Convivências e
Aprendizados do SOME!
Uma das
características do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME, política
pública, idealizado no ano de 1980, pela Fundação Educacional do Pará – FEP,
gerenciado atualmente pela Secretaria Estadual de Educação o Estado Pará –
SEDUC, é que os professores residem em casas alugadas pela Secretaria de
Educação, as quais pertencem a um morador local. É uma moradia compartilhada
por todos os professores lotados na localidade.
Diferente do ensino regular, no qual o professor
termina suas atividades e vai para a sua casa e para o convívio com sua
família, o professor do SOME, quando finaliza suas práticas
educativas, vai para casa com os outros profissionais, que também estavam
desenvolvendo suas atividades pedagógicas na escola, portanto, bastante
diferente, da realidade familiar.
Ressalto que, antes de julho de
2003, o calendário escolar era de 50 dias letivos, em municípios, ou
localidades, distantes muitos quilômetros das residências dos docentes,
geralmente em Belém. O deslocamento até esses locais era feito em vários tipos
de transportes: aviões, ônibus e embarcações, de acordo com o acesso até à
região do município.
A partir de agosto de 2003, com a
descentralização dessa política pública, os professores foram alocados conforme
sua URE de lotação e, em alguns casos, perto de sua residência. Vale ressaltar
que com isso, o SOME perde sua configuração original, já que muito
professores com outros vínculos, normalmente com a prefeitura, são removidos ou
contratados para fazer parte do quadro de docentes. Esse fato traz como
consequência perda da dedicação exclusiva e também uma significativa perda no
rendimento de grande parte dos professores, o que implica direta e
drasticamente na credibilidade do Sistema Modular perante as comunidades.
Apesar
de todos esses aspectos acimas citados serem de grande importância, quero
destacar que a convivência entre pessoas com personalidades, valores e
objetivos distintos, fez com que eu aprendesse a ter habilidades para conversar
pacificamente, sempre ouvindo as falas dos outros profissionais, sejam de
interesses coletivos, sejam de interesses individuais e, naturalmente, sempre
ocorria algumas divergências sem jamais provocar qualquer tipo de crise.
Porém, uma coisa é certa, todo esse processo me deixou um grande legado, um
importante aprendizado no quesito “inter-relações pessoais”, o que facilitou
ainda mais o meu trabalho e permanência no SOME por muitos anos, e o
que é melhor me deu de herança uma legião de amigos que estarão para sempre em
minha memória e no meu coração! Salve o SOME que infelizmente está perdendo o
seu relevante papel na educação dos nossos jovens residentes nos rincões mais
longínquos desse nosso imenso Pará! Triste realidade!
Texto: Ribamar Oliveira
Revisão textual: Prof. Flávio
Figueiredo dos Santos Filho (SOME)
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