Total de visualizações de página

terça-feira, 21 de setembro de 2010

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-GEOGRÁFICO DO CONJUNTO MAGUARI




O nome do rio, que deu nome ao conjunto, está relacionado ao pássaro Maguari. Esta ave pode ser encontrada em grande quantidade na América do Sul, tornando-se comum em alguns estados do Brasil, mais precisamente no Rio Grande do Sul e restrita na região Nordestina e Amazônica. Dependendo da localidade, recebem várias denominações como Cegonha, Cauauná, Cauauã, João-grande, Maguarim e outros.
   
Segundo pesquisa realizada pelos estudantes-pesquisadores, esta denominação ao rio é pela presença das aves à sua beira. Dessa forma, não podemos negar que os primeiros moradores ao redor contribuíram decisivamente para o nome, inclusive fazendo relação e estando presente no imaginário da população ribeirinha com as lendas e contos populares. A Amazônia brasileira da qual o Pará faz parte, é rica em lendas. Essas lendas em sua grande maioria estão relacionadas com as abundantes águas amazônicas, uma de suas riquezas maiores. São delas que o ribeirinho retira grande parte de seu sustento, é pelas águas também que entra e sai grande parte das riquezas amazônicas e como disse o poeta Rui Barata os rios (incluindo-se nesta nomenclatura além dos “rios propriamente ditos, os furos, os igarapés e o oceano) são as ruas”.

Segundo fontes históricas, o povoamento à beira do rio se deu no século XIX e possui cerca de sete (7) Km de curso, desaguando no rio Benfica. O rio serve de escoamento e locomoção da produção e dos ribeirinhos que residem na beira e nas ilhas que dependem dele, seja através do “casco” (canoa), seja os “pô-pô-pôs” ou “rabetas” e “catraias”. Ao longo de sua orla, estão instalados portos, que servem para o escoamento de madeira, e de tijolos, que têm origens duvidosas, pois, alguns desses portos não cumprem as leis ambientais, uma vez que não respeitam o limite mínimo estabelecido para suas instalação, além de estarem instalados em “terrenos de marinha”, e também áreas do entorno do rio ocupadas pelas construções de casas de forma desordenadas , carentes portanto de fiscalização por parte do poder público. Se não fosse o conjunto de situações, que margeiam a parte detrás do Conjunto, este, seria sem sombra de dúvidas um do mais belo conjunto habitacional, pois, teria sua “ janela “ para o rio Maguari. 
  
O Conjunto Residencial Jardim Maguari localiza-se às margens da Rodovia Augusto Montenegro, Km 09, área metropolitana de Belém, limita-se ao norte com o bairro do Tenoné, a oeste com a Rodovia Augusto Montenegro, a leste com o rio Ariri e ao sul com o Conjunto Satélite. 
 
Tendo como principal objetivo atender a classe média baixa, principalmente, os funcionários públicos e profissionais liberais, o conjunto foi projetado para 2500 unidades habitacionais distribuídas em 33 alamedas. Seu processo de construção deu-se no final da década de 70 e início de 80, do século passado.
Após a entrega das chaves pelas incorporadoras aos proprietários, estes, naquele momento, consideravam o conjunto residencial muito distante do trabalho e do centro da cidade. A compra desses imóveis tinha dois objetivos que eram: adquirir um bem longe do centro da cidade que servisse de refúgio aos seus proprietários, e o outro, para a especulação imobiliária. Portanto, moradia propriamente dita, era uma opção secundária. Estes, e outros fatores contribuíram para o abandono das casas, que por sua vez estimularam o processo de ocupação, haja vista a grande quantidade de imóveis prontos a serem habitadas e uma legião de “sem tetos”, muito embora essa denominação seja posterior à ocupação do conjunto. 
 
O conjunto possui cinco tipos de casas A, B, C, D, E. É composto por quadras e alamedas. As plantas das casas foram vendidas a partir do ano de 1978. À proporção que as casas iam ficando prontas eram entregues as chaves das casas. A construção das casas do conjunto tinha como principal objetivo atender os funcionários do centro administrativo da Secretaria Estadual de Educação - SEDUC. A divisão das financeiras ficou assim: da primeira alameda a vinte seria da financeira SOCILAR e dos vinte e um a alameda trinta e três pertenceria a VIVENDA. 
 
A priori o saneamento básico era satisfatório e as ruas eram todas asfaltadas. Quanto ao meio de transporte, era ineficiente, já que o Conjunto Maguari era beneficiado apenas pelos ônibus que passavam na Rodovia Augusto Montenegro, que eram os ônibus que atendiam o bairro de Icoaraci. A questão do transporte ineficiente para atender a demanda dos moradores sempre foi um dos grandes problemas do Conjunto, só melhorando muito recentemente.



10 comentários:

  1. Oi professor Ribamar...esse seu blog é uma fonte de pesquisa maravilhosa...O conjunto atualmente pertence ao bairro do coqueiro, certo? Gostaria de saber um pouco sobre a história desse bairro, pois nao consigo encontrar nada referente ao mesmo
    um abraço
    Natália Dóris

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite, Natália! Vou tentar encontrar material para divulgar.

