Total de visualizações de página

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Pacoval (Alenquer)

Vista parcial de Alenquer

Estive por quinze dias do mês de agosto do ano de 2001 no município de Alequer, desenvolvendo atividades pedagógicas pelo antigo Centro de Treinamentos de Recursos Humanos - CTRH da Secretaria Estadual de Educação, onde umas das atividades de pesquisas que foram realizadas pelos professores que fizeram parte do Curso de Habilitação em Estudos Adicionais foi sobre a comunidade remanescente dos quilombolas Pacoval, recebendo todo apoio dos membros que eram lideranças do referido lugar e da professora de História Áurea Nina Monteiro, que também contribui cedendo objetos de pesquisas que vem fazendo ao longo de um bom tempo para exposições no curso.

Mucucuaqui era o nome abaré da antiga comunidade de Pacoval, que era lugar de refúgio dos negros que fugiam das fazendas de Santarém pelo rio Curuá; assim como descendentes de índios. A origem do nome veio de uma plantação de bananas, cujo nome era pacova.

Por volta de 1888 os negros fugiram da propriedade de Maria Macambira e foram para o mocambo. Eles tinham como protetores São Benedito e Santo Antônio feitos de Massarará. Os Martins e os Valentes eram os poderosos e grandes detentores de escravos em Alenquer. Por volta de 1950 começou os primeiros contatos dos negros com os brancos. Dudu Valente foi quem fez o primeiro contato com os negros do Pacoval.    

Pacoval é reconhecido pela Prefeitura Municipal de Alenquer a mais ou menos uns cem anos e tem mais de trezentos anos de sobrevivência.

A comunidade ainda preserva alguns costumes dos seus ancestrais, os quais em resumo, como :

O Marambiré, que originou-se das brincadeiras da Tia "Miriam do João Biré" e que a palavra correta e Merambiré e não Marambiré.

O Boi comemorado no mês de junho.

A Pastorinha em dezembro.

O Mutirão, antigo puxirum, onde fazem comidas típicas como o tarubá.

O interessante que os terrenos são livres sem precisar de loteamento e cercas, respeitam uns aos outros e suas propriedades não podem  vender nem doar, permanece a hereditariedade.

Conforme suas necessidades criam novas regulamentações, como: não criar porco, não ter excedente de cãos entre outras.

A comunidade tem sua Associação que trabalha em comum com a Igreja, para o bem de todos. Através de seus líderes têm conseguido alguns benefícios: Título definitivo da terra, Um caminhão, uma voadeira que em caso de emergência transporta para Santarém ou Curuá.

Sua atividade econômica está baeada no extrativismo vegetal: Cumaru, Castanha, Açai e outros. A agricultura é somente para seu mantimento e raramente são comercializados. Eles, também praticam o extrativismo animal como a caça e a pesca, porém somente para consumo.

Não praticam nenhuma religião de origem africana, adotaram a religião católica.       

Nenhum comentário:

Postar um comentário