A EEEFM " Maria Gabriela Ramos de Oliveira", localizada no Conjunto Maguari, conforme, já divulgamos,
na sexta- feira(23/11), deu continuidade a execução de seu projeto:
DIVERSIDADE CULTURAL: CONSTRUINDO A IDENTIDADE ÉTNICO-RACIAL A PARTIR DO
CONHECIMENTO DA HISTÓRIA E DA CULTURA AFRICANA.
TEMA: DIVERSIDADE CULTURAL
INSTITUIÇÃO: E.E.E.F.M. Mª GABRIELA RAMOS DE OLIVEIRA
PÚBLICO ALVO: DISCENTES DO FUNDAMENTAL E MÉDIO
TEMPO PREVISTO: MÊS DE NOVEMBRO/2012
1.
Introdução
O
projeto “Diversidade cultural: construindo a identidade étnico-racial a partir
do conhecimento da história e da cultura africana” a ser desenvolvido na Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Maria Gabriela Ramos de Oliveira” vem
oportunizar, dentro da escola, a implementação da Lei 10.639/03, que estabelece a
obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana na
Educação do Ensino Fundamental e Médio.
Diante da realidade que se
apresenta (de violência, de exclusão, de práticas pedagógicas
descontextualizadas da realidade dos educandos), o projeto contribuirá, de
forma interdisciplinar, para que valores (como respeito, igualdade, liberdade e
dignidade), sejam construídos ou, pelo menos, discutidos no âmbito escolar,
pois é só a partir da leitura e análise da realidade que resultados podem converter-se
em propostas efetivas, em ações pedagógicas eficientes. Para Leite (1996), é
necessário que os alunos se defrontem com situações que os obriguem a comparar pontos de vista,
rever suas hipóteses e sair do espaço escolar de
maneira que possam começar a ver o outro com respeito.
Mostrando as referências
positivas de se pertencer a essa etnia / raça, diferentes disciplinas (língua
portuguesa, história, geografia, sociologia) contribuirão, para que crianças e
jovens construam a sua identidade étnico-racial. A partir do não
negligenciamento do valor, da história e da cultura africana, das contribuições
efetivas à formação do povo brasileiro, do conhecimento das políticas
afirmativas, da história das lutas de resistência do movimento negro no Brasil,
da existência de leis (como a 10.639/03 e a 7.716/09), e do Estatuto da
Igualdade Racial, a escola estimula o dialogismo, esperando que os sujeitos
envolvidos nesse processo aprendam e cresçam na diferença, sobretudo no
respeito a ela; sejam agentes da ampliação do caráter democrático, cidadãos
críticos, capazes de refletirem sobre sua
realidade, comprometerem-se com ela, a ponto de buscarem soluções para seus
problemas e transformarem seu contexto.
2. Justificativa
A sociedade brasileira
caracteriza-se por uma pluralidade étnica, e esta se encontra refletida,
consequentemente, no espaço escolar, ora se tornando motivo de exclusão, ora de
preconceito, ora de marginalização, ora de anulação.
Partindo
do princípio que a escola é “uma realidade histórica em processo contínuo”
(SANTOS, 2007), levar a esse espaço privilegiado de (trans) formação a
discussão sobre etnia, raça, exclusão (escolar e social) é questão de
cidadania, de democratização, de direito e dever. Faz-se urgente e
imprescindível desconstruir conceitos, visões estereotipadas e preconceituosas,
muitas vezes veladas em discursos reproduzidos até por educadores.
Aliás,
o professor precisa rever sua prática, seus conceitos, e ser um profissional
produtor consciente de conhecimento, aquele que ensina seu alunado a pensar, a
questionar, a levantar hipóteses, “... perceber os significados que se ocultam
nas palavras.” (MICHELLETTI, 2001, p.18), ou nas imagens, principalmente
aquelas presentes nos livros didáticos e que apresentam o negro como objeto,
sem passado, nulo em sua memória, contribuindo para fragmentar ainda mais a identidade do
aluno negro.
A
escola, muitas vezes a única instituição transmissora de valores, não pode
negligenciar à sua função de formar cidadãos críticos (compreendidos aqui como
pessoas que aprenderam a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade,
justiça, não-violência), capazes de se envolverem com seu meio e buscarem
soluções para seus problemas. Essas atitudes precisam ser aprendidas e
desenvolvidas pelos estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinadas na
escola. A nova
pedagogia orienta o trabalho do professor no sentido de introduzir uma nova
prática que oriente o aluno a construir competências e, para isso, coloca-o em
situações que o obrigam a alcançar uma meta, a resolver problemas, a tomar
decisões como afirma Perrenoud (2001). Enfrentar problemas numerosos do mais
simples ao mais complexo, de natureza realista, que o façam mobilizar os mais
diferentes recursos cognitivos.
