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quinta-feira, 4 de agosto de 2022

SALA DE AULA: UM PROJETO PEDAGÓGICO DE VIDA (Peça Teatral): Parte VII

 


                                                     Carlos Alberto T. Prestes



TERCEIRO ATO 

 

CENA 7

 

PERSONAGENS:

Professores(as): Ivani

Alunos(as): Sérgio, Thaís e Rodrigo

Na manhã de quinta-feira, uma manhã ensolarada, de muito movimento no bairro do Guamá, a feira, os pedestres, as lojas, tudo respirava à vida em movimento. Havia também grande movimento de alunos em frente à escola Paulo Freire. Passado algum tempo, toca a campainha de entrada, os alunos amontoados no portão da escola, entram e dirigem-se para as suas salas de aula. A professora Ivani, vai até a sala dos professores e, em seguida, dirige-se para a sala de aula. Ela entra na classe A-702, a turma do 6º ano.

______________________________

 

PROFESSORA IVANI: 

Bom dia pra vocês, gente. Já estou sabendo que vocês tiveram uma aula muito boa na terça-feira passada. A professora Socorro me falou que vocês abordaram vários assuntos: literatura, cultura, contracultura, história da música popular brasileira.

THAÍS: 

É verdade, professora. Foi muito boa a aula mesmo.

SÉRGIO: 

Nós até vamos começar a trabalhar num projeto sobre a história da música popular brasileira.

RODRIGO: 

Na próxima aula, a gente já vai formar as equipes pra pesquisar. Cada equipe vai ficar com uma fase da música popular pra pesquisar.

PROFESSORA IVANI: 

Muito bem. Tenho certeza que vocês vão fazer um ótimo trabalho. Mas hoje, nós vamos tratar de um outro assunto. Vocês já ouviram falar em O Menino Maluquinho e em Uma Professora Muito Maluquinha?

SÉRGIO: 

Não, professora! Eu nunca ouvi falar desse menino maluquinho. Só da professora muito maluquinha, que a senhora pediu pra gente ler e fazer um comentário por escrito. Esse menino maluquinho é história de criança?

THAÍS:

Eu já li O Menino Maluquinho. Maluquinho é um menino alegre, cheio de imaginação e que adora aprontar e viver aventuras com os amigos. Uma de suas manias é usar um panelão na cabeça, o que diferencia ele dos demais. 

PROFESSORA IVANI: 

Muito bem, Thaís. O Maluquinho é um típico alegre e criativo menino de 10 anos de idade que, devido a sua personalidade excêntrica e agitada, adora fazer maluquices, aprontar com as pessoas e causar as maiores confusões, sendo conhecido por todos como um "causador de problemas".

RODRIGO:

Um menino de dez anos já fazia e aprontava desse jeito? Quem foi que escreveu sobre ele?

PROFESSORA IVANI: 

Quem criou o personagem foi o desenhista e cartunista Ziraldo. É uma série de histórias em quadrinhos brasileira. A obra do menino maluquinho retrata a história de um menino que realmente viveu sua infância como é possível perceber, de maneira feliz, cheia de aventuras e com saúde para dar e vender...

THAÍS: 

Ele inventava histórias e, a partir delas, ficava viajando naquele mundo de encantos; por isso, era chamado de maluquinho pelas pessoas que vivia em sua volta, por viver viajando no mundo imaginário...

PROFESSORA IVANI: 

Mas, na verdade, ele de maluco não tinha nada, apenas era uma criança para quem não existia tempo ruim. Se alguém estava triste, ele tratava de alegra-la com suas histórias engraçadas, inventadas naquele mesmo momento.

THAÍS: 

Amo esse livro. Tenho ele guardadinho na gaveta da minha cômoda, que fica ao lado da minha cama.

PROFESSORA IVANI: 

Mesmo com as dificuldades que a vida apresenta, devemos sempre sorrir e seguir em frente... Como o menino maluquinho. Mas hoje, nós vamos falar mesmo é da atividade de leitura e comentários sobre a obra Uma Professora Muito Maluquinha. Vamos conversar sobre ela.

RODRIGO: 

Essa história foi escrita pelo mesmo autor do Menino maluquinho, professora?

