O SOME que completa hoje 39 anos de trajetória com todas as adversidades enfrentadas tem contribuído positivamente para realização de sonhos dos filhos dos trabalhadores rurais, indígenas, quilombolas e ribeirinhos. Essa política pública foi uma demanda popular a partir da pressão de vários municípios na década de 70 e 80 ao poder público estadual, sendo criado no ano de 1980. Segundo a ex Professora e Coordenadora Glória Maria Farias da Rocha e a especialista em educação Maria da Conceição Corrêa Sampaio, em sua monografia, Ensino de 2º Grau – Sistema Modular de Ensino, de dezembro de 1987, dizem: (...) tem levado as populações rurais do estado a assumir uma posição, pressionando as lideranças políticas locais pelo ensino do 2º grau, esperando com isso concretizar seus objetivos. A partir daí e em virtude da dimensão territorial do estado do Pará, o SOME ampliou pelas necessidades de suas demandas. No contexto desse ano, feito alguns levantamentos preliminares, as pesquisadoras acrescentam que em nosso estado dos oitenta e sete municípios, eram atendidos apenas dezenove com o ensino de 2º Grau.
O que chama atenção, frisado nas pesquisas, entres elas, como o Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Políticas de Gestão e Financiamento da Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto de Ciência da Educação da Universidade Federal do Pará, A Política de Expansão do Ensino Médio no Estado do Pará: O caso do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, da especialista em educação Luana Cristina dos Passos Alves, de 2010, aborda: A ampliação na oferta do ensino médio no Estado vem se dando com a ajuda do SOME. Contraditoriamente, está que deveria ser uma politica implantada em situações excepcionais tornou-se estratégia de expansão do ensino médio, de forma compartilhada com os municípios e localidades onde o SOME é implantado. É assim que o ensino médio no estado do Pará vem se expandido dividindo os custos da educação com os municípios que, pressionados pela população da localidade, aceitam o SOME em troca de votos e uma nova eleição.
Diante desses aspectos podemos destacar e fazer considerações
importantes na atual conjuntura educacional. Qual o SOME que queremos para a Amazônia
paraense? É uma questão interessante que se faz repensar todo um contexto em
relação a essa política pública utilizada pelos interioranos onde funcionou e
funciona atualmente. A aluna Brenda Silva, universitária do Curso de
Administração, da Universidade Federal do Pará – UFPA ressalta o papel do SOME
para ela: O SOME, foi e é muito
importante, pois se hoje estou em Universidade o SOME tem seus pilares em minha
vida. Fui aluna do SOME com muito orgulho e hoje declaro que continuo sendo
aluna dele, pois o SOME nos deu aprendizado e principalmente nos deu incentivos
para irmos sempre além, pois o SOME foi minha ponte.
Com esse relato da ex-aluna da localidade de Campo Verde, no
município de Concórdia do Pará, nos deixa muito animados e felizes na condição
de professores desta modalidade de ensino para continuarmos nossas lutas por
uma educação digna e de qualidade, especialmente se tratando da educação do
campo, através do Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME.
Queremos essa política pública com qualidade, com a
democratização do ensino, uma gestão pública compromissada em solucionar os
problemas que afligem as comunidades, assim como a valorização dos educadores e
alunos, por exemplos: Casa dos professores, Cumprimento dos convênios, Mais professores
em sala de aula, Autorização de remoção de professores do Regular para o SOME, Autorização
de novas localidades para funcionamento, Transporte Escolar mais atuante, Formação
continuada dos professores, Entrega dos livros didáticos pela SEDUC nas escolas,
Retorno da gratificação original dos professores, entre outros problemas que o
novo governo Hélder Barbalho e sua equipe técnica terão que resolver. Como o
governo acaba de assumir, esperamos um diálogo franco e aberto para buscar soluções
para o SOME que queremos como ficou acordado durante a campanha eleitoral.
A trajetória histórica do SOME em sua contribuição para a
sociedade, tem revelado diversos aspectos positivos nas diferentes comunidades
e espaços territoriais. Para ilustrar citaremos aprovação significativa dos alunos
nos concursos públicos e vestibulares em Universidades públicas e particulares.
E ainda, a organização social e política nas localidades e municípios, em
entidades e instituições da sociedade civil e religiosa.
Nos 39 anos do SOME, os educadores são elementos fundamentais
nesse processo educacional. A ex Professora do SOME Marina Costa, que teve como
objeto de estudo o Sistema Modular em sua dissertação Processos de Ressignificação
docente na educação básica: experiências sócio-educacionais vivenciadas no
ensino modular do Pará, de 2010, deixa claro em sua dedicatória a
importância do profissional: Aos
guerreiros professores dos SOME, que apesar das condições adversas e dos
múltiplos obstáculos, mantiveram/mantém a bravura no ousado desígnio de fazer
do ato pedagógico uma ação dignamente consequente, intervindo na complexa
territorialidade da Amazônia paraense, grande exemplo de pessoalidade e profissional
idade. Parabenizo todos os colegas que deixam seus
familiares e amigos, se dedicando parte de sua vida com afinco as suas práticas
educativas, ajudando na construção de sonhos e dando oportunidade aos
estudantes dos interiores, sem as mínimas condições de trabalho e
sobrevivências nos rincões do estado, fazendo a diferença na educação do campo.
Um abraço a todos, nosso respeito e reconhecimento. Viva os 39 anos do SOME!
Viva os trabalhadores da educação do Sistema de Organização Modular de Ensino –
SOME.
Fontes: SOME - O Gigante do Norte e suas Conquistas
SOME - Abaetetuba
Modular Notícias
Blog do Riba
A Maior Política PubPúbl Educacional Da Amazonia.
ResponderExcluirQ legal!parabéns a todos q fazem parte do SOME!VCS arrasam!👏👏👏👏👏
ResponderExcluir20 anos de Marajó, amo trabalhar no Sistema Modular de Ensino SOME.
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