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quinta-feira, 4 de agosto de 2022

SALA DE AULA: UM PROJETO PEDAGÓGICO DE VIDA (Peça Teatral): Parte V

 



                                                 Carlos Alberto T. Prestes



CENA 5

 

PERSONAGENS:

PROFESSOR(ES): Zenilda

ALUNOS(AS): Aldenora, Fabíola, Odaléia

Na manhã de quarta-feira, a professora Zenilda reúne os alunos do 7º ano, turma A – 706, do ensino fundamental na biblioteca da escola, para colocar em prática algumas atividades.

______________________________

PROFESSORA ZENILDA: 

Bom dia, crianças!

ALUNOS: 

Bom dia, professora.

PROFESSORA ZENILDA: 

Sabem o que nós vamos fazer hoje?

ALUNOS: Todos juntos 

Não!... O que é professora?

PROFESSORA ZENILDA:

Hoje, nós vamos sair da mesmice da sala de aula. Vamos acabar com esse tabu de que o aluno tem que ficar sentado quietinho na sua carteira, escrevendo, enquanto o professor enche o quadro com palavras que, muitas vezes, nem ele sabe o que significa.

ALDENORA (ALUNA): 

Oba! E o que nós vamos fazer professora? Vamos sair para brincar no recreio?

PROFESSORA ZENILDA: 

Não! Calma! Ninguém vai sair. Nós vamos brincar sim, mas vamos brincar aprendendo. Primeiro, nós vamos reorganizar esta biblioteca, vamos adapta-la ao gosto de vocês, à idade de vocês.

FABÍOLA (ALUNA): 

E nós vamos participar também? Nós vamos ajudar?

PROFESSORA ZENILDA: 

É claro que vocês vão participar. E é claro que vocês vão ajudar. Isso aqui foi feito pra vocês, pra mexer, vasculhar, explorar. Vocês já assistiram aquele filme “Indiana Jones e os caçadores da arca perdida?”

ALUNOS: (alguns dizem que sim).

PROFESSORA ZENILDA: 

Pois é nisso que vocês vão se transformar hoje. Cada um de vocês vai ser um Indiana Jones. E a arca que vocês vão procurar está escondida nas páginas de cada livro dessa biblioteca... E então? Vamos começar?

ALUNOS: 

Vamos!

PROFESSORA ZENILDA:

Vocês podem organizar os livros por tamanho, cor, formato dos livros, temática, autor, material de que é feito o livro...

ODALÉIA (ALUNA): 

Ele não é feito de papel?

PROFESSORA ZENILDA: 

Sim, Odaléia! Mas ele pode ter um acabamento feito de pano, de borracha, de papel. Pode ter símbolos na capa... Enfim, vamos usar a criatividade para transformar isso em uma prazerosa sala de leitura.

PAUSA: Começam a organizar o material.

ALDENORA (ALUNA):

Professora! Olhe esse livro! Está escrito na capa “500 anos de Brasil: histórias e re... fle... xões”... Reflexões! É isso. A senhora não acha que esse livro é muito pequeno pra todo esse tanto de história? 500 anos...

FABÍOLA (ALUNA): 

E nesse aqui tá escrito “Doce inferno”. Eu nunca tinha ouvido falar que no inferno existe açúcar, ou que ele é doce. Sempre me disseram que é quente, muito quente. E que só vai pra lá quem fez maldade e não se arrependeu. Na verdade, o inferno não tem nada de doce.

PROFESSORA ZENILDA: 

É uma questão de interpretação. É uma figura de linguagem. O autor tenta enfatizar, chamar a atenção do leitor para o livro, provocar a curiosidade. Como vocês vão descobrir isso? Só lendo. Entrando nas páginas da história, explorando o livro, cada palavra, cada letra. Então, leiam e me contem depois o que descobriram. De qualquer maneira esse é um livro que aborda temas sociais históricos, como o ciclo do açúcar, guerras e escravidão durante a permanência da colonização holandesa no Brasil colônia, acontecimentos que ocorreram entre 1580 e 1654. Interessante que 10 de junho de 1580 é a data da morte de Luís Vaz de Camões, o maior poeta português do século XVI.

