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quinta-feira, 10 de março de 2011

CANAÃ DOS CARAJÁS


Uma das atividades pedagógicas que desenvolvo neste estado, está relacionada à pesquisa, tendo como recurso metodológico a História Oral. Quando trabalhei pelo Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), no ano de 2002, executei juntamente com alunos do ensino médio o projeto Canaã dos Carajás: Migração e Trabalho, o qual faço um relato de experiência de forma resumida.



Na apresentação do texto, faço as seguintes considerações: O presente trabalho faz parte da Disciplina História e tem como eixo temático: Migração e Trabalho, pois, com a exploração dos recursos minerais a partir do ano de 2002, através do Projeto Serra do Sossego, houve o aproveitamento da mão-de-obra de diversos lugares do Brasil nas empresas envolvidas: Mineração Serra do Sossego, Tempero, Via Dragados e outras. Dessa forma, com a chegada dos migrantes do Maranhão, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Ceará, trouxeram para o estado do Pará as receitas culinárias, formas de falar e vestir, suas músicas e danças, ofícios e técnicas que deram novos rumos às relações no município.



Quanto o Histórico e a Geografia, podemos dizer que Canaã dos Carajás surgiu da implantação do projeto agrícola de Carajás, através do extinto Grupo de Terras do Araguaia e Tocantins (GETAT), em 1984.



No início, a cidade tinha o nome de CEDERE II, que significa Centro de Desenvolvimento Regional. O nome Canaã dos Carajás só ficou consolidado no plebiscito que aconteceu no dia 21 de abril de 1994. Esse nome foi sugerido pela Igreja Evangélica Assembléia de Deus; pois, Canaã, é o nome da terra prometida por Deus aos judeus e, para eles, Canaã dos Carajás é a terra prometida dos Carajás ( Tribo nativa da região ) e também nome vinculado ao Projeto Carajás da Companhia Vale do Rio Doce.



A emancipação só aconteceu em 05 de outubro de 1994. O município foi criado pela Lei nº 5.860. Sua primeira eleição foi em 1996, quando foi eleito o primeiro prefeito e seus nove vereadores que formaram os poderes executivos e legislativos no município.



Com o desmembramento do município de Canaã do município de Parauapebas, ficaram assim os limites: Ao norte, Parauapebas; Ao sul, Água Azul do Norte; A Leste, Curionópoles e a Oeste, Sapucaia.



Quanto a economia, o período da ocupação, na região que hoje denominamos Canaã dos Carajás, foi marcada pelos três grandes projetos de assentamentos de Carajás, chamados Centro de Desenvolvimento Regional (CEDERE I,II, III) entre 1983 e 1984.



Nesse momento com a posse da terra, os camponeses assentados passaram a cultivar a agricultura familiar em nível de subsistência, além de produzirem, também, o excedente, que é vendido, para municípios circunvizinhos. Com a ocupação da terra, ocasionou-se o desmatamento desenfreado, o que facilitou a exploração de madeiras, principalmente, o mogno, já que a região é rica em madeira de lei. Além da exploração do mogno, outras espécies de madeiras tiveram grande influência, como: aroera, jatobá e axixá.



O fato de o município ser rico em terras férteis e a produção agrícola bastante elevada devido à cultura do arroz, milho e feijão que se destacaram, contribuiu decididamente para a expansão do grande número de famílias que acabaram fixando-se no antigo Centro de Desenvolvimento Regional (CEDERE II). Nessa ocasião, com a ocupação das fazendas Três Braças e Brasília duplicaram o número de habitantes no município e dessa forma, conseqüentemente, a produção agrícola.



A agropecuária era à base da economia de Canaã dos Carajás, sofrendo também influência das movelarias que transformam as madeiras de lei, principalmente, o mogno em móveis.



Durante, esse período em que estive por lá, era comum nos núcleos urbanos a presença de pequenos roçados, hortas caseiras e escolares, destinadas tanto ao consumo da produção local como também é utilizada como complementação da merenda escolar.

A agricultura vinha desenvolvendo gradativamente, pois, passou por mudanças profundas em técnicas de plantios, existindo também projetos implantados pelo Fundo de Desenvolvimento da Região Norte (FNO), com as culturas permanentes de café, coco e cupuaçu.



Naquele momento, quanto à pecuária, a cada ano que vinha percebia o aumento, em termos de pequeno e grande produtor. Queremos destacar o rebanho bovino que é voltado em grande quantidade para a produção de corte, e em menor escala para a produção de leite. Para o gado de corte temos frigoríficos e atravessadores que levavam para outros municípios. Quanto a pila Planalto.



Já na indústria, havia o setor oleiro que contribuía com a olaria na produção de tijolos e telhas e também o setor madeireiro, na produção de móveis. Outra categoria de produtos que integra a indústria de transformação eram os nossos recursos minerais como o ouro, cobre, níquel e ferro, com grande valor para o interesse econômico do município. As jazidas desses minerais encontravam-se na Serra Vermelha, Serra Azul e Serra do Sossego, que era consorciada da Companhia Vale do Rio Doce.

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