A Lei 10.639 (2003) existe,
porém ainda não foi assumida efetivamente nas escolas, com propostas de ações
concretas e objetivas. E é por isso que alguns questionamentos são necessários:
até que ponto a questão racial vem sendo trabalhada nas escolas
públicas? Qual é a
postura assumida pela escola diante da diversidade étnico-racial? A escola
tem contribuído para que a criança / jovem negro possa construir uma identidade
social positiva em relação à sua pertença a um grupo afro descendente? Os
professores conhecem a Lei 10.639 / 03, consideram-na importante e necessária?
Reconstruir a história dos
afro-brasileiros é fundamental. Ensinar mais que episódios isolados como
tráfico negreiro e abolição da escravatura fazem-se urgente. O negro tem um
passado bem mais amplo e anterior a esses fatos citados, e influenciou a
sociedade brasileira de uma forma bem mais rica daquela que é comumente
lembrada. Torná-los sujeito, realmente, de sua história. Nesse sentido, a Lei 10.639/03 aparece como uma
grande possibilidade de preencher uma coluna historicamente construída na
formação escolar do brasileiro – ausência de discussões sobre as contribuições
da história e cultura africanas. Não mais imagens negativas que aparecem
inferiorizando a pessoa negra nos livros didáticos, ausência dos conteúdos
ligados à cultura afro-brasileira e á história dos povos africanos, mas a
ampliação do caráter democrático, pautados no respeito, na promoção de condutas
guiada pelos direitos humanos.
3.
Objetivos:
3.1.
GERAL:
Garantir a ampliação de conhecimentos
acerca da história e da cultura africana na escola, facilitando a atuação
educativa na perspectiva do enfrentamento da discriminação racial.
3.2.
ESPECÍFICOS:
ü Estimular
a convivência e a aceitação às diferenças ético-raciais, por meio da
desconstrução das ideias racistas, discriminatórias e pejorativas,
transformando a escola em espaço democrático, capaz de vivenciar a prática dos
direito humanos;
ü Estimular
a construção da identidade ético-raciais dos alunos, por meio de ações de
mobilização comunitária;
ü Ampliar
o conhecimento sobre a existência de uma diversidade cultural dentro da escola,
e a necessidade de valorizar as diferenças, como forma de combater o
preconceito racial, por meio de debates, palestras, exposição de documentários.
4.
Metodologia:
Vygotsky sustenta que todo
conhecimento é construído socialmente, no âmbito das relações humanas. Essa
teoria tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um
processo sócio histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem
nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada, histórico-social. Este
processo, se dá na relação com outro, nas trocas onde o professor aperfeiçoando
sua prática constrói, consolida, fortalece e enriquece seu aprendizado. Por
isso, complementamos com os estudos dos PCNs cuja proposta é formar cidadãos
capazes de posicionar-se de maneira crítica; perceber-se integrante, dependente
e agente transformador do ambiente; utilizar as diferentes linguagens e fontes
de informação; questionar a realidade formulando problemas e tratando de
resolvê-los.
Sendo assim, o trabalho será
dividido em várias etapas que deverão estar em consonância entre si como:
·
Amostra de vídeo / filmes;
·
Realização de mesas redondas, debates,
palestras;
·
Leitura, interpretação e produção de
textos (escritos, midiáticos);
·
Pesquisas;
·
Exposição.
5. Cronograma
DESCRIÇÃO DAS
ATIVIDADES
|
PERÍODO
|
|
01
|
Amostra de vídeo / filmes
|
05 a 19/12
|
02
|
Realização de mesas redondas / debates
|
05 a 19/12
|
03
|
Realização de palestras
|
05 a 19/12
|
04
|
Leitura, interpretação e produção de
letras de músicas (hip-hop, samba)
|
05 a 19/12
|
05
|
Pesquisa sobre personagens negros na
literatura
|
05 a 19/12
|
06
|
Pesquisa e exposição de pessoas negras
que se destacaram na história (literatura, esporte, política)
|
05 a 19/12
|
07
|
Pesquisa sobre culinária de origem
africana
|
05 a 19/12
|
08
|
Pesquisa sobre as danças de origem dos
negos (capoeira, hip-hop, coreografias fundamentada nas raízes
negra)
|
05 a 19/12
|
09
|
Leitura de paradidáticos sobre a
consciência negra na literatura infanto-juvenil
|
05 a 19/12
|
10
|
Pesquisa sobre a mulher negra na sociedade brasileira
|
05 a 19/12
|
11
|
Produção e exposição dos vídeos
produzidos pelos educandos
|
05 a 19/12
|
12
|
Oficina de estética no cabelo
(tranças)
|
20 /12
|
13
|
Amostra da culinária de origem
africana
|
20 /12
|
14
|
Concurso de “Beleza Negra da Escola
Maria Gabriela”
|
20 /12
|
15
|
Apresentação de danças (capoeira, reg,
hip-hop, batucada)
|
20 /12
|
16
|
Apresentação da
banda de rock dos alunos da 802.