PROFESSORA IVANI: 

Sim. Não sei se vocês pesquisaram a biografia, mas Uma Professora Muito Maluquinha é um livro do escritor, cartunista e desenhista brasileiro Ziraldo, mesmo autor de O Menino Maluquinho. A obra A Professora Maluquinha foi escrita em 1995 e publicada pela Cia. Melhoramentos, de São Paulo, no mesmo ano. Resumindo, conta a história de uma professora que tinha métodos e uma didática muito diferente do normal. Conquistou seus alunos com seu modo de ser e com suas atividades cativantes. O livro retrata diversas formas de ensinar e divertir os alunos.

SÉRGIO: 

Conta pra gente, professora. Já estou curioso pra saber como ela ensinava seus alunos.

PROFESSORA IVANI: 

Você não leu o livro? Não fez sua atividade?

SÉRGIO: 

Fiz sim, professora. Mas a senhora conta a história de uma maneira que prende a gente.

THAIS: 

Eu também acho a mesma coisa, professora. Vou pedir pra mamãe comprar esse livro pra mim. Eu tive que pesquisar no CENTUR.

PROFESSORA IVANI: 

O enredo fala de uma mulher, dona Catarina, que nasceu em uma cidadezinha do interior, fora para a cidade grande, mas, com o tempo, retornou para a sua cidade de origem, para lecionar. Vive com sua tia, seu tio o Monsenhor, e seu primo.

RODRIGO:

E a senhora acha ela bonita, professora?

PROFESSORA IVANI: 

Dona Catarina é uma mulher linda, com traços delicados, sorriso solto, mais parecia um anjo. Ela tem um jeito muito diferente de ensinar, e, por isso, todas as pessoas e alunos dela, pensam que ela é maluca. Eu acho que vocês também devem estar pensando isso.

THAÍS: 

Eu acho ela uma inovadora, cheia de ideias brilhantes.

SÉRGIO: 

Ela parece sentir amor pelo que faz. Não parece ser apenas um trabalho, uma profissão. Mas é o que ela é.

PROFESSORA IVANI: 

Bem Thaís, comece seu comentário. O que você escreveu?

THAÍS: 

Hum! Vou começar. Quando a professora entrou na vida das crianças que o texto cita, elas já haviam descoberto “o segredo das letras e das sílabas, também já sabiam escrever seus nomes e ler todos os letreiros das lojas e cartazes de cinemas, as manchetes dos jornais e os títulos de anúncios nas revistas”, dominavam parte da escrita e da leitura. Não eram analfabetos, mas estavam sempre aprendendo, conforme o modelo tradicional de alfabetização. Aprenderam separadamente as letras, os fonemas, as sílabas, até memorizarem cada modelo, para, posteriormente, juntarem-nas e formar as primeiras palavras.

PROFESSORA IVANI: 

Pare um pouco Thaís. Vamos ver o que o Sérgio tem pra nós.

SÉRGIO: 

As palavras memorizadas, geralmente, encontravam-se em frases curtas, na maioria das vezes, seguidas de imagens. Porém, não se pode dizer que tinham uma noção exata do contexto geral a respeito do que liam. Por exemplo: “Desmoronaram-se as defesas de Berlim”. Será que elas sabiam o que era Berlim? Será que sabiam onde ficava? “Vinho reconstituinte Silva Araújo, o tônico que vale saúde!”. Será que eles sabiam associar “tônico” à “saúde”?

PROFESSORA IVANI: 

Esta aprendizagem estava ligada à relação com a escrita que as crianças possuíam no cotidiano.

SÉRGIO: 

Lembro-me de uma vez que, há muito tempo atrás, quando criança, li na página de cinema de um jornal a seguinte frase, nome de um filme: “Vera Fischer, a super fêmea”. Em seguida, exclamei para meus irmãos: “A Vera Fischer vai fazer papel de fêmea?” e todos riram. Passou um bom tempo até que eu entendesse o motivo das risadas. Por isso, afirmo que, naquele primeiro momento, antes de conhecerem a professora maluquinha, as crianças aprendiam mecanicamente as palavras, que, por sua vez, eram desprovidas ou desassociadas de um significado mais profundo, uma leitura mais aberta, mais ampla.

PROFESSORA IVANI: 

Pare um instante Serginho. Quando o narrador diz que “as crianças aprendiam mecanicamente as palavras”, nós temos aí o nível pré-silábico, o primeiro momento da fala. Continue Rodrigo!