ODALÉIA (ALUNA):

Professora, encontrei um livro que tem escrito na capa História de um sapato. O que isso quer dizer? O que tem demais falar de um sapato?

PROFESSORA ZENILDA: 

Eu já li. Talvez você tenha de descobrir por você mesma. Eu acho que você vai se surpreender com a história, assim como eu.

ODALÉIA (ALUNA): 

E como é a história, professora? Conta um pouco, pra ver se eu me interesso.

FABÍOLA (ALUNA): 

Assim não vale. Se a professora te contar, não vai ter mais graça, porque tu já vai saber de tudo.

PROFESSORA ZENILDA: 

Não, não vou contar não! Tenho certeza que você já está bastante curiosa em saber o final desse conto. Por isso, separe logo o livro pra você começar a ler. Depois, você terá a missão de contar pra toda a turma a história que você leu, do começo ao fim. Numa terceira fase, vamos refletir sobre o assunto da história, e você vai debater com a turma sobre as implicações que essa história trouxe pra sua vida, se realmente fez diferença ou não. Isso vale pra todos.

ALDENORA (ALUNA): 

Achei um livro com uma capa bonita, metade amarela, metade com desenhos de figuras da internet: correios, fotos, sinal, zoom, mãozinhas, máscaras e uma moça bem no meio, olhando direto pra um celular que está na sua mão esquerda. Ela parece meio assustada.

ODALEIA (ALUNA):

Como é nome do livro?

ALDENORA (ALUNA): 

Veneno digital. E o autor é Walcyr Carrasco.

PROFESSORA ZENILDA:

O título nos dá uma ideia de que a internet, de alguma forma, é um veneno. Mas, para sabermos porque o autor relaciona a internet como sendo algo perigoso, temos que entender as tramas que vão se desenrolando no decorrer da história, até chegar ao seu desfecho. Em todo caso, alguém usou a internet como uma ferramenta para o mal, mas nós temos a opção de usá-la para o bem, para o que é útil. Com certeza, vale a pena ler e descobrir os mistérios dessa história.

ALDENORA (ALUNA): 

Já tô com vontade de ler. Parece que tô me vendo na personagem.

FABÍOLA (ALUNA): 

Acho que vou escolher outro livro, professora. Um que seja mais fácil de ler e entender. De preferência que seja conto ou romance. Esse aqui parece ser muito adulto pra mim.

PROFESSORA ZENILDA: 

Muito bem, Fabíola, escolha um livro com o qual você se identifique, com que você consiga se comunicar. É muito satisfatório quando você lê um livro com prazer, com vontade. E também, quando você consegue passar pras outras pessoas aquilo que você entendeu na leitura do livro. Quer dizer que você absorveu aquele conhecimento.

FABÍOLA (ALUNA): 

Pode deixar, professora. Eu vou escolher um bom livro.

PROFESSORA ZENILDA: 

À medida que nós formos avançando nas aulas, iremos, também, construindo um portfólio. Esse portfólio reunirá todas as atividades que desenvolvermos em sala de aula. No final das aulas, ele se transformará num livro de memórias das nossas aulas. O que vocês acham?

ALDENORA (ALUNA):

É bom a gente ter um caderno de memórias das nossa aulas. Esse portfólio vai ser feito no nosso caderno?

PROFESSORA ZENILDA: 

Vocês vão transferir as atividades dos seus cadernos para folhas de papel sem pauta, com capa, sumário e encadernado, como se fosse um livro.

ODALEIA (ALUNA): 

Isso é bom, porque fica tudo organizado. Vai servir até pra pesquisa

PROFESSORA ZENILDA: 

É, mais eu quero também dizer que nós vamos trabalhar, de modo especial, com este livro que eu tenho aqui na minha mão. O nome do livro é Pais preparados, filhos vencedores. Este título diz alguma coisa pra vocês?

