Pesquisa executada pelos professores Cosmo Cabral de
Geografia, João Sérgio de Sociologia e José Ribamar de História, com os alunos
do 1º, 2º e 3º ano na localidade de Rio Urubuéua de Fátima, no município de
Abaetetuba, aqui no estado do Pará, pelo Programa da Secretaria Estadual de
Educação, o Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), no ano de 2007.
Geografia
Esse Rio é Meu e Teu
O Rio Urubuéua Fátima é composto pela complexa bio-ecologia
de suas margens e mais os diversos cursos d’água que formam seus afluentes e
subfluentes somando-se os furos adjacentes que drenam na floresta.
A grafia do “nome Urubuéua” tem a origem do fato dos
primeiros moradores a existir na região ser uma tribo indígena que se chamava
“tribo Urubuéuas”, e devida o nome da tribo ser Urubuéuas resolveram chamar de
rio Urubuéua.
E devido à tradição dos moradores do rio Urubuéua festejar a
Nossa Senhora de Fátima, com novenas, missa e festa. O rio ficou conhecido como
“rio Urubuéua Fátima”.
O rio Urubuéua Fátima tem alguns furos que iremos apresentar
agora de cima para baixo.
O furo da esperança vara do Urubuéua Fátima, até o Urubuéua
Fátima sendo que esse furo corta a viagem e a viagem fica mais rápida porque se
não fosse esse furo as pessoas teriam que remar uma imensa ponta.
O furo do genipauba vara até o Rio da Prata e no Sapucajuba.
O furo das carecas vai até o Rio da Prata.
O furo do xinguzinho vai até o xigu.
O furo da Boa Vista vara no assaçú cortando viagem.
Em fim chegamos a costa Marapatá que é a saída do Urubuéa á
Baía.
A História do Rio Urubuéua e outros
A história do Urubuéua começou há muitos anos atrás, era um
rio sem habitantes e muito fechado, tudo começou com o surgimento das primeiras
famílias pelas margens do rio, vindas de vários lugares formando um rio
povoado, então isso que é chamada Urubuéua.
Uma das primeiras famílias á surgirem no Urubuéua foram a
família Batista, a família Serafim Lobo, a família Ribeiro, a família
Gonçalves, a família Dias e a família Pinto da Rocha dono do primeiro engenho
implantado no rio Urubuéua e logo mais chegou também a família Santos e pelas
margens do rio da boca do rio Urubuéua e uns dos habitantes a família Passos e
também bem perto a família Martins e a família Teodoro.
E como principal meio de sobrevivência cultivam o corte da
seringueira, o ajuntamento da Ocúlba, vendido em vez, e também os grandes
canaviais que era um dos ramos para abastecer o único engenho existente nesse
rio e também o corte da madeira com o serrotão com a mão.
E logo aos poucos foram surgindo outros habitantes e foram
povoando o rio e descendo outros descendentes pelas margens e se alojando e
formando outros rios.
E o rio que foi habitado próximo do Urubuéua foi o rio
assaçu, habitado pela primeira vez por uma família vinda de Assaçueira, Miguel
e Maria e filhos e assim originou-se o rio Assaçu dado esse nome por essa
família e logo depois a família Rocha que foi dona das maiores propriedades de
terra do rio.
E também foi povoado com a chegada de quilombos refugiados
que chegaram em grandes cascos cavados, surgindo então a maior parte da
população negra no rio.
E suas principais atividades para sobrevivências eram as
grandes roças para fazerem farinha, os canaviais, o extrativismo da borracha e
o corte da madeira como o serrotão.
E assim foi chamado e denominado rio assaçu um rio pequeno,
mas bem formado.
E também logo aos poucos foram surgindo outras famílias e
formando outros rios.
História da Comunidade Nossa Senhora de Fátima
Eu Dicó nascido dia 26 de agosto de 1942. Posso afirmar que
a comunidade Nossa Senhora de Fátima foi fundada pelo Sr. Deca Viana, um homem
que foi muito rico e poderoso, por ser dono de um dos maiores engenhos de
cana-de-açúcar dos municípios de Abaetetuba. Quando a comunidade foi fundada
isso eu não sei, por que quando foi inaugurada ninguém marcou o dia, mês ou ano
em que ela foi fundada.
Deu-se o nome de Nossa Senhora de Fátima a partir da hora em
que a mulher do Sr. Deca Viana doou uma santinha que ela tinha a muito tempo, e
que se chamava Fátima.
A primeira capela a ser fundada era de madeira. O barracão
surgiu a partir da hora em que seu Deca mandou construir para um festejo em que
o Pinduca e banda vinham tocar, daí então ele doou o barracão para a
comunidade.
A festividade de nossa padroeira era feita 3 vezes por ano,
13 de Maio, dia de Nossa Senhora de Fátima, em Setembro a festividade de nossa
padroeira e em 25 de Dezembro, na festa de Natal.
A respeito de que vive a nossa comunidade em respeito de
condição financeira, nossa comunidade já foi muito rica, teve um ano de festa
que o dinheiro ganho no bar, leilão, e outras coisas vendidas na festa, pegaram
o dinheiro encheram em uma saca e guardaram dentro da capela, e aí quando o
pessoal olharam o dinheiro estava pegando fogo, só o dinheiro que eles
conseguiram safa do fogo deu pra cobrir todas as despesas e ainda tiveram
lucro.
Dos anos que se passaram para os dias de hoje, mudaram
muitas coisas, como por exemplo a organização da festa que antes era organizada
somente pelos coordenadores e agora é organizado pelos coordenadores sim, mas
as famílias da comunidade são divididas em dois grupos, o grupo de baixo e o
grupo de cima. Antes era feita quatro noites de festa, hoje é feita só duas
noites, por causa da péssima condição financeira.
Atividades econômicas
Freteiro
Meu nome é Manoel Nery de Sena, sou freteiro e este é meu
único trabalho.
Comecei a trabalhar com meu pai em 1998, que na realidade
foi ele quem começou a trabalhar como freteiro, ao longo do tempo trabalhei de
1998 até 2003 dependendo dele, depois de 2003 que pensei em trabalhar por conta
própria, também eu não iria ficar dependendo o tempo todo de alguém. Aliás, já
tinha idade de assumir um compromisso de trabalho pra poder depender de mim
mesmo.
Hoje tenho 4 anos de trabalho independente. Saio de minha
casa 1: 00 hora, pra Abaetetuba, sendo que vou embarcando pessoa por pessoa ou
porto a porto, e retorno ao meu lar as 15:00 horas, apesar de algumas
dificuldades que sofremos como: ter que agüentar sono, o cansaço que é muito, o
estresse, ter que suportar pessoas mal educadas ou que até mesmo ofendem a
gente com suas palavras, apesar disso tenho que ter a maior paciência do mundo,
pra dizer a verdade: trabalhar com pessoas é ruim demais, porém temos que
suportar tudo calado porque dependo deles. Apesar de ser um pouco cansativo eu
gosto do que faço, posso confessar, devemos gostar do que fazemos e até mesmo
pra garantir o sustento da família.
Tenho uma renda mais ou menos de R$ 500,00 por mês, isso
quando não varia muito o numero de passageiros, digamos que seja no verão, pois
no verão a renda é boa, já no inverno a renda fica muito baixa, posso muitas
vezes trabalhar de vez em quando, nem todos os dias da semana e quando os
aposentados vão sacar o dinheiro e também os que têm bolsa família e até mesmo
pra não perder os passageiros.
Tenho a minha família que é dependente do meu trabalho que é
minha filha, minha esposa, e a canoa porque sem óleo ela não sai do lugar, e
eu, somos quatro que dependemos do dinheiro que é adquirido durante cada dia.
Assunto: Atividade econômica
O entrevistado foi o Sr. Pedro Góes dos Santos, ele tem 53
anos, e reside na residência do rio Urubuéua Fátima.
