrar em nosso corpo pela boca, pelo nariz pelos ouvidos e também por ferimentos na pele.
Algumas doenças podem passar de uma para outro pelo espirro, pela tosse, pelo beijo ou pelo uso de roupa e objeto do doente.
A gripe o sarampo, a catapora e a meningite são doenças contagiosas.
Alguns vermes também causam doenças à lombriga e a solitária pode penetrar em nosso corpo quando o seus ovos estão na água que bebemos ou nos alimentos que comemos.
Para evitar Doenças.
- Ter higiene com o corpo e em casa;
- Lavar os alimentos e os objetos antes de serem usados, vacinar e cuidar dos animais domésticos;
- Lavar e desinfetar ferimentos para que o micróbio não penetre pela pele;
- Ter uma boa alimentação;
-As vacinas nos protegem de certas doenças;
Desde pequenos tomamos vacina.
-BCG: contra tuberculose
-Sabin: contra poliomielite ou paralisia infantil
-Tríplice: contra difteria, tétano e coqueluche ou tosse comprido.
-Sarampo contra o sarampo.
MEDICINA POPULAR
A importância da medicina popular.
A medicina popular é muito importante para a nossa saúde porque quando não temos dinheiro para compra remédios da fármacia, são as plantas medicinais que agente usa para resolver o nosso problema de saúde.
Antigamente as pessoas só usaram as plantas medicinas porque não tinha condição para ir a uma unidade de saúde porque o transporte era precário se a pessoa sofresse algum acidente grave até que ela chegasse a um hospital já estava quase para não agüentar mais.
As plantas medicinais as pessoas podem fazer muitos chás como: o chá do mastruz serve para dor de barriga, o chá de folha da coramina e a folha da laranja servem para problema do coração.
O chá da casca da verônica serve para anemia, o chá da unha do gato serve para inflamação.
O chá da folha do boldo e a casca do alho servem para dor de vento.
São muitas e outras mais doenças que são tratadas com as plantas medicinas quando não podemos fazer exames para comprar remédios na farmácia.
HISTÓRIA DE VIDA
Em 1958, Dona Esperança Novais Machado e seu marido chegaram a Itaporanga. Dona Esperança morava na comunidade de Jutaí e seu marido na comunidade de Castanheiro. Quando vieram morar aqui, o dinheiro usado era o cruzeiro, a primeira fonte de renda econômica nessa época era a taberna, depois de oito ou 10 anos começaram a trabalhar na roça, pelo fracasso da taberna. Não havia outra Igreja, apenas a Católica, só depois de alguns anos, fundaram a Assembleia de Deus em Nova Canaã. Hoje em dia há duas religiões a Católica e a Evangélica em nossa comunidade. Não havia escola por perto, apenas em 1968 que construíram uma escola em Itaporanga, no Jutaí e em Bom Jardim. Dona Esperança mora nessa terra á 35 anos, e conta que, ao chegarem aqui havia e há vestígios dos escravos que habitavam aqui, como o piso da casa de barro que eles moravam, o tronco que eles eram surrados, uma pedra bem grande que possivelmente seria a casa grande, essa pedra foi usada para colocar no piso da Igreja Católica de Itaporanga. Existem também um igarapé e uma estrada feitos pelos escravos, à estrada foi feita na várzea com a piçarra tirada do igarapé que eles cavaram.
Além do engenho que tinha aqui em Itaporanga, havia também o da Fazenda Itapeuas, de Santana e o da Engenhoca, ambos eram próximas e relacionavam-se entre si. As terras e os escravos pertenciam a um espanhol que era muito cruel. Ele tinha uma esposa e uma filha de 09 anos de idade. Sua esposa morreu e após a morte dela ele internou sua filha junto com sua ama em um colégio em Belém, pegou as joias e o ouro da família e mandou alguns escravos enterrarem, após esses escravos terem enterrados as jóias e o ouro, o senhor deles os matou para que ninguém ficasse sabendo. Após ter feito isso foi embora para a Espanha e deixou as terras à venda. Dona Esperança com seu marido as comprou.
José Nadir Moraes Raiol, brasileiro, nascido no município de Bujaru, no dia 14 de novembro de 1950, começou no trabalho da lavoura aos 10 anos, aos 22 anos casou com D. Maria Suely, onde tiveram dez filhos; sendo hoje, nove adultos e uma de menor, adolescente de onze anos, estou aposentado, onde garanto parte de seus desejos e caprichos. Aos 28 anos estudou eletrônica e fez o curso básico de radio técnico, onde a função por um bom tempo. Trabalhou como professor no Movimento Brasileiro de Alfabetização trabalhou também como professor do ensino fundamental, na Escola de Ensino Fundamental “Vereador Abílio Marques”, com 72 alunos. Foi estagiário da Rádio Marajoara AM, em Belém, tendo certa experiência na área radiofônica. No momento, é dono da marca FAMA da melhor farinha de Bujaru.
