Vista parcial de Alenquer |
Estive por quinze dias do mês de agosto do ano de 2001 no município de Alequer, desenvolvendo atividades pedagógicas pelo antigo Centro de Treinamentos de Recursos Humanos - CTRH da Secretaria Estadual de Educação, onde umas das atividades de pesquisas que foram realizadas pelos professores que fizeram parte do Curso de Habilitação em Estudos Adicionais foi sobre a comunidade remanescente dos quilombolas Pacoval, recebendo todo apoio dos membros que eram lideranças do referido lugar e da professora de História Áurea Nina Monteiro, que também contribui cedendo objetos de pesquisas que vem fazendo ao longo de um bom tempo para exposições no curso.
Mucucuaqui era o nome abaré da antiga comunidade de Pacoval, que era lugar de refúgio dos negros que fugiam das fazendas de Santarém pelo rio Curuá; assim como descendentes de índios. A origem do nome veio de uma plantação de bananas, cujo nome era pacova.
Por volta de 1888 os negros fugiram da propriedade de Maria Macambira e foram para o mocambo. Eles tinham como protetores São Benedito e Santo Antônio feitos de Massarará. Os Martins e os Valentes eram os poderosos e grandes detentores de escravos em Alenquer. Por volta de 1950 começou os primeiros contatos dos negros com os brancos. Dudu Valente foi quem fez o primeiro contato com os negros do Pacoval.
Pacoval é reconhecido pela Prefeitura Municipal de Alenquer a mais ou menos uns cem anos e tem mais de trezentos anos de sobrevivência.
A comunidade ainda preserva alguns costumes dos seus ancestrais, os quais em resumo, como :
O Marambiré, que originou-se das brincadeiras da Tia "Miriam do João Biré" e que a palavra correta e Merambiré e não Marambiré.
O Boi comemorado no mês de junho.
A Pastorinha em dezembro.
O Mutirão, antigo puxirum, onde fazem comidas típicas como o tarubá.
O interessante que os terrenos são livres sem precisar de loteamento e cercas, respeitam uns aos outros e suas propriedades não podem vender nem doar, permanece a hereditariedade.
Conforme suas necessidades criam novas regulamentações, como: não criar porco, não ter excedente de cãos entre outras.
A comunidade tem sua Associação que trabalha em comum com a Igreja, para o bem de todos. Através de seus líderes têm conseguido alguns benefícios: Título definitivo da terra, Um caminhão, uma voadeira que em caso de emergência transporta para Santarém ou Curuá.
Sua atividade econômica está baeada no extrativismo vegetal: Cumaru, Castanha, Açai e outros. A agricultura é somente para seu mantimento e raramente são comercializados. Eles, também praticam o extrativismo animal como a caça e a pesca, porém somente para consumo.
Não praticam nenhuma religião de origem africana, adotaram a religião católica.
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