Nós perguntamos para ele quantos barcos são fabricados no
ano. Ele nos respondeu que não tem uma base concreta de quantos barcos são
fabricados no ano, porque há muita remontagem e nos diz também que os materiais
para a fabricação dos barcos são plainas, serrote, formão, grampo, furadeira e
materiais, etc.
E perguntamos para ele, se ele achava adequado esses
equipamentos.E ele disse que não está bem adequado, porque como, por exemplo, a
plaina dele é empurrada com a mão e o certo é uma plaina elétrica que não
precisa ser empurrada através da energia e também em vista do prejuízo que pode
acontecer, mesmo assim aqueles que não são adequados podem servir muito.
E perguntamos também sobre seu horário de trabalho. Ele
respondeu que é das 7 horas às 17 horas, mais tem o intervalo das 11 horas, e
os dias de domingo ele não trabalha, só quando há muita encomenda.
Ele trabalha a 30 anos nessa profissão e tem 4 pessoas que
trabalham fixamente com ele, mas tem outras pessoas também que trabalham e cada
um deles ganha 35 reais, por dia.
Perguntamos sobre a madeira para a fabricação do barco, qual
era de maior durabilidade do barco. Ele respondeu que a melhor que eles
trabalham é a itaúba e o píquiar.
O Apanhador de Açaí
O entrevistado foi o Algusto de Souza Pereira.
Ele nós disse que apanha açaí desde 8 anos de idade. Hoje
ele está com, 15 e tem 7 anos apanhando açaí.
Nós perguntamos para ele quantos paneiro de açaí ele apanha
por dia? Na verdade onde tem mais açaí ele apanha mais; de acordo com o açaizal
e se for limpo e os açaizeiros forem baixos na verdade ele apanha em média 15
paneiros e se o açaizal for alto e se os açaizeiros forem baixo em media 20
paneiros de açaí. É de acordo com a quantidade de açaí que apanham. Não tenho
uma media fixa, mais sim variável que varia de 8 a 30 R$ por dia.
Você apanha todos os dias da semana?
Não nem todos os dias só quando os donos do açaizal falam
para mim ir apanhar. São 4 vezes por semana no máximo. Mais eu queria que fosse
todos os dias porque eu dependo do dinheiro que eles me pagam para eu apanhar
açaí. Não tenho outro meio de ganhar dinheiro e se tivesse juro que ia correndo
ao outro serviço. e se eu não trabalhar, se não eu fico sem dinheiro.
Centro de Lazer
Bomsucesso Futbol Club: Fundado em 9 de fevereiro de 1978.
Segundo o entrevistado, Srº José Raimundo Calandrine Dias, os primeiros
presidentes e fundadores do club foram os Srs. Roberto Mesquita Viana e o
Raimundo Rodrigues Dias.
Segundo seu depoimento, o campo fica a quase 1 km das
margens do rio e a data que mais fazem festa é sábado de Aleluia e fim de ano,
hoje há apenas 20 sócios com dois times, um maior e outro menor. Suas festas
atraem uma imensa quantidade de pessoas de várias localidades.
Existe também mais um centro de lazer chamado Coqueiro Sport
Club, que fica ás margens da costa Marapatá, o club foi fundado á muitos anos
atrás, mas a sede foi fundada em 27/11/1997, tem o presidente atual o Sr.
Aluizo Fernandes Souza, hoje há 15 sócios da sede e 47 no club todo, as datas
festivas são no mês de julho e fim de ano.
A festa é boa, mas, a dificuldade que as pessoas passam para
chegar até ela é imensa que dá vontade até de desistir.
Não podemos deixar passar a pequena comunidade do barracão
São Raimundo, foi fundado por um time, que alcançou uma graça do santo, ao todo
são 7 sócios na sede, mas 26 no club, o entrevistado Sr. Simão Martins Ferreira
falou que a data de fundação do club foi 06/11/1996 e inaugurada a sede no dia
01/12/2001, ao todo são 3 festas ao ano, fevereiro, agosto e novembro. É uma
comunidade unida e alegre bastante gentil, suas festas também atraem muitas
pessoas que se divertem pra valer.
O centro comunitário também é um centro de lazer social
fundado á muitos e muitos anos, pelos primeiros moradores do rio. Deoclécio
Tocantins Viana e Valter Furtado Mesquita, hoje há as atuais coordenadoras as
Sras. Emelita dos Passos Costa e Maria Emilia Lobato Gonçalves.
Suas programações são, dia das mães e natal, e a festa em
setembro ou outubro na maioria das vezes, em outubro é apenas dois dias.
Lendas, Mitos e Contos
Mito
O mito é uma narrativa na qual a palavra é usada para
transmitir e comunicar coletivamente a tradição oral, este pode preservar a sua
memória garantindo continuidade da cultura.
O mito pode ser:
• Fato ou passagem da fabula; narração de um fato físico ou
moral, feita sob a forma simbólica de alegoria (jig); coisa em que não se vê;
quimera, utopia, pessoa ou coisa incompreensível, enigma.
• Narrativa dos tempos fabulosos ou heróicos; narrativa de
significação simbólica, geralmente ligado à cosmogonia, e referente a deuses
encarnados das forças da natureza e/ou aspectos da condição humana;
representação de fatos ou personagens reais exagerada pela imaginação popular,
pela tradição, etc; idéia falsa, sem correspondente na realidade; representação
(passada ou futura); coisa inacreditável.
Tem-se a impressão de que os mitos não passam de lendas e
tem pouco a ver com a existência real e vivida de cada ser humano.
O mito na maioria das vezes expresso a capacidade inicial do
homem de compreender o mundo.
Lendas
Lenda é a narração de um caráter maravilhoso, em que os
fatos históricos são deformados pela imaginação do povo, ou poeta, pode ser
também uma tradição popular ou uma ficção, fabula.
As lendas são constituídas de seres reais e imaginários, são
ricas em cultura e sabedoria popular.
Conto
O conto consiste na narração falada ou escrita; numa idéia
de sedução a alguém; numa mentira artificiosa. Este é formado tanto de lenda
quanto de mito, ou ambos.
O conto ressalta a fragilidade humana, em outros casos a
esperteza do individuo.
Muitas das histórias contadas a seguir, foram vividas pelas
pessoas que contaram, já outras foram ouvidas por eles. Não sabemos se todas
são reais, mas o que podemos dizer é que tanto lendas quanto mitos e contos
procuram reviver o passado nos falando de historia, de fatos e situações que
envolvem tanto o individuo quanto o meio que nele habita.
Cobra Grande
A verdade não se sabe bem, mas segundo seu Lázaro ele já foi
até o buraco dela e confessou ser um pouco grande, muitos pessoas afirmam terem
visto boiarem ao redor da ilha folhagem amassada como se fosse o ninho de
alguma coisa, já outras viram-se formar umas pequenas maresias vindo ao redor
da ilha.
Este pajé afirmou ainda que o dia em que essa cobra sair do
buraco, essa ilha iria sumir com tudo o que nela houver.
Só iremos saber a verdade se de fato isso acontecer.
Caçador
Tem uma ilha que fica entre o rio da Prata, que segundo os
antigos mora nela um caçador, uns afirmam já terem o visto dizem que ele anda
acompanhado de uma cachorrinha.
Uma vez um senhor chamado Vitor, viu o caçador, e como ele
era metido a bravo e a pajé, resolveu mexer com o tal do caçador.
Segundo seu Vitor ele lhe deu uma surra na qual ele só se
lembra de quando ele acordou em uma montaria nas cabeceiras de um igarapé, com
sua montaria cheia de água e todo dolorido ele não dava conta de voltar p/ sua
casa pois não sabia onde ele estava. Ele só voltou p/ sua casa porque seu filho
o encontrou lá.
Seu Vitor então prometeu que nunca mais iria mexer com o tal
do caçador.
Nessa ilha também existia um tal de lobisomem que assustava
todo mundo, este era na forma de um porco muito grande.