FABÍOLA (ALUNA): 

Sim, professora. Eu acho que quer dizer que, se os pais souberem educar, os filhos conseguirão vencer na vida.

ALDENORA (ALUNA): 

Eu acho que fala de pais que estudaram, se formaram e agora podem dar a mesma educação para os filhos.

ODALEIA (ALUNA): 

Tem muitos pais que não têm nem ao menos o ensino fundamental completo, professora, mas sabem ler e escrever. Mas o pior que isso, é que tem pais que são até analfabetos. Como eles vão saber dar educação pros filhos, sem orientação nenhuma?

FABÍOLA (ALUNA): 

É verdade. Tem uma vizinha nossa que só trata o filho no palavrão, só nome feio. E ela não tem vergonha de ninguém não. Pode tá olhando quem quiser. E quando o careca tá brincando na rua, na frente da casa, que ela vai chamar ele pra entrar? É só filho disso, filho daquilo que ela diz pra ele, e bota ele pra entrar na chinelada.

ALDENORA (ALUNA): 

Lá perto de casa tem uma vizinha, a dona Alice, que vive apanhando do marido dela, o seu Roberto. E ele bate nela na frente dos filhos, que são todos pequenos – o Felipe com seis anos, a Gilmara com oito e a Júlia com nove anos. Eles são meus amigos. O seu Roberto faz isso, principalmente, quando chega porre. Mas essa semana, uma outra vizinha, a dona Raimunda, denunciou ele pra polícia, e ele foi preso bem na hora que tava quebrando as coisas na casa dele.

FABÍOLA (ALUNA): 

E ele foi preso?

ALDENORA (ALUNA): 

Foi, levaram ele pra delegacia da mulher já faz dois dias. Mas a dona Alice tá com medo que ele seja solto e faça coisa pior com ela e os filhos.

PROFESSORA ZENILDA: 

Você conversa com as crianças, Aldenora?

ALDENORA (ALUNA):

Sim, professora. Quase todo dia.

PROFESSORA ZENILDA:

E como eles estão? Como eles se sentem com tudo isso que está acontecendo com a família deles?

ALDENORA (ALUNA): 

Eles estão tristes, professora. Estão com muito medo que o pai faça alguma coisa com a mãe. Eles já pediram até pra mãe ir embora com eles dali, pra outro lugar bem longe. A mãe, dona Alice, tem parentes em Marabá.

ODALEIA (ALUNA): 

E por que ela não vai embora com os filhos?

ALDENORA (ALUNA): 

Ela não tem como se sustentar. Era o seu Roberto que trabalhava pra sustentar a casa. Mas os irmãos dela já chamaram ela pra ir embora pra Marabá. Disseram que lá eles dão um jeito e arranjam trabalho pra ela. Os filhos não tão mais nem estudando.

 PROFESSORA ZENILDA: 

Às vezes, a mulher se torna tão dependente do marido financeiramente, que ela se acha incapaz de se sustentar sozinha. E, muitas vezes, ela deixa de viver a sua vida, pra viver a do marido. Ela deixa de estudar, se afasta dos amigos, não se profissionaliza, não faz um curso técnico, muito menos faculdade, e, assim, acaba se submetendo aos caprichos do marido. E ela fica tão abalada psicologicamente, por causa da violência sofrida por anos, que nem se dá conta de que se tornou uma escrava do lar, trabalhando apenas por comida e teto, e mendigando as migalhas de algum resto de amor do marido. Isso é amor? Não! Nunca! Isso é sentimento de posse, ou seja, o homem se sente dono da mulher, como se a mulher fosse um objeto. E é por isso que, neste momento, é muito importante a intervenção do estado, e, também, dos familiares e amigos, antes que aconteça uma tragédia.

FABÍOLA (ALUNA):

Por isso, é importante denunciar, né professora?