RODRIGO: 

Na verdade, o ponto chave desta obra, foi a “prontidão para aprender das crianças” e a iniciativa da professora de inventar a ordem de aprendizagem naquela sala de aula, rompendo formalidades das disciplinas tabus, adequando o espaço pedagógico a uma sala de recreação, fazendo com que a criança sinta alegria em aprender. Por exemplo: A professora mandou que cada criança escrevesse o nome de outra criança inteirinha, embaralhou-as e pediu que arrumassem tudo direitinho na ordem do ABC. Foi uma inovação para as crianças, descobriram coisas novas e aprenderam a manusear um dicionário.

PROFESSORA IVANI: 

As concepções de escrita e de alfabetização que orientam o trabalho pedagógico da professora maluquinha, no nosso entender, obedecem ao modelo construtivista de Emília Ferreiro, que podem ser reforçadas nas palavras de Roseli Fontana e Maria Nazaré da Cruz no livro Psicologia e Trabalho Pedagógico, capítulo quatro: O desenvolvimento da escrita na criança, página 184, São Paulo, editora Atual (educandos em construção) que diz: “Para Emília Ferreiro o papel do adulto (inclusive o professor) deve ser o de possibilitar o desenvolvimento da escrita, criando condições estimuladoras e conflitos cognitivos (situações em que a criança percebe contradições entre suas hipóteses e princípios da escrita convencional) para que ela descubra por si mesma as chaves secretas do sistema alfabético.”

PROFESSORA IVANI: 

Reparem que as aulas acontecem sempre de forma coletiva, o que um aprende o outro aprende também. Há uma socialização do conhecimento em que as crianças cooperam entre si. Essas aulas são estimuladas sempre por jogos ou brincadeiras em que são trabalhadas as letras, as palavras, as frases numa sequência lógica... Continue o seu comentário Thaís.

THAÍS:

Pode-se notar facilmente que as aulas da professora maluquinha fogem dos modelos das aulas convencionais. Daí a razão de ela ser chamada de maluquinha. E era essa expectativa de novidade a cada aula, essa sensação de descoberta do fantasma das letras, das palavras, do significado das frases que estimulavam a vontade das crianças, sempre dispostas a aprender. E por quê? Porque aprendiam brincando. Só isso já seria o bastante para prende-los na sala de aula. E a professora não era como uma daquelas “velhas professoras que não entendiam nada”. Ela era mãe, irmã, amiga, professora. Não era uma mulher de ferro que deixava intransparente seus sentimentos. Era sensível e as crianças sabiam quando ela estava acometida de alguns problemas. Nessas horas, ela ficava calada, lendo alguns livros, e a turma inteira fazia o mesmo, lendo algum tipo de livro ou revista. A professora não era uma super heroína. Era uma pessoa comum que procurava fazer a coisa certa, com amor, onde fazer o certo é considerado errado. Vendo por esse ângulo, quem é a maluca?

PROFESSORA IVANI: 

Tá bom, Thaís. Vamos voltar pro Serginho.

SÉRGIO: 

Quando os alunos da professora maluquinha estavam em plena atividade, entre risos, gargalhadas de alegria e uma barulhada que se fazia ouvir longe, a diretora metia a cara séria na porta e reclamava que eles estavam prejudicando as outras classes. Ora, estavam prejudicando a concentração das outras turmas que estudavam quietinhas e em silêncio, intimidadas pela figura imperiosa da professora, que ditava regras mortas tiradas de livros e dadas às crianças para copiarem.

PROFESSORA IVANI: 

Ok Serginho! O aprendizado dos livros só tem utilidade quando eles adquirem asas, asas de condor. Como dizia o grande poeta Castro Alves: “A praça é do povo como o céu é do condor”. E também como cantou Caetano Veloso: “A praça Castro Alves é do povo, como o céu é do avião...”. Parodiando, nós afirmamos que “a escola é do povo como o céu é da criança”. Quem poderia imaginar como seria o comportamento das outras crianças, se elas tivessem tido a oportunidade de estudar com a professora maluquinha? Certamente, criariam asas, asas de condor, porque o céu é delas. Continue Serginho...