Lobisomem
O lobisomem entrava nos chiqueiros e colocava todos os
porcos p/ correr, roia caroço e rosnava embaixo das casas das pessoas, fazia
também muito barulho.
O pessoal falava que iria fazer um serviço p/ ele, uns não
tinham coragem, os que tinham não conseguiam acerta-los. Uma noite se reuniram
uns rapazes e cercaram ele. Então um rapaz pegou uma perna-manca e conseguiu
acerta-lo, o qual saiu correndo em direção ao mato.
No dia seguinte descobriu-se que o lobisomem, era um senhor
que morava não muito longe da casa do rapaz, pois este senhor apareceu com a
coluna e nuca toda quebrada, procurando passagem p/ ir até Abaetetuba.
Este senhor que era o tal do lobisomem ficou muito doente,
por motivo da pancada que levou que não resistiu e faleceu pouco tempo depois.
Iara
Perto da minha casa funcionava uma olaria. Um dia um dos
trabalhadores apareceu muito doente com dor de cabeça e tontura. Levado no
pajé, este afirmou que ele tinha sido assombrado por uma Iara e que ele e nem
os outros deveriam dobrar de costas p/ a olaria e partir das 6 horas da tarde.
Hoje isso já não é possível acontecer, pois já mora gente lá
no lado. Mas um dia um senhor que morava na beira da praia veio comprar café de
manha cedo e então quando ele estava passando em frente a olaria viu uma moça
muito bonita tomando banho, este senhor ainda mexeu com ela a chamando pelo
nome de uma conhecida, mas esta não respondeu. Então ao retornar o olhar de
volta para o lugar aonde a moça estava não viu mas ninguém.
Então este senhor chegou falando que tinha visto a tal da
Iara.
A Lenda do Boto
Era uma vez uma família, de seu Chico e dona Ana e seus
filhos, o trabalho de seu Chico era viajar ou seja pescar, certa vez seu Chico
saiu para uma dessas viajem deixando sua família em casa. E disse para a mulher
que estava de volta de 15 a 20 ou até mesmo 30 dias, passado algum tempo passou
a vir todos os dias.
Um dia a mulher chamou atenção do marido; você disse que
estava de volta de 15 a 20 ou até mesmo 30 dias, agora esta vindo todos, o
marido falou: não você esta enganada, eu só venho na data certa, ou seja, o
combinado. A mulher falou: por que vem um homem aqui com sua aparência chega
num casco pintado, remo pintado, de chapéu e traz uma cambada de peixe, que vem
arrastando pelo chão.
O marido falou: “isso pode ser boto”, sabe mulher eu vou
fingir que vou para viajem mas, na verdade vou me esconder. Uma bela tarde lá
vem o homem com a aparência de seu Chico, chegou no porto amarrou o casco,
puxou pela cambada de peixe e saiu andando em direção a casa, a mulher disse:
marido lá vem o homem, seu Chico que estava escondido atrás da porta puxou pela
espingarda e atirou contra o homem, o homem caiu na água, eles correram para
ver o homem. Encontraram o casco era de uma aningueira, o remo era uma raiz de
mangue e o chapéu era um afolha de aninga.
Um dia uma família, o marido trabalhava na roça, ou seja, na
lavoura e a mulher era dona de casa, uma certa vez a mulher estava de bebê e de
resguarde.
Uma amanhã o marido foi para a roça e falou: mulher vou
trabalhar uma certa hora leva uma merenda para mim, ou seja um mingau e assim
ficou o trato, quando chegou a hora da merenda a mulher preparou o mingau pegou
o bebê no qual não tinha com quem deixar, e saiu no caminho da roça, andou,
andou lá em certo momento percebeu que tinha alguém lhe seguindo e a mulher
continuou e a mulher continuou andando cada vez mais rápido, a mulher olhou
para trás e percebeu que tinha um homem a seguindo e continuou andando e
segurando com firmeza seu bebê.
Em um momento ela jogou a vasilha do mingau e correu de
pressa porque o homem lhe pediu o bebê, ela disse que não dava e não dava, ela
foi apertando o bebê em seus braços e o homem insistindo que queria o bebê e a
mulher dizia não, não e não, até que ela chegou na roça onde se encontrava o
marido, o bebê estava morto de tanto a mãe aperta-lo, mas ela não deu o bebê ao
homem, o marido ainda voltou para procurar mas não encontrou nada, o homem
sumiu de uma forma mistérios.
A lenda da cobra grande
Minha avó me contou um dia que dois amigos dela foram caçar,
em uma determinada parte do caminho tiveram que se separar, para que se
tornasse mais fácil a procura da caça, antes disso tinham combinado uma coisa,
para não ficarem muito longe um do outro um deles tinha que dá um grito e o
outro se ouvisse respondia com outro, até que um deles gritou e esperou que ele
retornasse com um grito, como não ouviu seu grito, e viu tanta demora, resolveu
ir atrás dele.
Como não sabia em que direção ele tinha ido, retornou no
lugar em que eles tinham se separado, e foi em direção às pegadas deixadas por
ele. Caminhando mais ou menos uns dez minutos avistou seu amigo quase todo nu
caído no chão, e cheio de gosma ao seu redor. Quando olhou para o lado e viu
aquela imensa cobra, ficou paralisado com sua espingarda na mão, sem saber o
que fazer, até que criou coragem e atirou contra a cobra e ela rapidamente foi
embora para o meio do mato. Pegou seu amigo e levou para sua casa, que era mais
próxima que a dele, e mandou que fosse buscar o pajé, o pajé veio e olhou para
ele e disse: foi a cobra não foi ele disse: foi, o pajé disse: tu tiveste muita
sorte, se não fosse teu amigo chegar bem rápido a cobra teria te engolido.
Dona Emelita conta que quando ela era jovem morava em uma
coisinha as margens do rio Urubuéua Fátima. Recém – casada o marido e o pai
dela trabalhavam na Vila do Conde e que eles vinham todas as sexta-feira. E
então teve uma sexta-feira que eles não viriam e mandaram dizer pelo vizinho,
este chegando já tarde em sua casa não deu o recado. Quando foi por volta de
meia-noite, como era de costume esta senhora estava a espera dos dois, e então
ouviu baterem na porta e a chamarem pelo nome. Seu filho mais velho disse,
mamãe eu vou abrir a porta que é o papai que já chegou , ela disse espere meu
filho não abra, espere eu me vestir que eu mesma vou abrir.
Enquanto ela se arrumava continuavam bater na porta e então
quando ela abriu a porta não havia ninguém lá, ela ficou com medo, mas mesmo
assim continuou dormindo na casa, ela e seus filhos.
Quando foi no dia seguinte ela foi na casa do vizinho, e
contou o que havia acontecido, e foi quando ele lhe deu o recado do seu marido.
Minha tia me falou que quando era jovem, moravam ela, seu
pai, sua mãe, seu marido e seus filhos, numa casa grande, sabem como era as
casas de antes. O pai e o marido dela trabalhavam p/ o Conde e então ficavam a
sós a semana toda.
Quando foi uma noite eles estavam todos dormindo no seu
quarto, então a mãe dela andava um pouco doente. De repente ao acordar viu que
sua mãe estava gritando de dor, gritava e não tinha o que fizesse parar a dor,
em meio aos gritos seu filho mais velho acordou e disse: mamãe tem uma mulher
em pé ali na porta do quarto, então ela olhou e viu a imagem de uma senhora,
não dava pra ver todo o seu corpo porque ela estava encostada na porta,
aparecia apenas a cabeça, um braço e uma perna, mas pelas partes que eu vi
percebi que era uma senhora e então nesse exato momento o galo cantou, foi
quando ela olhou p/ minha e falou: a sorte dela foi esse menino e o galo,
porque se não eu ia levar ela, a mulher foi andando em direção ao mato, e cada
vez que ela se afastava do quarto, menos a minha mãe gritava, quando ela sumiu
a dor da mãe da minha tia parou e não demorou muito para amanhecer o dia.