PROFESSORA ZENILDA: 

Claro. Mas eu entendo que isso tudo depende do momento de cada mulher, da particularidade de cada uma delas, da história de cada uma, suas vivências, personalidade. Algumas denunciam o agressor logo na primeira demonstração de violência, seja física ou psicológica; outras, levam mais tempo, às vezes, anos pra juntar coragem e denunciar o agressor que está dentro de casa. Por isso, é tão importante o apoio de familiares e amigos, e, mesmo de vizinhos que podem ajudar a denunciar o agressor.

ODALEIA (ALUNA): 

Mas tem mulher que, mesmo denunciando o marido, ela ainda acaba sendo morta por ele. Esse tipo de reportagem todo dia tá aparecendo no jornal. Como um homem diz que ama a mulher, mas mata porque não aceita separação?

ALDENORA (ALUNA): 

Isso acontece porque vivemos num mundo machista. O homem pode fazer o que quiser, mas a mulher não pode fazer nada, tem que ficar calada. Eu nem sei se vou querer casar. Eu é que não quero marido violento na minha casa.

PROFESSORA ZENILDA: 

Infelizmente, é tudo verdade, Odaléia. O fato de a justiça proibir o agressor de se aproximar da vítima, e ele ter que ficar afastado dela cerca de duzentos metros, ou trezentos, ou quinhentos, não garante que ele vá cumprir a determinação da justiça. E por que não? Porque não existe fiscalização policial para coibir a aproximação do agressor da casa da vítima, ou mesmo se ela estiver na rua. Por isso, eles matam e fogem, porque sabem que não haverá ninguém pra impedi-lo, e a vítima está indefesa. E ainda que avisem a polícia, quase sempre quando a polícia chega ao local, o criminoso já cometeu o delito. Essa é uma das razões que faz com que a mulher agredida não denuncie o agressor. Medo, medo da impunidade do agressor, medo de que a polícia ou a justiça não consiga protegê-la, medo de que o agressor não seja preso, medo de que o agressor não passe muito tempo na cadeia e, quando solto, volte a ameaçar a vítima; medo das ameaças que ele faz à família da vítima, ou até mesmo aos filhos. Ela sabe que, muitas vezes, ele acaba ficando pouco tempo atrás das grades e, às vezes, nem preso ele é. Acaba respondendo em liberdade. Ou seja, ele fica livre e a vítima fica presa em casa, com medo, indefesa.

FABÍOLA (ALUNA):  

Puxa, professora, o que fazer, então?

PROFESSORA ZENILDA: 

Ainda assim, tem que denunciar o agressor. É a melhor opção. Por isso, é que vocês precisam estudar, pra se formar, trabalhar e serem independentes financeiramente. E, depois, se tiver planos de casamento, não sejam precipitadas. Procurem conhecer o rapaz, a família dele, namorem com respeito, noivem, façam planos e só depois casem. É importante que continuem namorando durante o casamento, que se respeitem, que cultivem o mesmo amor de quando namoravam. Este livro, aqui na minha mão, que nós vamos estudar, traz boas orientações para os pais e para os filhos; traz lições de solidariedade, de altruísmo, de cooperação. Ele nos ensina valores, princípios que devemos aprender desde pequenos, e, esses princípios que valorizam a família como uma instituição sagrada e abençoada por Deus, devem ser passados de pai pra filhos, continuamente, de geração em geração, como diz o livro de provérbios 22, verso 6: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” Tão vendo? Vocês conseguem imaginar quantos ensinamentos existem na bíblia pra edificação da família? Dá pra perceber como o mundo seria diferente se as famílias tirassem tempo pra estudar a bíblia todos os dias em suas casas? Haveria menos violência, menos morte, mais casamentos, menos divórcios, menos órfãos, menos adultérios, menos mentira, menos roubos, menos assaltos, menos viciados em drogas, menos famílias destruídas.

ODALEIA: 

Lá em casa tem duas bíblias, mas não vejo ninguém pegar pra ler nada. Nem minha mãe, nem meu pai. Eu nunca senti curiosidade de ler. Ninguém me incentivou.

