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terça-feira, 17 de julho de 2012

'Pra não dizer que não falei das flores' : Collor,corrupção e espiritualidade.





                                                                                               Alanna Souto*





O Fantástico ontem(15.07) abordou a corrupção no período Collor, revisitando questões já conhecidas do público, agora com tempero a mais para o sensacionalismo midiático, trazendo a novamente a tona as relações do ex-presidente com 'magia negra' [ação 'magística ' que vai na contramão da Lei divina ação,utilizando, inclusive, de sacrifícios de animais ou mesmo humanos em prol unicamente do beneficiamento próprio, não respeitando, obviamente o livre arbítrio]. Diga-se de passagem, esse mesmo Fernando Collor no inicio dos anos 1990 foi aclamado pela rede globo, na qual teve um papel fundamental para boa popularidade do político, manipulando, [re]editando o debate de 1989 entre Collor x Lula, a favor do primeiro.Fato comprovado, inclusive, por Boni, na época executivo da emissora,em declarações recentes... além do tão aclamado,aguerrido e educativo documentário 'Muito Além do cidadão kane', que demonstra o quão a Globo está enraizada nos [des]mandos da política brasileira.E pior, influenciando mentes, formando opiniões...Isso sim, também, é digno de preocupação. Contudo o que me deixa tão aflita se não digo indignada, é alguns senhores e senhoras por questões óbvias de preconceito ou mesmo 'má fé' no caso de outras mentes mais esclarecidas,os quais fazem suas observações pautadas em generalidades superficiais ,utilizarem tal questão que envolve a palavra 'magia',incluindo todos os espiritualistas no mesmo balaio daqueles que transgridem 'leis universais' divinas ou cósmicas,como diria Einstein em seu livro 'Como vejo o mundo'. 






Reflito que, realmente, o fato de se praticar 'magia sagrada e genuína', digna e nobre em prol do amadurecimento interno e do auxílio caritativo ao próximo, não é garantia 100% da retidão humana e da salvação de crimes morais e sociais, afinal nós seres humanos estamos sempre 'a beira de um ataque de nervos', mas creio, sem temer críticas sobre pretensão ou pouca modesta, que todos aqueles os quais fazem um trabalho auto-avaliativo e crítico sobre si mesmo,orientados por sábios mestres de Luz, 'militando' cotidianamente no auxílio ao próximo, vejo sim, uma possibilidade menor em se deixar conduzir por valores fúteis, egoico[centro da atenção] ou mesmo pelo poder a qualquer custo. 






Na umbanda, diz mãe Ita, uma religião que permite e auxilia na entrada dos reinos,onde essa iniciação se dar 10 % no plano terreno [nos templos] e 90% no astral [sonhos, desdobramentos com ajuda de um mestre(a)] e que necessariamente deve seguir o princípio triangular: obediência, lealdade e humildade. O que não quer dizer que você será um fantoche ou um subserviente, quer dizer sim, que nas trilhas da iniciação é preciso ter fé para além dos míopes olhos carnais, questionar com respeito e buscar o silêncio sábio na hora que for preciso.
Ou seja, todos aqueles que vivem a 'magia sagrada', enquanto filosofia de vida, como uma bússola no direcionar de suas relações humanas, assumindo seus erros e acertos,dentro e fora do templo,DISCURSO E PRÁXIS, deixando-se conduzir por seus mestres, em todos os dias de provações ou mesmo em momentos de maus tempos em suas vidas, cada vez mais se afastará das supostas armadilhas do EGO e do materialismo em excesso.






A diferença é que na ESPIRITUALIDADE, cedo ou mais tarde as máscaras caiem, não se engana o 'ESPÍRITO', como se engana o homem, o qual se deixa 'cegar' por suas emoções e ambições, seja no campo material, familiar ou profissional. E diferente da justiça do 'plano terreno' a justiça divina não é CEGA, certamente um corrupto desvairado ou um agressor sexual,cito apenas como ilustração,não duraria e muito menos seria tolerado como 'trabalhador' de um templo sagrado e genuíno, o qual se pauta e vive princípios universais divinos.Somos o tempo todo conduzidos e observados, apesar do respeito ao nosso livre-arbítrio.






Não quer dizer, também, de forma alguma, que aqueles que abraçam uma filosofia transcendental que visa a transformação interna do ser humano e consequentemente do 'mundo', são santos e intocáveis ou vivem num mundo a parte,aliás vivemos todos na mesma 'matrix', enjaulados em nossas limitações morais, materiais e 'familiares'...presos em nossos [falsos] julgamentos, quase sempre nos colocando como 'parâmetro' para fazer juízo de valor do outro. O noturno; o diurno;o matutino...o fumante;o bebedor; o sóbrio; o ativo sexualmente, inativo ou menos ativo;hetero; gay ou Bi...o religioso; o ateu ou crente;quem presta ? Quem são os certos? Quem são os errados? Se é que existe certo ou errado quando se trata de alteridades e diversidades de identidades.






Obviamente,cada uma dessas categorias citadas tem suas respostas, seus pontos de vistas e uma forma de ver o mundo, as quais a harmonia pode ser conquistada por meio do bom conflito,na busca da superação dos limites de cada um.






O certo é que do ponto de vista da espiritualidade, que é foco dessa reflexão,analisamos certo ou errado como pontos limites daquilo que podemos fazer de prejudicial ao outro e a si mesmo.Afinal a maldade está na cabeça de quem a ver.




Saravá

Alanna Souto. 16-07-2012.(Facebook)

                                                         

                                                          * A autora é Doutora em História Social

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