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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Conhecendo Afuá através do SOME

 

        320 km separam Belém do Pará do município de Afuá, sendo que a cidade mais próxima fica distante 84 km, que é Macapá, capital do Estado do Amapá. Sua localização ao redor é toda de várzea, propiciando uma visão panorâmica da cidade, no mínimo curiosa, principalmente por parte de pessoas que a visitam pela primeira vez, haja vista ela ser cheia de palafitas, inclusive, as suas ruas.

 

        Tive a oportunidade de trabalhar neste município em dois momentos: Um pelo Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, no ano de 1989; e o outro, através de formação de professores, em 1990, com o Centro de Treinamento de Recursos Humanos – CTRH, ambos pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará - SEDUC.

 

        Durante o período que permaneci em Afuá, foi possível perceber alguns aspectos interessantes: como a cidade é hospitaleira, e isso ficou visível pela recepção que recebemos durante o período que ficamos por lá. Um sentimento excelente pelo ar, com as matas verdes, em plena floresta amazônica. Isso é salutar, sem contar, com a alimentação tipicamente cabocla, tendo como base o pescado e mariscos, em especial, o camarão da água doce, juntamente, com o famoso açaí. A tranquilidade, oferecida pela cidade, fazia com que levássemos uma vida ribeirinha marajoara.

 

        Na primeira vez que fui àquele município, fiquei na Casa dos Professores e, depois, no hotel. Ressalto que, naquele momento, a SEDUC bancava as passagens de avião até Macapá e, daí, para a cidade de Afuá, ficava esperando a embarcação da Prefeitura. Como marinheiro de primeira viagem, a travessia de Macapá para a “Veneza Marajoara” - já que fica na mesorregião do Marajó - foi de madrugada, com ventos fortes e a maré bastante agitada, principalmente na saída da capital do Amapá. A duração da viagem foi de, aproximadamente, cinco horas, o que provocou muito enjoo e cansaço. Chegamos por volta de cinco horas da manhã na cidade, o que, para mim, era tudo novidade.

 

        Como cidade ribeirinha, a vida cotidiana dos moradores era peculiar com o tipo de vegetação que possuía, assim como também a presença forte do comércio de palmito e da madeira. As belas casas, construídas de madeira da região, vislumbravam um espaço alegre e produtivo. Às vezes, eu ficava adorando as janelas dessas casas, feitas por quem realmente entende, traduzindo em arte, como eram feitas, realçando com as belas venezianas.

 

        Quando trabalhei no Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, essa política pública que atende o ensino médio nos interiores do Estado do Pará funcionava, apenas, na cidade, depois se expandiu para várias localidades do município. Foram dois momentos prazerosos e animados durante o período que passei pela “Veneza Marajoara”, os quais possibilitaram ampliar minhas experiências e conhecimentos.

                                                                                                         

Texto: Ribamar Oliveira

Revisão textual: Carlos Prestes

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