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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

I SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO QUILOMBOLA

Nos dias 09, 10 e 11 deste mês foi realizado em Brasília sob a coordenação da CONAQ e o Ministério de Educação /MEC, o I SEMINÁRIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO QUILOMBOLA: " , tendo como tema: "Territórios e Territorialidade da Educação Quilombola".

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira, Lei 10639/2003.

Este encontro teve como objetivo analisar, avaliar e construir um panorama sobre a EDUCAÇÃO QUILOMBOLA, nas diversas esferas Federal, Estadual e Municipal, baseada na lei 10639/2003.

Para cosntruir uma educação quilombola que queremos construída com base na realidade e particularidade de cada quilombo deste país. Há necessidade de uma EDUCAÇÃO coerente com cada realidade. Melhorar na qualidade do ensino Infantil, Fundamental, Médio, Tecnico e Superior. Capacitar professores e gestores para melhor trabalhar com a educação quilombola.

Nas poucas escolas que ainda existem nos quilombos, tendo em vista que mais da maioria das escolas foram fechadas pelos governos estaduais e/ou municipais, a realidade que vivemos nos mais de cinco mil quilombos deste país são escolas sem nenhuma estrutura de está funcionando, sem merenda, banheiro, cadeira, mesa, material didático, transporte público não existe, professores muitos não são das comunidades, não conhecem a história e tras para os quilombos as metodologias usadas nas escolas urbanas.

“O Quilombo é liberdade, fica quem vier por amor à liberdade”.

Quilombo – Kilombo vem de Mbundu, origem africana, provavelmente significado de

uma sociedade iniciativa de jovens africanos guerreiras Mbundu – dos Imbangala.

O objetivo deste texto é oferecer a profissionais da Educação formal e não-formal

subsídios a respeito da contribuição dos Quilombos articulados a outros diferentes núcleos

de resistência ao colonialismo, à escravidão, à dominação ocidental-européia e, ao mesmo

tempo, apontar para o significado dessa memória de nossos antepassados e sua continuidade

afro-brasileira, na sociedade contemporânea. Essas organizações, são hoje, denominadas

Comunidades Remanescentes de Quilombos.

Desde o princípio da colonização no século XVI, os africanos escravizados se engajaram

num combate firme contra a condição de escravizados em núcleos de resistência diversos.

Os quilombos, entre os quais destaca-se a República de Palmares, a Revolta dos Alfaiates,

Balaiada, Revolta dos Malês, entre tantos outros núcleos que continuam no pós-abolição

em oposição às conseqüências da escravidão, continuam numa luta por uma liberdade que

sempre lhes foi negada (NASCIMENTO, 1980) .

Os Quilombos representam uma das maiores expressões de luta organizada no Brasil,

em resistência ao sistema colonial-escravista, atuando sobre questões estruturais, em diferentes

momentos histórico-culturais do país, sob a inspiração, liderança e orientação políticoideológica

de africanos escravizados e de seus descendentes de africanos nascidos no Brasil.

O processo de colonização e escravidão no Brasil durou mais de 300 anos. O Brasil foi o

último país do mundo a abolir a escravidão, através de uma lei que atirou os ex-escravizados

numa sociedade na qual estes não tinham condições mínimas de sobrevivência.

Esses núcleos de resistência têm continuidade e interagem com os quilombos através

de suas quilombolas tradições, valores, costumes, mitologias, rituais, formas organizativas,

organização familiar, experiência de socialização, o que alguns autores denominam de

comunalismo africano.

Os quilombos viviam nas florestas, nas matas, nas montanhas e, ao mesmo tempo, em

contato com a sociedade envolvente que as rodeava, as vigiava, controlava e perseguia.

É a partir desses indicadores que o conceito de Quilombo transcende, ganha proporções

de uma orientação para a EDUCAÇÃO, para formação de pessoas, para fortalecer a

crença na riqueza das diferenças étnicas e culturais que constituem a sociedade brasileira

entre indígenas originários da terra, africanos e colonizadores europeus.

Nesses contatos construíam-se novos processos dentro da própria guerra, com as

suas contradições inerentes aos conflitos de grupos, de interesses, de ideologias, nascidos

no interior da própria estrutura...

(Maria de Lourdes Siqueira).

PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO

I Seminário Nacional de Educação Quilombola

"Pajem do sinhô-moço, escravo do sinhô-moço,

Tudo do sinhô-moço, nada do sinhô-moço. Um

Dia o coronelzinho, que já sabia ler, ficou

Curioso para ver se negro aprendia os sinais, as

Letras de branco e começou a ensinar o pai de

Ponciá. O menino respondeu logo ao

Ensinamento do distraído mestre. Em pouco

Tempo reconhecia todas as letras. Quando

Sinhô-moço se certificou que o negro aprendia,

Parou a brincadeira. Negro aprendia sim! Mas o

Que o negro ia fazer com o saber de branco? O

Pai de Ponciá Vicêncio, em matéria de livros e

Letras, nunca foi além daquele saber."

Conceição Evaristo, Ponciá Vicêncio

09 de novembro de 2010

15h – 17h – Reunião com os coordenadores e relatores dos grupos de trabalho

18h30min - Abertura do Seminário com a presença de autoridades

Premiação dos trabalhos dos professores/as, coordenadores/as pedagógicos/as, orientadores/as educacionais classificados no Concurso de Experiências exitosas em Educação Quilombola( O grande destaque do Estado do Pará, foram os professores das comunidades quilombolas do municipío de Santarém: Patrícia da Silva Tates, trabalho voltado para  Etnomatemática, Beatriz Oliveira de Jesus e Josivan de Jesus Laurindo, com trabalho voltado para educação infantil). Todos estão de parabéns por executar práticas pedagógicas estimulantes em suas atividades profissionais. 

19h30min - Apresentação do Coral: Família Alcântara

20h - Conferência de abertura: Territórios e territorialidade da Educação Quilombola

10 de Novembro de 2010
8h - Mesa 1: Panorama institucional sobre Educação Quilombola no Brasil

10h30min - Intervalo

11h00min - Mesa 2: A Educação Quilombola no Brasil: Ações das Redes Estaduais e Municipais

12h30min - Almoço

14h – 15h - Mesa 3: Políticas Públicas de Educação Quilombola: Um olhar do Movimento Social Organizado

15h – Intervalo
15h30min – 18h30min -Grupos de trabalho

Grupo Tambor: Transferência Obrigatória e Políticas para Educação Quilombola - Construção, alimentação e transporte escolar.

Grupo Sapé do Norte: Diretrizes Curriculares para Educação Quilombola

Grupo Kalunga: Formação continuada de professores e professoras

Grupo Saracura: Gestão democrática e educação quilombola

Grupo Alcântara: Marco Legal – (Institucionalidades / associações)

Grupo Família Santos: Material didático e praticas pedagógica

Grupo União de Palmares: Universidades e programas de educação superior (Formação inicial, extensão e pesquisa)

19h –20h - Jantar

20h - atividades culturais (apresentação dos Estados e Municípios)

11 de novembro de 2010
08h30min – 10h30min - Sistematização dos trabalhos em grupo

08h30min – 10h30min - Apresentação dos trabalhos dos professores/as, coordenadores/as pedagógicos/as, orientadores/as educacionais classificados no Concurso de Experiências Exitosas em Educação Quilombola

10h30min – 11h00min - Intervalo
11h - Plenária final e aprovação do plano

12h – 14h - Almoço

14h – 18h - Continuação da Plenária final e aprovação das diretrizes

19h- 20h - Jantar
20h - Atividade cultural de encerramento

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