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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A LINGUAGEM MUSICAL


Claro que para início de conversa, nós estamos diante de formas de conhecimentos tão diversas como indicadas. Portanto, vejamos, por parte, o que se pode especular acerca da linguagem e da música e, ao final, de que formas realiza-se esta união.

Logo, podemos afirmar que a essência humana é uma espécie de linguagem, já que o DNA (Substância universal portadora do código genético), sendo o compartimento armazenador da informação da vida, é, logicamente, uma linguagem. Percebe-se que não basta o uso da palavra oral e/ou escrita para que haja comunicação. Aquela seria uma linguagem verbal e coexistente a ela, as linguagens não-verbais, tão importantes para a vida como a palavra. O condicionamento histórico levou-nos a crer que as únicas formas de conhecimentos seriam veiculadas pela língua na sua manifestação como linguagem, verbal, oral e/ou escrita. Isto é um ledo engano, pois existe uma gama incrivelmente intricada de formas sociais de comunicação das quais a língua é uma delas.É tão significativa quanto a língua, a música existe como meio de comunicação, constituindo-se assim como linguagem.

O interessante é que a música enquanto organização sonora teria surgido com o próprio aparecimento do homem. Antes mesmo de nascer, ainda no útero materno, a criança já toma contato com um dos elementos fundamentais da música, que é o rítmo, através das pulsações do coração da mãe. Para o homem primitivo a música tem um papel derradeiro. Ele não canta somente no culto, para chamar os espíritos (a almas dos mortos), mas também canta o tamborila em si próprio, para saudar alguém, formular um agradecimento, zombar de outra pessoa, caçar um animal ou atiçar fogo.

Sem dúvida, podemos crer que a música é linguagem e como tal deve ser um código organizado de modo que possa ser compartilhado socialmente. E, dessa forma, para tanto, os sons que são a matéria, o objeto da música, devem apresentar características universais, tais como timbre, intensidade e altura,caso contrário poderão vir a ser simples ruídos. Além do mais, para constituirem-se como música acabada devem apresentar uma linha melódica capaz de caracterizar tal música como única e capaz de ser reproduzida sempre que desejável, harmonizada de quantos sons simultâneos caibam na sua execução.

Devemos seguir, em relação à música, o mesmo processo de desenvolvimento que adotamos quanto à linguagem falada, ou seja, devemos expor o educando à linguagem musical e dialogar como ele sobre e por meio da música. Como acontece com a linguagem, cada civilização, cada grupo social, tem sua expressão própria.

O educador antes de transmitir sua própria  cultura musical, deve pesquisar o universo musical a que o educando pertence, e encorajar atividades relacionadas com a descoberta e com a criação de novas formas de expressão através da música.

O importante destacar que devido a este similar mecanismo entre linguagem falada e musical é fácil observar que a união letra e música suave sempre é oportuno. Não devemos esquecer que nos saraus medievais o poema só era recitado ao som de liras e alaúdes. Esta secular atividade não é a toa, visto que a soma dos dois elementos é a poesia, que vem a ser o núcleo residual de todas suas qualidades e posta em um tecido textual alcança mesmo a musicalidade, musicalidade poética. E é como poesia, como arte, conhecimento sociocultural que a música deve ser entendida.              

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