Tem uma ilha não muito grande chamada de Ilha do Ribeiro,
devido ao dono dela se chamar Ribeiro.
Um pajé por nome Lázaro, afirmou que embaixo dela mora uma
cobra grande e que toda vez que ela se mexe cai um pedaço da ilha.
Não sabemos se isso é verdade, mas o fato é que de vez em
quando cai um pedaço, não sei se isso é em virtude de haver muitos miritizeiros
grandes lá ou se é em fato da cobra grande.
A Colônia dos Pescadores
O entrevistado foi o senhor Bráz de Souza Lobo ele tem 69
anos e trabalha nessa profissão há 45 anos.
A colônia dos pescadores funciona através de um seguro
desemprego no valor de 380 R$, que o pescador recebe durante 4 meses, que não é
permitido que o pescador pesque e depois que passa esses 4 meses é liberado 8
meses de pesca e todos os anos os associados da colônia recebe esse salário
somente os associados
E no caso se a capitania pegar um dos associados pescando
dentro desses 4 meses eles lhes toma tudo e muito das vezes ainda levam multa.
A pesca fecha dia 1o de Novembro e finda em Março e os pescadores só vão
receber no mês de Dezembro.
Os principais tipos de pescado são: Dourado, filhote,
piraiba, mapara e sarda etc . .
Mais esse peixe varia de acordo com a maré porque na maré
lançante dá pouco peixe. É quando eles pegam peixe a vontade são vendido para
Belém, Abaetetuba, Muana, Conde e também são consumidos aqui na localidade.
Na safra do peixe a pescada e vendida a 70 centavos o KL. E
os outros pescados custam 1,00 R$ KL.
O que mudou antigamente em relação a quantidade de peixe para
o tempo de hoje?
R= Não mudou nada, na realidade não diminuiu o peixe foi a
quantidade de pescador que aumentou.
Associação de Colônia dos Pescadores das Ilhas de
Abaetetuba.
A primeira colônia no Brasil foi fundada em 13 de Outubro de
1919. Nas ilhas de Abaetetuba Z 14 foi fundada no dia 23 de Abril de 1923 pelo
Sr. Comandante Frederico Villar, a colônia de pescadores é representada pela
Confederação da Federação (SEAPI).
Para ser sócio da colônia o individuo tem que ser pescador e
depender 70% da pescaria, deve ser maior de18 anos, ter todos seus principais
documentos, incluindo certidão de nascimento. Somente pescadores terão acesso a
sociedade da colônia.
A organização é formada pela Diretoria da colônia composta
por 12 membros e seus secretários locais, sendo um em cada lugar ou rio
formando um total de 33 secretários. A colônia dos pescadores oferece aos seus
associados uma organização de categoria e luta pelos seus direitos
constitucionais (Seguro defeso, auxilio doença em acidente de trabalho,
aposentadoria, auxilio maternidade e auxilio reclusão). O atual presidente da
colônia é o Sr. Joaquim de Souza Martins.
Rio da Prata
STRA
O sindicato dos trabalhadores rurais de Abaetetuba fundado
em 30 de Junho de 1972. Pelos trabalhadores rurais daquela época. Para ser
sócio do sindicato é preciso ter a16 anos, ser morador da zona rural e
trabalhar na zona rural.
Todos os sócios precisam ter participação efetiva de todos
os eventos realizados pelo sindicato e ser um sócio quite com suas
mensalidades.
O sindicato oferece aos seus associados Benefícios como:
auxilio maternidade; auxilio acidente de trabalho e projeto para manejo de
açaizal.
A organização do sindicato é formada por assembléias,
reuniões, manifestações e movimentos sociais.
O sindicato é representado por um presidente, um secretário
e um tesoureiro, os atuais:
Dário Negrão Farias – Presidente
Josilene – Secretária
Edileuza – Tesoureira
Entrevistado: Alvin Vasconcelos dos Passos
Data de Nasc.: 30/07/1958
Rio Prata
ARQUIA
A Associação dos Remanescentes de Quilombos das Ilhas de
Abaetetuba (ARQUIA) Surgiu em 2002 foi fundada pelo Sr. Remildes Teles e
Gercino Vilhena da Costa. A ARQUIA tem como objetivo atender as necessidades
dos remanescentes de quilombos das Ilhas de Abaetetuba.
Através de projetos como manejo de açaí com ou sem fundo
fornecidos pelo Banco da Amazônia, também a ARQUIA oferece cursos de capacitação
para os seus associados em cada comunidade como: cestaria; tecelagem; confecção
de bijuteria, gestão ambiental, organização comunitária entre outros.
Atualmente 9 comunidades fazem parte dessa associação (Rio
Assacú; alto, baixo e médio, Itacuruçá, Genipaúba, Arapapú Grande e
Arapapuzinho e Taueráaçú.)
A coordenação da ARQUIA é escolhida das assembléias gerais
com todos ou com 80 % de seus associados que é composta por um presidente; um
vice-presidente; um tesoureiro; um coordenador de patrimônio e 2 fiscais de
cada comunidade sendo 22 no total.
Para ser sócio da ARQUIA é preciso morar na localidade em
que faz parte dela, ter 16 anos e se declarar descendente de negro. A ARQUIA
conta hoje com mais de 3.800 associados, ela é uma associação não governamental
mas que recebe apoio e recursos do governo federal e do estado, e apoio de
outras entidades com STRA (Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Abaetetuba).
Entrevistado (a) Maria do Socorro dos Passos
Data de Nasc.: 01/03/1967.
Função (Tesoureira da ARQUIA)
Rio Assacú
Centro Comunitário
O centro comunitário foi fundado pelo Sr. Deoclécio
Tocantins Viana e Walter Furtado Mesquita e sua finalidade para a comunidade é
ter lugar para as pessoas se encontrarem para as suas reuniões e no tempo de festejo
fazerem deste lugar seu momento de lazer. Para certas pessoas poderem fazer
algumas reuniões ou alguns eventos, tem que pedir permissão para a coordenação
da comunidade.
Os seus benefícios são: Para as pessoas que tem seus grupos
que discutem seus problemas e da comunidade em geral e até para os alunos
estudarem e se prepararem para a vida no futuro.
Nem todas as pessoas podem fazer parte do centro comunitário
porque o centro comunitário faz parte da comunidade e de uma coordenação que
dirige. E essa coordenação é formada quando se faz reuniões para trocar de
coordenador e isso acontece através de votos entre as pessoas e os que são
escolhidos para ser eleitos a partir que ganham, passam a coordenar a
comunidade e o barracão.
Na comunidade não existe um principal representante porque
muda pela coordenação conforme os seus trabalhos elaborados. Os trabalhos devem
ser desenvolvidos através de mutirão e trabalhos voluntários feitos pelos
fieis.
O centro comunitário quer dizer; que é o centro da comunidade
e nela não pode faltar o respeito e o zelo porque é um patrimônio e precisa ser
preservado. A comunidade ela é composta por pessoas que fazem parte dela e não
pelos moradores do rio.
Rio Urubuéua
A Saúde do Nosso Rio
A saúde é muito importante. Tão importante como respirar,
andar ou comer. Vamos falar sobre a saúde no nosso rio, não tem pessoa melhor
para falar, como a senhora Arinalda (mas conhecida como Tatá). Nós a
entrevistamos, e ela disse que a saúde no rio é precária. Os materiais e instrumentos
necessários são poucos e a estrutura não é adequada no atendimento.
Vamos falar de alguns pontos da pesquisa:
Materiais: Pinças, tesoura, gases, polvidinho, pomada,
álcool iodado 70, lâmina, bisturi, esparadrapo. Esses ao os materiais do
curativo. Com esses materiais é que fazemos os trabalhos, mas não são todos
necessários, falta mais materiais. Pois a população e grande.