|
20 /12
|
17
|
Torneio de futsal, dama, xadrez,
corrida, passeio de bicicleta, etc.
|
20 /12
|
18
|
Apresentação de performance de
personagens negros da literatura brasileira
|
23/12
|
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
POR TURMAS / PROFESSOR
TURNO: MANHÃ
ATIVIDADES
|
TURMAS
|
PROFESSOR COORDENADOR
|
Leitura
de paradidáticos sobre a consciência negra na literatura infanto-juvenil
|
501, 502,503
|
IVAN
|
Pesquisa
sobre culinária de origem africana
|
601,602
|
DÉA
|
Leitura,
interpretação e produção de letras de músicas (hip-hop, samba, paródias)
|
701,702
|
FÁTIMA
|
Pesquisa
sobre as danças de origem dos negos (capoeira, hip-hop, coreografias
fundamentada nas raízes negra)
|
801,802
|
SARA
|
Produção
e exposição dos vídeos sobre os jovens negros na sociedade
|
101
|
MÁRCIO
|
Pesquisa
sobre personagens negros na literatura
|
201
|
JEREMIAS
|
Pesquisa
sobre a mulher negra na sociedade
brasileira
|
301
|
DINEIDE
|
TURNO: TARDE
ATIVIDADES
|
TURMAS
|
PROFESSOR COORDENADOR
|
Leitura
de paradidáticos sobre a consciência negra na literatura infanto-juvenil
|
501, 502
|
MARLEIDE
|
Pesquisa
sobre culinária de origem africana
|
601,602
|
DÉA
|
Leitura,
interpretação e produção de letras de músicas (hip-hop, samba, paródias)
|
701,702
|
IVONE
|
Pesquisa
sobre as danças de origem dos negos (capoeira, hip-hop, coreografias
fundamentada nas raízes negra)
|
801,802
|
RONI
|
Produção
e exposição dos vídeos sobre os jovens negros na sociedade
|
101
|
BETH
|
Pesquisa
sobre personagens negros na literatura
|
201
|
ARICLEIDE
|
Pesquisa
e exposição de pessoas negras que se destacaram na história (literatura,
esporte, política), por meio de grafitagem, charge
|
3ª ETAPA, 4ª
ETAPA
|
IVONE
|
TURNO: NOITE
ATIVIDADES
|
TURMAS
|
PROFESSOR
COORDENADOR
|
3ª etapa
|
||
4ª etapa 1
|
||
4ª etapa 2
|
||
101
|
||
102
|
||
103
|
||
104
|
||
105
|
||
1º ano
|
||
201
|
||
202
|
||
301
|
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA:
Arantes. V.A. (org.).(2003) Afetividade na escola: alternativas teóricas
e práticas.(2 ed.) São Paulo: Summus.
Gadotti,
M. (1986). Autonomia da Escola:
Princípios e Propostas. 2
ed. São Paulo: Cortez
Leite,
L. H. A (2006). Pedagogia de projetos. Revista Presença pedagógica. V.
2, nº 8, p. 26-33.
Parâmetros
Curriculares Nacionais (1999). Adaptações
Curriculares – Ministério da Educação – Brasília
Perrenoud, Philippe (2000). Dez novas competências para ensinar.
Porto Alegre: Artmed.
_____________. (1999). Práticas
pedagógicas, profissão docente e formação. Perspectivas sociológicas.
Lisboa, Publicações Dom Quixote.
_____________.
(1998). Construir as competências desde a
escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.
Vygotsky, L.S. (1998) A
formação social da mente. São Paulo :Martins Fontes.
__________. (1991). Pensamento e linguagem.
2 ed. São Paulo: Martins Fontes.
Autoras
do projeto:
1. Professora Walquíria Carvalho –
Língua Portuguesa
2. Professora Fátima Oliveira –
História e Estudos Amazônicos
3. Professora Aricleide Tavares –
Língua Portuguesa
Imagens em vários momentos do projeto:
Gostaria de parabenizar a comunidade escolar e agradecer as autoras do projeto, para que se tornasse público. Valeu galera.
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