SÉRGIO: 

Bem, a questão é que os pais das crianças que estudaram na época da palmatória, não conseguiam enxergar as vantagens de um método de aula, dado por uma professora, dita moderna para a época.  Mas a modernidade dela não estava no vestir ou no pentear. Estava no pensar, no falar, no ensinar. Isso, eles não entendiam. Achavam que as crianças tinham que ser ensinadas tal qual eles foram. Eram tradicionalistas como muitos de nós somos ainda hoje, no século XXI, pois diziam: “queremos deveres para casa!” Por que queriam? Porque pagavam os livros, os lápis, os cadernos, portanto, sentiam-se com o direito de cobrar boas notas, de exigir dedicação exclusiva aos estudos. Afinal, crianças não têm problemas e só vivem pra estudar, pensavam eles.

PROFESSORA IVANI: 

Aprender para esse país era e é decorar matéria, tirar nota azul e passar no fim do ano letivo. Ensinar para eles é tornar a criança submissa, como se a sua sobrevivência dependesse inteiramente da atuação do professor, direcionando o futuro profissional da criança em cumplicidade com os pais. Novamente, segundo Roseli Fontana e Maria Nazaré da Cruz, página 184: “Vigotsky considera que o ingresso na escola representa para as crianças um novo tipo de relação com a escrita, que, além de ser intensificada, passa a ser sistematizada. Nessa instituição, as crianças são colocadas diante da tarefa de interpretar convencionalmente a escrita.”

RODRIGO: 

E a gente ainda faz prova assim, professora, decoreba. Lá em casa, meus pais se preocupam muito com as minhas notas, mas não perguntam se eu estou aprendendo alguma coisa.

SÉRGIO: 

Lá em casa é a mesma coisa. Meu pai nunca senta comigo pra perguntar como foram as aulas, se eu estou entendendo, se estou gostando de literatura, de geografia, de história... Só me pergunta sobre as notas, se tirei nota azul, se tirei acima de oito...

PROFESSORA IVANI: 

Isso nos faz lembrar um grande clássico do cinema que tem uma incrível semelhança com o texto de Ziraldo “Uma Professora Muito Maluquinha”. Estamos falando do filme Sociedade dos Poetas Mortos. O enredo do filme fala de uma escola tradicional, fechada, concentradíssima, severa, onde os estudantes, já entrando na idade adulta, ainda apanhavam na bunda com palmatórias, dadas pelo diretor como forma de castiga-los e inibi-los em suas rebeldias.

THAÍS: 

Eu assisti esse filme, professora. Tem um aluno que se suicida por causa da intransigência do pai dele, que proibiu o filho de se apresentar em peças de teatro.

PROFESSORA IVANI: 

Os professores daquela escola eram sérios e tecnicistas, como a própria poesia metrificada matematicamente, apresentada em sala de aula, com conceitos definidos, que os alunos liam, quando mandados pelo professor, mas sem entender nada, sem sentimento, sem emoção.

THAÍS: 

Esse menino tinha o dom da poesia, e ele reprimia esse dom por causa de seus pais. Eles queriam que ele fosse um doutor, um médico, uma pessoa importante. E sempre davam de presente pro filho um jogo de esquadros. Todo ano o mesmo presente.

PROFESSORA IVANI:

Velhos jargões ainda eram ensinados, até que um professor – antigo aluno da escola – assim como a professora maluquinha, depois de conhecer o mundo, invadiu a escola com todas as experiências de fora. Levou o mundo para dentro da escola, soprou o mofo dos livros, mostrou que a poesia está no sentir, quebrou a sonolência dos alunos e disse: “Acordem! Subam nas cadeiras e olhem o mundo de cima para baixo!”

THAÍS: 

Bem que a gente podia fazer essa cena aqui também, professora. A senhora manda e a gente sobe nas carteiras e chama a senhora de “capitã, minha capitã!”

PROFESSORA IVANI: 

Quem sabe a gente faz isso outro dia, mas eu não sei se mereço o título daquele professor. Continuando, essa era a concepção de escola para a professora, tal qual no filme: Visualizar o mundo e aprender a entender o mundo, fazer parte dele. Nunca ser apenas uma lembrança morta de uma fotografia de sala de aula, pendurada num quadro, na parede da biblioteca da escola. Isso sim, era ensinar, preparar para o mundo; por isso mesmo, não cabe aqui, tentar avaliar o aluno através de uma folha de papel. Por quê? Simples: o mundo não cabe numa folha de papel. Serginho, continue a sua análise.

