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segunda-feira, 4 de abril de 2011

ENTRE OS MUROS DA PRISÃO


                                                                                   Valdivino Cunha da Silva*

O Filme, “Entre Os Muros Da Prisão”, baseia-se em fatos reais ocorrido na França no ano de 1932. Ele conta a história de um jovem enviado a uma escola de recuperação cheia de regras duríssimas, quem as desobedecessem seriam punidos severamente, chegando certas penas a serem torturantes. Estas penalidades visavam uma mudança comportamental naqueles indivíduos internados. Como o filme trata de fatos reais, certas “escolas” tornam-se de fato escolas, porém, escolas do crime.

O jovem Yves Tréguier é um órfão filho de combatente da 2ª Guerra Mundial, e por esse motivo Tréguier foi entregue a um Centro de Educação Vigiada, vindo a cometer crimes dentro do Centro de Educação. Por mais que o referido centro tenha leis duríssimas e os desobedientes sejam duramente penalizados, Yves Tréguier, de 14 anos, já havia passado por vários centros de recuperação e em todos eles buscava o sonho da liberdade, uma vez a realidade nas casas de correção eram indignas. Nem mesmo uma disciplina opressora e ditatorial por parte das autoridades, pôs freio às atitudes de revolta do jovem detento.



Em uma determinada passagem, o filme mostra o diálogo entre um jovem prisioneiro e um dos chefes da prisão. Nesse diálogo a jovem tenta mostrar que eles, em sua grande maioria, jovens, não nascem criminosos, eles são transformado, sou seja, dependendo do tipo de estímulo que cada um recebe. Por mais que o cenário seja a França, o filme "Entre os Muros da Prisão” reflete bem a realidade dos reformatórios brasileiros com penas e castigo que não recuperam ninguém.

A punição é um instrumento intensamente empregado no filme para coibir ou abolir comportamentos considerados danosos, indesejados, porém, o que se percebeu no filme aqui em questão é que esse método tornou-se ineficaz pois não conseguiu produzir os efeitos desejados. A pergunta que se faz é: o uso incondicional desses mecanismos(de punição, de tortura) é ou não eficiente?

Acreditamos que o behaviorismo nega essa forma extrema, pois, torna-se ineficiente, conforme mostrado no filme. A punição exacerbada gerou novos problemas. O uso da violência como punição gerou, portanto, novos subprodutos da violência.

Nem mesmo os métodos mais cruéis, como a prisão em celas subumanas foi capaz de ser eficiente no sentido de gerar resultados positivos.

O filme retrata bem a teoria Skinneana, pois a punição não deve ser confundida com o reforço negativo, pois este é utilizado para induzir o indivíduo a comportar-se de um dado modo, ao passo que o emprego da punição tem como objetivo embargar a ação de um determinado sujeito.

Não apenas a polícia, como retratada no filme, utiliza a punição como forma de controle. A família, a escola, o governo (ditatoriais ou não) e até a própria religião utilizam mecanismos de punição (e do reforço) para obtenção de resultado que lhes são convenientes. A punição também pode ser aplicada com a apresentação de reforçadores negativos, como o castigo e a tortura. Em diversas passagens do filme esses reforçadores ficam bastante claros.

*Professor do Sistema de Organização Modular de Ensino SOME e colaborador desta revista eletrônica.





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