Atendimento dos Pacientes: Os pacientes frequentemente. Dia
após dia. Todos os pacientes apresentam ferimentos leves como: rachaduras,
cortes leves, ferradas de animais, picadas de animais. Quando os ferimentos são
muito graves e como o nosso posto não tem a estrutura adequada encaminhamos aos
postos vizinhos como nos rios: Xingu Grande, Rio doce e outros.
Atendimentos Gerais: Fazemos soro injetável a injeção
intermuscular, busutura, verifica-se pressão arterial, curativo, visita-se
famílias da pastoral da criança, peso e acompanhamento à gestante.
Cuidados dos Materiais: Esterilização na panela de pressão,
e etc.
A saúde no nosso rio esta muito precária. Só com o posto não
da para atendermos toda a população. Mas o barco Pescador da Saúde vem de mês
as mês ajudar os moradores e atuar na saúde.
Achamos que ainda vem melhorias para a nossa saúde, não só
na Saúde como: Educação, moradia e lazer. Acreditamos na força dos nossos
moradores que a saúde ainda vai melhorar.
Berílo Ribeiro Maués nasceu no ano de 1921, hoje se encontra
com 86 anos. Quando eu era moleque com idade de 8 a 9 anos eu gostava muito de
lutar, gostava muito também de brincar com espingardinha para pegar peixinhos e
insetos passava horas no mato com meus irmãos brincando.
Na minha juventude gostava muito de ir em festa e dançava
muito, gostava muito de namorar, tinha muitos amigos legal, na minha juventude
com idade de 14 anos conheci uma boa fartura.
O tipo de namoro era conversar com ela em sua casa onde seus
pais ficavam o tempo todo conversando conosco. Quando não era o pai era a mãe
que ficava o tempo todo entre meio os dois e era com muito respeito.
Eu conheci a Angélica e namorei ela 4 meses e depois nos
casamos e tivemos 10 filhos, onde hoje se encontram todos casados e vivem longe
de minha pessoa, apenas um mora comigo e outro no lado de minha casa.
O modo de vida naquela época não era difícil porque o
trabalho tinha muito, o marisco tinha em abundância, e o respeito era uma das
coisas principais naquele tempo.
A alimentação era café, chocolate de cacau, peixe, camarão,
caça, carne de porco não falhava nos comércios, capivara, jacaré alemão e o
açaí tinha muito, isso era o que mais a gente consumia no dia-dia, e também
tinha charque que a gente comprava na cidade.
O tipo de roupa que era usado era roupa parda, calça branca
e camisa branca, muitos outros era roupa de cor. As roupas que eu usava nas
festas era mais social e era proibido o sapato. As calças tinha que ter a boca
da perna bem larga para facilitar a dança.
O tipo de trabalho era mais corte de lenha, roça, roçado de
cana, arroz milho, essas eram os tipos de atividades que tinha mais naquele
tempo, era serviço que exigia mais força da gente e ganhava muito pouco, nós
trabalhávamos mais para os nossos patrões.
As musicas que eram tocadas nas festas eram samba, macha,
bolero, bonbo, valsa, quadrilha e lambada as pessoas mais idosas formavam uma
roda e dançavam a quadrilha.
As bebidas eram cachaça, vinho, licor, Montila e outros.
A comunicação era mais por cartas, era um jeito mais simples
para nós nos comunicarmos com outras pessoas longe, quanto ao telefone era só
em Belém nós no sitio não tínhamos esse tipo de comunicação.
Quanto às embarcações era mais canoa a vela e lancha a fogo
que queimava a lenha, esses eram os tipos de embarcações que eram mais usada,
sua duração era no máximo de 3 dias para Belém isso quando ficava ventando toda
hora, e a lenha quando estava bem seca.
Dias Atuais
Hoje no presente que vivo uso muitas coisas que são
totalmente diferente do que vivi e estou presenciando hoje. A infância,
juventude, namoro e casamento, tudo é diferente do que vivi no passado, vejo a
juventude em bebedeira sem respeito pelos seus pais, quanto mais pelas pessoas
mais velhas, quanto ao namoro bem diferente não tem mais o respeito e nem uma duração
adequada aquela época. Hoje casamento são bem poucos que se casam é mais uma
juntação de família.
Já o modo de vida hoje, são poucas coisas que mudaram. O
trabalho não tem, marisco com fartura não tem também parece que tudo sumiu,
dentro de minutos agente saía e voltava com o almoço e a janta, fazia ser do
rio como do mato, era mais fácil você encontrar o alimento para sua família,
Hoje você passa o dia inteiro não consegue o almoço, quanto mais a janta, cada
dia ano ficou bem difícil.
A roupa, música e bebida tudo é diferente do passado as
roupas de hoje esta sendo muito indecente principalmente para as mulheres, que
estão mostrando quase tudo. As musicas são bem poucas que ainda tocam hoje, são
mais musicas de agito e algumas musicas condescendia, falta de respeito mais
são isso que os jovens de hoje gosta mais. A bebida é mais álcool do que
cachaça, são poucas do passado que ainda tem, mais mudou tudo, surgiram novas
bebidas que são bem consumida pela população.
Quanto ao trabalho acabou tudo só existe roça, trabalho para
ganhar o sustento nas grandes cidades, isso para quem tem estudo completo.
As embarcações e comunicações hoje tudo se modificou, se
tornou mais fácil e rápido fazer uma viagem e até mesmo se comunicar com
pessoas bem longe de nós. Com o avanço da tecnologia o homem modifica as coisas
que naquela época se tornava difícil, mais cada ano que passa a tecnologia se
espalha por todo o mundo inteiro.
Dona Ana começou sua vida trabalhando na atividade agrícola,
como na roça, cultivava, arroz, milho, feijão, café, cana-de-açúcar, era um
trabalho exercido por ela e seus pais que constituía sua família.
Depois de alguns anos ela se casou, formando sua própria
família, logo no inicio de sua vida teve muita dificuldade, para manter seus
filhos. Seu esposo desempregado surgiu necessidade. Ela teve que trabalhar
duro. Tapava igarapé, lanciava com rede nas praias e rios, para manter sustento
diário de seus filhos. Ao longo de sua vida teve 11 filhos mais 3 morreram de
doenças, mesmo assim continuou sua vida.
Ela também trabalhou na extração da borracha, extraída da
seringueira, também ajuntava fruto de ocaúba e vendia para ser industrializado
transformando-se em sabão.
Certo dia dona Ana estava tirando óleo de andiroba conhecido
como (azeite) ela sofreu um acidente grave caiu e cortou a perna no zinco que
estava bem afiado cortou o nervo de sua perna tomando o desespero de todos os
parentes.
Que até hoje sente dores fortes na sua perna
Conclusão do Texto
Hoje ela mora sozinha. Enfrentou muita dificuldade no
passado mais hoje ela se sente uma pessoa realizada, porque influenciou, na
cultura do nosso município
A sua importância na comunidade.
É que ela é mais uma dos idosos que predominam na nossa
região entre os diversos que já viveram e presenciaram vários acontecimentos
que ocorreu naquela época.
A dona Ana ela também era uma grande parteira do Rio
Urubuéua. Mas infelizmente a sua idade não permite que ela exerça mas a sua
profissão de parteira.