SÉRGIO: 

Bem, será um ponto negativo não aprender regras formais, padronizadas universalmente? Sim, se pensarmos que fazemos parte de uma sociedade organizada por regras. Por isso, as crianças não aprenderam certas matemáticas, certos advérbios, certas explicações para determinadas consoantes que soavam vazias. E por quê? Porque não havia uma ligação mais viva entre esse aprendizado e as transformações culturais, linguísticas, sociais que o mundo passava.

PROFESSORA IVANI: 

Para aí, Serginho. E o que você escreveu mais Rodrigo?

RODRIGO: 

A professora ensinou o que ela achava ser útil à criança; ensinou a linguagem viva, dinâmica, que vai deixando a gramática normativa para trás. Mas isso, infelizmente, poderia causar problemas futuros, pois somos avaliados não pelo que somos ou sabemos, mas pelas respostas memorizadas que colocamos num pedaço de papel.

PROFESSORA IVANI: 

Muito bem, Rodrigo. Tem mais alguma coisa Thaís?

THAÍS: 

Tem sim, professora. A experiência educativa da professora maluquinha, realmente marcava a vida das crianças daquela escola. Mas precisamos lembrar que o mundo gira em torno de um código linguístico padronizado, que é a língua escrita. Essa língua tem o poder de restringir uma imensidade de códigos formados em páginas e páginas de livros que, muitas vezes, a tornam enfadonha e sem sentido. Mas são essas experiências enfadonhas, tecnicistas, padronizadas que importam na hora da avaliação. É o caso da nossa língua portuguesa. Falamos uma diversidade linguística que não comporta nos livros de gramática. Mas o que se cobra na prova? A língua padrão, ou seja, a mesma gramática que a maioria da população não detém, porque falamos de um jeito e escrevemos de outro. São códigos diferentes do nosso cotidiano que somos obrigados a aprender. O mesmo acontece com a matemática, que acaba se tornando sem sentido para o aluno. Pra quê estudar álgebra? Ou trigonometria? Pra que serve o teorema de Pitágoras? Como usar isso na prática? Eu não sei. Nunca me ensinaram como fazer isso.

RODRIGO: 

É, eu também não vejo sentido nessas aulas teóricas, professora. O certo era a gente colocar em prática aquilo que aprendemos em sala de aula, não é mesmo?

PROFESSORA IVANI: 

Claro, mas, muitas vezes, você tem que partir da teoria para a prática. E isso tem que ser feito em parceria, teoria e prática, uma completando a outra, uma dando sentido à outra. Muitas vezes, você tem a prática, mas você só pode avançar até um determinado ponto, porque você fica limitado por falta de conhecimento. Outras vezes, você detém o conhecimento, está com a cabeça cheia de teorias, mas não sabe como usá-las. Então, ela acaba sendo inútil. Resumindo: as duas têm que falar a mesma língua.

SÉRGIO: 

E a senhora acha que a professora maluquinha conseguiu fazer isso?

PROFESSORA IVANI: 

Como estamos radicalizando se a nossa preferência de ensino-aprendizagem pesar mais a favor do tradicionalismo ou do construtivismo, sugerimos que seja incorporado ao método da professora, as relações históricas do assunto dado, suas funções e maneiras de incorpora-las numa vida privada, isto é, dar sentido ao que está estudando.

PROFESSORA IVANI: 

Daí se conclui que é preciso colocar ao alcance do professor as pesquisas e os conhecimentos produzidos, incentivando-o a pesquisar a novidade dos problemas que afetam a sua atividade, criando oportunidades para os projetos trocarem, entre si e com especialistas, suas experiências, sucessos ou fracassos, fazendo com que os alunos se interessem pela matéria ou disciplina, para facilitar seu aprendizado.

THAÍS: 

Como diz a professora Socorro Lima: “Pode-se aprender sem intenção, sem ser ensinado. Mas só há ensino se houver aprendizagem.”

PROFESSORA IVANI: 

Sim, é verdade. E é verdade também que a professora maluquinha é uma boa inspiração pra gente. Que bela história que nos traz tantas verdades, tantas reflexões para o mundo da educação. A escola seria bem melhor se tivéssemos mais professoras maluquinhas nas salas de aula.

 

PAUSA: TOCA A CAMPAINHA.

 

FIM DA SÉTIMA CENA

 

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