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quinta-feira, 12 de março de 2015

Os desafios dos educadores do SOME para 2015










Na segunda-feira, dia 16 de março, iniciará mais um ano letivo para os Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME modalidade de ensino em vigor no Estado do Pará por trinta e quatro anos. O Sistema Modular funciona em mais de quatrocentas e cinquenta localidades em noventa e oito municípios, em blocos de disciplinas em um período de cinquenta dias letivos, em quatro módulos, durante o ano.









Com o deslocamento dos educadores para as localidades, onde desenvolvem suas atividades pedagógicas, eles terão vários desafios pela frente, o que ressaltaremos neste texto como forma de entendimento e compreensão de um contexto educacional em nosso Estado.







No próximo dia 15 de abril, o SOME estará completando 35 anos de funcionamento e levando aos mais longínquos municípios a educação, desenvolvimento e representação do Estado nas localidades onde foi implantada essa modalidade de ensino. Os educadores mais experientes, acostumados às adversidades e cotidiano das realidades de várias localidades retornam ao seu ‘’mundo’’, alguns com mais de vinte anos de vivencia onde demonstram suas experiências e sabem trocar com as realidades do mundo rural, sejam com ribeirinhos, pescadores, camponeses, quilombolas, indígenas e colegas de equipes, já que às vezes em cada módulo trabalha com equipes diferentes.  Para educadores novatos, muitos vindos de ambientes urbanizados começam a sentir na pele um ‘’mundo’’ diferente. Em algumas localidades não existe energia elétrica, outras desprovidas de internet, rede de telefonia, outras nem Televisão e, por aí vai.







Temos recebido vários emails e telefonemas de colegas preocupados com a situação de funcionamento em algumas localidades. Sabemos que já acontece de educadores do Sistema Modular pagar sua moradia nas localidades onde não tem residência para os educadores morarem. Situação séria, já que nem município nem Estado assumem esse compromisso. Alguns educadores estão dormindo na sala de aula, sem contar que outras funcionam em barracões. Isso acontece, pelo fato de não haver um convênio entre município e Estado. Mesmo sabendo que o Ensino Médio é de responsabilidade do Estado, legalmente, mas nossos alunos são eleitores e fazem parte da vida do município, o que as autoridades não compreendem ou se fazem de ingênuos.








Outro desafio que os educadores estão enfrentando para poder desenvolver um melhor trabalho é o transporte escolar.  Como os alunos (a)s do Sistema Modular são matriculados na Escola Sede, os municípios acreditam que eles não têm direito ao transporte, o que tem dificultado a vida do aluno e dos educadores. Mesmo assim, os municípios têm contribuído bastante com o dialogo e ajudado os alunos do Sistema Modular. Geralmente, o calendário escolar do Sistema Modular segue o calendário escolar do município, quando não tem aulas no município, automaticamente não tem no Sistema Modular.









Outra preocupação dos educadores o SOME é quanto ao arquivamento de processos na sede da Secretaria Estadual de Educação de implantações do SOME, inclusive acabando onde já funciona. Para os educadores o cerco está se fechando, como aconteceu em 2003, onde perdemos quase sessenta por cento da gratificação, por decisão da Sra. Rosa Cunha, então Secretaria Estadual de Educação, naquele momento, cunhada do governador o Sr. Simão Jatene. Alguns municípios onde funcionava o Modular no Fundamental foi municipalizado, com isso restringindo, ainda mais a carga horária dos educadores.




E ainda, o Estado tenta substituir o Sistema Modular pela Educação de Jovens e Adultos – EJA e o Projeto Mundiar. Enquanto o EJA a verba veem do Governo Federal o Projeto Mundiar teria patrocínio da toda poderosa Rede Globo, com verba do Governo Federal, sem contar que os mandatários da SEDUC podem enveredar o Sistema Modular para Educação do Campo, mesmo sendo uma modalidade de ensino, é uma questão e decisão política. Com a aprovação da Lei, os educadores não foram beneficiados de sua gratificação de deslocamento já que não foi incluída nas licenças e aposentadoria. Só para ilustrar, no caso das mulheres quando estão de licença maternidade ficam seis meses sem receber a gratificação, visto que não esta incorporada no salário.





Portanto, citei alguns aspectos que desafiam esse sistema de ensino. Mas, para nós educadores que somos lotados na maior política pública de inclusão social da Amazônia, que é o Sistema Modular, não podemos esmorecer nossa categoria que é uma da mais representativa, atuante e unida.  Independentemente de seu time de futebol, credo religioso e facção política vamos à luta para assegurarmos o que conquistamos, já que para o governo tucano educação não é investimento e pedagógico é apenas gasto, infelizmente.

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