Valdirene Martins Fonseca, tem 41 anos, é brasileira, casada a quinze anos, tem três filhos, sendo duas mulheres e um homem. Nasceu na cidade de Belém, mas foi criada na localidade de Guajará-Açu e aos treze anos de idade foi estudar em Belém, onde ficou durante nove anos, terminou o ensino fundamental e fez até o 2º ano de Patologia Clínica no Colégio “Visconde de Souza Franco”, retornou para sua comunidade de origem com vinte e um anos e quando foi convidada pelos moradores da mesma comunidade para ministrar aulas de pré-escolar até a 4ª série no ensino fundamental, depois de onze meses que estava trabalhando como professora no ano de 1992 recebeu convite para cursar o Projeto Gavião II, na cidade de Bujaru, tendo concluído em 1996, na área do magistério.
Passou seis anos sem estudar, só fazendo os cursos de Formação Continuada e em 2002 veio para Bujaru a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), fez o vestibular e passou no curso de Pedagogia e em 2009 iniciou o curso de Gestão Escolar e hoje é graduada em Pedagogia, Especialista em Gestão Escolar e no momento faz graduação em Geografia, pelo Parfor na Universidade Estadual do Pará (UEPA), em Belém. Já trabalha 19 anos EMF “São Benedito”, onde, inclusive foi fundadora da mesma. Desenvolveu o seu trabalho como prestadora de serviços, ou seja, contratada e em 2005 fez o concurso público, sendo efetiva do município de Bujaru, e seu sonho é ser
efetiva do estado, por isso está estudando. Quando o ensino d 5ª a 8ª série era municipalizado, ministrou as disciplinas de Espanhol, Artes, Religião, História, Matemática e Ciências na EMEF “Santa Maria” durante dois anos e também de 2005 a 2008 trabalhei como Coordenadora e Técnica Pedagógica.
Terezinha Silva de Oliveira tem 45 anos, é moradora da comunidade de Ariandeua, tem 12 filhos, em Ariandeua, local onde nasceu e sendo filha de trabalhadores que se dedicavam a lavoura. Estudou em casa até a 3ª série, já que naquele tempo era muito difícil. Com uma educação de formação familiar autoritária e rígida, era bastante obediente aos pais. Diferente de hoje em que os alunos têm facilidade de estudar, a sua vida não foi fácil. Naquele tempo, surgiu à comunidade, era um grupo de trabalho com 12 famílias. Eles se reuniam para organizar o trabalho e iniciaram, também a reza, organizar o culto dominical e novenas. Essa organização que é produtiva e significativa para a comunidade rendeu a construção da escola, que é uma conquista e fruto de toda comunidade.
Terezinha Martins Fonseca tem 69 anos, aposentada, mãe de três filhos e viúva. É residente da comunidade de Ariandeua, nasceu em Ponta de Terra, no município de Bujaru e dos treze irmãos, tem apenas dois vivos. Quem trabalhava era apenas o pai; enquanto a mãe carregava viga grande.
Neste momento era tudo farto, mas não tinha gás e energia. Mas a caça tinha bastante. O comerciante mais velho daquele tempo era o Sr. Abílio Marquês com aproximadamente oitenta anos, que morava na Vila de Santa Maria, já é falecido. Naquele momento, o dinheiro não valia quase nada, tudo funcionava em sistema de troca; ou seja, o que o agricultor plantava trocava por mercadorias que tinha necessidades, ou quase isso. As casas eram de barro. Mora 60 anos em Guajará-Açu. Naquele tempo não era comum jogar futebol, o que existia era festa. Umas das festas eram chamadas de Santa Maria, João Batista, Senhora das Graças, Santa Terezinha e entre outras.
Firmina Fonseca Raiol, conhecida como Kilo, tem 65 anos, nasceu em São Miguel do Guamá, veio com os pais morar em Ponta de Terra. Filha de lavradores se casou com 20 anos, moradora da comunidade de Ariandeua, tem uma filha e três netos. É casada com lavrador.
INFORMANTES:
José Nadir Moraes Raiol
Valdirene Martins Fonseca
Terezinha Silva de Oliveira
Terezinha Martins Fonseca
Firmina Fonseca Raiol
Esperança Novais Machado
Anexos:
Parabéns! A todos que contribuirão para esse trabalho, de valorização desse lugar que amo.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirMeu nome é Cristiane Reis e preciso muito falar com a pessoa que postou essa matéria! Estou iniciando meus estudo da minha genealogia e há pouco tempo descobri que meus avós paternos são deste lugar, Ponta de Terra! Você me ajudaria???
Meu e-mail cris.3a@hotmail.com
Cristiane, essa pessoa em baixo, pode te ajudar.
ExcluirTrabalho à dez anos lá, e conheço muitas pessoas da comunidade.
ResponderExcluir