A História da Assembléia de Deus no Estado do Pará
A Assembléia de Deus surgiu quando dois missionários
enviados por Deus; DANIEL BERG e GUNNAR VIRGREN vindos da Suécia em um navio
chamado GLEMENT e desembarcou em Belém no dia 19 de Novembro de 1910, onde
começavam a falar do evangelho para pessoas que nunca tinha ouvido falar do
evangelho de Jesus, por onde eles andavam falavam a respeito de Jesus muitas
pessoas eram salvas, batizadas com o Espírito Santo, sinais e maravilhas eram
operados pelo Senhor Jesus. A primeira pessoa que se tornou crente foi uma
senhora chamada CELINA ALBUQUERQUE, mas isso tudo não foi tão fácil assim, por
não terem condições financeiras eles passaram fome, não tendo aonde dormir
dormindo nas ruas, porque eram expulsos das casas onde chegavam e muitas outras
humilhações, mais nem por isso desistiram de fazer as suas missões logo depois
DANIEL BERG e GUNNAR VIGREN, perceberam a necessidade de construir um templo,
foi com muita luta e coragem que eles começaram a edificar o templo, finalmente
no dia 08 de Novembro de 1914 foi finalizado o 1º Templo da Assembléia de Deus
em Belém, que fica situado na Tv. 14 de Março. Nazaré.
Foi daí que a historia apenas começou, o evangelho começou a
se expandir por todo o Brasil.
A Assembléia de Deus em Urubuéua.
Surgiu quando o Sr. Álvaro Rocha, residente do rio Asacú foi
a Belém e ouvindo falar do evangelho e então decidiu aceitar Jesus e quando ele
regressou ao rio Asacú começou uma grande batalha para pregar o evangelho.
Primeiramente ele começou fazendo cultos na sua própria casa
e falava do que Jesus fizera na sua vida dos seus filhos e sua esposa logo os
acompanhou, muitas pessoas iam para os cultos apenas por curiosidade para ver
como era que acontecia essa nova forma de religião e acabavam crendo no que Jesus
fazia no decorrer do culto. Depois os cultos passaram a ser dirigidos em outras
casas como a casa do Sr. Benedito da trindade e assim a noticia foi se
espalhando até que chegou no rio Urubuéua, o evangelho foi se expandindo então
houve novamente a necessidade de construir um templo. O qual hoje é chamado o
Templo Central do Rio Urubuéua, o evangelho abrangiu todas as ilhas de
Abaetetuba.
A Assembléia de Deus é a líder de todas as outras igrejas
existentes no mundo por que foi a primeira a existir.
Depois da Assembléia de Deus que começou a surgir igreja com
outras denominações, por não aceitarem algumas regras básicas da Assembléia de
Deus.
A assembléia de Deus tem atualmente 97 anos de lutas e
vitórias no Estado do Pará.
REMÉDIOS CASEIROS
INTRODUÇÃO:
Aqui você encontrará remédios caseiros para vários tipos de
doença feitos com plantas medicinais que encontramos no dia-a-dia em nossos
quintais.
XAROPE PARA TOSSE
Plantas Utilizadas:
• Casca de Jutaí
• Sucuúba
• Alho (folha)
• Folha de Algodão
• Folha de Limão
• Folha de Laranjeira
• Folha de Rego
Modo de Fazer
Ferver até que ele vire xarope em seguida deixe esfriar e
beba de continuo.
INFECÇÃO
Plantas utilizadas:
• Folha de Carrapicho
• Folha do anama
• Quebra pedra
• Erva de chumbo
• Coma fifi
• Folha do Pirarucu
• Amor crescido
• Lágrimas de nossa senhora
• Verônica
• Escada de Jabuti
Modo de fazer:
Ferva durante 15 minutos em seguida deixe esfriar e sirva de
8 em 8 horas.
FEBRE
Plantas utilizadas:
• Eucalipto
• Folha de limão
Modo de fazer
Faz o chá e serve junto com a dipirona deixe algumas horas e
dê uma AS.
DOR DE CABEÇA
Plantas utilizadas:
• Folha de limão
• Folha do feijão
• Folha cuandú
• Folha da laranja da terra
• Café amargo
Modo de fazer
Ferva durante 15 minutos deixe esfriar e faça o choque.
ASMA
Ingredientes:
• Banha de jibóia
• Banha de arraia
• Mel de abelha
• Escama de piropema
• Dipirona
Modo de fazer
Amasse tudo bem amassadinho e dei as colheradas de continuo.
ANEMIA
Ingredientes:
• 3 beterrabas
Modo de fazer
Corte as beterrabas em pequenos pedaços e coloque na água
durante alguns minutos para formar um suco. Em seguida o suco esta pronto para
beber de contínuo.
PARA AUMENTAR AS CONTRAÇÕES DO PARTO
Ingredientes:
• Chá de erva cidreira
Modo fazer
Faz o chá deixa ferva durante 5 minutos em seguida deixa
esfriar e tome.
DOR DE DENTES
Ingredientes:
• Palito de fósforo
• 1 dente de alho
Modo de fazer
Tirar uma cabeça de palito de fósforo e um dente de alho
amassa junto com uma pitada de pimenta do reino mistura álcool e colocar no
dente com um pedaço de algodão.
DOR DE OUVIDO
Ingredientes:
• Fubá
Modo de fazer
Faça um mingau de fubá ainda quente coloque 2 pedaços de
pano e aplique na forma de compressas em ambas as orelhas. Cuide para que não
esteja muito quente a ponto de queimar, mantenha as compressas no local até
esfriar.
Nome: Izomar Ferreira Dias, nasceu no dia 27 de Junho de
1945 e hoje se encontra com 63 anos de vida.
Como era a juventude no seu tempo?
Era de forma muito rígida, porque os filhos eram presos
pelos pais e não tinham a oportunidade de estudar, ou seja, eram tirados da
escola para trabalharem junto dos pais na roça no roçado e até mesmo em casa
cuidando dos irmãos pequenos. Não tinham a liberdade de sair para se divertir,
quando iam numa festa ou em algum lugar próximo, ou seja, casa de parentes o
pai mareava a hora de voltar pra casa, caso contrario, os filhos já vinham
pesando na surra que poderiam pegar do pai e isso era de certeza.
Como era o namoro?
O namoro era mais nas escondidas, porque não tinham idade de
namorar. A idade de namorar era de 18 a 20 anos, porque os pais não deixavam os
filhos namorarem sem idade muito mais sem sua permissão. O casamento só era
realizado depois que os filhos tinham 25 ou 30 anos.
Qual era o tipo de roupa usada naquela época?
As vestes eram: vestidos longos, que as mães mandavam fazer
por costureiras que conheciam, ou seja, de sua confiança, que só elas faziam do
jeito que elas queriam.
Quais eram os tipos de musica tocada nesse tempo?
Bolero, tocado por aparelhagem e jaze tocado por instrumento
de assopro.
Os tipos de instrumentos eram: banjo, violão, tambor, viola,
violinho, chocalho queréquexé, flauta e outros, formando grupos musicais por
varias pessoas.
Qual era os tipos de trabalho que existia por aqui?
Roça e roçado de cana.
Os homens cortavam lenha e rolo de madeira para vender em
Belém.
Quais os tipos de bebidas?
Cachaça pura, os homens compravam a cachaça no engenho para
levar pra festa, porque na festa só vendiam refrigerante.
Como era a embarcação e qual a duração da viagem?
Pra Belém era de 3 dias de viagem a embarcação era reboque à
vela.
Pra Abaeté era 1 dia inteiro e tinha que ir em casco grande
e de remo, saindo daqui 10 horas da noite, pra chegar lá 5 horas da manhã.
Como era o modo de comunicação?
Era através de carta.
Quais os tipos de alimentação?
Peixe e caça.
Os instrumentos para pegar o peixe era rede de lanciar pari
pe e caniço. Para pegar o camarão tinha que gaquia o poço.
Os tipos de caça eram: cutia, soia, veado, tatu, mucura,
preguiça, paca e até mesmo os pássaros como, socó, tucano, papagaio e saracura.
Os instrumentos para matar esses animais era a espingarda.
O que fez na comunidade?
No tempo da festa eu trabalhava na cozinha que é um serviço
que até hoje faço, trabalhava também em mutirão capinando.
Quando comecei a trabalhar na comunidade a duração da festa
era de 9 noites.
Nesse tempo a comunidade não tinha motor para gerar luz
durante a festa, então, a luz que lumiava a comunidade era das aparelhagem.