PROFESSORA ZENILDA: 

O que se deve fazer: Se trancar a bíblia à sete chaves? Esconde-la pra ninguém ver? Ou se colocar o livro – a bíblia - num lugar onde todos possam ter acesso pra ver, pegar e ler, se quiser? A bíblia não é um amuleto que você coloca sobre a mesa, no centro da sala, abre no salmo 23 ou no salmo 91 e acha que a casa está protegida. Não. A bíblia só se torna sobrenatural se você abri-la, lê-la e praticar aquilo que você aprendeu nas suas leituras. É como a escola. Assim como você aprende as primeiras letras, depois vai pro ensino fundamental, depois pro ensino médio, depois pro superior e pós graduação, na bíblia você também começa aprendendo as coisas mais básicas, depois vai crescendo em conhecimento à medida que se aprofunda no estudo.

ALDENORA: 

O livro tem que estar num lugar onde a gente possa ver, pegar e ler. Porque o livro é pra isso, né professora? Pra gente ler.

PROFESSORA ZENILDA: 

Sim, o livro é pra gente ler. Não tem sentido comprar ou ganhar um livro e esconde-lo. Com a bíblia acontece a mesma coisa. Pra você conhecer os ensinamentos bíblicos, você tem que abri-la e lê-la. A bíblia, na verdade, tem as suas curiosidades. É uma coletânea de 66 livros, divididos em Antigo Testamento, que tem 39 livros, e Novo Testamento, que tem 27 livros. Foi escrita por quarenta pessoas, mas o autor é Deus, que foi quem inspirou essas pessoas a escreverem.  Ela, também, foi escrita num período aproximado de 1.600 anos. Isso vocês não vão encontrar em nenhum outro livro. Também é o livro mais traduzido e mais vendido no mundo. A bíblia já foi traduzida em mais de 1.500 línguas e dialetos. Isso não é fantástico? Não é incrível? Só pode ser sobrenatural, porque tem uma unidade de pensamento que nunca se contradiz, apesar das pessoas que a escreveram, terem vividos em tempos diferentes, épocas diferentes, culturas diferentes, padrões sociais diferentes: agricultores, médicos, pescadores, cobrador de impostos, reis, fazedor de tendas, etc.

FABÍOLA: 

É incrível mesmo, professora. Tanto tempo sendo escrita, por um monte de pessoas...

PROFESSORA ZENILDA: 

E tem mais: a bíblia tem, pelo menos, cinco divisões temáticas. Vou colocar a tabela no quadro pra vocês entenderem melhor:

1) Livros Históricos: São livros que narram as mais belas histórias da bíblia. No Antigo testamento, temos:  Gêneses, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. No Novo testamento, temos o livro de Atos dos Apóstolos.

2) Livros Poéticos: É composto por 5 livros, sendo estes escritos em forma de cânticos ou literatura poética. Estes não estão organizados cronologicamente e sim pela sua relevância. Assim, temos: Jó, Salmo, Provérbios, Eclesiastes e Cantares.

3) Profecias: São livros escritos em linguagem profética. E o que é essa linguagem profética? É um relato, religioso ou não, no qual se afirma prever acontecimentos futuros. Quando tem origem religiosa, tais relatos afirmam que a origem da previsão pode ser visões, sonhos ou até mesmo encontros com um ser sobrenatural, sendo considerados como mensagens divinas. No Antigo Testamento, temos: Isaias, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. No Novo Testamento, temos: Apocalipse.

4) Evangelhos: São livros que trazem mensagens sobre a vida e ensinamentos de Jesus e a salvação. São eles: Mateus, Marcos, Lucas e João.

5) Cartas ou Epístolas: eram as correspondências que se faziam entre as igrejas e irmãos, por parte de alguns discípulos de Cristo. Começam com o livro de Romanos e terminam em Judas. São elas: Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessanilocenses, I e II Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I e II e III João e Judas.

PROFESSOA ZENILDA: 

Entenderam? Tão vendo como a bíblia tem muitos assuntos interessantes?

ODALEIA: 

Entendi, professora. E vou começar a ler a bíblia que tem lá em casa.

FABÍOLA: 

Eu também vou começar a ler. Mas, por onde eu começo a ler, professora?

