Pesquisa parcial executada pelos professores Cosmo Cabral, de Geografia; João Sérgio de Sociologia e Ribamar de Oliveira de História, na localidade do Rio Guajará de Beja, no município de Abaetetuba, juntamente com os alunos do ensino médio, no ano de 2007.
Zé Maré
Certa vez um homem pescador, chamado Zé Maré, fez um pacto com o demônio, à proposta seria a seguinte: se o demônio lhe proporcionasse pescarias com sucesso, ou seja, ele pegasse bastantes peixes, então Zé Maré iria enfrentar o demônio em um duelo. Ele fez esse pacto porque na época aconteceu uma escassez de peixe (pouco peixe na pescaria).
Sendo que o demônio aceitou o pacto com Zé Maré. Zé Maré fez boa pescaria, isto é, pegou peixe em abundância. Então, chegou o momento de cumprir sua parte no pacto. O duelo seria com cacetes e Zé Maré deveria levar os cacetes, então pensou:
- Vou levar um cacete leve e um pesado. Darei o leve para o demônio e ficarei com o pesado. Assim se for derrotado pelo demônio, não vou sentir muita dor, pois o cacete que darei a ele será o leve.
Chegou o dia e a hora de Zé Maré cumprir sua parte no pacto, tendo preparado os cacetes seguiu viagem para o local designado, que seria no meio da mata. Chegando lá se deparou com uma enorme labareda de fogo que seria o demônio, Zé Maré, ficou tão assustado, desesperado, que ao invés de dar o cacete leve para o demônio, deu o pesado e ficou com o leve, e logo foi derrotado. Sendo atingido por duas pauladas que lhe atingiu a costa.
Hoje Zé Maré carrega consigo as marcas do confronto de dois enormes caroços provocado pelas pauladas.
Seu Maurício
Certa vez, seu Maurício e seu avô foram pescar de espinhéu,às 4:00 da madrugada na Baía.
Chegando à boca do Rio Guajará de Beja, eles lançaram o espinhéu.No momento que puxaram para ver se havia peixes, tiveram a decepção de não conseguir pegar nada.
Então decidiram ir para um ponto mais a baixo, conhecido na região como Aracuquara. E lá voltaram a lançar o espinhéu enquanto aguardavam para que pegassem algum peixe, então seu Maurício se depara com um enorme navio todo iluminado que vinha em sua direção. Então espantado ele dirigiu a palavra a seu avô dizendo: - que lhes aconteceria um acidente senão saíssem imediatamente, apontando o navio que vinha em sua direção.
O avô, porém, olhou e falou:
- Não meu neto, não se preocupe com isso nada vai acontecer.
Foi então que aquele enorme navio passou por eles e chegando defronte da boca do rio Guajará de Beja, num instante, desapareceu.
Dizem os antigos que isso era uma cobra encantada, que vivia na Ilha da boca do Rio Guajará de Beja.
Lenda da Solina
Havia uma mulher chamada Solina, que vivia no Rio Guajará de Beja, e estava grávida de gêmeos. Porém, no dia de Solina dá a luz, a parteira teve o choque de presenciar o nascimento de uma criança e uma cobra. Então, ela fez conhecer aos familiares, e, devido o filhote de cobra ter nascido de Solina,a família decidiu não matar o filhote de cobra e sim deixar nas águas do Rio Guajará de Beja.
Porém, Solina tinha o mesmo afeto pelo filhote de cobra e pela criança normal. Dessa forma ela amamentava o filhote de cobra todas as noites, assim ela se desenvolvia e crescia assustadoramente, se tornando a maior cobra já vista na região. E ficou conhecida como Cobra Grande e todos os moradores da região temiam a ela.
Passado anos, Solina que seria sua mãe veio a falecer. Os familiares entenderam que essa notícia chegasse ao conhecimento da Cobra Grande a mesma poderia vir ao encontro da mãe, e, foi então que decidiram não esperar completar às 24 horas após falecida para então efetuar o enterro. Na mesma hora providenciaram o caixão e as demais coisas necessárias e partiram em direção ao cemitério da Vila de Beja.
A via de acesso do Rio Guajará de Beja para a Vila de Beja, mais usada na época era o furo de cima e furo de baixo. Sendo que o furo de cima é possível trafegar por ele em maré mais baixa. Então como a maré estava baixa, não muito, os familiares da falecida decidiram prosseguir o trajeto pelo furo de cima.
Porém, a Cobra Grande soube antes mesmo de eles chegarem ao Rio Arapiranga.
A Cobra seguiu atrás do cadáver, percebendo que não iria alcançá-los decidiu fazer um atalho e fez um percurso pelo meio da mata e devido ser grande, por aonde ela ia passando ia rasgando a terra, a ponto de ir ficando uma terceira varada para a Vila de Beja. E mesmo assim não conseguiu alcançar.
Tempo depois esse furo que a cobra fez recebeu o nome de Solina em homenagem ao nome da mãe da Cobra Grande.
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