A primeira igreja surgida na comunidade era de madeira. Os
primeiros coordenadores eram: Vavá, Magita e dona Dada.
Porque comunidade Nossa Senhora de Fátima?
Porque o pai de dona Dada era português e trouxe essa imagem
de Nossa Senhora de Fátima de Portugal pra ela. E como ela era a coordenadora
da comunidade e quando o bispo veio dizer a primeira missa na comunidade para
batizar a igreja, dona Dada registrou a comunidade como Nossa Senhora de Fátima
a padroeira do Rio Urubuéua.
CULTURA
Danças Folclóricas
Fizemos uma entrevista com a dona Maria das Graças, no dia
14/11/07 às 13 horas da tarde no rio Tauá. Dona Maria nasceu no dia 15/08/49.
Ao entrevistarmos dona Maria, perguntamos-lhe a dona Maria o
que a levou a formar um grupo folclórico, e como foi que surgiu esse grupo.
A senhora Maria das Graças nos respondeu que era pelo fato,
que todo ser humano tem que se entregar a arte, a dança, a música e a poesia. E
também de se socializar no meio em que vive, na comunidade, com os vizinhos,
com a escola, etc.
Pois esse grupo teve inicio desde o ano de 1972, a partir
desse ano dona Maria começou a apresentar danças folclóricas de variados tipos
como: quadrilhas, boi-bumbá e outros.
Perguntamos se ela já fazia parte desse grupo desde que
começou, ou tinha outra pessoa antes dela. Ela nos disse: que não teve outra
pessoa antes dela, ela foi quem começou o grupo.
E também fizemos questão de saber os tipos de apresentação
que dona Maria acostumava apresentar, e qual era o nome do grupo. E ela nos
falou que a apresentação que ela costuma fazer é a dança do boi, a dança do
rouxinol, a dança da mariquinha e a dança da garça, e o nome do grupo é Coração
Junino.
Pois esse grupo costuma a se apresentar nas quadras juninas
e não deixava de lado a parte do carnaval, onde faziam fantasias para se
apresentarem na Assembléia Abaetetubense.
Os grupos de dança que costumam se apresentar é os das
crianças do ABC, até os idosos da 3ª idade que queriam participar só se fazia
separar as crianças dos adultos e formar os grupos de dança.
Ao entrevistarmos dona Maria, sobre poesia perguntamos-lhe o
que a incentivou a escrever poesia. Ela nos falou que começou a escrever poesia
sozinha, porque sempre gostou de poesia nunca foi incentivada por ninguém,
sempre teve vontade de escrever e ler.
Ela nos falou também que tinha uma tia que gostava de
escrever, de preparar e criar poesias para apresentar, ela era professora, e
tem um primo, João Batista que também gosta de escrever e cantar etc.
Ela nos falou que escrevi poesias desde os 7 anos de idade,
até hoje aos 50 anos, admite que ainda escreve poesias.
E também nos falou de seu maior sonho que é publicar suas
poesias, mas dona Maria não tem recursos financeiros para realizar seu sonho.
Dona Maria fez sua primeira poesias quando estava na 2ª
serie e estudava no colégio Basílio de Carvalho, até hoje ainda lembra.
Ai está escrito algumas das poesias de dona Maria:
Criança
Ó criança
Minhas vidas
Meus encantos
As que amo tanto!
Ó crianças
Vejo em vocês
Um montão de esperanças
Que se espalham como aroma
Das roças
Ó crianças
Tantos sonhos despertam
No brilho do seu olhar
No seu rostinho alegre
A gargalhar
Ó crianças
Fico horas até contemplar
As tuas travessuras
Não posso contar
A tua imensa candura
Faz-se parar
E meditar
Que és obra especial
De um ser supremo
O nosso grande Deus
Autor da vida
Que faz de você, ó criança
Tão linda!
Miriti
Coisa nossa assim / gigante / robusta, tuíra, forte
guerreira, viçosa, frondosa, encanto de todos caboclos daqui!
As linda porque, além de tua copa, da tua formosura,
destaca-lhe em seres, tão útil. A todos nós caboclos daqui “rios Tauá”.
Nos ofereces tantas iguarias, com teu gostoso vinho, aguamos
o mingau de farinha, de arroz, banana. É uma delicia saborear o vinho de
miriti, com camarão e mapará!
Nos dias de calor, saboreamos o chopp, o picolé, o creme e
sorvete, vão também para nossa mesa o bolo, o pudim e a sobremesa.
Tudo de ti, miriti é útil e aproveitoso, de tuas folhas
cobrimos casas, de teus galhos tecem paredes, em tua copa abriga pássaros, de
teu tronco faz-se escada e ponte!
De teu broto, tecem redes, cortinas, tapetes, roupas finas
para donzelas, para desfile de miss.
Com tuas talas, tecem paneiro, peneira, cestos, arranjos,
tipiti, aturá, tupe, aricá, panacarica, matapi, porta pratos e panelas, abanos,
leques e porta-utensilio de bebês!
Dos teus braços miriti, quando já estás seco, mil e tantos
brinquedos, que tanto atrai a criançada!
Até mesmo os adultos, principalmente quando vão ao círio
juntos. Festa de nossa fé, em Belém do Pará, que é o Círio de Nazaré.
Ó miriti, que coisa linda e boa tens em ti! Encanta até turistas,
quando vêem prontas tuas canoas, a cobra, o tatu e passarinho o virapurum, que
tanto com o bico.
De te miriti tantas artes se inventa, do barco a montaria, o
navio a rabeta, o iate a prancha, o casco, e o remo, o faia, a cobra, o tatu, o
tucano, o papagaio, o beija-flor que nasce com seu biquinho cada instante, e o
tico-tico, o macaco com seus irriquetemento.
Artesanato
Ao entrevistarmos dona Cleonildes sobre artesanato, no dia
01 de janeiro de 2007 moradora do Rio Tauá, às 3 horas da tarde em localidade,
fizemos-lhes a seguinte pergunta. Há quanto anos ela fazia paneiro. Dona
Cleonildes nos respondeu que fazia paneiro desde os 10 anos de idade e até
agora com 51 anos ainda faz.
Também perguntamos com quem ela aprendeu a fazer paneiro.
Dona Cleonildes respondeu que aprendeu a fazer paneiro olhando para as pessoas,
ai depois de olhar as pessoas, ela foi fazer sozinha e conseguiu.
Perguntamos também quantos paneiros ela costuma fazer por
dia. Ela falou que dependia do tamanho do paneiro, porque se o paneiro for
grande, ela fazia 50 por dia, e se fosse pequeno, ela fazia 100 por dia. Mas
agora ela já esta mais idosa e a idade, não permite que ela faça tudo isso de
quantidade, e faz apenas 25 por dia do grande e 50 do pequeno.
Também perguntamos quanto ela ganhava pelo cento do paneiro.
Dona Cleonildes falou que quando está pegando camarão, o pessoal que compra o
paneiro paga R$ 50 no cento, e quando esta pegando pouco, eles pagam só R$ 30
no cento.
Perguntamos também se o dinheiro que ela ganha com o
paneiro, dá pra se sustentar. Ela falou que pra se sustentar não dá, mas pra
ajudar em algumas compras do mês dá.
Também perguntamos quais os tipos de paneiro que dona
Cleonildes faz. Ela falou que os tipos de paneiro são: paneiro camarueiro,
paneiro bulacheiro, paneiro de duas bolas, aturá e raza.
O paneiro é utilizado para colocar camarão, o paneiro
camarueiro, e o paneiro bulacheiro, paneiro de duas bolas, aturá e raza.
O paneiro é utilizado para colocar camarão, o paneiro
camarueiro, e o bulacheiro para colocar bolachas e o paneiro de duas bolas é
para colocar cebola, o aturá é para colocar mandioca, a raza é para colocar o
açaí debulhado e também serve para pegar camarão no igarapé (gopuiar).
