Nos dias 09, 10 e 11 deste mês foi realizado em Brasília sob a coordenação da CONAQ e o Ministério de Educação /MEC, o I SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO QUILOMBOLA: " , tendo como tema: "Territórios e Territorialidade da Educação Quilombola".
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira, Lei 10639/2003.
Este encontro teve como objetivo analisar, avaliar e construir um panorama sobre a EDUCAÇÃO QUILOMBOLA, nas diversas esferas Federal, Estadual e Municipal, baseada na lei 10639/2003.
Para cosntruir uma educação quilombola que queremos construída com base na realidade e particularidade de cada quilombo deste país. Há necessidade de uma EDUCAÇÃO coerente com cada realidade. Melhorar na qualidade do ensino Infantil, Fundamental, Médio, Tecnico e Superior. Capacitar professores e gestores para melhor trabalhar com a educação quilombola.
Nas poucas escolas que ainda existem nos quilombos, tendo em vista que mais da maioria das escolas foram fechadas pelos governos estaduais e/ou municipais, a realidade que vivemos nos mais de cinco mil quilombos deste país são escolas sem nenhuma estrutura de está funcionando, sem merenda, banheiro, cadeira, mesa, material didático, transporte público não existe, professores muitos não são das comunidades, não conhecem a história e tras para os quilombos as metodologias usadas nas escolas urbanas.
“O Quilombo é liberdade, fica quem vier por amor à liberdade”.
Quilombo – Kilombo vem de Mbundu, origem africana, provavelmente significado de
uma sociedade iniciativa de jovens africanos guerreiras Mbundu – dos Imbangala.
O objetivo deste texto é oferecer a profissionais da Educação formal e não-formal
subsídios a respeito da contribuição dos Quilombos articulados a outros diferentes núcleos
de resistência ao colonialismo, à escravidão, à dominação ocidental-européia e, ao mesmo
tempo, apontar para o significado dessa memória de nossos antepassados e sua continuidade
afro-brasileira, na sociedade contemporânea. Essas organizações, são hoje, denominadas
Comunidades Remanescentes de Quilombos.
Desde o princípio da colonização no século XVI, os africanos escravizados se engajaram
num combate firme contra a condição de escravizados em núcleos de resistência diversos.
Os quilombos, entre os quais destaca-se a República de Palmares, a Revolta dos Alfaiates,
Balaiada, Revolta dos Malês, entre tantos outros núcleos que continuam no pós-abolição
em oposição às conseqüências da escravidão, continuam numa luta por uma liberdade que
sempre lhes foi negada (NASCIMENTO, 1980) .
Os Quilombos representam uma das maiores expressões de luta organizada no Brasil,
em resistência ao sistema colonial-escravista, atuando sobre questões estruturais, em diferentes
momentos histórico-culturais do país, sob a inspiração, liderança e orientação políticoideológica
de africanos escravizados e de seus descendentes de africanos nascidos no Brasil.
O processo de colonização e escravidão no Brasil durou mais de 300 anos. O Brasil foi o
último país do mundo a abolir a escravidão, através de uma lei que atirou os ex-escravizados
numa sociedade na qual estes não tinham condições mínimas de sobrevivência.
Esses núcleos de resistência têm continuidade e interagem com os quilombos através
de suas quilombolas tradições, valores, costumes, mitologias, rituais, formas organizativas,
organização familiar, experiência de socialização, o que alguns autores denominam de
comunalismo africano.
Os quilombos viviam nas florestas, nas matas, nas montanhas e, ao mesmo tempo, em
contato com a sociedade envolvente que as rodeava, as vigiava, controlava e perseguia.
É a partir desses indicadores que o conceito de Quilombo transcende, ganha proporções
de uma orientação para a EDUCAÇÃO, para formação de pessoas, para fortalecer a
crença na riqueza das diferenças étnicas e culturais que constituem a sociedade brasileira
entre indígenas originários da terra, africanos e colonizadores europeus.
Nesses contatos construíam-se novos processos dentro da própria guerra, com as
suas contradições inerentes aos conflitos de grupos, de interesses, de ideologias, nascidos
no interior da própria estrutura...
(Maria de Lourdes Siqueira).
PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO
I Seminário Nacional de Educação Quilombola
"Pajem do sinhô-moço, escravo do sinhô-moço,
Tudo do sinhô-moço, nada do sinhô-moço. Um
Dia o coronelzinho, que já sabia ler, ficou
Curioso para ver se negro aprendia os sinais, as
Letras de branco e começou a ensinar o pai de
Ponciá. O menino respondeu logo ao
Ensinamento do distraído mestre. Em pouco
Tempo reconhecia todas as letras. Quando
Sinhô-moço se certificou que o negro aprendia,
Parou a brincadeira. Negro aprendia sim! Mas o
Que o negro ia fazer com o saber de branco? O
Pai de Ponciá Vicêncio, em matéria de livros e
Letras, nunca foi além daquele saber."
Conceição Evaristo, Ponciá Vicêncio
09 de novembro de 2010
15h – 17h – Reunião com os coordenadores e relatores dos grupos de trabalho
18h30min - Abertura do Seminário com a presença de autoridades
Premiação dos trabalhos dos professores/as, coordenadores/as pedagógicos/as, orientadores/as educacionais classificados no Concurso de Experiências exitosas em Educação Quilombola( O grande destaque do Estado do Pará, foram os professores das comunidades quilombolas do municipío de Santarém: Patrícia da Silva Tates, trabalho voltado para Etnomatemática, Beatriz Oliveira de Jesus e Josivan de Jesus Laurindo, com trabalho voltado para educação infantil). Todos estão de parabéns por executar práticas pedagógicas estimulantes em suas atividades profissionais.
19h30min - Apresentação do Coral: Família Alcântara
20h - Conferência de abertura: Territórios e territorialidade da Educação Quilombola
10 de Novembro de 2010
8h - Mesa 1: Panorama institucional sobre Educação Quilombola no Brasil
10h30min - Intervalo
11h00min - Mesa 2: A Educação Quilombola no Brasil: Ações das Redes Estaduais e Municipais
12h30min - Almoço
14h – 15h - Mesa 3: Políticas Públicas de Educação Quilombola: Um olhar do Movimento Social Organizado
15h – Intervalo
15h30min – 18h30min -Grupos de trabalho
Grupo Tambor: Transferência Obrigatória e Políticas para Educação Quilombola - Construção, alimentação e transporte escolar.
Grupo Sapé do Norte: Diretrizes Curriculares para Educação Quilombola
Grupo Kalunga: Formação continuada de professores e professoras
Grupo Saracura: Gestão democrática e educação quilombola
Grupo Alcântara: Marco Legal – (Institucionalidades / associações)
Grupo Família Santos: Material didático e praticas pedagógica
Grupo União de Palmares: Universidades e programas de educação superior (Formação inicial, extensão e pesquisa)
19h –20h - Jantar
20h - atividades culturais (apresentação dos Estados e Municípios)
11 de novembro de 2010
08h30min – 10h30min - Sistematização dos trabalhos em grupo
08h30min – 10h30min - Apresentação dos trabalhos dos professores/as, coordenadores/as pedagógicos/as, orientadores/as educacionais classificados no Concurso de Experiências Exitosas em Educação Quilombola
10h30min – 11h00min - Intervalo
11h - Plenária final e aprovação do plano
12h – 14h - Almoço
14h – 18h - Continuação da Plenária final e aprovação das diretrizes
19h- 20h - Jantar
20h - Atividade cultural de encerramento
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