PROFESSORA ZENILDA: 

Há várias maneiras de se ler a bíblia ou de estuda-la. Você pode ler a bíblia começando pelo livro de Gênesis; pode, também, começar pelo livro de Mateus, do Novo Testamento que fala sobre Jesus. Depois vem Marcos, Lucas e João; e quando terminar todo o Novo Testamento, começa a ler o Antigo Testamento. Você pode começar lendo também o livro de Provérbios ou o livro de Salmos, Eclesiastes ou Cantares, que são livros poéticos. Enfim, comecem lendo o que agrada mais a vocês.

ALDENORA: 

Eu vou começar lendo o livro de Provérbios, professora, que foi de lá que a senhora falou sobre como a criança deve ser ensinada.

FABÍOLA: 

Eu quero começar pelo livro de Cantares, que parece ser bem romântico, uma poesia.

ODALEIA: 

Eu quero conhecer a história de Jesus, os milagres que ele fez, os ensinamentos, as pregações. Vou começar pelo Novo Testamento. E vou ler em voz alta pra minha mãe escutar também. Assim, ela aprende junto comigo. Nós somos católicos, mas não somos praticantes. Às vezes, a gente vai à igreja na missa de domingo de manhã, mas é muito raro.

ALDENORA: 

A minha família toda é evangélica. Nós sempre vamos à igreja dia de segunda, quarta, sexta e domingo à noite. Os meus pais até que leem a bíblia, mas não tem muito conhecimento, não. Eu leio pouco, mas vou começar a ler mais. Vai fazer parte do meu cronograma de atividades diárias.

PROFESSORA ZENILDA: 

Muito bem, meninas. Vocês estão todas de parabéns.  A bíblia vai ajudar vocês a entenderem o conteúdo do livro Pais preparados, filhos vencedores, que trata sobre a educação no lar, desde o ventre até a maior idade. Ali, nós vamos encontrar uma Psicologia Aplicada. Lá, vamos encontrar: Responsabilidade dos pais, Formação do caráter, Idade escolar e temperamento, Disciplina, Pais e filhos, Conceitos bíblicos cristãos, Desenvolvimento Pessoal e Espiritual. Mas nós vamos desenvolvendo esses assuntos pouco a pouco. Na verdade, esses assuntos todos que eu falei têm como base a Bíblia. Vocês vão perceber isso à medida que forem lendo.

FABÍOLA: 

É muito bom assistir aula com a senhora, professora. Parece que transmite segurança e paz pra gente. E a senhora fala das coisas de Deus de uma forma tão tranquila, que dá vontade dá gente querer saber mais. A gente sente que a senhora se preocupa com a gente.

PROFESSORA ZENILDA: 

Obrigada, Fabíola! Eu dou aulas porque eu gosto. O magistério pra mim não é somente uma profissão, ou uma forma de ganhar dinheiro, mas é uma escolha por vocação. É assim que eu me realizo, e é assim que eu procuro ajudar as pessoas... tentando fazer a minha parte, mesmo que, aparentemente, ninguém perceba. E tenham certeza de uma coisa: nenhuma educação é completa e transformadora se Deus não faz parte dela.

ODALEIA: 

Também acho, professora. Mas tem gente que se diz cristã e faz coisas piores até de quem não é cristã.

PROFESSORA ZENILDA: 

Isso existe, sim. Mas uma pessoa que se diz cristã e prática coisas erradas, que a bíblia desaprova, na verdade, essa pessoa não é cristã, porque ela não tem o caráter de Cristo. Os discípulos de Jesus Cristo foram chamados pela primeira vez de cristãos na cidade de Antioquia. A Antioquia da Pisídia foi uma cidade da antiga região da Pisídia, bem na fronteira com a antiga região da Frígia. Situava-se numa região montanhosa, erigida numa altitude de cerca de 1.200 metros. As ruínas dessa cidade ficam perto de Yalvaç, na Turquia. Atualmente, ela é a moderna Antáquia. Sabem por que eles foram chamados de cristãos? Porque eles ensinavam, falavam, respiravam Jesus Cristo. O assunto deles do dia-a-dia era falar dos ensinamentos de Jesus. Como eles falavam tanto de Jesus Cristo, eles foram chamados de cristãos. Portanto, eles viviam no dia-a-dia, o caráter de Cristo. Se uma pessoa não reflete em suas atitudes do dia-a-dia, o caráter de Cristo, como pode ser chamado de cristão?