Dona Cleonildes sabe fazer paneiro e além do paneiro, também
faz outros tipos de artesanato como, por exemplo, o abano, que é utilizado para
abanar o fogo, e também não esquecendo da peneira onde é coado o nosso
delicioso açaí, também a peneira serve para coar a massa da mandioca.
Encerramos nossa entrevista sobre artesanato ás 4 horas e 30
minutos, concluindo com os dados pessoais da entrevistada.
Dona Cleonildes Martins da Trindade, moradora do rio Tauá,
entrevistada por Lourdes Martins da Trindade, moradora do rio Tauá (filha da
entrevistada).
Cantor Regional
Entrevistamos o cantor Fernando Ribeiro Martins no dia
08/12/2007 ás 14:30 horas da tarde, morador do rio Urubuéua nascido no dia
06/09/1980.
Perguntamos para o cantor Fernando com quantos anos ele
começou a se dedicar exclusivamente a musica, ele nos respondeu que começou aos
5 anos de idade. E falou também que pretende continuar cantando até os últimos
dias de sua vida, porque o maior prazer dele é cantar, e a musica é tudo pra
ele, é o que ele mais gosta de fazer. E sem a musica ele não é nada.
Pois Fernando disse que viajar para outros paises e divulgar
o seu trabalho é seu maior sonho. Ele diz que viajar em divulgação do seu
trabalho vai dá oportunidade de ser reconhecido no mundo inteiro além de
conhecer outros estados e outros paises.
Fernando disse que sonha em gravar o seu CD com as suas
próprias músicas seria como um fruto do seu trabalho, mas para isso falta
verba.
Perguntamos para o Fernando se ele sonha em ser famoso. Ele
disse que sonha em ser famoso sim, de aparecer em programa de TV, dando
entrevista, ou como cantor ou compositor. E diz que enquanto esse dia não
chega, ele vai continuar compondo e cantando no seu Skema, que chama Os
Brothers que é composto pelos seus dois irmãos Laércio e Franciely.
Para compor perguntamos se ele se inspira em alguma coisa,
para escrever as suas musicas. Pois Fernando disse: que em 1º lugar ele se
inspira, no amor que as pessoas têm que sentir uma pela outra, e em 2º lugar a
pessoa tem que gostar mesmo de musica.
Ele disse que se fosse um cantor reconhecido nacionalmente e
internacionalmente e ficasse milionário ele daria uma vida melhor para seus
familiares, e ajudaria as pessoas que realmente necessitam.
Mas infelizmente com o dinheiro que ganha de seu show, não
dá pra fazer quase nada.
No final da entrevista perguntamos o nome de sua 1ª
composição, ele disse que chama baby.
Pois Fernando nos concedeu a letra dessa sua composição.
Música:
Um dia desses você disse pra mim, que ia me amar e ia ser
sempre assim. Porque o nosso amor nunca teria fim.
Eu lembro quando você falou que eu era o seu homem, eu era o
seu amor, baby não vá não me deixe sozinho sem o teu amor.
Refrão
Baby não vá (2x) se não eu vou chorar
Porque uma dor de perder um amor não vou agüentar (2x)
Autoria: Fernando Ribeiro Martins.
Data de Nascimento: 06/09/1980
Morador do rio Urubuéua.
UM POEMA PARA ABAETETUBA
Sou Cabocla
Autora:
Maria das Graças Silva dos Santos
I
Sou cabocla
Sou faceira
Sou forte
Hospitaleira
II
Mulher de garra
Meu nome é Abaeté
Sou a própria natureza
Que Deus fez e criou
III
Gente simples
E humilde
Que labuta
E sobrevive
IV
Nas ilhas de Abaetetuba.
Banhando-se
Na maré
Comendo tucunaré!
V
Quem chegar à Abaetetuba
Logo de manhã cedo
Saboreia o mingau com açaí
Com vinho de miriti,
VI
Preparado por dona Diquinha
E o senhor Lambreta
Tão delicioso
De dar água na boca!
VII
Sou cabocla
Sou mata
Sou água
Sou bela
Sou a lua
Cor de prata!
VIII
Sou o sol
Que irradia
E aquece
Cada manhã
Cada dia, a terra e a mata!
IX
Com seus raios luminosos
Aquecendo-me todinha
Para que eu possa ser
A cidade mais bonita
E brilhante que nem ouro.
X
Sou cabocla Abaetetuba
Tudo em mim é natural
Que encanta e embeleza
Sou tão sensacional!
XI
Orgulho-me de ser
Chamada cidade de Abaetetuba
Pérola do Tocantins
Tesouro tão precioso
XII
Pedaço deste chão
Tão cobiçada
E admirada
No meu país – Pará – Brasil!
XIII
Sou Abaetetuba
Um pedaço da Amazônia
O maior pulmão do mundo!
XIV
Sou como as estrelas
Repletas de pontinhos coloridos
Brilhando pra todo lado
Sou cada ser,
Em cada casa
Que há em minha cidade.
XV
Sou alegria das crianças
Quando chegam
Em minha praça!
XVI
Sou cada adolescente,
Jovem, adulto
E da terceira idade
Sou Abaetetuba
Os amo de verdade!
XVII
Por este dia
Quero parabenizar
Ó encantada cidade de Abaetetuba
Ó minha terra natal!
Por aniversariarmos juntas
XVIII
Venho de joelhos
Somente agradecer
A nosso Senhor Jesus Cristo
E um pedido lhe fazer!
XIX
Derrame por favor
Meu Senhor rei do universo
Bênçãos, paz,
Muita paz,
Luzes, saúde,
Vida e graças.
XX
Tão especiais
Para cada um
De meus irmãozinhos
Filhos desta ou de outras cidades
Para cada um de nós
Filhos de Abaetetuba.
XXI
Que tenhamos dias melhores
Com alegria, amor.
Ternura, escuta
E carinho,
Saúde e prosperidade.
Para todos meus irmãozinhos,
XXII
Parabéns Abaetetuba
Pelo teu aniversário
Que nossa senhora rainha da paz,
Nos abençoe, nos ajude
Nos cubra com
O seu sagrado manto
XXIII
Faça com que
Cada caboclo
Filho de Abaetetuba
Tenha mais fé, esperança, amor, união
E caridade
Nesta nossa caminhada
XXIV
Aqui em nossa cidade
Amando e construindo
A sua própria história
Dando bons exemplos
XXV
Respeitando, e partilhando.
Entre todos nós
Irmãos Abaetetubenses
Capazes de fazer
XXVI
O melhor para o nosso bem estar
E o engrandecimento
Desta nossa querida cidade!
De Abaetetuba!
XXVII
Sou cabocla
Sou faceira
Sou forte
Hospitaleira
XXVIII
Mulher de garra
Sou a dona
Desta terra
Sou a cidade mais bela
Meu nome é Abaetetuba!
Digitadores: Felipe Sales Costa
Marcio S. Costa Jr.
Vânia S. M. Cosme
Informantes:
Maria Emilia
Nome: Ana Ribeiro Martins
Idade: 78 anos
Nasceu no dia 25 de Julho de 1925
Lucila Gonçalves Assunção
Idade: 83 anos
Emelita dos Passos Costa
Função: Coordenadora do centro comunitário
Dos passos (Dicó)
Idade: 66 anos
Sr. Tarcilo Lobato Machado
Secretario Local da colônia de pescadores.
Data de nascimento: 22/02/1943
Maria do Socorro dos
Passos
Data de Nasc.: 01/03/1967.
Função (Tesoureira da ARQUIA)
Diretora: Rosete Lobato Gonçalves.
Professores: Cosmo, João Sergio, Ribamar.
Equipe composta por:
Amanda Rocha Gonçalves
Graciane Dias Dias
Jaelsom dos Santos Brabo
Jonathan Rocha de Sena
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