      Excluir
  2. Boa noite Prof: Ribamar de Oliveira, gostaria de fazer umas perguntas para o senhor sobre o seu trabalho no conjunto Maguari.
    Sou Anderson Silva, fotojornalista.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bom dia, Anderson! Estou à sua disposição. j.lira.oliveira@uol.com.br ou 91984996619 (Zap).

      Excluir
    2. Boa noite, Anderson! É possível me enviar seu trabalho do Conjunto Maguari para mim?

      Excluir
  3. Como cita o professor Ribamar, o conjunto foi projetado dentro de certos conceitos e bases. Quanto ao seu urbanismo, suas ruas denominadas alamedas são serpenteadas, unindo-se umas ás outras nos extremos sul e norte do conjunto. Estamos em meados do ano de 2019 e desde o início de sua construção em 1978, seus moradores, proprietários das casas já foram chegando, e o conjunto já completa este ano 41 anos de existêncIA.
    Muitos dos proprietários originários, já venderam ou alugam essas casas; outros morreram e seus herdeiros venderam, alugam ou abandonaram as casas. Com isso, pessoas de maus costumes passaram a habitar o conjunto ou porque se apossaram das casas abandonadas ou porque às alugaram de alguém.E na verdade, o conjunto não foi entregue totalmente asfaltado e sim, com uma camada ligante sobre a imprimação. Em sua última campanha ao governo do estado em 1989 mandou executar sobre o ligante existente, uma camada asfáltica com 5 cm de espessura na WE-1 (Av. Principal). As alamedas e a WE-2 (Av. Secundária) foram se deteriorando até 2005, quando o prefeito Duciomar mandou asfaltar todas as alamedas, a secundárias e o recapeamento da principal.
    Até então, os cães que ladravam pelas alamedas e avenidas do conjunto, não causavam tanto transtornos ambientais e higiênicos pois as ruas deterioradas, possibilitavam a degradação de seus dejetos rapidamente, exceto em algumas alamedas cujos ligantes, resistiam e na Principal asfaltada.
    Após o asfaltamento completo do conjunto, começaram a chegar moradores que readquiriram casas ou diretamente da Caixa que havia retomado de alguns moradores anteriores que não pagaram ou adquirido de alguma outra forma ou anida alugado. Esses novos moradores a partir de 2006, trouxeram costumes de seus bairros anteriores como o de levar supostamente seus animais para supostamente passear, e o objetivo mesmo era que os mesmos defecassem e urinassem sobre o asfalto e nos postes; e isso continua até hoje. Há momentos que é humanamente insuportável transitar a pé pelas ruas e alamedas do conjunto haja vista, à quantidade de fezes e urina de cães e gatos nas ruas e calçadas.
    E hora vejam só, que a partir de 2016, uma moradora que não reside no conjunto mas numa invasão ( Numa nesga de terras) no início da alameda 3 do conjunto, entre o extremo sul e o terreno da Celpa,e dizem que além de macumbeira (Nada cotra os macumbeiros ou assemelhados) é juíza, "dizem as más línguas do conjunto", e se não me engano, se chama D. Maria. Essa senhora, apareceu com a triste ideia Inconstitucional e ilegal em todos os sentidos de fechar a alameda com portões ao estilo condomínio. E daí em diante, foi denunciada por várias vezes na SEURB, na diretoria do código de posturas que não se sabe porque não agiu até hoje (12/06/2019).
    Conclusão, hoje já temos portões fechando as alameda da 3 até a 10, 14 ,25 29, 28 e 27. E o Pior, entre os contornos que ligam as alamedas 7 e 8, 17 e 18, 19 e 20, 23 e 24, sobre o asfalto dessas ligações de alamedas, foram construídas casas onde moram parentes das casas o conjunto adjacentes à essas alamedas. Vale ressaltar que essas casas foram erigidas sobre um patrimônio Público e que não possuem o benefício do usucapião, se é que tais pessoas pensam assim.
    E a Prefeitura, conivente com essas práticas ilegais, não sabemos o porquê, até hoje não tomou as devidas providências.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite! Gostaria escrever um texto sobre o Conjunto Maguari atual, claro, fazendo essa contextualização com você, é possível? Para publicar neste Blog.

      Excluir
  4. Conheci o senhor na biblioteca Ana Carolina. Sou seu fã, que pesquisa maravilha

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bom dia! Primeiramente, qual seu nome? Tudo bem? A pesquisa realizada pelos alun@s da EEEFF"Maria Gabriela Ramos de Oliveira" foi realizada no ano de 2010. Envolvemos também o Projeto Fortalecer, da UFPA em convênio com a Escola e muitos comunitários que participaram efetivamente na produção dos textos, seja da transcrição, sistematização, revisão, edição, vídeos apoio nas entrevistas, assim como os informantes que foram fundamentais na coleta de dados. Uma ideia nossa é atualizar a obra, inclusive, com o apoio dos voluntários da Biblioteca. Vamos marcar um outro momento como foi ontem, para construir uma proposta de metodologia para atualização desse projeto e conto com você, nesse apoio. Agradeço a admiração e adorei participar do evento de ontem tão importante para aprendizagem. Aprendi muito com vocês, mesmo!

      Excluir
  5. Conforme o último senso do IBGE quantos moradores havia Cj Maguari na época ?

    ResponderExcluir