ALDENORA: 

Tem gente que é uma coisa na igreja, ou perto dos amigos, mas em casa é um demônio. Bate na mulher, bate nos filhos. E isso não acontece só na igreja, não, professora. Na escola também tem professores que gritam com os alunos, não têm paciência. Dizem que vão dar nota baixa se o aluno não se comportar na aula deles. O aluno fica até marcado pelo professor.

PROFESSORA ZENILDA:  

O Mar Morto marca a altitude mais baixa da Terra. A 423 metros abaixo do nível do mar, ele é considerado o mar mais baixo do mundo. O rio Jordão flui do mar da Galileia e serpenteia através do vale do Jordão até terminar no Mar Morto. O clima quente e seco, com a intensa luz solar e as condições do deserto, faz com que a água evapore rapidamente. Como o teor de sal e minerais do Mar Morto é de 33,7%, pouca coisa sobrevive em suas águas. Não há peixes nem plantas; apenas alguns micróbios e bactérias na parte inferior. Na vida cristã, se a graça de Deus que atua em nossa vida não fluir para os outros, ficaremos estagnados e quase sem vida, como o Mar Morto. Não é assim que devemos viver. Na vida acadêmica, o educador é um cientista que trata da educação dos jovens, que estuda os problemas relacionados com o seu desenvolvimento como um todo. Então, eu tenho que perguntar pra mim mesma: quem eu quero ajudar a formar? Por que eu quero ajudar a formar? Pra que eu quero ajudar a formar? Um professor que se diz educador, que ameaça ou intimida alunos, que perde o controle em sala de aula porque um aluno estava conversando, que é gentil com os amigos, mas em casa trata mal os filhos e a mulher, é como o Mar Morto... Não consegue estimular o aluno, não consegue fazer o aluno sonhar, nem enxergar além da linha do horizonte.

FABÍOLA:

Por que ele não consegue, professora?

PROFESSORA ZENILDA: 

Porque esse professor não acredita nem em si mesmo, no seu próprio potencial. Está totalmente desestimulado. Apenas, trabalha pra garantir seu próprio sustento, mas não tem compromisso com a educação social, não sei se intencionalmente, ou por falta de estímulo e incentivos do poder público.

ODALEIA: 

Não é fácil ser professor aqui no Brasil. Pra conseguir ser ouvido, tem que fazer greve.

ALDENORA: 

É uma forma de protesto.

FABÍOLA: 

Mas tem professor que prefere não se meter em greve, não. Quem é casado, pode ficar sem emprego. E aí? Quem vai sustentar a família dele?

PROFESSORA ZENILDA: 

Existe uma área da educação chamada Pedagogia Social. É uma área do conhecimento que se dedica ao estudo das questões da sociedade e da formação para o desenvolvimento humano.

ALDENORA: 

Que questões, professora? Quem será auxiliado?

PROFESSORA ZENILDA: 

Ela é baseada na Teoria Geral da Educação Social, para as práticas de Educação Popular, Educação Sociocomunitária e práticas de Educação não escolares. Assim, ela visa a inclusão social e a formação cultural de grupos marginalizados, como a população indígena, os quilombolas, a população rural, as crianças carentes, os deficientes físicos e mentais, entre outros.

FABÍOLA: 

Que bom, professora, que a educação e muitos professores se preocupam com todas as pessoas, com os grupos marginalizados, com crianças carentes. Eu acho que isso é que é ser educador.

 

PAUSA: Prosseguem as atividades, até que bate a campainha, fim da aula da professora Zenilda.       


                                       FIM DA QUINTA CENA 

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